O Rei Preguiçoso Japonesa

Tradução: Thyros


Volume 2

Capítulo 16: Afeto de Luxuria

Apenas Leve Como Vier

… Então, o Lorde estava lá. Hoje também.

O ser transcendente. Um grande e ancião Demônio. O mestre da Depravação e Preguiça. O governante eterno. Bonecos de Massacre.
Deus Maligno. Leigie Slaughterdolls. O… mestre que eu devo sirvo.

O Rei Preguiçoso.
Sua existência em si esquivou de todas as luzes brilhantes da criação. Um Rei da escuridão.
Desde o passado inacabavelmente distante, um Demônio que reinou sobre este mundo.

“Bom trabalho… meu senhor.”
“… É.”

Tendo acordado pela primeira vez em um longo tempo, o comportamento do Leigie-sama não havia mudado nem de leve.
O trono azeviche. Ele era dito tendo existido bem antes do Castelo das Sombras ter sido completo. Era o único assento que o Rei Preguiçoso apenas era permitido se sentar. Eu enviei à ele um olhar vazio.

O que estava no fim dos meus olhos era uma única garota.
Cabelo e olhos prateados vibrante. Seus olhos de algum modo inocentes passavam um forte, e perigoso tipo de charme, e as asas brancas puras crescendo das costas dela davam uma luz forte, mesmo na escuridão, como que para demonstrar a vontade dela.
Mas ela não ia se mover de novo. Dos pés até as raízes do cabelo dela, ela estava coberta com uma parede altamente transparente de gelo, e agora, ela parecia nada além do que um trabalho de arte.

Valquíria. Uma mera sombra do que uma vez era Serge Serenade do Azul Prateado.
Aquela forma bela o suficiente para fazer meu coração saltar, independentemente do fato de eu ser um Demônio, ou que eu era do mesmo gênero, fez meus sentimentos se moverem um pouco.

“… Como foi?”

As palavras que eu inintencionalmente soltei haviam excedido minha autoridade.
Com meu único papel sendo de oferecer assistência ao Leigie-sama, eu não tinha o direito de perguntar a opinião dele. Mesmo se… Leigie-sama em si não possui emoções fortes para esse fato.
Era da servidora e do servido, a serva e o lorde. Uma linha clara.

Sem nem dar um olhar passageiro em mim, Leigie-sama falou, como se dando um solilóquio sozinho.

“… Tudo bem, eu acho… quando está tudo acabado, isto é tudo que sobra… É assim que a maioria das coisas vão no mundo, de qualquer forma…”

Não está… tudo bem.

A figura dele soltando um suspiro profundo verdadeiramente deu a impressão que ele não sentia mesmo nada.
Mas eu tinha uma leve ideia disso.

Alguém governando Preguiça, Leigie-sama pessoalmente esperou no trono, e ele soltou sua impressão em mais do que três palavras.

Claro, não importa quanto tempo eu tenha estado em serviço para ele, a Vontade do meu Lorde não era algo que alguém do meu humilde status deveria estar julgando, mas… eu tenho certeza que uma emoção além de Preguiça havia movido ele.
Por alguma razão, isso me doeu.

Mesmo se entender esse fato era o que verdadeiramente estava além da minha autoridade.

“Parece que eu me… tornei forte demais… eu não tenho certeza se ela veio cedo demais ou tarde demais… Não, isso é tudo apenas suposição inútil.”

A maleta preta apoiada no trono se transportou até a mão dele.
Era um poder para atrair o que quer que alguém quisesse.
Dentro dos meus longos anos de serviço, esse poder que até eu nunca havia visto antes era um que o Leigie-sama havia obtido bem recentemente. Um poder transcendendo o Nível Lorde Demônio.

Talvez os fechos não tenham sido presos propriamente, no que os conteúdos foram expostos.
Dentro, numerosas peças de xadrez haviam sido tacadas. Era um dos poucos pertences pessoais do Leigie-sama.
Peças de xadrez. Não é definido em que era elas foram manufaturadas, mas as peças eram muito pretas.

No começo, haviam provavelmente seis tipos, dezesseis peças ao todo, mas agora, haviam numerosos espaços vazios marcados ao redor delas.
O peão que havia sido dividido ao meio de forma limpa se teleportou, e preencheu um daqueles buracos.
Apesar que uma peça que uma vez morreu não deve ser capaz de ser usada de novo.

Elas eram armas. Ostentando o epíteto de Bonecos de Massacre, as importantes armas únicas do Leigie-sama.
Elas estiveram provavelmente ao lado dele por bem mais tempo do que eu já servi ele…

Originalmente, eu deveria ter sido aquela que pegaria isso para ele. Eu sabia disso, mas eu não conseguia me aproximar mais.
A expressão do Leigie-sama era apenas triste demais, deprimida demais… mesmo quando não era através de medo, meu corpo não se movia.
O poder dele tem estado muito mais acima, e ele não conseguia ficar ao lado daquela que ele mais queria.
Esse corpo dele era inacreditavelmente melhor do que aqueles de todos os Lordes Demônio que subestimaram e desprezaram ele.

Não importa quantos anos se passaram, quantas dezenas de centenas de milhares de dezenas de milhares de anos fossem se passar, ele estava longe demais para eles sequer verem os pés dele.

Leigie-sama lentamente moveu sua mão direta para frente  e para trás.

“… Meu senhor, o que seria?”
“… Você tem sido meio… irritante por um tempo…”
“!? Irritante… é?”

As palavras repentinamente direcionadas para mim me fez sentir como se meu coração fosse parar, mas eu logo percebi que esse não era o caso.
Os olhos do Leigie-sama estavam observando algum lugar bem longe que não era aqui.
Algum lugar muito distante para meus olhos verem. Eu estou aqui para cuidar do meu Lorde. Pelo bem disso, eu passei treinamento, e uma parte majoritária da minha vida foi devotada para isso. Mas que deplorável que é que ainda haviam coisas de que eu sou incapaz de fazer.
Mesmo que eu soubesse que isso era apenas meu ego falando…

“Ah… hah… mesmo se eu tenho os meios, que saco que é isso… se eu ignorar eles, eu duvido que se tornará um problema, mas não importa o que, eles pegam minha tenção.”
“… Há algo que eu possa fazer?”
“Ah… não, você pode sair. Euvo.”

Depois de soltar um suspiro profundo, Leigie-sama ergueu seu rosto, e apontou para a escultura de gelo com movimentos letárgicos.

“Por favor leve aquilo para o meu quarto.”
“Seu quarto… é?”
“É.”
“Entendido.”

Sem perguntar mais nada, eu me curvei profundamente. Eu dobrei meus quadris, e coloquei ambas as mãos no meu avental.

A oponente para quem ele foi tão longe quanto sentar no trono. Ele provavelmente tem muito para se pensar. Ele levou tanto eu quanto Medea para fora, e desejou confrontar aquela oponente sozinho. Ele deve ter muito para considerar.

Eu aproximei a escultura de gelo, e toquei ela com as pontas dos meus dedos.
Ela não tinha temperatura. Não era nem fria ou quente. O que parecia gelo, mas não podia ser, era certamente um selo. Um fragmento do poder que havia selado toda terra em gelo um ano atrás.

Se por este resultado, Leigie-sama é minimamente salvo, então está tudo bem. Eu não pensarei nada disso.

A maleta nas mãos dele desapareceu. Para onde ela originalmente deveria estar… provavelmente num canto do quarto do Leigie-sama. Até bem recentemente, essa tinha sido minha função, mas eu não tinha o direito de reclamar da seleção dele de usar uma Skill para transportar ela num instante.

Eu devo meramente achar alegria na grande tarefa de transportar esta estátua.
Eu irei ligar pelo Leigie-sama, e ao mesmo tempo, receber dele. No passado distante, essa era a relação que meu primeiro ancestral que veio em serviço ao Leigie bolou.

“Não adianta… tudo isso só parece… cansativo.”

Sua expressão fantasmalmente galante expressão enviou um olhar em direção dos meus pés.

Nossos olhos se encontraram. Como ele frequentemente nunca olhou alguém no olho enquanto falava, isso era uma ocorrência bem rara.

Um impacto como um choque elétrico correu pelas minhas pernas até minha espinha, e isso sozinho fez meu corpo enrijecer. Era um impulso similar com prazer, e bem uma honra para mim. Ganhar reconhecimento de alguém que governa Preguiça como o Leigie não é algo que acontece muito frequente.

Seus lábios formaram meu nome. Meu coração tremeu e se aqueceu. Eu me avisei para não deixar aparecer na minha complexão demais. Eu sou apenas uma serva leal.

“Lorna?”
“… Sim…”

Mas as próximas palavras a sair da boca dele haviam completamente excedido minha imaginação. Despreocupadamente, verdadeiramente apaticamente, ele soltou aquela declaração.

“Eu lhe concederei algum tempo livre.”
“… Eh…?”

Eu não sei o que ele estava tentando dizer.
Depois de alguns segundos, eu finalmente compreendi, e a verdade me acertou como uma frigideira na cara.
Uma vertigem maior do que qualquer coisa que eu já tinha sentido antes. Tudo diante dos meus olhos se apagou.
As velas estavam propriamente acessas, mas ainda o mundo inteiro parecia pesado e escuro.

Eu naturalmente coloquei minhas mãos nos meus ouvidos, e balancei minha cabeça. Meu coração parou por um momento, antes de se começar de novo com uma batida que parecia que ia causar uma ruptura.
Ouvi errado… não, não tem como eu sequer ouvir errado alguma vez as palavras do Leigie-sama.
Meu lábio tremeu. Eu tentei tomar um fôlego profundo para me acalmar, mas estava pressionada por ar.
As palavras que saíram depois de vários segundos meio cortadas, contrárias à minha vontade.

“E… eu fiz algum… algum tipo de… er… hic…ro?”

Minhas palavras misturadas com minhas lágrimas não eram nada adequadas para a serva perfeita do Leigie-sama.
Diante da esmagadora onda de emoção, parecia que todo o treinamento que eu fiz até agora havia sido sem sentido.

Não… só chorar seria… mais decente.
Sem notar as reverberações do meu próprio núcleo de alma, que parecia que ia se espatifar à qualquer momento, Leigie-sama respondeu.

“Sem… erro. Meus arrependimentos… sumiram. Eu ainda tenho que ver minhas expectativas futuras. Então eu irei apenas dormir… e esperar…”
“… O que você fará… sobre suas refeições?”
“Elas são desnecessárias. Em primeiro lugar, comer é desnecessário para mim.”
“… Limpar o quarto é…”
“Eu posso dormir em qualquer lugar.”
“… S-sua roupa é…”
“… Euvo.”

Talvez tenha ficado um saco, no que ele apenas retornou uma palavra no fim.
Mas o rosto dele não dava a impressão de que o que ele estava falando era uma piada. Em primeiro lugar, Leigie-sama não faz nada tão problemático quanto brincar.

O papel que eu havia recebido em vida era seguir a poderosa vontade do Leigie-sama. Minha predecessora, e todas as predecessoras antes dela haviam vivido suas vidas dessa forma. Se isto é verdadeiramente o que Leigie-sama deseja, se eu verdadeiramente serei uma obstrução para ele… eu devo engolir minhas lágrimas, e partir da presença do meu mestre.
Não, enquanto nós estamos nisso… seria melhor para mim morrer. Certo. Morte seria a melhor opção. Eu não sei qualquer outro jeito de viver. Eu não tenho nada que eu queira fazer.

Eu sabia. Eu havia percebido isso à muito tempo. Não tinha como eu não ter.
Para Leigie-sama, minha devoção… não, a devoção dos meus ancestrais inclusa, tudo isso era alguma coisa menor que lixo. Leigie-sama era capaz de viver sua vida sozinho.
Aquela dependendo do grande poder dele era eu.

Eu perguntei por confirmação mais uma vez.

“… Então você… não precisa mais de mim?”
“Euvo.”

Leigie-sama deu uma resposta verdadeiramente brusca.

Meus pensamentos correram à toda. Não necessária… não, o que eu devo…

Pela primeiríssima vez, eu tentei arbitrariamente interpretar as palavras dele.

Euvo…
Eu estou satisfeito com vosso trabalho… não, eu deixarei isto para você.

“… Meu senhor… não, Leigie-sama… eu quero lhe servir não importa o que… hum, bem, eu farei qualquer… coisa… apenas como sempre… você não pode me manter ao seu lado?”
“Euvo.”

A resposta curta do Leigie-sama.

Euvo…
Eu estou satisfeito com vosso trabalho… não, eu deixarei isto para você.

Ele vai deixar isso comigo…
Então eu posso fazer o que eu quiser…

“O-obrigada, Leigie-sama… pelo seu julgamento leniente, eu possuo a maior das gratidões.”

No que eu timidamente apresentei minha proposição falha, Leigie-sama me encarou com olhos como que para dizer ‘esta aqui com certeza é um saco’, mas ele não disse nada.
Meu campo de visão estava embaçando. Eu abaixei profundamente minha cabeça.

Pela hora que eu ergui ela, a figura do Leigie-sama já tinha desaparecido. Eu aposto que ele retornou para seu quarto.

Eu olhei em direção do carpete que estava uma zona, e as paredes trincadas. É impensável para eu deixar tal quebração na Sala do Trono. Eu terei que arrumar isso…
E depois disso eu terei que fazer as refeições do Leigie-sama e da Medea… Pode ser melhor começar os preparativos para a do Leigie-sama neste momento.
Claro, isso não vai ser muito de um problema no momento, mas para não abandonar isso, eu devo conduzir propriamente minha conduta…

Eu comecei a montar a lista de coisas que eu tinha que fazer, no que eu joguei meus olhos para a escultura de gelo da Serge Serenade.
Era uma expressão quieta, sem fúria ou tristeza, ou espírito de luta. Eu não tenho ideia do que ela estava pensando naquele momento.

Mesmo se eu tivesse minhas teorias, a natureza dos arrependimentos do Leigie-sama permanecia desconhecida para mim. Eu não posso realmente perguntar para ele, e mesmo que eu faça, eu duvido que eu receberei uma resposta.

Mas eu tenho certeza…

“Leigie-sama, seus arrependimentos irão… sumir algum dia…”

Eu não era uma unidade para guerra. Apenas uma simples maid, que existia para cuidar dos assuntos ao redor do Leigie-sama.

Mas o estado das coisas estava tudo dentro da minha cabeça.
Meu clã. O Clã das sombras em serviço ao Leigie-sama não se consistia apenas de mim e Hiero.
Lá em tempos antigos, no Mundo Demônio coberto em uma alta taxa de casualidade, com a proteção do Leigie-sama como nossa base, o clã gradualmente se expandindo se tornou aquele com a maior escala no mundo. Eles estavam espalhados por toda parte.

A informação adquirida por toda parte falava de contos disso.
Do começo da rebelião do Heard Lauder. De como o estado do Mundo Demônio, que esteve estagnante por tanto tempo, estava finalmente se movendo.
E poder era naturalmente atraído para maior poder.
Certo. Assim como… as mariposas são atraídas para as chamas de uma tocha.

Os movimentos do Vanity Seidthroan.
Os movimentos dos Anjos e Valquírias descendendo.
Mudanças grandes o suficientes que o exército da Grande Maou não podiam fazer vista grossa para elas.

De todo o resto, aquela que parecia ser o maior saco era… os movimentos da 『Igreja』.

Eu sou talvez a única que sabe disso. Apenas aquela que lhe adora assim.
O que meu poder de Luxuria me contou sobre você, seu 『Poder』, meu querido.

Governando sobre Preguiça, o 『Deus Maligno』.

Mesmo quando colocado contra o poder governante do Mundo Demônio, os Lordes Demônio, deve ser algo incomparavelmente pesado.
Não era apenas que o poder dele era forte. O significado por trás do Deus no título dele.

O segundo maior poder no Mundo Demônio.
O primeiro era o 『Exército da Grande Maou』.
O segundo, a 『Facção da Deidade Maligna』.

Mas o balanço de poder está sendo destruído por uma redução nos Lordes Demônio aliados à Kanon.
Com sua crença na base, a disciplina daquela Igreja que suprimiu seus próprios desejos para uma causa maior era anormal. Não é que eles eram fortes, simplesmente… anormal.
Para aqueles que reverenciam o Deus Maligno, tão indignos como eles possam ser, é provável que eles mirem sua pessoa.
Tudo que eu sou permitida à fazer é ficar ao lado do Leigie-sama. Mas eu gostaria de pensar que isso é mais do que o suficiente.

“Por favor descanse um pouco, Leigie-sama. Apenas leve isso como vier…”

O Rei Preguiçoso. De perto e longe, aqueles que sabiam dele fecharam suas bocas, e aqueles que não sabiam esperavam em medo.
Sua glória do passado era meramente um arranhão, um curto intervalo na eternidade dele. E pouco a pouco, isso tudo foi ficando cinza. Mas sua majestade é incessantemente passada adiante.

Eu não quero manter qualquer orgulho sobre isso, mas se é para saciar o tédio dele, então se ele desejasse por isso, eu ficaria para sempre ao lado dele.

Eu tomei a escultura de gelo sobre meu ombro, e parti da sala do trono.

Então agora, nesta sala, naquele trono, a chance alguma vez virá para ele confiar seu corpo para ele de novo?

Como que para extinguir meus pensamentos incoerentes, a porta soltou um estalar ressoante, no que se fechou firme.



Comentários