Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Fefe e Ma-chan


Volume 1

Capítulo 14

— No final, não consegui me tornar amigo do residente do quarto 1-3 — disse Vaine, que havia vindo ao meu quarto ainda de madrugada com uma expressão sombria em seu rosto.

— Bem, não é como se pudéssemos fazer amizade com todo mundo, então não acho que você deveria se preocupar com isso.

— Então é assim… Apesar de que todos nós somos companheiros humanos.

Ele certamente estava pensando em várias coisas que não conseguia expressar em palavras. Apesar de fazer apenas duas semanas desde que nos tornamos amigos, passei a entendê-lo melhor com o tempo.

— As pessoas são capazes de ambos, amar ou odiar. Qual é a linha que separa isso?

— Ah, não é algo que normalmente se reflete.

— …

Tentei, indiretamente, dizer que, “isso não tem uma conclusão, então seria melhor parar”, mas Vaine parecia ter começado a pensar com seus olhos fechados. Ele tinha uma personalidade séria, que o fazia enfrentar coisas tão absurdas com fervor.

Confrontá-lo de frente seria um incômodo, então me concentraria em forjar. Fazer algo enquanto se conversa, por incrível que pareça, fazia a comunicação fluir melhor.

O quarto ficou preenchido com os agradáveis ​​sons do meu trabalho.

— Você não precisa se preparar para o teste de competência de amanhã? — Vaine quebrou o silêncio.

O teste de competência era um exame realizado uma semana antes da composição das salas. Os detalhes estavam escritos no guia de admissão, então, naturalmente, já tinha ficado ciente disso.

— Não devo ter problemas com a prova escrita. Estive estudando por algumas horas, todos os dias, logo após acordar. Também não estou preocupado com o teste de força física. Apesar de minha aparência, tenho treinado desde que era menino.

— É assim então. Também tenho confiança no teste de força física, mas o escrito… Bem, vou fazer o meu melhor.

Absolutamente tudo sobre ele estava próximo de sua imagem, então não fiquei surpreso.

— Os primeiros quarenta entrarão na classe A, certo?

— Contanto que não aconteça nada de especial.

Começando por Iris, quase todos os personagens principais do jogo estariam na classe A.

Para evitar a fúria de Eliza, eu também precisava entrar.

‘Se de fato acha isso, não é hora de ficar batendo ferro não é?’, você pode pensar assim.

Bem, mesmo que me apresse antes do teste, o resultado não iria mudar muito. Fazer o que gosta enquanto aguarda o dia do exame seria melhor.

Em vez disso, Vaine, se você está tão preocupado, então vá estudar. Por que está aqui, refletindo sobre a natureza humana em meu quarto, ao invés de se dedicar aos livros?

 

— POR FAVOR, ME DÊ SUA ORIENTAÇÃO!!! — Uma voz estridente soou pelo quarto.

— Acho que isso veio da porta.

Uma voz estridente soou pelo quarto. Pelo timbre, alguém pensaria que se trataria de uma mulher. Era tão agudo, parecia até estar pedindo um duelo. Por acaso alguém tinha roubado seu amado?

— Deveríamos abrí-la?

Não lembrava de roubar o amante de alguém, nem de marcar um duelo.

— Acho que é em outro quarto.

— POR FAVOR, ME DÊ SUA ORIENTAÇÃO!!!! — Mais vigor foi adicionado.

— Como imaginei, é aqui no quarto. Irei dar uma olhada. — Vaine levantou e foi para a entrada.

— … — Suponho que esteja tudo bem.

Parecia ser um visitante problemático. Se estivesse gritando em outro quarto, eu ficaria mais tranquilo. Na melhor das hipóteses, essa pessoa iria se assustar com o tamanho de Vaine e sairia correndo.

— O que é?

Da porta, ouvi não a voz gentil de Vaine, mas algo mais áspero. Embora também não fosse mal-intencionado.

— Por acaso esse é o quarto de Kuru- RRRRRRRROOOOOOOOAAAAAH!!!

Um grito absurdo foi dado. Juro, pelos céus e terra, que não conseguiria soltar um grito como esse.

A visitante limpou sua garganta duas ou três vezes antes de retornar a falar de maneira calma.

— Embora não consiga ver sua face daqui, gostaria de me tornar seu conhecido, Kururi Helan-dono. Eu vim aqui para lhe fazer um pedido.

Entendo, a face de Vaine está sendo coberta pelo batente superior outra vez. Não creio que tenha feito a cortesia de se curvar para ficar visível. Consigo facilmente compreender a situação atual deles, como se estivesse na palma da minha mão.

— Não sou o Kururi.

— Eh, não? Ouvi dizer que Kururi-dono estava no quarto 1-1.

— Ah. Mas não sou o Kururi.

— Eh?! Um amigo talvez? Então, por favor, chame o Kururi-dono.

— Não posso. Saia.

EH!? Por quê?! — Fui o mais surpreso com a resposta. — Por que você está arbitrariamente expulsando a visita?

— Você! Por acaso veio ao quarto dele com más intenções?!

— Se eu disser que sim, o que você faria?

— Te faria sair!

Os dois entraram em uma discussão perigosa, então corri, em pânico, até a entrada.

— Por que vocês estão com essa hostilidade barata? Não faz nem um minuto desde que se encontraram.

— Porque essa pessoa é muito rude.

Ah, deve ser por causa do grito de agora a pouco. — Deixe-me cuidar disso, então, Vaine, espere no quarto.

— Ah.

Relutantemente, chegamos a um acordo.

— Saudações, eu sou Kururi Helan. Esta é a primeira vez que nos encontramos, acredito — cumprimentei a mulher à minha frente.

Como Vaine, suas roupas estavam bem arrumadas, seu cabelo loiro estava preso em um único penteado para trás. De pé, com uma bela postura e me encarando com grandes olhos azuis. Para dizer em uma única frase, uma linda mulher. Se fosse dar uma nota, seria A+.

— Sim! Meu nome é Crossy Amirale. É uma honra conhecê-lo, Kururi-dono. Estou aliviado por saber que você é exatamente como imaginei.

— Eh, ah. Obrigado. Então, que tipo de negócios você teria comigo?

— Eu, Crossy Amirale, vim para treinar sob os cuidados de Kururi Helan-dono.

— Eh? — Minha voz soou idiota.

— Tenho ouvido que o senhor possui considerável habilidade tanto em esgrima quanto em magia. Gostaria de me tornar forte também, então, por favor, te imploro que me ensine!

— Eh? Ah… Por hora, gostaria de entrar?

— Sim!

Isso não é bom. — Recentemente notei que sempre que convidava alguém para entrar, algo ruim acontecia. Aceitar uma aprendiz seria uma enorme dor-de-cabeça.

Iria contornar isso dizendo apenas “leia alguns livros”.

— É uma honra entrar em seu quarto, Kururi-dono.

— Se seus negócios já terminaram, apresse-se e vá embora.

— POR QUE VOCÊ DIZ UMA COISA DESSAS!? — Ela desafiou Vaine com seu olhar.

Pare, não tem como vencer! Ele é um gigante! Vai te devorar!

Tentaria conversar com essa tal de Crossy, a quem convidei para sentar.

— Crossy-san, somos da mesma idade, correto?

— Sim!

— Então por que você considerou se tornar minha aprendiza?

— Eu… Quero ficar mais forte. Por isso tenho procurado por pessoas assim. Então escutei rumores sobre Kururi-dono.

Que tipo de rumores? Fiquei com um pouco de medo de saber, então não perguntei. Mesmo assim, ela queria se tornar forte, hein? Devia haver algum tipo de circunstância, então não iria perguntar muito.

— Por que uma mulher quer ficar forte? — Vaine perguntou.

— QUAL O PROBLEMA DE UMA MULHER QUERER FICAR FORTE!?

Round two. FIGHT!

Não posso deixar isso continuar, então vou me intrometer aqui.

— ALÉM DISSO, QUEM DISSE QUE SOU UMA MULHER?! EU SOU UM HOMEM!

— EEEHHHH?!! — Dessa vez não só a minha, mas a voz de Vaine também soou idiota.

Sua voz, sua aparência e mesmo o cheiro doce de seu cabelo. Tudo isso era de uma mulher. Apesar disso, era um homem?

Vamos tentar olhar com mais calma. Era, de fato, uma mulher. E, diga-se de passagem, uma linda mulher.

Embora seja uma mulher, é um homem… O que? O que é um homem?

Parecia que eu estava ficando meio bugado.

— De-de toda forma, preciso ficar mais forte! Por favor, conceda-me seu poder como meu Shishou!

— Mesmo que você diga força… Está tudo bem se eu lhe ensinar exatamente o que aprendi?

— Claro! Vim aqui exatamente porque queria aprender isso!

— Tu-tudo bem então, vou aceitá-lo como discípulo.

— Muitíssimo obrigado! Juro que irei superar meus limites e obter total compreensão sobre as técnicas de meu Shishou!

NÃO! É muita responsabilidade! Por favor, pare com isso!

Ele devia ter sido cativado pela palavra “força”. Após minha conversa com Crossy terminar, Vaine decidiu abrir a boca.

— Se quer ficar mais forte, primeiro treine seu corpo. Você é muito magro. Mesmo que consiga usar magia, esgrima será muito difícil.

— Cale-se! Não irei aceitar nenhuma instrução sua! Sou discípulo do Shishou Kururi!

Os dois começaram a se encarar outra vez.

Round Three! FIGHT!

— Ei, ei, vamos nos acalmar.

— Sim! Como o Shishou ordenar. De toda forma, gostaria de começar o treino imediatamente.

Fiquei perdido por um momento. O que eu deveria ensinar?

— … Treine seu corpo. Comece por isso.

Vaine-san, seu olhar dói. Mas isto é o básico do básico, não é?! Mesmo se você não tivesse dito, eu teria falado! É sério! Estou dizendo a verdade!!!

— Sim, entendido. Mais precisamente, por onde deveria começar?

— Não importa o que faça, um corpo flexível é o fundamental. Comece alongando os músculos e articulações.

Crossy deu um olhar frio em direção de Vaine.

— Não importa o que faça, um corpo flexível é o fundamental. Comece alongando os músculos e articulações — repeti o que ele disse.

— Sim, Shishou!

Eu imploro a vocês, sejam amigáveis! Assim não vão precisar de mim como intermediário!

— Alongue mais as suas coxas.

Vaine foi ignorado.

— Alongue mais as suas coxas. — Eu disse.

— Sim, Shishou!

Maldição! Se fosse para acabar assim, eu não deveria tê-lo deixado entrar!

— Leve algum tempo para fortalecer a sua base. Depois de treinar por uma semana, comece a correr para ganhar um pouco de força física. Até lá, apenas faça alongamentos.

— …

— Pense nas palavras dele como se fossem as minhas!

— Sim!

Inesperadamente, consegui fazê-lo aceitar com facilidade.

— Abra mais suas pernas.

Oh! Vaine-san, você parece ter entrado no modo sério agora.

— Kuh, não toque no corpo de uma mulher!

Parece que ele ficou incomodado com Vaine o ajudando a se alongar mais.

— Mas você é um homem.

— É verdade, mas não toque em mim!

— Mas que barulhento. Ouça, abra mais as suas pernas.

— Já disse para não me tocar!

Parecia que eles estavam se dando bem. Vaine era muito bom em ensinar os outros. Seu tom era áspero, mas sua orientação era precisa.

Os dois eram barulhentos, mas acreditei que seriam capazes de se dar bem.

Vamos voltar a forjar.

— Olhe atentamente a minha flexibilidade. Os pés devem alcançar a cabeça com facilidade. Até chegar a este nível, você não pode avançar para a próxima fase.

— Como se eu me importasse com a sua vanglóooooooooooaaaaaaahh, está empurrando demais! Isso dói!

— Isso dói porque você tem vivido preguiçosamente até hoje.

— Cale a boca! E não tire sarro de mim!

— Tanto faz, apenas fique quieto. A força só é obtida através do esforço.

— Mesmo sem você dizer, eu sei disso!

Bom, eles estão se dando bem como imaginei. Mas, será que não poderiam fazer isso em seus próprios quartos?


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