Volume 1

Capítulo 1: O Despertar do Rei Demônio

— Acorde — tal palavra ecoou em meu cérebro fazendo-me despertar.

Minha consciência parecia se misturar com um riacho lamacento; todos os tipos de conhecimento e sabedoria preenchiam meu cérebro. Entretanto, embora tivesse despertado por mim mesmo, não sabia aonde estava; eu não tinha memórias.

Olho à minha volta; pedras lisas, um lugar escuro, algo parecido com um diagrama mágico aos meus pés. — É algum tipo de caverna? — Murmurei.

— Bingo! — Uma voz estranhamente clara e alegre foi ouvida.

— Quem é? — Pergunto, a voz retorna. — Olá, Rei Demônio Ashtaroth. Ou talvez, devo chamá-lo de Ashta? Como deseja?

O nome "Ashta" me parecia familiar. 

“Acho que esse já foi meu nome.”

Embora pensar muito me desse dor de cabeça, tinha uma vaga lembrança de ter sido um adulto que morava numa pequena cidade em algum lugar.

Enquanto eu ponderava, a voz voltou a falar. — Está correto, seu nome é Ashta. No entanto, isso é passado. Você agora é o Rei Demônio Ashtaroth, aquele que foi escolhido por mim, A Transcendente — ela fez uma pausa, mas segundos depois voltou — Mas... suponho, que deva escolher... qual vai ser?

E então eu disse: — Ashta.

— Tudo bem então, Ashta — ela sorriu. Não, na  real eu não conseguia vê-la, portanto não sabia se realmente sorria.

Ah, seria melhor se você pudesse me ver? — A voz me perguntou, como se estivesse lendo minha mente. 

Eu assenti com a cabeça — o clima da conversa não estava necessariamente com alguma forma, mas eu poderia dizer que estávamos prestes a falar sobre algo importante. Nesse caso, deveríamos estar frente a frente, à vista um do outro.

Logo, um corpo começou a se materializar — a princípio, o ar vazio parecia distorcer, depois transbordou com uma energia poderosa — duas mãos e, em seguida, uma cabeça apareceu, e então o resto do que era uma jovem com cabelos grisalhos foi visto.

Ela parecia ter entre 13 a 16 anos; muito jovem, sua aspecto era nobre e, mesmo usando roupas simples sem padrão, sua impressão geral não era mediana tava mais para uma beleza digna.

— Se existisse uma deusa, você seria uma… — eu disse isso com um sussurro, ela riu.

— Então você acha que eu sou uma deusa? Bem, eu Transcendi tudo afinal. Porém, não sou uma. Consigo trazer as pessoas de volta à vida, transportar-las ou reencarnar-las, mas não posso me intrometer neste mundo. Isso me torna um tanto incompleta.

Ela continuou: — Masss... possuo o tipo de poder que faria os humanos pensarem em mim como uma. É muito difícil explicar, então você pode me chamar de “Deusa” se quiser.

Ela me deu sua permissão, e eu não conseguia pensar em nenhum apelido, então decidi que iria chama-lá assim de agora em diante.

— Deusa, despertei e recebi todos os tipos de informações. Porém, não possuo memórias do meu passado. Quem sou eu?

— É possível para mim dizer, mas o seu passado é tão importante?

— Bem, é.

— Não entendo. O que é importante para os humanos é o presente, o futuro, eu acho. E claro, você não é mais humano. É um Rei Demônio.

— Eu sou um Rei Demônio?

— Exato. Você é um dos 72 Reis Demoníacos deste mundo. O frutífero Rei Demônio Ashtaroth.

— Então renasci como um...

— Sim. Eu fiz isso para que você pudesse reformar este mundo. Bem, os Deuses fizeram.

— Isso significa que tenho que viver como o Rei Demônio a partir de hoje?

— Isso mesmo. Você não quer?

— Não é que eu não queira. Na verdade, sinto-me estranhamente feliz.

— Foi o que pensei. Astha, você é muito promissor. Os outros Deuses não o queriam para tal cargo, já que não tinha habilidades especiais. Mas, eu me apaixonei pelo seu talento e por isso ti escolhi.

— Talento?

Uhum, você é realista. Normalmente, uma pessoa que acordasse na sua situação entraria em pânico. Ficaria completamente confusa. Não seria nem capaz de responder adequadamente. Já você, aceitou facilmente a realidade e se adaptou. Acho que isso é um talento; assim te salvei após uma morte tão infeliz, e o fiz renascer neste mundo.

Hm…

— Quer saber como morreu?

— Parece deprimente, por isso não precisa.

— Sensato — a Deusa riu.

— Enfim, como um Rei Demônio, há coisas deve fazer.

— Dominar o mundo?

— Isso também. Acho que você será um grande rei. Porém, primeiro, o que deve se fazer é reconstruir seu exército. O exército do Rei Demônio. Existem muitos Reis neste mundo; cada um deles tem seu próprio exército, cidades e castelos também. Eles também administram essas cidades e reúnem fundos militares para aumentar suas forças e batalhar contraoutros reis.

—  Reis Demônios lutam entre si?

— Isso é estranho para você?

— Sim. Afinal eles são da mesma raça.

— As pessoas de sua vida passada não lutavam então? Os humanos não lutavam entre si pela terra? Eles não se matavam?

— … — eu não tinha resposta para isso.

— É o mesmo aqui. Acontece em todos os lugares. A guerra é a opção final para todo ser inteligente. E aqui não é exceção; neste mundo, aqueles que são chamados de "Rei Demônio" estão lutando pelo domínio total. E você, se tornou um deles.

— Então, devo matar todos os outros?

— Isso depende de sua pessoa. Você pode torná-los seus subordinados ou exterminá-los. Claro, poderá até trabalhar com eles. Mas, eu, como a “Deusa” que foi designada a você, espero que  faça algo melhor que isso.

Suponho que isso aumentaria sua estima entre os Deuses — caso eu fosse o aquele que se tornasse o único Rei Demônio.

Entretanto, não pretendo trabalhar duro apenas para que ela pudesse se gabar depois, e claro, também era possível que eu fosse morto de imediato. Por isso, devo fazer o meu melhor para sobreviver.

Portanto, em primeiro lugar, preciso saber sobre minhas habilidades.

— É como um ditado diz “Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo“, você tem um bom raciocínio. Certo, primeiro, suas habilidades — a Deusa falou, e começou a recitar algo; era um idioma que eu nunca tinha ouvido antes.

E então, de repente, uma grande rocha se materializou a dezenas de metros de distância; a figura disse que eu deveria destruí-la.

Entretanto, eu estava nu, literalmente... E como seria capaz de destruí-la? 

— Você possuí o poder de mudar o mundo. Assim, caso tenha o desejo de destruir aquela rocha, se tornará realidade.

Logo imaginei a rocha quebrando e cerrei meu punho — meu braço direito começou a brilhar com um vermelho vívido — minha própria mão liberava uma chama ardente; a disparei como uma rajada, no fim, ela perfurou o alvo.

A grande rocha foi dividida ao meio, não, ela se desfez em pó.

— Este é o meu poder...? — Murmurei, e a Deusa sorriu.

Momentos depois, ela me deu roupas; uma camisa preta e um sobretudo preto. Era o tipo de traje ameaçador que você imaginaria para um Rei Demônio.

Após vestir; ela me elogiou por parecer digno, e no final, sussurrou algo de forma que eu não pudesse ouvir. — Um dia você será conhecido como o Rei Demônio mais poderoso da história.


Nota:

 Algumas imagens serão pegas do "mangá" da obra — já que isso aqui é um Webnovel, raramente terá alguma ilustração — leve isso como “extra”.



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