Volume 1 – Arco 1
Capitulo 13: O Poderoso Agente de Cabelo Afro!
O intenso sol do meio-dia ardia sobre a cidade central. Humanos e extraterrestres apressavam o passo para fugir do calor, usando até mesmo guarda-chuvas para criar uma sombra sobre si.
Em meio aos intensos raios solares, Jimmy — o jovem negro que fora derrotado pelas draconianas — saltava sobre os prédios com seu óculos de sol estiloso.
Mas, dessa vez, os óculos não eram apenas por vaidade: também escondiam seu olhar abatido e cheio de lágrimas.
Correndo sobre os prédios como se pudesse voar, o jovem dava mortais de uma laje para outra, apoiando-se com as mãos e demonstrando um equilíbrio descomunal.
Ao levar o pulso direito ao rosto, a tela de seu relógio preto exibia um mapa virtual. Seu objetivo era o ponto roxo — e ele já estava muito próximo.
Depois de saltar por dezenas de prédios, finalmente chegou ao ponto indicado: um galpão enferrujado, parcialmente encoberto por uma névoa roxa.
Observando os arredores com um binóculo, Jimmy não viu sinal de movimento — apenas muito mato e lixo espalhado pelas redondezas.
O coração de Jimmy parecia perfurá-lo por dentro. Ele não teve coragem nem de tirar os óculos de sol para olhar pelo binóculo.
— Minha velha é muito exagerada! Faltou no trampo pra cuidar de mim! Já falei várias vezes que hoje sou um adulto, mas ela parece pensar que ainda tenho oito anos...
Cerrando os punhos, tentando conter a frustração, declarou para si mesmo:
— Vou mostrar pra ela o que o glorioso Jimmy, agente da Piece Patrol, pode fazer!
Um estrondo aterrorizante fez o jovem arregalar os olhos. O portão de entrada do galpão foi despedaçado, e um odor de morte subiu até ele, que estava em cima de um prédio, obrigando-o a tapar o nariz.
— Meu pai do céu... esqueceram de congelar os corpos do necrotério, só pode! O ser que tá lá dentro deve ter feito muitos lanchinhos nojentos.
De repente, coberta pela névoa, a silhueta de uma criatura gigante de oito pernas surgiu na saída. Além disso, era possível ver a forma de uma cabeça humana.
Jimmy apertou um pequeno botão na lateral do binóculo, que se transformou numa pequena cápsula. Ele a guardou no bolso direito da calça.
Colocando-se de pé sobre o prédio, não desviou o olhar do que saía do galpão. Retirou outra cápsula do bolso e, ao apertá-la com os dedos, uma espada de lâmina cinza surgiu em sua mão.
Segurando firme o cabo da katana, disse:
— Parece que é hora de trabalhar.
Finalmente, o monstro revelou sua aparência assustadora: o rosto e o torso estavam em carne viva. Um olho vermelho ocupava metade da face, e uma boca cheia de dentes, posicionada abaixo do olho, se estendia até o pescoço.
A criatura não tinha braços. No lugar deles, seis tentáculos vermelhos de cada lado se moviam como se tivessem vida própria. Abaixo do torso humano, havia o corpo de uma aranha coberta de carne. Suas pernas, revestidas por escamas cortantes, pareciam armaduras negras.
Erguendo a cabeça, o torso humano soltou um brado medonho — o som de uma criatura demoníaca — que ecoou pelos arredores, assustando os corvos, que fugiram imediatamente.
O agente da Piece Patrol sentiu uma angústia tão profunda que suas pernas pareceram pesar. A presença maligna da criatura era terrível — morte certa para qualquer pessoa normal.
Mas Jimmy apenas apertou com mais força o cabo da katana… e sorriu.
— Mas eu não sou normal!
De repente, uma dúzia de moradores de rua saiu de trás do galpão. Sujos da cabeça aos pés — seis homens e seis mulheres — vestiam camisetas e calças manchadas de barro. Usavam toucas e chapéus que cobriam parcialmente suas cabeças, e seus corpos estavam visivelmente desnutridos.
Um deles, com a barba comprida, pele bronzeada queimada pelo sol e uma touca cinza rasgada, tomou a frente dos demais, ansioso para entender o que estava acontecendo.
Ao olhar para o monstro, seus olhos quase saltaram das órbitas. Sua boca tremia, tentando formar palavras, mas nenhum som saía. Era como se sua alma já abandonasse o corpo antes mesmo de qualquer ataque.
Os outros, ao verem a criatura, começaram a gritar. O monstro, que ainda não os havia notado, agora andava lentamente em sua direção.
— Socorro! Socorro! Alguém nos ajude! — gritavam os homens, sem coragem para correr.
De repente, os pequenos tentáculos do monstro — que flutuavam como se tivessem vida própria — cresceram absurdamente, transformando-se em anacondas de carne, grossas como o tronco de uma árvore.
Com o bote de uma cobra, os doze tentáculos monstruosos avançaram contra os moradores de rua. Não haveria tempo para escapar.
Mas então, uma voz ecoou em meio ao ataque:
— Disco Negro Giratório!
Algo semelhante a um disco voou em alta velocidade, partindo os doze tentáculos ao meio, e aterrissou próximo aos moradores.
Eles olharam para o lado, assustados, e viram Jimmy se levantando, com a lâmina de sua espada coberta por sangue roxo.
Uma mulher loira — de chapéu verde rasgado, camiseta cinza e calça jeans azul desbotada — franziu a testa e perguntou ao jovem:
— Quem é você? Algum ator de cinema?
Se achando uma estrela, Jimmy se levantou, penteou os cabelos e ajustou a voz para um tom galanteador:
— Embora eu pareça um artista, sou um oficial da Piece Patrol! Estou aqui para salvar vocês… e dar um fim nessa aranha horrível!
Um idoso careca, barbado, vestido com colete e bermuda verde, perguntou ao jovem:
— Que criatura é essa, meu rapaz? Um alienígena?
Sem tirar os olhos da criatura, o jovem respondeu:
— Esse monstro se chama Piolho, um parasita que veio do espaço. Nesse caso, ele se alastrou dentro de uma aranha! Depois de devorar tantos moradores de rua, acabou tomando aparência humana!
Uma mulher de cabelos grisalhos, olhos puxados e vestido azul ficou horrorizada:
— Então foi por isso que algumas das minhas amigas desapareceram!
Os moradores de rua começaram a se alegrar, acreditando que tudo estava resolvido.
Mas Jimmy sentiu um arrepio — como se uma espada tivesse atravessado seu peito.
Virando-se rapidamente para o Piolho, viu várias bolhas de carne brotarem dos tentáculos cortados.
Franzindo a testa e erguendo a espada à altura do rosto, o jovem murmurou para si mesmo, sem demonstrar espanto:
— Nada é fácil nesse mundo...
Subitamente, os tentáculos cresceram novamente, ainda maiores, como anacondas de carne viva.
Virando-se para os moradores de rua, Jimmy disse com voz firme:
— Vocês, saiam daqui agora! Não consigo proteger vocês e lutar com essa coisa ao mesmo tempo!
Os moradores correram desesperadamente. A criatura, ao ver suas presas fugindo, preparou-se para atacar, mas Jimmy saltou até a altura de seus olhos, posicionando a lâmina da espada na horizontal.
— Brilho Intenso!
Um brilho incandescente explodiu da lâmina de Jimmy, fazendo a aranha monstruosa gritar em dor e recuar.
Ela sacudia a cabeça humana violentamente, abrindo e fechando o olho repetidas vezes, completamente desorientada.
Enfurecida, a aranha começou a disparar seus tentáculos em todas as direções, além de atacar com suas pernas pontiagudas.
Um dos tentáculos foi na direção de um morador de rua manco, que se apoiava em um pedaço de madeira. O ataque o partiria ao meio, mas Jimmy correu com tanta velocidade que sua imagem se distorceu. Ainda assim, alcançou o tentáculo antes que atingisse o homem.
Desferindo um corte em forma de lua, Jimmy partiu o tentáculo em dois. O pedaço que passou ao lado do morador atingiu o chão com tanta força que formou uma cratera.
— Obrigado, meu jovem! — agradeceu o morador e correu o mais rápido que pôde.
Do outro lado, a aranha tentava empalar a mulher do chapéu verde com uma de suas pernas, mas Jimmy, em um movimento ainda mais veloz, surgiu próximo à perna da criatura como se tivesse se teletransportado.
Com as duas mãos, desferiu um golpe que, embora não cortasse a perna, foi forte o bastante para desviar seu curso, fazendo-a atingir o chão em vez da mulher.
Ao pousar, Jimmy segurava a espada com firmeza na mão direita. Seu rosto mostrava dor; os dentes cerrados e as mãos tremendo.
— Minha nossa... essa armadura na perna dessa aranha é muito dura. Pensei ter golpeado uma rocha.
A aranha então usou duas pernas para atacar Jimmy sem descanso, descarregando toda a sua raiva.
Ele se esquivava com dificuldade — apesar de seu tamanho, os impactos dos golpes faziam pedras voarem em sua direção.
Dando um salto longo para trás, Jimmy flexionou o joelho direito e segurou sua katana com a lâmina virada para trás.
De repente, uma aura alaranjada fluiu de seu corpo, concentrando-se na espada, que ficou cada vez mais brilhante.
Seu semblante era sério, e o olhar, profundo — como se encarasse seu próprio subconsciente.
Correndo em alta velocidade, ao ponto de sua imagem se distorcer, bradou:
— Águia Flamejante!
A aura em volta dele tomou a forma de uma águia incandescente.
A aranha ergueu as duas pernas dianteiras para bloquear, mas, ao ser atingida por um corte vertical enquanto Jimmy corria, foi arrastada para dentro do armazém, afastando-se dos moradores.
A lâmina cravou-se profundamente em sua perna. Jimmy a puxou com força, conseguindo recuperá-la.
Mas, para sua frustração, a perna da aranha se regenerou instantaneamente, sem deixar cicatriz.
A pupila do olho da criatura voltou ao normal, indicando que já conseguia enxergar.
Jogando os tentáculos para o alto, ela tentou esmagar Jimmy com ataques vindos de cima.
A velocidade era tão aterradora que parecia uma chuva de agulhas — e, em vez de buracos, os impactos deixavam crateras.
Usando toda sua agilidade, Jimmy se desviava dos golpes como se desaparecesse e reaparecesse, dando a impressão de teletransporte.
Ele se aproximou lentamente, driblando cada golpe, até parar sob o corpo da aranha.
Abaixou-se, colocou força nas panturrilhas e posicionou a lâmina virada para baixo.
Saltou, cortando a aranha de baixo para cima — quase partindo-a ao meio.
— Corte de Ascensão! — gritou em pleno ar, com a espada coberta de sangue roxo.
A aranha soltou um grito histérico de dor e, usando uma das pernas, acertou Jimmy em pleno voo, lançando-o violentamente contra a parede do galpão.
Segurando o estômago com a mão esquerda, Jimmy saiu do buraco na parede de alumínio, ficando sobre o mezanino.
Agradeceu por não ser uma parede de tijolos — mas algo ainda o preocupava.
— Ainda bem que esse galpão é de alumínio... senão, eu teria me ferrado!
— Mas sinto que aqueles moradores ainda estão por perto. Preciso segurar essa luta mais um pouco até eles se afastarem.
Dando um brado assustador que ecoou por todo o galpão, quebrando janelas, a aranha lançou todos os seus tentáculos contra Jimmy, que estava sobre a grade do mezanino.
Ele segurava a katana acima da cabeça com as duas mãos. Sua testa franzida ocultava o olhar feroz por trás dos óculos escuros rachados.
— Disco Negro Giratório!
Dando um mortal no ar com a lâmina virada para cima, Jimmy manteve braços e pernas juntos, girando como um disco laminado que fatiava os tentáculos em pedaços.
Ao pousar na retaguarda da aranha, não perdeu tempo: imbuído de energia laranja, inclinou o joelho esquerdo com a lâmina voltada para trás.
Correndo em velocidade alucinante, cortou todas as pernas da criatura com tamanha rapidez que, quando cortou a última, a primeira ainda não havia caído.
A aranha tombou, levantando uma nuvem de poeira, incapaz de se mover.
Jimmy posicionou-se diante dela, pronto para o golpe final. Mas a criatura inflou a boca e cuspiu uma gosma roxa em sua direção — suficiente para cobrir seu corpo inteiro.
Jimmy saltou para o lado. A gosma atingiu a parede de alumínio, derretendo-a e deixando uma poça roxa no chão.
Com expressão de nojo e quase vomitando, Jimmy gritou furioso:
— Sua asquerosa! Se isso tivesse caído em cima de mim, teria sujado meu lindo cabelo afro!
Várias bolhas de carne começaram a brotar das axilas do monstro, formando tentáculos ainda maiores.
Um líquido roxo escorria dos braços, pingando no chão e levantando um vapor tóxico.
Novas pernas nasceram no lugar das cortadas, agora com armaduras ainda mais grossas.
Jimmy percebeu que todos os moradores de rua estavam fora de alcance e sorriu. Tirou seus óculos pretos, colocando-os dentro do bolso da calça. Suas pupilas pareciam tochas, e um vapor começou a sair do seu corpo.
Ele transformou sua katana em cápsula e a guardou no bolso. Cerrando os punhos e olhando para o monstro com um olhar feroz, começou a falar como se estivesse se despedindo:
— Você foi um Piolho que me deu bastante trabalho, mas, ao mesmo tempo, me fez recobrar minha confiança! Irei retribuir esse favor te pulverizando de forma indolor.
Estendendo o antebraço direito com os dedos para cima, ele invocou: — Sol Negro Hell!
O corpo de Jimmy se transformou em chamas, que se expandiram por todo o galpão até causar uma explosão sinistra em forma de cubo, consumindo todo o galpão e toda a área ao seu redor.
O resplendor da explosão pôde ser visto por toda a Cidade Central. Pessoas saíam dos prédios, carros e motos paravam para olhar aquele brilho incandescente, sem saber do que se tratava.
Minutos depois, só restava uma fumaça preta gigante no lugar do galpão, e o chão estava escurecido, queimado pelas chamas. Jimmy saiu de dentro da fumaça com as mãos nos bolsos, intacto, com uma expressão despreocupada.
Colocando os óculos de sol nos olhos, ele ergueu o pulso direito e apertou a tela do relógio com o dedo indicador da mão esquerda. Um sinal verde apareceu, simbolizando que a missão foi um sucesso.
Ele ergueu a cabeça para aquele céu nebuloso e disse:
— Depois de hoje, minha mãe deve ficar mais tranquila!
Olhando toda a destruição ao redor, Jimmy fez um rosto de paisagem:
— Acho que me empolguei um pouco!
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