Raifurori Brasileira

Autor(a): NekoYasha


Volume 1

Capítulo 4.1: Interlúdio Na Vila Grain

Hora da introdução de personagens relevantes em um capítulo irrelevante.

Enquanto Rory — no lado de fora — preparava-se para dar o golpe de misericórdia no portão da vila, os aventureiros veteranos embriagavam-se em plena luz do dia na guilda. Os mais jovens, por sua vez, procuravam algumas missões decentes para que pudessem arranjar dinheiro para comer naquela noite… não havia nada ali que pudesse ser considerado “decente”.

— As missões estão pagando menos a cada dia… Ahhh! — comentou uma garota com um grande chapéu pontudo e vestimentas típicas de bruxa, tudo indicava que a sua Classe era algo como “bruxa” ou “maga”.

— Realmente… o que será dos aventureiros dessa vila esquecida pelo resto do mundo…? — suspirou o garoto ao seu lado: um espadachim de cabelos loiros e olhos azulados. Seu físico era o de alguém em seus quinze ou quatorze anos.

— O-olha, que tal e-essa de procurar ervas medicinais… — sugeriu uma menina tímida com vestimentas de arqueiro, ela era a mais jovem entre os três e possuía orelhas pontudas brotando das laterais do cabelo meio esverdeado.

Ah, drogaaaaa, de novo isso! Tô cansada de coletar ervas, já fizemos isso três vezes apenas nessa semana! Se é pra fazermos isso, é melhor irmos trabalhar com ervas nas favelas de Fallen, lá pelo menos pagam mais — protestou a bruxa.

— Minha espada vai enferrujar se não encontrar logo uma missão que envolva uma luta contra monstros… — disse o espadachim, encarando sua espada curta na cintura, lembrando-se que essa não era a única espada curta que fazia tempo que não entrava em ação.

Após um suspiro sincronizado, os três aventureiros, com idades de quem devia estar frequentando a escola, voltaram a encarar o quadro de missões da guilda. Coletar ervas, limpar o banheiro do senhor Guu, dar banho nos animais da senhora Clarice — na verdade, a velha era quem precisava de um banho. Todas as missões eram deprimentes e pagavam uma merreca.

— Estamos sendo atacados! — Um homem, trajado com uma armadura de guarda e uma espada longa na cintura, adentrou na guilda ofegante, chamando atenção de todos os aventureiros presentes, exceto daqueles que já estavam embriagados. Sua figura era conhecida na região, principalmente por ser alguém esforçado da guarda.

— Preciso da ajuda dos aventureiros! Estamos sem guardas na cidade, por isso vou pagar bem aos aventureiros que estiverem dispostos a nos ajudar — ele disse em um único fôlego.

Se ainda havia alguém que não deu atenção ao homem de início, nesse momento ele tinha à sua disposição a atenção de todos os aventureiros — e até dos empregados da guilda. 

Em um lugar onde patifes e bêbados ganhavam a vida fazendo algumas missões para o governo, mencionar dinheiro era o suficiente para ter a atenção de todos voltada para si — principalmente de ladrões e mercenários.

O espadachim loiro e a arqueira com orelhas pontudas trocaram um olhar suspeito discretamente, como se confirmassem algo.



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