Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 9

Capítulo 74: Consciência

Os abutres infestaram o local no qual um sereno atingia, saboreando o banquete que receberam. Os cadáveres já intoxicaram a atmosfera com sua podridão, já se tornando um com a terra que acomodava seus restos. O som de morte que há muito dominava o lugar, perdia espaço para um grupo de homens à cavalo que por ali vagavam às pressas.

Eles seguiram as aves necrófagas até onde não havia sombra das árvores, apenas destruição. Uma cratera cujo centro era um cadáver no qual seus ossos da face já saltavam para fora. O primeiro a chegar, segurava as rédeas com seu único braço. Com os olhos arregalados e vidrados no corpo envolto da capa vermelha.

Aos poucos, seus homens também se aproximaram da origem do impacto:

— Príncipe Satoru, é pior do que temíamos… não restou ninguém!

— Meu, meu pai… — um jovem em lágrimas se aproximava dos demais, segurando estilhaços de uma espada de prata. 

— Até mesmo o imperador — dizia um homem de armadura — como isso… 

— Restou sim — interrompeu Satoru, pegando a coroa de seu pai um pouco distante dali. O silêncio enfatizava apenas o barulho dos chuviscos caindo no solo, e os soluços daqueles que percebiam a tragédia, até que um grito enorme saiu da boca do sujeito no qual só tinha um braço — Suzaki! 

O grito perdurou por alguns segundos assustou todos e reverberou por todo redor, fazendo as aves fugirem. Ofegante, Satoru retomava a postura, colocando a coroa sob sua cabeça. 

Envolto pelas altas árvores que cobriam o céu acima dele, Suzaki deitava sobre o  chão coberto de folhas caídas. Escapando por entre a copa das árvores, um raio de sol batia na sua mão estirada, projetando uma sombra contra seu rosto. 

Ele se pôs a sentar, checando novamente seu corpo. Ombros e abdômen com cicatrizes profundas, mas pararam de sangrar. O resto de seu torso estava coberto de arranhões menores, embora já não sentisse mais dor. Pegando um de seus cotovelos, ele começou a se alongar jogando o braço direito para a esquerda. 

O caçador chegava por trás dele, escondendo uma de suas mãos, enquanto a outra descansava na cintura.

— Será que vai pelo menos olhar na minha cara dessa vez?

Suzaki permaneceu virado para frente, esticando suas pernas, girando seus braços, relaxando seus músculos. 

— Vez ou outra, encontrava um animal ferido na floresta — caminhava para frente — eu o ajudava, dando abrigo, comida e água. Podia ser predador ou presa. O problema é que depois que eles se recuperam, vão embora sem nem avisar. Nem mesmo um obrigado — puxou o objeto das costas. 

Munny jogou no solo bem na frente de Suzaki, que pegou em suas mãos para a frente da sua face. O espelho mostrou uma grande queimadura se estendendo de sua testa para um de seus olhos debaixo de seu volumoso cabelo. 

— Onde conseguiu isso?

— Essa floresta já recebeu batalhas pesadas, se vasculhar um pouco encontrará vestigios. Algumas lendas até dizem que é possível ouvir os gritos das mortes se tudo estiver quieto. Eu nunca acreditei nisso, até alguns dias atrás.

Suzaki desviou de seu reflexo, olhando para Munny, que dessa vez tinha seus olhos fixos na mata ao seu redor. Foi então que ele arremessou o espelho contra um tronco, respondendo:

— Está com pena deles? 

— O espertinho que poupou a vida de criminosos, que nem tinham a mesma cor dele, não mataria os seus tão facilmente — andou para pegar o objeto arremessado — Podia ter morrido se não fosse por mim. Mereço pelo menos uma explicação para essa mudança.

— Já você continua o mesmo caçador que deu as costas para mim, só está mais tagarela. Você é o último que tem o direito de cobrar qualquer satisfação minha — ficou de pé, caminhando para o abrigo — eu vou embora. 

Suzaki passava por Munny, que admirava o espelho quebrado com seu reflexo partido, constatando seus olhos profundos e seu rosto sujo além da cicatriz. 

— Nem sempre vivi assim, como um bicho, apesar de sempre ter sido um caçador — cerrava os punhos — mesmo nunca tendo contado o motivo de ter parado aqui, ele nunca saiu de minha cabeça — as palavras paralisaram Suzaki, ao tempo que Munny continuou: 

 [Quando eu era criança, meu pai explorava as florestas comigo numa mão e uma lanterna na outra. Chegando para depois da cachoeira, ele construía seu arco e afiava sua lança debaixo da luz da tarde, preparado ele pedia para que eu esperasse na beira das águas.

Em pouco tempo ele voltava com um cervo nas mãos. Certa vez, outra coisa voltou antes dele. Era uma onça. Ouvi seu rosnado de perto e saí correndo. Eu me escondi nas moitas com medo. Podia sentir ela chegando mais perto, até que ouvi seu gemido. Coloquei a cabeça para fora da moita e vi uma lança enterrada nela, além do meu pai.

— Se esconder não adianta muito. Animais assim farejam o seu medo — coçava a cabeça.

Eu corri para abraçá-lo, mas ele me segurou por um instante.

— É por essas coisas que eu falo para você não vir comigo. Quer voltar aqui? Vai ter que estar pronto. 

Desde então, ele me treinou. Em pouco tempo eu e ele estávamos sempre na mesma floresta, mas nunca no mesmo lugar. Já era um homem feito, entregando algumas peles para vender. Nessas vendas que eu conheci ela:

— Quanto uma mulher como eu precisa pagar para levar um animal como esse? — apontava para pele de um tigre.

— Para uma mulher como você — Munny levava a mão ao queixo — Eu cobraria o tempo livre dela.

— Eu acho melhor continuar caçando só animais — levava a mão à boca, rindo.

— Primeiro é preciso conhecer bem a presa — curvou a cabeça — Me chamam de Munny.

— Mia.

Minha vida passou a tomar um rumo, Mia passou a trabalhar comigo, isso até ela engravidar. Aos poucos, fui me distanciando das matas. Entrava, pegava o que eu precisava para venda, e vinha embora para o que eu estava construindo, a minha família.

Mas a guerra mudou tudo, todos ficaram com medo até da própria sombra. Pessoas eram assadas em fogueiras na rua para todo mundo ver. Até os animais na floresta estavam piores, mais assustados. Todos os dias, eu tirava um tempo para espiar meu pai na floresta. Desde aquele dia, eu nunca mais o encontrei. No lugar, encontrei eles.

Cinco homens maltrapilhos, com tatuagens no pescoço e uma braçadeira verde. Um deles, brincava com um arco de madeira nas mãos.

— Ei, porque que cê tá parado aí? Tá querendo alguma coisa?

— Quem são vocês?

— A gente é o bando que manda nessas terras agora. Agora, se manda enquanto eu deixo essa barato para você.

— Essa floresta não tem dono. Eu caço nela há anos com meu pai. 

— Ih olha só, é o filho do velhote, ele era osso duro de roer mesmo, nos atacou logo que viu isso — apontou para a braçadeira — é o que você precisa para circular por aí como bem entender.

O homem estalou os dedos, ordenando seus comparsas a cercar o caçador, que crescia os olhos percebendo as vestes do que fala sujas de sangue junto ao metal em sua cintura.

— Vocês…

Via a minha mão atravessando o crânio daquele miserável. Por mais que eu quisesse, tinha alguém esperando em casa. Tiraram de mim o meu pai, a caça, meu dinheiro e meio de sobreviver aos poucos. Minha raiva em relação a tudo isso só aumentava, eu precisava me distrair com outra coisa. 

— De novo, não — dizia Mia vendo Munny cambaleando para dentro com uma garrafa na mão — assim não posso te carregar — olhou para sua barriga crescida.

— Não precisa — afastou ela, se pondo de pé novamente, caindo dois passos depois, lágrimas desciam do rosto da mulher. 

Uma coisa leva a outra, minha raiva que me levou as bebidas, fez com que eu tivesse vergonha de voltar para casa. Passando mais tempo nas ruas, não demorou muito até cruzar com eles de novo:

Um grupo de homens entrou no bar, fazendo o lugar ser tomado pelo silêncio e aflição a partir de suas braçadeiras. Munny estava enchendo seu copo até a borda, quando reconheceu as vozes dos recém chegados.

— Olha só quem é — sentou-se na mesa — ainda não está com a braçadeira, caçador?

— Eu não quero confusão — respondeu, virando o copo.

— Pouco me fudendo para o que você quer — colocou as mãos no ombro de Munny — a questão é o que nós queremos — deixou sua braçadeira verde na mesa.

— Eu não fiz nada para vocês.

— Ah é? Não fez mesmo — fincou uma faca na mesa — mas aquele velhote fez, será que era seu pai mesmo? Já o encontrou? Nós cremamos o corpo então não dá nem pra te ajudar. Mas você pode nos ajudar se for um caçador melhor que…

De uma vez só, ele jogou sua cadeira para trás e virou o braço com o copo vazio em mãos bem no rosto do sujeito na sua frente. Antes que pudessem intervir, Munny enterrou o pedaço de vidro na garganta dele, o sangue esguichou sob a face transfigurada em raiva de Munny. 

Do lado de fora tinha muito mais deles, as facções estavam por toda parte. Eu corri pela minha vida, encontrando refúgio em um estábulo abandonado. Me meti entre feno, lixo e os dejetos dos cavalos, observando pela luz de uma vela em seus últimos momentos, eles irem e voltarem pelas ruas para então finalmente desistirem da busca.

Passei a noite escondido ali, como uma presa. Depois de dias tentando voltar ao meu habitat, entre as matas novamente, finalmente consegui chegar a minha casa, para encontrar nada além de entulhos, cinzas, tudo destruído. 

Bastou vasculhar um pouco para ver o cadáver dentro da casa, tudo o que eu conhecia como vida se foi ali. Mesmo desesperado eu não podia gritar, estava jurado sem ter para onde ir. 

Mas eu não podia virar as costas para as minhas memórias, Mia, meu pai, tudo o que tive, mesmo eu deixando escapar, são lembranças preciosas demais. Foi por ignorar isso que perdi tudo, então decidi nunca mais ignorar. 

E agora eu vivo como um animal, entre essas florestas, até que meu ciclo de vida termine de forma natural.]

Munny trazia o espelho partido de volta para a fogueira. Suzaki permanecia sentado perto dela, reparando em sua arma em mãos. 

— Na noite em que me salvou do açougueiro, o pensamento de terminar tudo cruzou a minha mente de novo. Aquela passagem era o esgoto de trabalho dele, era um rio que corria pelas cavernas logo abaixo. Nadei nos restos das vítimas dele, para encontrar a minha fuga.  

— Devia ter ficado por lá, ou se entregar e morrer de uma vez, não seria natural também?

— Não posso me entregar a aqueles que tiraram tudo que eu tinha — franziu as sobrancelhas — eu perdi a família que queria construir, mas não minhas memórias. 

— Desculpa — Suzaki riu, se levantando — Isso não é arrependimento. Tudo que sente é remorso porque não teve os resultados que queria. Na mesma situação você faria tudo de novo, como tem feito sempre que pôde.

— E aquele massacre… é o resultado que você queria?

— Eu escolhi tudo que fiz, diferente de você não tenho motivos para me esconder das consequências. Vou segui-las até o fim, esse é o ciclo natural das coisas.  

— Pode ser que seja apenas um peso na consciência — dizia enquanto Suzaki se reunia suas coisas — em todos esses anos, percebi que não somos diferentes dos animais, no fim só lutamos por nossa sobrevivência, como um instinto — o garoto virou as costas partindo dali — mas talvez se eu tivesse sido um humano com você desde o início, as suas escolhas seriam diferentes Suzaki?

O antigo príncipe já estava distante demais para escutar a pergunta, ignorando completamente as últimas palavras do caçador que ficava novamente sozinho. 

Em frente ao jovem que abandonava o caçador e a floresta hercinia, seguia pelas trilhas de terra elevada com cada passo despertando uma nostalgia. O arrepio que sentia frente ao caminho nas montanhas, lhe perseguia como um remorso incessante que o fez por um momento desviar seu olhar para um caminho alternativo.

Fechando seus olhos apenas continuou para além dos limites dos territórios que mais conhecia, se aproximando da inclinação dos morros para baixo em uma serra. Descendo com cautela avistava de longe muros erguidos que se estendiam como uma enorme fronteira. 

O silêncio perturbava Suzaki que contornava a estrutura, quando de repente uma luz verde surgiu de suas costas fazendo-o apontar sua arma: 

— Pensei que demoraria mais para aparecer. 

— Naquela vez pensei que era um enviado de Koji — reconhecia os olhos verdes brilhantes do sujeito que desfazia o portal — Seth não é? como me achou aqui? — abaixou sua lâmina. 

— Você está longe de casa, digamos que tenho o dever de te recepcionar em nossas terras — levava uma das mãos aos cabelos — afinal, meu lorde está te esperando. 

— Então desde lá o mascarado estava de olho em mim, o que querem comigo? 

— Nobura esteve à sua espera por muito mais tempo, mas tínhamos que fazer as tarefas de casa antes de ir brincar com os vizinhos. Certamente o próprio irá te explicar melhor sobre isso tudo — se aproximou colocando dois dedos para frente, fazendo um gesto de cima para baixo como se cortasse o espaço — se você veio até aqui como ele previu, é porque também quer algo de nós. 

— Só me leve até ele — respondeu ao tempo que outro portal foi aberto em sua frente.

Reluzindo em verde ao redor mostrando uma imagem embaçada do destino no centro. Atravessando a fenda, ela se dissolveu atrás deles, pela primeira vez Suzaki estava em território Kuro.

As ruas eram recheadas de cores neutras, com casas destruídas. As pessoas na rua faziam fila para receber comida, ao som de ordem dos arautos nas esquinas:

— Cada cidadão é permitido somente um prato! Um prato eu disse! Desordeiros encontrarão a justiça da guarda patriota!

Desfilando pelas ruas, pares de fileiras de homens armados de roupas pretas abotoadas, sempre guiados por um homem de estandarte de mesma cor. Suzaki seguia o sujeito que colocava seu capuz.

— Então a guerra ainda continua aqui dentro — perguntou reparando nos muitos militares. 

— Na verdade é o contrário — Seth cruzou os braços — desde a morte de seu rei em um atentado, uma disputa pelo poder se instaurou nesse reino. De um lado, os isolacionistas, do outro, os expansionistas. Este último obteve a vitória há poucos meses. 

— Não enxergo vitória por aqui — olhava de um lado para o outro, notando muitos mendigos e crianças trabalhando. 

— Pelo visto ainda tem muito que aprender — gesticulou apontando para um forte — Bom, chegamos.

As baterias de artilharia eram bem posicionadas tanto no alto como no solo, no qual os homens de preto abriam espaço apenas pela presença de Seth, sem questionar em nada a passagem dos dois. 

Próximo à porta de entrada, um homem maior que todos ali já podia ser avistado pelo antigo príncipe. Estava rodeado de outros no qual perderam sua atenção assim que sentiu a entrada de seu subordinado com Suzaki. 

O sujeito mascarado e corpulento caminhou lentamente em direção aos dois ao tempo que Seth colocou os joelhos no chão imediatamente, o jovem era encarado de cima para baixo por Noboru que soltou sua voz rouca:

— Você veio, presumo que esteja pronto. 

— Tenho perguntas.

— Se está aqui já sabe as respostas, só espera confirmá-las — se aproximou ainda mais de Suzaki — O que falta para que aceite a verdade? 

— Quem foram os Kuro que destruíram as vilas desérticas? — perguntou sem dar ao menos um passo atrás.

— Ainda busca por justiça? Aquilo foi um ataque desesperado de duas crianças imaturas, não muito diferente de você. Se seguir por esse caminho irá fazer a mesma bobagem que aqueles dois. 

— Eles devem pagar por esse preço — cerrou o punho. 

— Pagar? Todos nós estamos pagando o tempo inteiro — colocou a mão sob o ombro de Suzaki levando-o até fora do forte — pode parecer pesado o sangue de inocentes, mas ele é derramado dia após dia nesse mundo. Por isso não me parece coincidente que todos nós tenhamos o mesmo destino — fez um gesto com as mãos para as ruas — a morte. 

Kiiro, Aka, Ao… — Suzaki olhou para a cidade atrás dele — Sempre acaba na mesma coisa.

— A ovelha desordeira busca sentido e sempre termina banida do rebanho — colocou-se à frente do jovem — Primeiro foi o rebanho das crianças, depois da sua família e agora percebe que não há sentido. 

— Não fui banido, eu escolhi não segui-los.

— Essa sua arma, pensei que não estivesse mais com ela — rodeou o garoto — além disso, eu posso sentir, sua energia, seus sentimentos, o caos em você. O que você fez? 

— O que precisava ser feito — os dois se encaram após a resposta seca.

— Seth — chamou acenando para seu subordinado — não está longe das suas respostas — outro portal se abria. 

Ao atravessar, os três estavam diante de um uma enorme abertura no sopé de uma parede rochosa. Do lado de dentro uma enorme caverna esculpida no qual as paredes eram ovais e rachadas permitindo a passagem de alguns feixes de luz. No centro a chama grande de uma fogueira no qual quatro pessoas estavam ao redor. 

— Fique aqui por enquanto, aproveite e os conheça — disse Nobura apontando para os membros. 

Todos observavam a chegada dos visitantes sem expressar reação, com exceção de uma que correu gritando aos pulos:

— Lorde! Esses olhos azuis, então esse é aquele que tanto falava? Acho que era… Suzaka ou Suzuki. 

A garota com a mesma estatura de Suzaki levava um dedo a boca bem na frente dele. Seu cabelo enorme cabelo preto se estendia junto com o manto da mesma cor de tecido sofisticado cobrindo todo seu corpo, semelhante dos outros presentes. 

— Delta, precisamos de você, vamos! — disse Seth para a garota que abriu um enorme sorriso. 

— Vamos sim! — rodou com apenas um pé no chão — é um prazer Suzuki, depois nos falamos melhor — acenava. 

— Disse que iria me mostrar, não me deixar esperando — questionou Suzaki.

— Não vamos demorar — respondeu Nobura seguindo os dois que saiam da caverna — não há motivo para pressa. 

Olhando para a saída iluminada, notava a aproximação de um dos desconhecidos do outro ponto de luz da caverna:

— Ei, então você é o príncipe do Império Ao.

— Era — respondia se virando, encontrando uma mulher que olhava para ele de baixo para cima, com cabelo amarrado e uma cicatriz em sua testa. 

— Esperava mais de sua estatura — estendeu sua mão também marcadas com queimaduras antigas — sou Mayuri Gama, uma das Súditas do Caos. 


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

   



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