Pôr do Sol Brasileira

Autor(a): Galimeu


Cidade Flutuante – Destino Flutuante: A Entrada da Cidade

Capítulo 29: Primeiro Vislumbre

O pesar era inexistente em Réviz, que escalou o hotel e fitou ao redor. Ao balançar a cabeça por todas as direções, encontro o assunto desejado mais distante. Traje de caçador era efetivo em disfarçar no escuro, entretanto, numa adição significativa, puxou um capuz e se definiu como imperceptível.

Atravessou as ruas ao saltar entre os prédios, usava os objetos como meras ferramentas de locomoção, esgueirou, girou e agarrou com exímio pelo percurso. Logo, num passo pesado, aterrissou numa rua escura e sem iluminação, o único lugar que faltava ser tocado pela luz colorida que acendeu pelas ruas. Uma multidão passou pela rua em fervor de festa, cantavam e dançavam a frente de uma carreta que seguiu até o parque. 

— Animais…

O desprezo pelo distanciamento curto entre as pessoas o fez fungar o nariz. Após atentar para frente, a antiguidade foi constada confirmada na mente: “Museu da elevação, o primeiro lugar que vislumbrei”. Réviz fitava a grande placa acima, comparou a versão recebida anteriormente entre pontadas na cabeça, que era branco e belo, um lugar movimentado e adorado num dia ensolarado. Agora, o branco desbotado em meio ao cinza morto e escuro davam o contraste fiel como abandonado.

— Previsível… infelizmente.

Entretanto, era notório a presença de alterações recentes. Imensas mensagens coloridas abordavam por toda a entrada, que estava com uma noção vazia de qualquer emoção. Fogos de artifício preencheram os céus, e Réviz nem deu a mínima importância.

Todo o movimento da cidade estava concentrado nos barulhos que viam de suas costas: música, vendedores, famílias felizes; uma festa para todos. Um ambiente que não trazia tanto agrado para o terceiro nível, embora tal comoção fosse descrita de forma perfeita nos cartazes na porta do museu. “Venham! Amanhã acontecerá o grande festival flutuante!”, uma mensagem com desenhos amigáveis perdurados ao serene ambiente sem alma. 

Ignição singela percorreu o corpo, que disparou em uma escalada até o topo pelos pilares. Igual aos vislumbres, como também viu. O telhado era quase inteiramente composto por vidro, a iluminação natural e dos fogos realçaram o estado deplorável e largado do lugar.

— Coincidência? Temo que não.

Uma imensa janela percorria por todo o telhado, deixando todo o interior visível através da luz fria da lua. Aproximou-se do centro e abriu uma escotilha por perto, se atirou do topo numa aterrissagem que ecoou e vibrou os objetos.

Seu traje escuro se camuflava perfeitamente nas sombras, entretanto, um grande brilho branco tocava sua silhueta extravagantemente. A luz pulsava como se alimentasse uma ansiedade incomum no ambiente histórico. Em meio aos clarões momentâneos, notou os objetos de exposição do lugar: pinturas, estatuas, fotos, armas e um grande mapa de toda a cidade. 

Aquele museu era a personificação de toda a história do lugar que sempre parecia flutuar de longe, que tinha uma imensa importância nos seus vislumbres. Com uma pressa e delicadeza incerta, caminhou até a porta do fundo do museu, onde trazia toda a atenção rítmica, desviando de esculturas de pessoas importantes.

Passou pela última estátua e parou. Retomou o olhar e confirmou a suspeita incomum. Era uma estátua de um homem barbudo e de cabelos espetados e amarelos. Numa pose poderosa, o sujeito representado pisava em outro, que tinha um enorme cabelo roxo e liso, amarrados a uma lança quebrada. “O reconheci”, pensou ao lembrar do vislumbre do grupo da montanha, aonde o sujeito sem o manto estava livre para ser descrito como igual à estátua.

Abaixou o corpo e notou a placa. Tentou ler a interpretação da representação mostrada, mas todas as gravuras estavam desgastadas a ponto de serem ilegíveis. Luz continuou interrupta, banhou a placa e capturou novamente atenção do agente. 

Esgueirando com muita cautela sobre uma noção vaga do destino, não sabia o que esperar daquilo. Sua face se contorcia em frieza e… curiosidade, ter encontrado uma figura tão precisa no museu era a prova de que a missão de décadas tinha resultados a mostrar. Logo após, a postura se tornou atônita quando percebeu a verdadeira utilidade da sala que tinha a luz.

Paredes rodeadas por monitores que gravavam ângulos constantemente do centro da cidade, mostravam as pessoas de cada milimetro em volta do parque, bebendo, conversando, beijando e se divertindo. 

O monitor do meio da parede era o maior, transitava entre imagens mais claras destes ângulos. Porém, não foi isto que fez a boca abrir e o ar entrar, foi o perceber que o maior registrava a visão total do hotel em que hospedou seu grupo.

Observados? Era essa uma de suas interpretações, entretanto, seu fundamento de lógica desmoronou quando percebeu, no lado esquerdo, que a fonte do brilho em sequência vinha de um imenso cristal em um altar. Cada olhada era uma pergunta. Por que o vice-líder de esquadrão estava sendo pego de surpresa? Era realmente possível algo tão esperado de alguém inesperado?

“Qual o significado disto?” Os olhos percorriam frenéticos pelo branco que tingia a sala. Encurtou a distância com a ponta dos dedos até a pedra, mas o movimento hipinótico foi travado ao escutar o ronco de um sujeito mais ao fundo em sua direita.

O choque com a informação não deu tempo de perceber a missão que um terceiro nível devia ter em mente: não abaixar a guarda. Sua jornada para encontrar respostas dava frutos, não conseguia se conter com a devida postura. Negou com a cabeça, agoniado pelo próprio fracasso em se manter são.

Definitivamente, buscou se manter preparado ao avaliar o local que entrou. O comodo era largo demais para ser focado em apenas vigiar. Dessa forma, retomou a postura cautelosa e rígida num olhar para quem dormia. 

O ronco começou a reverberar mais alto, a pessoa, que relaxava com a cadeira inclinada e apoiada na parede, tinha braços jogados para trás enquanto babava. Tão indefeso assim? “Por via das dúvidas…” pensou, inconformado. 

Retirou sua luva direita e levou deu dedo para a testa do dorminhoco. Antes que sua ignição manifestasse e invadisse a mente do desconhecido. Faíscas apareceram como uma alucinação de um oitavo de piscada e deram um curto pelos dedos.

 “Outro!?” A ignição enlouqueceu com o toque, se propagou em meio ao ar sem controle em um milésimo. Deu um salto para trás ao notar o despertar do indivíduo, que se equilibrou na cadeira após deixa em pé e cultuou a presença inesperada:

 — Um curto… — Bocejou. — Parece que é a primeira vez que me vê, não é? — disse causalmente, com uma voz amistosa.

Posição de guarda enrijeceu sobre a reação de Réviz, que via ali a ameaça inesperada. “O mesmo que houve com Mark”.

— Ah! Não me diga que não sabe. Afinal, é o blá blá blá de dois usuários quando se tocam de primeira vez. — Coçou os olhos.

Um comportamento tão amistoso aparecia com algo tão esquisito… Receio preenchia os pensamentos do agente, a visão se deparou com a marca no pescoço daquele que não conhecia.

— Um exilado. — comentou em tom seco.

— E você é um terceiro nível — retrucou, apontando o indicador junto a um sorriso corado.

Com o reconhecimento e apresentações forçadas, concluíram uma introdução crua, a qual foi prosseguida com troca de olhares silenciosos.

— Qual é o objetivo deste lugar?

— Ô, moço, cê que não era pra tá aqui em primeiro lugar… — Estralou o pescoço. — E que não posso te entregar a paçoca.

Essa conversa não tinha mensagens iguais. Enquanto um se preparava para o desconhecido, um transmitia uma certa ameaça com hospitalidade ou amizade. 

 — Escuta só. Que tal você me deixar te dar uns tabefes para você esquecer disto, tipo, literalmente, e eu puder concluir aqui sem ter que manchar as mãos? — Coçou as orelhas.

Huh! Conheça teu lugar. Considere esta mesma proposta para si.

O sujeito relaxou a postura, triste com o resultado. Ombros despencaram, queixo negou e balançou as mãos ao esticar a coluna. A sequência de alguém recém despertado era desleixada. Ficou notavelmente desapontado, pois o rosto confiante aparecer como uma ameaça já ganha.

— Já que insiste. — Jogou a coluna para trás. — Comecemos... — Ignição percorreu por todo o seu ser em cores misturadas e rítmicas.  — Direção — sussurrou, animado.

As duas mãos brilhavam fortes em cores que disputavam a mesma intensidade, o amarelo e roxo. O cristal, que foi a razão inicial a levar ao conflito sem hora marcada, parou de emitir presença quando os pulsos pararam abruptamente, permitiu em ter o guardião dorminhoco destacado em meio a escuridão.

Uma áurea amigável vinha do homem no momento em que levantou a mão direita para um estalar de dedos. Réviz, atento a cada centímetro do usuário de energia encontrado, espantou-se ao notar o desligar um a um dos monitores até a ausência do visível pudesse ser uma descrição direta da sala. Dessa exata mesma forma, o sujeito prosseguiu até Réviz, quem desviou de um soco direto com o girar de quadril.

Um chute alto veio numa corrente de ataque devido ao desvio. O vice-líder executou um mortal para trás que o deixou de costas para a porta que levava até o salão principal do museu.

As mãos adversárias pareciam dançar no escuro, possuindo cores que não se via normalmente. Foi muito ágil. Dedos foram até a ponta do nariz de Réviz, mas foi permaneceram a deriva pela ventania que o reflexo exageradamente veloz e frio do invasor de museus teve.

Aquele individuo parecia ter sua energia canalizada nas mãos, estava claro que seu objetivo era o toque direto. Réviz tinha um impulso exponencial a cada metro que o adversário se aproximava. “Parecida com a minha”, notou a insistência no toque das mãos coloridas.

Eram assustadoramente rápidos pelo grande local histórico, tentava a aumentar a distância com aquele que possuia incerteza das capacidades completas que mostraria.

O olhar afiado do terceiro nível analisava o comportamento inimigo com detalhes minuciosos. “Mão aberta, mais brilho”. A ignição daquela energia trouxe brilho de cores mutáveis que haviam de ter um padrão do comportamento. 

Pulavam paredes, quebravam itens. Insatisfação atormentou o guarda desajeitado. Dentes tremeram e um grito foi emitido no mesmo momento. Réviz, na espera do avanço, se pendurou na parede. Mas o ataque não veio. 

Percebeu o adversário afastar num salto até que uma escultura invadiu o campo de visão no meio da luz do luar. Um barulho de pedras rachando e fragmentos que caiam ao chão surgiram atrás da escultura. 

— Nada pessoal.

A estátua foi levantada com empenho. A ignição amarela estava tão intensa que iluminava os arredores como um farol. Num ato ainda mais desajeitado, o inimigo atirou a estátua em Réviz enquanto deu uma piscadinha com a língua para fora.

O projetil improvisado foi desviado e aproveitado. Réviz pulou no objeto e usou como um caminho suspenso para uma investida. Olhos ascenderam e as pernas aceleraram. Junto do punho erguido, recriou o ataque que racharia o escudo da Luri.

Projetou, agora, o adversário contra a parede feito outro projetil forçado. A nuvem esbranquiçada das estátuas preencheu o campo de visão, entre os lutadores. Mais tentativas de surpreender Réviz que não conseguiam sucesso. Ações que não deviam ser previstas foram revigoradas a frente. Uma pintura perfurou no branco do ar. Réviz nem teve a ligeira vontade de agir. O objeto nem chegou aos pés dele. 

— Xô testar um trem.

O amarelo brilhou e revelou momentaneamente a silhueta por trás da poeira. Seu adversário usou objetos ao redor como munição, atirando em alta velocidade qualquer coisa que as mãos coloridas tocavam.

Um clarão surgiu junto a uma torrente de furos apareceu, Réviz foi abordado pela distração inevitável e desesperada, que não tinha poder defensivo eficaz do que os próprios punhos. A nuvem dissipou enquanto o terceiro nível pulou antes de girar o corpo no ar, ficou ileso ao colocar o corpo no vão entre os tiros no ar.

Dedos singelos foram até as costas… No milésimo anterior em que Réviz ia atingir o chão, um olhar determinado e confiante o cercou por cima. A ignição marrou apareceu e foi condensada nas costas. Surpreso com o tempo de reação do invasor, o adversário foi forçado a recuar. Tentou cancelar a tentativa do ataque sem escapatória em uma fuga também sem escapatória.

O braço de Réviz foi em direção ao pescoço e o imobilizou, prendendo suas pernas com as do outro, desviando do caminho — impressionantemente, o tatame se tornou o próprio oxigênio, podendo fazer uma plateia vibrar numa competição pela virada instantânea da vantagem.

Antes mesmo do movimento desesperado ter o fim de eventos com o impacto forçado do piso, pôs sua mão na direção da testa e sua ignição se tornou ainda mais ativa.

— Contra…

— Ainda. Não!

Eletricidade percorreu em um grito que se propagou no mesmo com o pescoço amarrado. Luzes de roxo e amarelo se tornaram outro clarão em meio a uma ignição tão potente que podia ser vista de muito longe feio um relâmpago.

Raios percorreram e espalharam no ar e pelo corpo de Réviz — um fenômeno tão bonito e capaz de causar pânico para qualquer um que fosse o alvo. Despreparado para isso, a estratégia minuciosa desabou quando percebeu que sua própria ignição — aquela que traria sua “contradição” — se misturou com o de seu inimigo.

Desfez a guarda por cima do adversário e pousou no chão, aflito com o movimento. O outro se levantou, ainda com o sorriso casual enquanto o brilho amarelo e roxo afloravam pelo corpo, chiando em estática.

— Nossa! — Coçou a garganta. — Você não é ruim, hein… Só faltou cuidado meu e… seu! — apontou para o peito de Réviz.

De repente, um símbolo apareceu por cima de sua roupa, era o resultado do mesmo ataque que tentou evitar.

— Não só deixou outro curto aparecer, mas como, também, fez a saída aparecer. — Mostrou a mão esquerda, que balançava como um tchauzinho, pelo fato dela não estar mais brilhando.

 

— Se há saída, há uma entrada. — Outro sorriso amigável ao levantar a última mão, brilhando intensamente até se condensar em um símbolo na sua palma. 

A luz roxa estava cravada no peito de peito de Réviz, e a luz amarela pulsava na mão direita do inimigo repentino: 



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