Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Fefe & Ma-chan


Volume 1

Capítulo 26

Hoje estarei assistindo a aula de Ciência Médica no primeiro período. — Sinceramente há um limite para o quanto uma pessoa é capaz de aprender de uma só vez. — Enquanto pensava nisso, fui abordado por um cara com um sorriso agradável em seu rosto.

— Olá, Kururi-kun. Hoje, acabei ouvi um rumor interessante. É verdade que você brigou com a Eliza-san?

— Quieto, estamos no meio da aula agora.

Ignorei a conversa do Rail enquanto verificava os instrumentos para a aula de hoje. Cada conjunto de instrumentos deveria ser usado por duas pessoas, em cada uma das oito mesas circulares, utilizadas pelos quatro grupos que estavam acompanhando atentamente a explicação do professor.

— Se você realmente ofendeu ela, esse é um problema sério. Eu nunca tive a coragem para tal, nem mesmo o Príncipe Arc ousaria.

— Por favor, fique quieto, eu não estou conseguindo prestar atenção na aula.

Eu mal consigo me focar na lição desse jeito e, DEFINITIVAMENTE, não quero me lembrar da discussão de ontem. Meu estômago não aguentaria.

Se ou não o meu aviso surtiu algum efeito, não sei, mas a voz do Rail já não poderia ser ouvida.

Será que ele desistiu? — Por curiosidade, dei uma olhada para trás.

Eh!? —  Ele estava silenciosamente olhando para as minhas costas, com um sorriso no rosto.

… Estranho, não lembro de ter dito qualquer coisa agradável para ele, então porque parecia tão feliz olhando para mim?

Exato! Esse cara é apenas nojento!

Depois que o professor terminou de dar as instruções, ele distribuiu alguns porquinhos da índia que seriam utilizados no experimento em grupo. Ao que parecia, estaríamos dissecando eles.

De certa forma pode ser bom, pois posso acabar usando isso como referência para alguma coisa no futuro. Também havia um manual descrevendo o procedimento.

Quando estávamos para começar o experimento, Rail trocou de lugar com a minha dupla, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— As instruções do professor já terminaram, então podemos conversar enquanto trabalhamos?

— Por acaso eu posso perguntar qual seria o assunto? É sobre a Eliza?

— Infelizmente, você está correto, eu acho? O que realmente aconteceu entre vocês? Estou interessado nos eventos que levaram a isso.

— Ei, se você continuar insistindo, irei preferir trabalhar só. Preciso me concentrar, afinal.

— Bem, isso seria nada bom, certo? Estou um pouco ansioso, desde que esta é a primeira vez que estarei dissecando um animal, então, por que não fazemos juntos? — Ele deu uma piscada para mim.

Esta também era minha primeira vez dissecando um animal e meus nervos estavam flor da pele. Todo mundo, a volta, parecia trabalhar normalmente, embora o instrutor precisasse dar alguns conselhos de tempos em tempos.

— Tudo bem, por hora, vamos apenas seguir os procedimentos.

— Muito bem. O livro diz que precisamos começar abrindo pelo estômago. Direto ao ponto, hein?

Lentamente abrimos a barriga com nossos bisturis.

— Wow!— Um pouco de sangue esguichou no rosto do Rail.

Me senti um pouco enjoado ao ver aquilo. Entenda, eu não tenho boa resistência a esse tipo de coisa. Foi o mesmo com a ovelha.

Continuando, a distribuição dos órgãos internos era bastante problemática, me fazendo sentir uma enorme tensão ao lidar com aquilo.

— Este é o coração… não é? — Tentei cutucar o coração com meu dedo.

— … Eu desisto, mas que incrível, você possui até mesmo coragem de tocar isso dessa forma. Não é à toa que você seja o homem capaz de provocar até mesmo a Eliza-san~♪.

Pare de falar nela! — Tomando um dos órgãos em minha mão, o atirei no rosto do Rail como vingança.

— Uwaa, que cruel.

Mesmo com um monte de gosma na cara, seu sorriso ainda não ainda não tinha desaparecido. — Não me diga que esse cara é um M (masoquista)?

— Ei, Kururi-kun, posso te perguntar por que escolheu a disciplina de Ciência Médica? Por acaso estava querendo se tornar um Médico em seu território?

— … É por causa do ouro.

— Dinheiro? Hahaha, minha imagem sobre você acaba de mudar, ahahah. Mas ainda estou interessado no que houve entre você e a Eliza-san.

Em resposta, atirei outro órgão nele.

— Eu estava pensando em me tornar um médico no futuro, e, ei, Kururi-kun, mesmo que os nossos propósitos sejam diferentes, ainda estaremos juntos pelo resto da aula. Não seria mais divertido manter uma conversa, ao invés de permanecer em silêncio? Eu quero conversar mais com você.

Já eu, não quero falar contigo. Penso que acabaria me envolvendo em algum grande problema.

— Você é o único que se daria bem comigo. Os outros estudantes me evitam, sabia disso?

— Provavelmente é porque você é próximo ao Príncipe Arc e, não acha que seja egoísta da sua parte assumir que sou o único com quem se daria bem?

Rail, você tem unilateralmente grudado em mim e, Príncipe, não é muita maldade sua deixar esse cara sozinho, para que ele venha me amolar? Onde você estava para cuidar dele!?

— A razão pela qual acredito que possamos nos dar bem é… — ele olhou para mim e sorriu — Se.Gre.Do.♥.

— Falando nisso, por que aquele Príncipe egocêntrico não está aqui para tomar conta de você?

— Um egocêntrico falando de outro quando este nem estava aqui para se defender, hein? Por que você não o pergunta pessoalmente?

— Tanto faz, isso sequer me importa, pois minha opinião não irá mudar.

— Ei, Kururi-kun, você conhece aquela garota chamada Iris, certo?

— Sim, ela é minha amiga.

— Aparentemente, o príncipe estava interessado nela, inclusive, eles têm assistido às mesmas aulas. E então? Gostaria de ter uma conversa com o nosso príncipe de coração puro e inocente?

Acho que é uma boa hora para deixar as coisas claras.

— Isso tem alguma relação comigo? As pessoas acabam se apaixonando quando é chegada a hora. Eu deveria me envolver?

Quando eu falei isso, Rail levantou suas mãos, como se estivesse se rendendo, então o pressionei.

— Em verdade, você não é o único que deveria estar preocupado com o relacionamento deles?

Afinal, Rail foi um dos candidatos a serem conquistados no jogo, mas foi realmente interessante em como ele foi deixado de lado na história.

— Como posso dizer, na verdade estou mais interessado no seu relacionamento secreto com a Eliza-san. Kururi-kun, sobre como me sinto em relação ao Príncipe, acho que estarei junto a ele pelos próximos 10 anos ou mais? Embora talvez isso dificulte a mim para conseguir uma pessoa, ou duas, a quem amar. Mas, por enquanto, prefiro ficar assistindo o relacionamento de pessoas como você.

Parecia que mesmo ele estava em uma situação difícil. No entanto, cavar em uma ferida minha é uma história completamente diferente. — Ei, tome mais um ataque de órgãos!

— Fufufu, você realmente não se segura, hein, Kururi-kun? Bem, embora eu goste desse seu lado também ♥.

— EH!?

— … Ou não. Pelo menos por enquanto ¹.

Espero de todo coração que eu esteja apenas interpretando mal as coisas.

Eu não quero saber de um cara se apaixonando por mim!

 


 

— É divertido conversar com você, Kururi-kun. Sua personalidade é totalmente diferente do que eu havia imaginado. Pensei que você fosse mais parecido com o resto da aristocracia.

— Você pensou que eu era mais idiota.

— Isso não. Eu só me preocupei demais com isso, mas acabou sendo algo sem fundamento. Me desculpe por ter pensado assim de ti e espero que, uma vez que já nos conhecemos melhor, possamos conversar mais amigavelmente.

Parecia que ele estava a todo custo querendo falar sobre a Eliza outra vez. Parar aqui pode ser a melhor decisão.

— Bem, por hora, vamos nos concentrar na dissecação.

— Claro.

Nós prosseguimos com a dissecação. O Rail parecia um pouco enjoado, mas ele removeu e limpou corretamente todos os órgãos internos.

— Parece que você leva jeito para isso, Rail.

Diferente de minha motivação, ele estava assistindo as aulas para se tornar um médico propriamente dito.

— Não realmente. Acho que pessoas como o Kururi-kun, que podem fazer esse tipo de trabalho sem qualquer hesitação, possuem o melhor talento.

— Eu apenas estou um pouco mais acostumado, isso é tudo. Você, que consegue perceber a personalidade alheia, tem mais talento para cuidar dos outros.

— Talvez, mas tenho vários defeitos também. Estudar medicina, em prol de salvar vidas, podemos estar roubando a oportunidade de trabalho que outras pessoas poderiam ter. De alguma forma, pensar nessa contradição não me faz digerir bem isso.

— É apenas a forma como os seres humanos são, não criamos animais apenas para comê-los posteriormente? Algumas coisas precisam ser feitas pelo bem dos outros.

— Se for porque precisamos comer, então acho que seja justificável. Nós os criamos com amor e uma vida boa até o momento onde serão postos em uso, então não há problema nisso. Mas e sobre coisas como essa? Esta criança morreu apenas para que seu corpo fosse dissecado. Então onde está o significado de sua vida? Me sinto muito mal por ele.

Eu não acho que seja possível mudar isso embora.

— Os seres humanos são capazes de pedir por ajuda, enquanto os outros animais, não. — Assim continuei.

— O que você quer dizer?

Por alguma razão, o Rail parecia querer saber a minha resposta. Provavelmente vai ser melhor dizer as coisas de forma simples, assim ele não irá ficar pensando muito nisso.

— Acho que há um erro fatal em seu pensamento.

— Eu estou errado? Será que eu deveria seguir outro caminho? Embora haja diferentes tipos de médicos por aí.—

— Mais ou menos.

— Kururi-kun, você é realmente incrível, não é? Obrigado por ouvir a minha história com seriedade. Até esta manhã, tudo que eu queria fazer era tirar sarro de ti por causa da Eliza-san, mas agora o vejo de forma diferente.

E você não estava tirando sarro de mim agora? Terei certeza de devolver este favor um dia!

— Agora que todos os órgãos internos foram removidos, tudo que restava é costurar o corpo e pronto.

— … Sim. — A expressão de Rail enrijeceu um pouco, mas ele foi capaz de ir até o fim. Bom trabalho.

Depois de terminado, fiz o melhor para me recompor, dando uma profunda exalada.

 Fu~.

— Ainda assim, é realmente difícil aplicar as técnicas médicas e será ainda pior quando estivermos lidando com um paciente à beira da morte. Embora esta será uma técnica magnífica que teremos no futuro.

— Então, Rail. Gostaria que eu criasse algo para lhe ajudar nisso?

Embora fosse algo difícil de se forjar, essa era uma boa oportunidade. — Iremos criar nosso próprio aparato médico!

— Você faria isso por mim!? Eu sabia que não estava errado sobre você, Kururi-kun!

— Claro, mas primeiro precisamos ir ao meu quarto.

— Claro, isso parece divertido, fufufu. Ah, mas primeiro, há algo que preciso fazer.

Assim que terminamos a limpeza, a aula chegou ao fim. Passando por entre os alunos que estavam saindo, Rail foi até o professor.

—  Sensei, tudo bem se eu ficar com estes pequeninos?

— Posso perguntar a razão?

Nas mãos de Rail, estavam os porquinhos da índia dissecados na aula.

—  É porque acredito que eles mereçam um fim melhor do que esse. Esta é minha única razão.

— Bem, se é o que deseja, pode ficar com eles.

Com a permissão do professor, ele os colocou em alguns sacos de linho.

— As pessoas sempre me chamam de esquisitão, mas eu penso que você é ainda mais, Rail.—  Andado lado a lado, perguntei o por quê de levar esses bichos.

— Sério?

— Bem, acho que não importa realmente. Por hora, já que chegamos aqui, deixe-me ajudá-lo a cavar a cova.

— Obrigado.

 

◇◇◇

 

Atrás da escola, nós dois estávamos de pé nos arredores do portão principal. Esta era uma região muito vasta, então eu acreditava que ninguém iria se importar se cavarmos a cova dos porquinhos aqui. Cada um de nós segurava uma pá e prosseguimos com o trabalho. — Com tão poucas pessoas ao redor, estava era a condição ideal para se cavar um buraco ² !

— Acredito que isso já seja o suficiente. — Enquanto cavavamos, o Rail disse isso.

— Eu acho que deveríamos ír mais fundo.

— … Tudo bem.

*Zakku Zakku*, o único som que pode ser ouvido é da pá perfurando a terra.

— Isso já é o bastante? — Perguntou Rail.

— Acho que sim. — Eu respondi e ambos começamos a rir.

Enterrados na areia estavam todos os sacos de linho com porquinhos da índia.

— Agora podemos ir para casa. — Ele disse e começou a sair.

— Espere, há algo que eu quero tentar antes.

Eu gostaria de experimentar uma das aplicações do terceiro livro de magia, o feitiço [Forma de Vida]. Colocando meu poder no mágico, suavemente sussurrei — Agora, abram seus olhos.

O solo tremeu por um instante, antes que diversas flores surgissem. Eu não sabia que tipo de flores iriam se tornar, mas certamente pude criar uma forma de vida com isso.

— … Essa é uma magia maravilhosa. — O Rail sorriu gentilmente.

 

 


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1 – Aqui notamos uma disparidade entre a Web Novel e o Mangá 

2 – Depois acha ruim que a unica coisa que te elogiam, é sua capacidade em cavar buracos kkkkk



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