Rei das Sombras Brasileira

Autor(a): Genji


Volume 1

Capítulo 24: O Rei das Sombras

 

— O seu olhar entrega seu desespero — falei enquanto observava Ariella.

— Ah, Rei das Sombras, você é incrível — ela me olhou com um sorriso.

Sabia que era impossível ela ficar calma ao ver os dragões, então por isso pedi para Tiamat trazer os dragões até aqui. Meu plano é fazer com que a verdadeira Ariella se liberte do acordo, mas não posso fazer isso sem a ajuda de Valorian.

Ariella caminhou em minha direção enquanto pegava uma foice do caos. 

Ela saltou e cortou o ar em minha direção. Saltei e o ataque foi direto para o chão. Invoquei a espada de sombras e investi; a foice e a espada se cruzavam, e começamos a trocar golpes. 

Saltei no momento em que ela moveu sua foice em minha direção e chutei o rosto dela. Ela me encarou enquanto caía de frente para ela.

— Para me derrotar, você deve lutar como um homem — sorri.

— Eu posso fazer isso — ela disse.

— Então me prove.

Ariella segurou o cabo da foice firmemente e girou. Uma lâmina vermelho escarlate veio em minha direção e parei com a espada de sombras enquanto desviava do ataque.

— Querida! — disse Valorian enquanto se aproximava junto de Isael — você é melhor do que qualquer demônio; sei que você pode me ouvir.

Ariella colocou sua mão na cabeça e os seus olhos se tornaram roxos. Ela olhou para Valorian e estendeu seus braços esquerdos.

— Me ajuda, amor! — seus olhos voltaram à cor vermelha e ela começou a gargalhar — esse corpo pertence a mim.

— Vamos, Ariella! Você consegue superar um lixo que é um demônio! — encarei ela.

— Vamos lá, garota, seu marido está te esperando — disse Isael.

— Não adianta, ela não vai ouvir — o demônio deu um sorriso.

Os três investimos em direção a ela. Isael deu um soco no rosto dela e Valorian virou sua espada para usar o lado não afiado. Ele bateu a espada contra o rosto dela; ela deu alguns passos para trás, e apareci atrás dela e a segurei.

— O que?! — ela começou a se mover para tentar escapar.

Isael socou a barriga dela, e o ataque foi tão poderoso que me jogou para trás com o impacto. O demônio apagou por alguns minutos e aproveitei a situação para usar a magia de sombras na cabeça dela.

De repente, fui teletransportado para um local onde tudo estava escuro. Olhei em volta enquanto analisava o lugar e encontrei a verdadeira Ariella com as mãos em seus joelhos e a cabeça baixa.

 Me aproximei dela, e ela ergueu a cabeça; os olhos eram roxos, então pude confirmar que era a verdadeira. Me agachei em frente a ela.

— Quem é você? — disse ela enquanto me olhava.

Ao ouvir ela perguntar quem eu era, deu-me um forte alívio, pois agora sabia que quem estava atrás de mim era o demônio e não ela.

— Sou Galrian Wolfhart... um aliado do seu marido.

— M-me tira daqui, por favor — ela colocou a mão sobre o meu casaco.

— Se acalma, eu vou te tirar daqui.

Um demônio de cabelos rosas e olhos vermelhos emergiu do chão enquanto carregava uma foice em suas costas.

— Eu não vou deixar.

Olhei para o demônio e depois para Ariella, convoquei uma barreira de sombras ao redor dela.

— Fique aqui, isso vai te proteger — me levantei e movi meus olhos em direção ao demônio feminino — Certo, vamos acabar com você.

— Eu não sei como entrou, Rei das Sombras, mas você vai sair — ela retirou a foice de suas costas enquanto me encarava.

— Eu vou sair, mas vou te levar junto — as botas e as luvas de sombras apareceram em minhas mãos e pés.

Ela investiu em minha direção, desviei e ergui minha perna esquerda, acertei um chute nas costas dela. Ela colidiu contra a parede escura, e Ariella colocou a mão na cabeça como se isso tivesse afetado ela.

— Não me diga que...

A demônio apareceu enquanto chutava minha barriga. Fui empurrado e parei centímetros próximos de colidir com a parede.

— Estou dentro da mente da Ariella? Como isso é possível — me preparei — seja como for que eu fiz isso, vou tentar levar a demônio de volta.

Dei uma investida em sua direção. A luva direita desapareceu, e abri a minha mão; o rosto dela foi coberto pela minha mão, e a empurrei.

 Nós dois atravessamos o corpo de Ariella enquanto Valorian e Isael nos olhavam com os olhos arregalados. A Ariella original abriu os olhos e abraçou Valorian.

A demônio começou a rolar pelo chão enquanto eu conseguia ficar de pé.

— Como fez isso, Galrian? — disse Isael.

— Seja lá o que você fez, Rei das Sombras, você conseguiu trazer a Ariella de volta.

— Ainda não acabou — a luva reapareceu em minha mão direita.

— Eu sou a morte, sou a destruição... eu sou Lilithia, a demônio dos acordos — os olhos dela brilharam em vermelho.

— Saquei, você é o demônio responsável por fazer pactos — dei alguns pulos baixos e estendi minha mão para ela enquanto a chamava — Mas isso não importa para mim, venha.

— É por isso que eu odeio homens! — ela saltou em minha direção — Eu vou te matar, Rei das Sombras.

A luva de sombras foi coberta, e acertei um soco na barriga dela. Ela cuspiu sangue e foi arremessada para longe.

— Causar uma guerra, tentar extinguir nós homens só porque não os suporta — comecei a caminhar em direção a ela — Você se acha superior, mas é apenas uma demôniazinha que se acha. Vou fazer um favor para a Morgana.

Ela arregalou seus olhos enquanto me olhava. Levantei minha mão para cima, e a espada de sombras se formou.

— Você disse que conseguiu vencer Arya, Jules, Johanna e Hestia, mas não conseguiu me vencer.

— Seu orgulhoso de merda — ela se levantou enquanto tentava me atacar.

Cortei o ar em direção a ela, e a espada a partiu ao meio. Ela começou a se transformar em poeira que foi varrida pelo vento. 

Movi meus olhos em direção a Valorian e a Ariella que estavam abraçados, e Isael se aproximou de mim.

— Eles me lembram eu e a Jules — disse Isael.

— Fico feliz que tudo acabou bem — dei um sorriso enquanto os observava.

 

[...]

 

À noite, todos estavam reunidos para comemorar o fim de uma guerra que inicialmente Ariella e Valorian não haviam causado. Tudo foi resolvido, um acordo foi formado entre Hilusia e Ymir. Eu estava sentado no telhado do castelo novamente e dessa vez a própria Ariella veio falar comigo devido ao que havia ocorrido em Ymir.

— É... — ela olhou para o céu.

— Desculpas aceitas, não foi você que ordenou os ataques.

— Queria agradecer por ter me salvado — Ariella fixou os seus olhos em mim.

— Seu marido já agradeceu — fechei os meus olhos — só não faça outro acordo com um demônio porque da próxima você poderá não ter tanta sorte.

— Queremos agradecer cordialmente, então pode ir até Ymir amanhã?

— Vou pensar um pouco, mas isso é meu trabalho — abri os meus olhos enquanto uma doce brisa era soprada em direção ao meu rosto.

Logo, Valorian também subiu no telhado e abraçou Ariella. Fala sério, já não bastava aguentar os flertes de Isael e Jules, agora teria que ver um rei e uma rainha flertar ao meu lado. Isso só prova que eu sou um ímã de casais.

— Deu o recado para ele? — Valorian falou.

— Sim, ela deu — me levantei — aproveitem a vista, é a minha preferida aqui em Hilusia.

Saí do telhado, deixando os dois pombinhos para trás. Enquanto caminhava pelos corredores iluminados, senti algo esquisito e olhei pela vidraça do castelo. 

Uma sombra surgiu da parede e me puxou para um local que eu só posso descrever como escuro. A sombra começou a me enforcar.

— Achou que me mataria, era? — disse Lilithia — Achou errado, Rei das Sombras, e esse foi o seu pior erro.

— Você... — tentei falar enquanto ela apertava minha garganta — É irritante...

— Esse é o seu fim, Rei das Sombras — ela se mostrou agora com o lado direito do rosto apodrecido.

— Sua aparência anterior era aceitável... mas esta... combina com um demônio como você... — dei um chute na barriga dela para que ela me soltasse.

Ela me soltou, bateu na parede, pegou a foice do caos e veio até mim. 

Desviei, abri um portal de sombras e a chutei em direção a ele. 

Passamos pelo portal e emergimos em uma floresta, onde árvores com troncos grandes nos cercavam, iluminadas pela luz da lua.

Ela investiu e começou a balançar sua foice enquanto eu desviava. Vi a lâmina passar centímetros de distância de mim.

— Ei, saia de perto de mim com essa sua cara feia — falei e segurei a lâmina da foice.

— De quem é a culpa?! — ela girou o corpo e me chutou.

Fui arrastado um pouco para trás e a encarei.

— Sua?

— Errado! Foi sua! — ela correu em minha direção e voltou a me atacar com sua foice.

Desviei para o lado, e uma esfera de fogo surgiu do céu e a atingiu. Arya, Hestia e Johanna estavam ali para me ajudar, mesmo que eu não precisasse de ajuda.

— Você é insistente, garota — disse Johanna, com os braços cruzados.

— Nunca vi um demônio tão insistente. Está apaixonada pelo Galrian? — falou Arya.

— Se for, é melhor entrar na fila que-ri-da — Hestia sorriu.

— Parem de falar sobre mim, dá vergonha alheia!

— Eu não matei vocês, mas agora eu vou — Lilithia ergueu o braço direito enquanto o esquerdo segurava a foice.

Uma esfera de caos surgiu e fixei meus olhos nela. Estendi meu braço e uma esfera de sombra surgiu na minha mão. Disparei em direção a ela, e a esfera de sombras foi consumida.

— O que?! — reagiu Johanna.

A esfera foi jogada em nossa direção, e usei as asas de sombras para segurar a esfera do caos.

 Arya, Hestia e Johanna cada uma criou uma esfera de elementos diferentes: Arya de fogo, Hestia de água e Johanna de vento, elas disparam em minha direção. Com a ajuda das três, consegui empurrar a esfera. 

Porém, percebi algo: a esfera do caos havia causado queimaduras em minhas mãos e ainda não haviam se regenerado.

— Entendeu agora, Rei das Sombras? — disse Lilithia — O caos vence as sombras. 

Então, as sombras são fracas contra o caos... que desvantagem em Nix, mas quem se importa? Eu vou acabar com ela, com fraqueza ou não.

Voei em direção a ela, e duas espadas de sombras surgiram em minhas mãos. As meninas observavam enquanto eu começava a balançar as espadas, cortando Lilithia.

— Você... — comecei a cortar mais rapidamente — é...

Ela soltou um grito enquanto eu atingia seu coração.

— Irritante! — finalizei o ataque enquanto respirava ofegante.

Dessa vez, eu havia cortado Lilithia permanentemente. As asas de sombras desapareceram e exausto, caí em direção ao chão com os olhos fechados. As três me pegaram e me carregaram de volta para o castelo.




[...]



De manhã, acordei com Isael ao lado da minha cama, pronto para jogar um balde d’água em mim. Abri os olhos e o encarei.

— Nem pense nisso.

— Você não estava acordando — ele colocou o balde no chão — Era o plano B.

— Por favor, não use seu plano B de novo — me sentei na cama.

— As meninas contaram o que houve ontem. Difícil imaginar que a fraqueza do Rei das Sombras seja usada pelos demônios.

— Vou encontrar outro jeito — suspirei.

— Temos que partir para Ymir. Os dragões vão nos levar.

Levantei-me e segui Isael até o pátio do castelo de Hilusia, onde Tiamat e Fafnir esperavam, juntamente com Bahamut e Nidhogg. Hestia estava montada em Tiamat.

— Carona para Ymir? — ela sorriu.

— Fafnir — falei.

Ele baixou a cabeça, e eu subi nele. Johanna e Arya subiram em Bahamut, e Isael e Jules em Nidhogg, enquanto Hestia inflava suas bochechas.

— A Tiamat permitiu que você a montasse? — disse Isael, olhando para Hestia.

— Sim, permitiu — disse Hestia.

Os dragões levantaram voo em direção a Ymir. Ariella e Valorian haviam retornado mais cedo com alguns dragões do exército que Tiamat trouxera. Fafnir acelerou, e ficamos ao lado de Tiamat e Nidhogg, dei um suspiro e fechei meus olhos enquanto aproveitava a brisa.



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