Volume 1

Capitulo 12: A empregada é a rainha

Mais cedo naquele mesmo dia.

Eric caminhava em meio a vegetação. Em uma de suas mão o garoto carregava uma cesta de piquenique, enquanto na outra segurava a bateria que havia retirado do Opilião que estava preso ao braço de Isabela. 

Tinha passado boa parte de seu tempo livre focando na busca de descobrir a origem daquele objeto, contudo não conseguiu encontrar nada e, para seu azar, seus pais inventaram de o levar a uma escola.

— Fala serio, eu sendo adulta, tendo que ser obrigada a ir em uma escola… Pensei que para um país em pôs segunda revolução industrial, a escolaridade seria visto como algo secundário! — Suspirou. — Eu devia ter visto o seculo antes de possuir este corpo…

Dando um leve tapa em seu rosto, retomou seu foco para o assunto principal, descobrir o agressor de Isabela. Quando era Nephrite, sempre considerou os empregados e servos do castelo de papel como membros de sua família e, em alguns casos, os considerava como sua própria prole.

Quando viu Isabela naquele estado, com feridas e hematomas, além de sua energia elemental estando quase toda esgotada, ele sentiu um ódio que a anos reprimia, quem ou o que tinha feito aquilo ia descobrir a fúria de um dragão governante.

— Eu prometi a mim mesmo, quando possuir este corpo, a não me envolver em assuntos relacionados ao meu passado, mas, se é por Isabela, eu quebrarei essa promessa!

Sentando-se de joelhos, ele começou a mexer na cesta que carregava, retirando dois objetos. O primeiro era uma folha de papel que, pois ao chão em sua frente, o segundo era um bisturi que sua mãe usava para cortar tecido. Com o bisturi ele fez um corte em sua mão.

— Mais uma vez estou me cortando, desse jeito fico parecendo uma masoquista… — Murmurou. — Tenho que arrumar um jeito melhor para acessar meus poderes,

A partir do sangue que fluía do ferimento, Eric desenhou um símbolo no papel que lembrava asas de um inseto, terminado o desenho ele gritou.

— Apareçam gêmeas lepidópteras.  Ruby aquela que tudo ver e Sapphire aquela tudo sabe!

O papel então brilhou em tom avermelhado, sendo engolido em seguida por um líquido que lembrava o puro-sangue, de repente um par de mãos sairão de dentro do líquido, depois cabeças e por fim um corpo inteiro.

— Saudações, vossa majestade — falou Ruby. — diga o que desejas, minha rainha — respondeu Sapphire.

Eric ficou supresso em ser reconhecido logo de cara. As gêmeas eram serviçais do castelo de papel, com habilidades que seriam muito uteis ao que Eric tinha mente para os agressores de Isabela.

 Ambas as gêmeas estavam de mãos dadas observando Eric com um sorriso gentil, Ruby vestia uma espécie de roupa gótica, seus cabelos eram longos com um tom avermelhado que lembravam rubis lapidados, já Sapphire vestia uma roupa de ballet, seus cabelos eram curtos em um tom azulado lembrando as das pedras safiras.

Em suas costas, ambas possuía apenas uma asa de mariposa, Ruby tinha uma asa na esquerda, enquanto Sapphire uma na direta com o formato semelhante a de uma pipa sendo vista na vertical, com cada asa tendo a cor e aparecia de seus respectivos de tons de cabelo.

Como se lessem os pensamentos do garoto, ambas falaram.

— Não importa a face — Ruby falou. — Sempre reconheceremos vossa majestade — Sapphire acrescentou.

Era bom ouvir aquelas palavras, o poupava das desculpas, dê o porquê está naquele corpo. Ao ajeitar sua postura, Eric, pois em prática o que queria com as duas.

— Nobres gêmeas Lepidópteras. Preciso que façam algo para mim, a um ou mais indivíduos problemáticos que não deveriam está aqui, cacem-nos! E, se possível, diga-me que raça são.

As duas concordaram com a cabeça é responderam em uníssono.

— Assim será feito, vossa majestade. Cumpriremos suas ordens de imediato — erguendo suas saias em cortejo.

Ambas as gêmeas se envolveram em luz, transformando-se seu corpo em uma única mariposa cuja aparência era semelhante a cristal, com formato de suas asas ainda continuando a lembrar uma pipa. Ambas se preparavam para voar quando foram impedidas por Eric.

— Mais uma coisa que quase ia me esquecendo, certifiquem de serem discretas. Esses indivíduos podem serem portadores ou alguma raça capaz de manipular a energia elemental, não quero alarmes entres os mortais desta terra.

Tentou não transparecer seu ódio em suas palavras, sabia que se demostrasse, por mais que fosse uma fala agressiva, já seria uma confirmação para as gêmeas agirem de maneira letal e, por mais que quisesse a morte destes indivíduos, precisava saber o motivo das suas ações contra sua empregada.

— Também deixarei uma marca de energia em um o ponto de encontro, preferiria que as informações fossem entregues a mim em pessoa, mas possuo uma vida pessoal neste corpo… Portanto, sigam a marca, compreenderam?

— Sim! Seus desejos são leis, vossa alteza — as gêmeas disseram em uníssono.

 A mariposa cristalina então voou para longe, sumindo da vista de Eric.

Algumas horas depois…

Angel observava com curiosidade as reações de Isabela

— Que bom que está feliz… Ainda bem… Pensei que ia ficar zangada por eu mentir… — Envergonhado, Eric murmurou.

De repente, suas bochechas foram beliscadas.

— Mas é claro que estou zangada! — agarrando o garoto novamente em um abraço. — Contudo, deixarei para reclamar depois. Fico feliz em poder falar com você de novo professora!

Angel reagiu a tudo aquilo com uma pitada de ciúmes, queria poder abraça seu irmão daquele jeito também. Ao mesmo tempo, Eric ponderava as falas de Isabela.

Achou estranho a carência de sua empregada, mas lembrou que já esteve ausente por um bom tempo do castelo, e sua relação com Isabela era quase como de uma irmã mais velha, então era normal que ela agi-se daquele jeito.

— Ainda bem, dar desculpas para outros é fácil, mas aos meus servos… Nem eu aguentaria a culpa da mentira — murchando-se, o garoto comentou.

Isabela voltou sua atenção então para a boneca, pegando-a em seus braços.

— Professora aproposito. Está possuída refere-te a ti como maninho, poderia me explicar? — Com um olhar acusador, a mulher perguntou.

Em um suspiro, Eric começou a explicar toda sua história com Angel, explicou sobre pacto familiar com a boneca que a fazia sua irmã de sangue e como ela era a dona original do corpo que usava, explicando que a existência da boneca era culpa de sua imprudência.

Isabela escutou tudo em silêncio e, a cada informação que Eric dava, seu sorriso mudava para uma face carrancuda.

— Serio!? A senhora sempre dizia a mim… Não, a todo mundo que as consequências por infligir o tabu da alma eram desastrosas. Contudo, na primeira crise emocional que tem, você vai lá é o infligi!

Eric, totalmente envergonhado, procurou a melhor a palavra para se explicar, contudo, por máximo que pensasse, nada saia.

— Maninho, eu até lhe defenderia, mas você me ensinou a defender o certo, não o errado — comentou Angel. — Você merece esse puxão de orelha, dar Isabela.

— Sim, eu mereço Angel… — Murchando ainda mais, Eric respondeu.

Ignorando o drama do garoto, Isabela colocou Angel em cima da mesa novamente dizendo.

— Já que todas as dúvidas foram esclarecidas, creio que lhe devo uma apresentação mais adequada, jovem senhorita.

Erguendo sua saia em cortejo, a mulher apresentou-se novamente.

— Muito prazer vossa alteza, Isabela Garcia, duquesa do condado Glaciários e sua humilde serva.

Angel olhou tudo aquilo maravilhada, as atitudes da mulher eram iguaizinhos aos que havia visto nos livros que seu irmão a presente-o, contudo, algo passou por sua mente na hora.

— Espera então o maninho é realmente uma rainha? E isso faz de mim uma princesa não é!? 

Isabela concordou com a cabeça, achando engraçado a empolgação da boneca. Ao mesmo tempo, a mulher sentiu curiosidades sobre aquelas perguntas.

— Você não falou para ela sobre seu passado, professora? — Isabela, curiosa, perguntou.

Eric ia responder, mas Angel o interrompeu.

— O maninho falou sim… Mas ele não parece bem uma rainha… É normal uma rainha agir como uma pessoa preguiçosa ou lesada? 

 

A boneca tinha uma admiração por rainhas devido aos livros e, por mais que admirasse seu irmão, não conseguia o ver como alguém da realeza.

 

Tais palavras fez Isabela rir, enquanto Eric nada respondeu, sua irmã estava certa sobre tudo.

 

— Pelo visto é hoje que a vida veio me cobrar… — murmurou Eric.

 

Esquecendo de seu drama pessoal do momento, Eric encarou Isabela com uma expressão seria. Isabela compreendeu logo de cara o que ele queria dizer com aquela expressão.

 

— Eu não me lembro quem me atacou, professora — brandindo sua alabarda, a mulher falou. — nem mesmo zamieć sabe…

 

A expressão seria de Eric mudou para uma confusa.

 

— Eu não duvido de tuas palavras, mas eu forjei zamieć para saber o que ocorre mesmo que o usuário fique inconsciente… É estranho ela não saber…

 

Isabela concordou com a cabeça, possuia o mesmo pensamento que Eric, achava estranho a alabarda não saber sobre seu agressor. 

 

— A arma fala!? — curiosa com a situação, Angel perguntou.

 

— Não é bem falar, Angel. Todas as armas que forjei para as bestas aladas possuem um núcleo que serve como uma forma de gravar os acontecimentos em volta, um livro escrito em tempo real, por assim dizer — cruzando os braços, Eric respondeu

 

Angel coçou sua bochecha tentando entender as informações novas.

— Bestas aladas? O que seria isso? — Perguntou.

— Imaginei que um dia teria que lhe contar sobre elas — suspirando, o garoto falou;Eric então começou contar uma história: — Houve tempo, Angel, em que eu vivia completamente isolada em meu castelo, pois tinha medo do mundo afora, mas tudo mudou quando eu comecei a caçar uma entidade maligna conhecida como a Devoradora.

Angel escutava tudo em silêncio, curiosa com a história. Notou que a cada palavra seu irmão coçava-se inquietamente: — Um dia, eu encontrei quatro órfãos vitimas da destruição de tal entidade, por pena eu os adotei, e dessa atitude acabei ganhando minha primeira família.

O garoto então começou a aumentar a velocidade da qual se coçava: — Entretanto, a Devoradora os tirou de mim! E foi dai que experimentei o sentimento que nunca desejo experimentar mais, o sentimento que me fez criar seres capazes de destruir mais que a coisa que achava ser minha inimiga!

Quantos mais Eric falava, mais ele aumentava o tom de sua voz, lagrimas desciam sobre seu rosto, e a pele de seu obro começou a ficar vermelha de tanto que ele a coçava. Isabela, com intuito de cessar aquela tortura, o abraçou: — acalme-se professora… Não precisa explicar se isso lhe machuca — acariciando calmamente a cabeça do garoto, murmurou.

Angel nada pode dizer, estava paralisada pelo que tinha acontecido naquele momento. Ela nunca tinha visto seu irmão naquele estado, sempre o via calmo, alegre e sorridente, porem o que tinha acontecido agora a fez duvidar de como ela o via.

Pode ver a cada palavras a energia da alma de seu irmão escurecer mais e mais, ao ponto de que se Isabela não o tivesse acalmado, o preto de sua alma ter dominado o espaço do lugar em que estavam.

— Desculpe maninho… — comentou, entristecida

Eric, mais calmo, a respondeu com sorriso gentil: — Não é culpa sua, querida — carregando a boneca em suas mão. — Eu que devo lhe desculpar pelo espetáculo que cometi agora… Pensei que já tivesse superado a morte de meus filhos.

Angel abraçou fortemente o peito de seu irmão, escutando as batidas de seu coração, acalmando-se de pouquinho a pouquinho.

Devolvendo Angel a escrivaninha, Eric dirigiu-se até Isabela: — Isa, sei que é uma decisão imprudente de minha parte, mas quero que você fique comigo por enquanto.

Isabela ergueu a sobrancelha, mas acabou concordando, dando de ombros sorrindo.

— Professora pelo visto a senhora continua a mesmo. Contudo, se a Samantha encher meu saco, eu irei lhe entregar ouviu! — Dando um leve beliscão na bochecha de Eric.

— Eu prometo assumir qualquer problema que acontecer… É o mínimo após eu ter mentido para todas vocês.

Por mais estivesse desapontada no início com a mentirada de sua professora, Isabela estava feliz, quando percebeu a expressão do garoto ao perguntar sobre seus agressores, pode perceber que, por mais que tivesse outro nome ou face, aquela pessoa ainda era sua amiga e mestra Nephrite Yggydrasil.

Isabela então olhou para Angel, e prometeu a si protegê-la. Nephrite foi a luz para seus problemas, então decidiu ser a luz daquela boneca.

— Angel estarei sobre seus cuidados de agora em diante — erguendo sua saia, Isabela cortejou.

Angel estufou seu peito, proclamando: — Sim, eu cuidarei de você, senhorita Isabela!

Eric sorriu, estava contente por Angel se dar bem com sua empregada, mas também estava pensativo para a mesma não se lembrar de como chegou a esta terra, possivelmente algo grande aconteceu.

 

 Temia que tal mudança afetasse Angel e sua nova família, já havia sentido a dor da perda, e de como essa dor havia o transformado, e ao olhar para o céu azul da única janela disponível naquele local, jurou que não deixaria isso se repetir, mesmo que o torna-se um monstro aos olhos dos outros.

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora