O Retorno da Gula Coreana

Tradução: Teverrr

Revisão: Melo


Volume 1

Capítulo 36: Ao Paraíso (2)

Yi Seol-Ah, Yi Sungjin e Yun Seora.

Os três estavam muito focados em completar missões. O motivo? É que o prazo para eles terem que sair da Zona Neutra estava se aproximando. Como precisavam de 1000 Pontos de Sobrevivência para poderem entrar no Paraíso, não era exagero dizer que o trio passava metade do dia no quadro de avisos no primeiro andar para tentar conseguir juntar o valor necessário.

Seol já havia dito para não se preocuparem com isso, mas eles não se contentavam com tal alento. Não era porque sentiam-se envergonhados, e sim porque, à medida que o tempo passava, percebiam o quanto o Marca de Ouro sacrificou para ajudá-los.

A prova mais óbvia disso era o equipamento que vestiam. Mesmo já estando naquele ambiente há um bom tempo, apenas cerca de 30% dos sobreviventes conseguiram comprar um set completo de armaduras. Essa observação já era o suficiente para alertá-los da imensa vantagem que tinham em relação à maioria.

Então o problema era fazer com que conseguissem aprender a sobreviver sozinhos. Com toda a ajuda que tiveram, não conseguir juntar a quantia necessária era inaceitável. No mínimo, gostariam de provar que eram dignos de entrar no Paraíso a partir das próprias forças.

“Consegui!”

Após completar um pergaminho de nível “normal” sozinha, Yi Seol-Ah gritou de alegria. Na verdade, concluir essa missão sozinha não seria algo muito grandioso para a maioria das pessoas. Porém, considerando o curto tempo desde que começara com essas atividades, a curva de melhora era mesmo assustadora. Na primeira vez que se aventurou no combate real não conseguiu nem puxar a corda do arco devido ao nervosismo.

“Será que ele vai me elogiar?”

Um sorriso formou-se no rosto da jovem quando ela lembrou do seu orabeo-nim que sempre a encorajava com ensinamentos ou com palavras motivacionais. Apesar da frustração que ele devia sentir pelo trio naquele momento, a Arqueira continuava ansiosa para contar o seu mais novo feito.

“Isso é divertido.”

Começou a olhar para o quadro com um olhar mais leve.

Como, inicialmente, um número muito maior de missões “Normais” estavam disponíveis, ainda era possível achar vários papéis com objetivos nessa dificuldade. Portanto, havia cerca de seis restantes, cada uma com sete tentativas. Planejava concluí-las antes de criar coragem em passar para as “Levemente Difíceis”.

“Vamos tentar esta aqui.”

Ao terminar tal dilema, escutou uma voz atrás de si.

— Olha só quem eu achei. Já faz um tempo, né?

Virou-se e viu uma mulher oriental com os olhos que lembravam os de uma cobra.

— Quem é… Ah. — Conseguiu lembrar. Mesmo com dificuldades, conseguiu reconhecer quem aquela pessoa poderia ser. Bem no final do Tutorial, será que foi ela quem apareceu no terraço? 

— Você é da mesma Área que eu?

— Eu lembro de você.

— Sério?

— Sim. Você foi a criança que tentou se mostrar e acabou sendo a primeira morta, não foi? Lá no auditório.

Aquele tom de voz fez com que as expressões faciais de Yi Seol-Ah ficassem mais rígidas.

— Você não sabe quem eu sou, sabe?

— M-minha memória não é tão boa.

— Claro, claro. De qualquer forma, é um prazer te conhecer. Meu nome é Oh Minyoung.

— S-sim, é um prazer. — Estava um pouco receosa quando respondeu de volta. Aquele mulher, nem se importava em disfarçar o deboche no tom de voz quando a encarava.

— Daqui a pouco o prazo chega, então, me conta, já conseguiu juntar os 1000 pontos?

— Ainda não.

— Sério? Você não conseguiu?

— Não… — Começou a suar frio quando sentiu a malícia naquela fala.

Oh Minyoung cruzou os braços e começou a analisá-la.

Talvez por ter focado em mobilidade, as vestes de Yi Seol-Ah consistiam em uma jaqueta de couro com uma pequena proteção de cota de malha por baixo. As calças também pareciam ser de couro de alta qualidade; na cintura, usava um cinto preto com uma adaga. Por fim, nas costas, tinha um impressionante arco recurvo com uma aljava cheia de flechas…

Chutando baixo, tudo aquilo devia custar cerca de 14000 pontos. Aquela mulher também tinha uma boa armadura, mas não conseguiria comprar nenhum dos equipamentos que a jovem usava mesmo após vender tudo que vestia.

— Parece que tá tudo bem com você agora.

— É…

— Não se importa se eu der uma olhada, né? — disse, dando largos passos e se aproximando da garota sem permissão. Assustada, ela tentou se afastar, mas o seu arco já estava sendo analisado. — Nooossa, parece que as coisas mais caras são as melhores mesmo. Quanto foi?

— E-eu não sei? Não deve ter sido muito. — Por estar muito nervosa, quase não conseguiu responder.

— É mesmo? — Ela analisou os arredores e logo deu um sorriso malicioso. — Se é assim, que tal me dar esse arco?

— Oi?

— Você disse que não devia ter sido muito, não disse? Ah, não. Eu não quis dizer de graça. Você me dá esse arco e eu te ajudo. Sabe o que eu quero dizer?

— N-não. Eu não preciso. Obrigada. 

Ah, para de cu doce. Você não disse que precisava juntar Pontos de Sobrevivência? Se você entrar no meu grupo, tenho certeza que vai conseguir o quanto precisa rapidinho — falou, apontando para trás com o dedão. Haviam três homens ocidentais sentados em uma das mesas com um olhar de interesse. Um deles até mesmo deu um sorriso e acenou.

A verdade era que eles eram as pessoas que tinham atacado Yun Seora. Mesmo sem saber disso, Yi Seol-Ah começou a se sentir mal e quis sair o quanto antes.

— P-por favor, me devolve. — Esticou a mão e segurou o arco. Em resposta, Oh Minyoung passou a segurá-lo com mais força.

— O que foi? Eu não disse que iria ajudar?

— Não preciso. Por favor, me devolve.

— Tá bom! Eu vou devolv… — Não conseguiu esconder a surpresa quando a jovem puxou com mais força. Tinha a subestimado e acabou perdendo a arma.

— Sua…

— Tô saindo. Se cuida.

“Essa garota…”

Oh Minyoung estava sentindo um misto de raiva e inveja.

— Ei! Quanto você cobra?

Aquelas palavras fizeram com que ela parasse. Virou-se e, mordendo o lábio inferior, perguntou: — Do que você tá falando?

— Você sabe. Só tô um pouquinho curiosa — respondeu com um sorriso maldoso no rosto. — Alguém que nem você cobra quanto por vez? Uns 100 pontos? 200?

— O-o que você disse?

— Quantas vezes você deu pro cara te comprar toda essa armadura aí? Hein?

— Orebeo-nim não é assim! — disse, chocada, com os olhos arregalados. 

Ah, para, vai. Acha que eu não sei que você mora no mesmo lugar que ele?

— Por que tá fazendo isso? — A raiva em sua voz perdeu um pouco a força. Lágrimas começaram a aparecer no canto dos olhos. Elas nem se conheciam. Não haviam conversado nenhuma vez nem na Zona Neutra, nem no Tutorial. Então por que aquela mulher estava sendo tão hostil?

— Eu já te falei. Só quero te ajudar. Qual o problema? Não quer a minha ajuda?

— Eu não preciso da sua ajuda!

— Olha só essa garotinha. Tá achando que é quem pra subir esse tom de voz comigo? — Ao sinal de Oh Minyoung, os três homens assistindo toda aquela cena se levantaram.

Pressentindo o perigo, a jovem começou a recuar.

— A mamãe aqui vai te ensinar um jeito facinho de conseguir uns pontos. 

— E-eu não preciso.

— Não tá preocupada com o tempo? Fica tranquila, esses caras aqui são generosos.

Ao ouvir aquelas palavras ácidas, a expressão no rosto da jovem tornou-se ainda mais rígida.

“Por quê?”

— Não precisa bancar a inocente. É muito tarde pra isso. 

Yi Seol-Ah já estava farta de tudo aquilo e estava prestes a fugir. Mas então…

— Sabe, você tem que parar de ficar se metendo nas coisas, não acha não? — De repente, um homem entrou no meio da discussão. Ficou surpresa com quem era, mas Oh Minyoung pareceu ficar com ainda mais raiva.

Era o homem que amava usar óculos de sol em um ambiente fechado e também usava um boné de baseball de trás pra frente — Hyun Sangmin.

— Você…

Ah. Eu achei estranho ter ouvido um cachorro latindo por aqui, mas quem iria imaginar que era só uma puta?

— O que foi que você disse?

— Ah, desculpa. Desculpa. O seu trabalho não parece honesto, então te comparar com uma puta é injusto — respondeu, levantando as mãos enquanto tinha uma expressão de arrependimento no rosto.

— Então, se eu me lembro bem, o seu apelido era… — Tirou os óculos de sol. — 10 pontos, não é isso?

Tremor.

O corpo da mulher tremeu todo, mas ela continuava tentando manter a postura.

— É melhor você ficar esperto se não quiser acabar todo fodido. 

Ah, é sério? — Olhou em volta e disfarçou um sorriso. — Se você tá se achando a fodona só por causa daqueles três bostas ali é melhor olhar pra lá.

O olhar de Oh Minyoung seguiu a direção apontada e, nervosa, ela engoliu em seco. Um grupo de quatro homens a encarava.

— Sabe, você não é a única com amigos por aqui. Oops, acho que você tá mais pra putinha dos três, né?

— Cala a boca — disse, encarando Hyun Sangmin com ódio.

— Eu não quero ficar olhando pra essa sua cara feia, então vaza daqui.

— Mas eu não quero. Além do mais, você também é uma putinha não é?

— Você só tem inveja dela, né? — disse, colocando uma das mãos sobre o ombro de Yi Seol-Ah.

— N-não. Nem um pouco — falou, hesitante. — Eu não tenho nem um pouco de inveja dela! Por que deveria ter ciúmes de uma garota que vende o próprio corpo por alguns pontos? — Mesmo que quisesse parecer confiante, aquela voz transparecia o que ela realmente sentia. Por outro lado, Hyun Sangmin permanecia muito relaxado.

— Para com isso. Você sabe que ela não é assim. É por isso que você tá toda nervosinha, né?

“Do quê ele tá falando dessa vez?”

— Tem gente que depende do prazer dos outros pra sobreviver, mas tem uma pessoa aqui que não precisa fazer isso. — Quando ele começou a zoar…

— Cala! A! Boca! — A voz dela ficou ainda mais pesada. Parecia que queria matá-lo.

— Tenho certeza que você tava muito feliz quando ela, o irmão e Yun Seora passavam dificuldades pra sobreviver. Ou eu tô errado? Você devia ficar de olho neles todo dia pra se consolar. Gostava de sentir um senso de superioridade pensando que, pelo menos, melhor do que os três você estava.

— S-seu filho da puta! Quando eu fiz isso? Tá doidão?

— Você tava esperando também, não tava? Esperando o dia que os três iam chegar no fundo do poço igual a você. Foi você quem deu a ideia pra aqueles três ali, não foi?

Foi nesse momento que Yi Seol-Ah ficou com ainda mais raiva. Cerrou os punhos e a encarou com ódio.

— E o que você vai fazer agora? Um dia você encontrou com eles e viu que estavam felizes para sempre! Comiam comida boa, treinavam e até conseguiram um equipamento bom pra caralho! Então como alguém com um complexo de inferioridade tão grande quanto você pode não ter sentido nem um pouco de inveja?

— Eu falei pra você calar a porra da boca, seu filho da puta! — Apesar de forte, aquele grito quase que se pareceu com uma súplica. — Culpa de quem?!

— Oi?

— Você, você me fez fazer isso! Por que só ajudou eles? Por que também não me ajudou?! Eu também sofri!! Eu também lutei muito pelo meu lugar aqui!! — Ela começou a balbuciar palavras incompreensíveis. Ao ouvir aquilo, Hyun Sangmin deu um suspiro sarcástico.

— Primeiro você tem que se olhar no espelho. Quem ia querer ajudar alguém tão maldoso? — A resposta veio de outra direção.

— O quê?! Quando que eu fui má com você?!

— Má? Várias vezes, na real.

— V-você... — Nervosa, deu um giro na direção da nova voz e acabou vendo uma mulher vestindo um roupão branco com os braços cruzados na altura do peito e um sorriso de desdém.

— Eu te ajudei no segundo andar e você ainda foi burra o suficiente pra cair na lábia do arrombado do Seok. — Era Shin Sang-Ah. — Talvez as coisas fossem diferentes se você tivesse tentado apertar o botão para abrir a porta que nem o Sungjin fez. Então me diz, quem abandonou quem num corredor escuro e cagou baldes pra isso? Hein?

Ao ouvir aquele relato, Oh Minyoung moveu os lábios sem emitir som algum. 

— E não é só isso. Lembra do que aconteceu no quarto andar?

— M-mas a-aquilo…

Ahh, e não vamos esquecer que não foi você quem deu aquela poção de ressurreição que nem a senhorita Seora — completou, dando um pisão no chão. — Você não fez porra nenhuma até agora e ainda quer que a gente te ajude?!

— Sua… — Sem conseguir dizer mais nada, começou a chorar. Ajoelhou-se no chão desesperada com toda a situação.

No entanto, Shin Sang-Ah apenas a encarou de volta, não se importando com o estado emocional dela. O máximo que fez foi desviar o olhar quando sombras se moveram. Por fim, os três homens se aproximaram depois de perceberem que as coisas não estavam indo como o planejado.

— Por que vocês não param por aqui? — Um cara muito forte interveio. — Pelo que eu sei, nada disso vale muito a pena. Precisa mesmo dessa confusão toda?

— Lógico, não vale a pena. Só apareci porque uma vaca tava fazendo muito barulho. Como o dono apareceu, ela deve dar uma sossegada. — Hyun Sangmin deu um sorriso sarcástico, fazendo com que o homem expressasse uma feição de raiva.

— Eu sei quem você é. Melhor tomar cuidado.

— São até parecidos, olha só. O que eu tenho a ver com vocês, seus bostas?

— Tá querendo morrer?

— Quer tentar? Tá confiante? — respondeu, dando um tapa na besta que carregava.

Analisou bem os arredores. Não havia apenas o time do seu possível oponente, mas também o daquela outra mulher. Estava em desvantagem numérica.

— Vou me lembrar de você.

Ah, tá bom.

— Não pense que todo Marca de Bronze é igual. Veremos no Paraíso.

— Nooossaaaaa, tô com o cu na mão — disse, fazendo com que a amiga começasse a rir. O homem os encarou de volta por um tempo depois de carregar Oh Minyoung e se afastarem.

O pouco de paz fez com que Yi Seol-Ah soltasse a respiração.

Ufaaa…

Não esperava nem um pouco por tudo isso — nunca iria imaginar que aquela mulher carregava tanto ódio.

— Ei, você tá bem? — perguntou o Arqueiro, dando tapinhas nos ombros da jovem.

Ah, s-sim! — disse, balançando com a cabeça um pouco constrangida.

— Que bom que eu tava te procurando. Toma cuidado, tá bom? Aqueles três são maldosos.

— M-muito obrigada. Mesmo. — Agradeceu abaixando a cabeça para fazer uma reverência.

— Não precisa disso. Seol que me pediu pra ajudar vocês.

— Orabeo-nim?

— Sim. Ele me disse que essa tal de Oh Minyoung parecia suspeita e perguntou se tinha como eu andar com vocês um pouco.

— Sério? Ele me pediu pra ficar de olho na senhorita Seora — disse Shing Sang-Ah, olhando em volta do primeiro andar. O amigo balançou a cabeça como se já soubesse.

— Tá pensando em descansar um pouco? Se não estiver, que tal tentar uma missão Moderadamente Difícil comigo e o meu time? O seu irmão também tá convidado, lógico.

— P-podemos? — O rosto dela brilhou. Se conseguisse entrar naquele grupo não precisaria mais se preocupar com outro incidente do tipo acontecendo.

— Relaxa. O pessoal já tá sabendo. Além disso, você acha que eu pareço com alguém que faz as coisas de graça?

— Não é?

— Por esse favor… — Puxou um cigarro enquanto segurava a pausa dramática antes de continuar a frase. — Seol prometeu nos ajudar em uma missão Difícil!

 

***

 

O fim do prazo da Zona Neutra, que um dia pareceu tão distante, chegou. A maior conquista que conseguiu foi completar todos os pergaminhos classificados como “Muito Difíceis” com o seu time. Apesar de terem sofrido um pouco na primeira tentativa, nas outras se prepararam melhor e obtiveram um desempenho bem mais satisfatório. Não era como se não tivessem passado por nenhum perigo, mas nada se comparava ao Leorda Salvatore recebendo uma ferida mortal.

Finalmente, após concluírem esse objetivo pela décima vez, o quadro de avisos ficou vazio.

— Acabou. — O indiano tirou o turbante e o torceu, dando a impressão de que um fardo tinha saído de suas costas.

— Mas ainda tem uma sobrando… — Odelette Delphine encarava aquele último pedaço de papel com uma expressão de desejo.

— Já vou adiantar, se você estiver pensando em tentar aquela missão eu tô fora.

— Concordo. É loucura. — Tong Chai e Leorda logo se apressaram para expor as opiniões.

— M-mas tem aquele bônus adicional…

— Também sou contra. Não importa o quão gostosa a recompensa possa parecer, não vale a pena. Delphine, a gente tem que saber diferenciar doideira de bravura. — Até mesmo Hao Win discordou. Tudo que a Maga pôde fazer foi ficar de beicinho.

— Ela até parece impossível de completar, não importa o quanto eu pense.

Depois disso, os seis se despediram. Tinham sobrevivido a um mês de vida ou morte juntos, então a conexão que tinham havia se tornado muito forte. Em outras palavras, Seol superou as expectativas de Kim Hannah sobre fazer amigos importantes.

— Consegui ganhar muitos pontos graças a você.

Cumprimentou Tong Chai…

— Eu nunca vou esquecer de que você salvou a minha vida. Se precisar, me procura na Sicília — disse Leorda Salvatore.

— Amanhã nós vamos nos encontrar de novo mesmo — falou Odelette Delphine, piscando um dos olhos para ele. — Amor é uma emoção, meu caro. Nunca esqueça disso.

Se despediu de Hao Win com o cumprimento que inventaram.

— E ninguém perguntou o meu nome… — O Sacerdote sem nome(?) deu um sorriso de canto de rosto ao sair.

Agora sozinho, o Marca de Ouro olhou para o quadro de avisos. Analisou aquela missão “Impossível”  mais uma vez. A recompensa não era apenas os 172800 pontos, como Delphine disse, mas também tinha um adicional.

“A loja VIP…”

Mesmo que a sua ganância ganhasse força, ainda balançou a cabeça em discordância. Ouviu dizer que um exército médio cheio de Terráqueos nível 4 mal tinha conseguido completá-la, então era muito improvável que ele sozinho conseguiria. Desistiu e saiu andando.

A Zona Neutra fecharia no dia seguinte.

Por ter muitas coisas para arrumar, o seu quarto estava uma bagunça.

“Primeiro, organize tudo na bolsa, pegue o que conseguir, devolva o celular antes de sair, e gaste tudo o que sobrar além dos 1000…”

Ao pensar na sua conta, sentiu-se muito satisfeito consigo mesmo. A maioria dos companheiros que tinha investiram muito em equipamentos e habilidades, mas ele não havia gastado nada e continuava juntando. Graças a isso, nunca teve tantos pontos. Porém, seriam inúteis caso não os gastasse até hoje.

Enquanto organizava a bolsa, percebeu que um sentimento de arrependimento estava crescendo. Sabia que aquela missão era muito complicada, mas a imagem daquele pergaminho ainda estava nítida.

Fez tudo o que pôde para se distrair desse pensamento.

— Três bolas de feitiço, a caneta de pena consciente…

Plop.

Ao mesmo tempo em que organizava a bolsa, algo caiu e emitiu um ruído.



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