Volume 2
Capítulo 9: Ur — A Cidade de Pedra
O som de passos faz meu estômago revirar. Uma multidão de pessoas entram comigo na cidade, no entanto, mas pessoas saíam do entravam. O semblante daqueles tanto que entram, tanto que saem eram o mesmo: deprimido. Entendi que os que entravam deviam estar muito cansados da viagem, mas não entendia a expressão daqueles que saíam.
Estava ansioso para entender como funcionava uma cidade naquele mundo. Mas, sendo bem sincero, era difícil de entender Ur. Havia muitos prédios grandes e monumentos construídos que pareciam ser exuberantes. No entanto, ao mesmo tempo, aquela cidade não parecia ter nada de especial para ser lembrado.
Enquanto andava pelas ruas de terra, notei que havia muitas pessoas sentadas no chão da cidade. Seu semblante era o mesmo dos que havia visto mais cedo. Era como se eles quisessem se levantar para fugir dali, mas seus corpos não tinham força o suficiente para isso. Seus olhos eram vazios. Tais quais a de uma estatúa de pedra.
Fazia muito tempo que eu não via tantas pessoas reunidas. Pensei que quando visse aquele tanto de gente, me sentiria mal como mais cedo. No entanto, quando olhei ao meu redor notei que aquelas — coisas — que andavam pela cidade, não pareciam pessoas. De fato, mas pareciam estátuas de pedra. Uma cidade inteira cheia delas.
Pelo menos, aquele era o sentimento que eu tinha.
***
Ignorando meus pensamentos cheguei ao que parecia ser o centro da cidade. A cidade não é tão grande, então, não demorou mais que quinze minutos para que eu chegasse lá.
O centro de Ur era mais majestoso que o resto da cidade. Muitos prédios, igrejas e monumentos que pareciam ser bem antigos. No entanto, era visível que a majestade daquelas coisas passaram a muito tempo. Ainda sim era impressionante! Havia muitas pessoas e principalmente havia muitos lugares do qual me deu vontade de visitar.
*GROWNNNNNN*
A fome, no entanto, fez-me mover para um lugar em especial...
"Taverna de Ur..."
As letras eram estranhas para mim. No entanto, eu as entendia com perfeição. Era estranho, mas era muito útil para mim. Eu nunca fui o melhor aluno em história mas sabia muito bem que em uma taverna deveria haver comida e bebida. Movido pelo meu instinto primitivo me movi para dentro daquele lugar.
*CREWWWWWW*
O barulho da pequena porta de madeira fez meu coração pular. Em resposta ao som, as pessoas que estavam dentro da taverna olharam para mim. Não havia muitas pessoas lá dentro, mas, os poucos que tinham já faziam a pressão daquele lugar ser absurda. Era como se eles já soubessem que eu não era dali. E isso fazia com que meu corpo ficasse paralisado.
Entretanto, eu sabia que ficar parado ali não mudaria nada. Isso só seria mais estranho. Com passos lentos me movi para uma das mesas redondas de madeira. Tinha muitas que estavam vaziam, então, apenas sentei em uma dessas. Havia algumas pessoas que sentavam perto do balcão, elas pareciam me olhar de cima a baixo, mas eu não olhava de volta para eles. Apenas esperei com que o garçom viesse em meu atendimento.
Esperei alguns minutos. Passou-se cinco, dez... quinze minutos... nada. Ninguém veio em meu atendimento. Estava começando a ficar impaciente com tudo ali. Além disso, os olharem daquelas — estatúas — não me faziam me sentir em casa. Era estranho como eles se moviam, falavam alto e respiravam, mas mesmo assim, ainda pareciam estatúas.
Tinha duas alternativas: ir embora ou ir para o balcão. Havia um homem velho que suspeitei ser o dono daquela espelunca. Ele parecia desinteressado e limpava um dos copos com um pano velho. Entendi que o ideal seria ir falar com eles, mas não conseguia ter coragem para fazer isso. Não por causa de minha timídez, mas sim porque... era estranho...
...mas eu não me sentia bem-vindo naquele lugar. Era como se eu estivesse em perigo ali. Seus olhos, suas expressões... eu não olhava para eles, mas sentia que todos eles pararam de se importar com suas comidas e bebidas desde que eu havia chegado. Suas retinas apenas se voltaram ao estranho que estava ali.
"..."
Movido por aquele pensamento inquietante decidi que seria melhor ir embora dali. Não é como se aquele fosse o único lugar onde eu posso buscar por informações. Além disso, eu sou um estranho em um lugar totalmente diferente. Eu não podia ficar dando mole em lugar escuro e sem pessoas como aquele. Mesmo estando com muita fome, decidi que seria melhor me levantar e ir embora...
*CREWWWWWWW*
— HAHAHAHAHHA! ABRAM A CERVEJA! EU CHEGUEI!
A voz animada e destemida vinha da entrada da taverna. O grito entusiamado como que limpou toda a aura ruim e tensa daquele lugar por um segundo. Todas as atenções se moveram ao homem que havia acabado de anunciar a sua presença
— Oh?! O que temos aqui? Um jovemzinho? — O estranho esquisito não demorou para se mover em direção a minha mesa, no entanto, ele se sentou com cuidado na cadeira. Como se soubesse do estado delas.
— Você...
— Meu nome é Benedito Zane. Mas pode me chamar de Ben! — Exclamou o homem que parecia animado e feliz ao me ver. Era estranho e hospitaleiro, exatamente como eu esperava ser recebido anteriormente. Mas aquele homem foi o primeiro a não parecer uma estátua.
— [...]
— Meu nome é... Satoru Iori. P-prazer...
— Satoru Iori? Que nome esquisito Hahahahah!
Ele era um pouco irritante, de fato. Afinal que parecia ter o nome esquisito para mim, era ele. Mas, eu não queria ser mal-educado. Até porquê ele de uma forma ou de outra foi a pessoa que quebrou o gelo ali. Então, eu me senti grato pela presença dele.
— Ei, velhote! Traga a melhor cerveja que tiver... espera aí... garoto você é maior de idade?
— Hã?
Aquela frase me deu um pequeno choque de realidade. Se me lembrava bem, eu havia chegado nesse mundo na primavera. E havia se passado um ano depois de tudo aquilo. Então...
— Que dia é hoje? — Perguntei curioso.
— Hum... creio que hoje é 1° de Hera...
— [...]
Erich me ensinou muitas coisas sobre esse mundo, enquanto teve tempo e força. Uma dessas coisas foi sobre os meses desse mundo. Lembro que ele me ensinou que assim como na Terra, o ano também é dividido em doze meses:
Ajax
Ettore
Marc
Hera
Melian
Drograr
Jim
Togrr
Denzel
Pretrus
Lars
Oberon
"Se cada mês daqui representa um mês do meu mundo, então..."
— Hoje é meu aniversário... eu acabei de fazer 18 anos...
— O quê?!! Por que você não me disse logo?! — Exclamou, Ben. Cheio de alegria. — Velhote! Duas cervejas! Hoje é por minha conta Iori! Vamos comemorar!
Sim. Havia-se passado um ano inteiro. Aquele dia que nem parecia tão especial assim, logo tornou-se um dia memorável. Não era mais um garoto...
"...agora eu sou um homem."
Notas do Autor: Todas as Ilustrações dessa novel são feitas por IA. Comentem e façam teorias, leio e respondo todos os comentários
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