Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Fefe & Ma-chan


Volume 1

Capítulo 29

Abrindo a porta da sala de aula, a primeira coisa que veio a minha vista foi uma garota nua, dormindo profundamente.

A luz partindo da janela levemente refletia em seu cabelo, dando a impressão de que ela estava brilhando. Seus grandes e atraentes olhos estavam fechados enquanto, pacificamente, a sua respiração ressoava pela sala. Suas partes importantes, como suas protuberantes e arredondadas nádegas, estavam totalmente à mostra. — Bem, embora fosse apenas a Neko-sensei.

— Ei, Sensei, eu já estou aqui.

Dei uma leve sacodida nela, que estava dormindo em cima da mesa. Um pequeno, “Ofu~”, foi sua única resposta. — O que devo fazer? Continuar chamando?

— Sensei, acorde. Sou eu, Kururi Helan.

— …Nyaa? Ohh, Kururi-chan nyaa. Seja bem-vindo, nyaa~.

— Só vim aqui porque você me chamou. Então, o que precisa?

— Eu chamei por causa de uma pequena pesquisa sobre magia, nyaa. Nyas, preciso que espere um pouco pela outra pessoa que nyamei.

— Outra pessoa?

— Ele se chama Arc-chan, nyaa. Os nyamei para me ajudar com a pesquisa, porque vocês são os meus melhores alunos.

Ugh, ela convidou a pessoa número 1 com a qual não queria me envolver. E há grandes chances dele trazer OUTRA pessoa que não quero me envolver. — É desnecessário mencionar o motivo pelo qual não quero me envolver com o Príncipe. — Bem, se acabarmos tendo um duelo de magia, me pergunto se posso usar o feitiço [Zero Absoluto] em autodefesa.

— Por que você não faz uma massagem em mim enquanto esperamos, nyaa? Recentemente tenho acumulado um monte de estresse em volta da minha cintura, nyaa~.

— Claro, não me importo.

Me sentando ao lado da sensei, comecei massageá-la.

— Oh~ Ahh~ Nyaa~.

— Dá pra parar com isso? Sua voz é meio…

— Nyão se importe com isso, agora continue, nya.

Depois disso, ela continuou a me importunar com seus gemidos e ainda, ocasionalmente, dizia, “Ufufufu”, durante a massagem.

— Estou aqui. — Abrindo a porta, o Príncipe Arc entrou na sala.

Ele parecia ainda guardar hostilidade contra mim. Estou feliz que finalmente chegou e, mais ainda, que haja espaço na sala suficiente para mantermos alguma distância.

— Hou? Então os dois já chegaram.

— Bem, é sempre um prazer inigualável e enorme vê-lo, Príncipe.

O respondi com um sorriso, embora tenha sido apenas por formalidade, pois, honestamente, não tenho o menor interesse de cumprimentá-lo. Ainda assim, o príncipe fez uma careta, talvez por causa do tom que usei. — Espere… agora que penso bem, isso não é ruim? Que eu tenha ofendido o príncipe herdeiro do país onde moro sem ao menos pensar?

— Nyaa, agora que estão todos presentes, por que não começamos?

— Se assim desejar. — disse o Príncipe.

— Nesse momento ensinarei a vocês a minha magia única [Transformação], nyaa. Com este feitiço, poderão modificar livremente suas aparências, mas, caso decidam se transformar em lindos gatinhos, darei um ponto extra para cada um, nyaa. Todos os anos, tento ensinar isso a quatro ou cinco estudantes pelos quais tomei interesse, mas quase ninguém conseguiu obter sucesso, nyaa.

— É por causa dessa magia que a sensei tem a aparência de um gato?

— Nyão, nyão. Esta é minha forma original, nyaa.

— … É assim então?

— Primeiro, vocês precisam envolver os seus corpos com uma fina camada de poder mágico, nyaa. Como se estivessem vestindo uma fantasia, nyaa.

Seguindo sua instrução, tentei imitar a Neko-sensei. Conforme ia me envolvendo com magia, imaginei-me vestindo uma fantasia. — Oh, de alguma forma posso sentir uma sensação calorosa em mim.

— Muito bem, nyaa. Kururi-chan tem um bom sentido para magia.

Por outro lado, o príncipe parecia estar tendo problemas.

— Nyão, tente me imitar.

— Maldição, se ele consegue, não tem a menor chance que eu não!

Ele realmente não gosta de mim, hein? Espero que ao menos não me cause problemas.

— Tente deixar tudo sair, nyaa. Você é jovem, então ponha para fora e deixe sair até a última gota, nyaa. Fufufufu.

Neko-sensei está… o ensinando, não é? — Independentemente dos métodos de ensino, o príncipe pareceu começar a entender a ideia por trás disso. Teria sido bem melhor se ele tivesse apenas a imitado desde o início, assim, não teria desperdiçado nosso tempo à toa.

— Fu~, finalmente o alcancei, Kururi.

E daí? A única razão pela qual ainda estou nessa etapa, é porque preciso aguardar até que a Neko-sensei me oriente. Durante o tempo que você desperdiçou falhando, eu poderia estar muito além agora.

— A etapa seguinte será trabalhar na magia que está envolvendo vocês, nyaa. Por ora, tentem transformar apenas uma de suas mãos. Os dois, agora, estarão mudando a “forma” de sua myana e, conseguindo fazer isso, tudo que precisarão fazer será manter o suprimento de magia, nyaa. Mudem para a forma que desejarem e tentem gravar a imagem do que estiver em suas cabeças nas suas mãos, nyaa.

Neko-sensei nos mostrou um exemplo e, em um piscar de olhos, sua pata se transformou em uma mão humana. Ambos, o príncipe e eu exclamamos, “Oh~”, para isso.

— Quanto mais partes tentarem transformar, mais difícil ficará-nyaa. Observem bem, pois irei retornar esse braço ao normal. Sinceramente, não há qualquer beleza em um braço humano, nyaa.

A “mão” da Neko-sensei lentamente retornou a sua forma original. — Uma pata pode ser fofa, mas você não acha que um braço seja mais bonito!? — Sinceramente, não entendo o senso estético da Neko-sensei.

Depois de compreender a explicação, tentei imitá-la. Foi por apenas um instante, mas minha mão se transformou e, de imediato, voltou ao normal. — Isso é mais difícil do que imaginei.

— Não tente ir tudo de uma vez, ou vai acabar gastar todo o seu fôlego, nyaa. Mantenha-se focado e tente ir um passo de cada vez. Jovens como vocês possuem a tendência de ficarem muito excitados e perderem a concentração na hora H, nyaa.

— Isso… pode ser verdade.

Acho que ainda não me livrei de todos os meus demônios internos. Agora estou por mim mesmo. — O tempo foi passando enquanto o Príncipe e eu, diligentemente praticávamos e, antes que notássemos, o sol já estava se pondo.

— Eu consegui!

A minha mão está transformada e sem mudar de volta! Foi um sucesso, não é!? — Ergui a minha mão para mostrar minha conquista à Neko-sensei.

— Incrível, nyaa! Para realizar tal feito em tão pouco tempo, Kururi-chan, você é um gênio, nyaa! — Com seu corpo brilhando ao pôr do sol, Neko-sensei me elogiou enquanto mantinha sua posição de soneca.

— Is-isso significa que eu consegui?

— Você conseguiu-nyaa! Volte amanhã para nós continuarmos com o próximo passo. Por hora, por que você nyão vai para casa, bater uma e, depois, dormir?

— Muito obrigado, Sensei! Eu irei! — Bem, eu vou para casa dormir… quanto a outra parte não sei.

Cancelei a magia, retornando a minha mão ao normal, embora, fazendo isso, me causasse um sentimento que havia algo estranho, por alguma razão.

— Muito obrigado por tudo, Neko-sensei.

— Estou cansada, nyaa. Vou dormir…

— ESPERE! — No instante em que saí em direção ao dormitório, uma voz, subitamente, me chamou.

Obviamente, era apenas o príncipe Arc, que estava me encarando de maneira ameaçadora, como sempre. — Ótimo, fui puxado para mais problemas.

— O que quer?

— Ei, como você fez aquilo… me ensine.

Ah, sim, ele provavelmente está mortificado pelo fato de que fui capaz de aprender a magia primeiro. No entanto, a vergonha de ter sido incapaz de aprender foi ainda maior que o seu orgulho e, por isso, veio pedir a minha ajuda. — Bem, o que devo fazer…?

— Claro. — Já que a Neko-sensei estava muito sonolenta para ensinar alguém, deixe-me mostrá-lo.

Apenas tentei ensinar ao príncipe o que eu tinha compreendido dos ensinamentos da sensei.

— Não entendi nada! Explique melhor!

Bem que falei que seria um problema… — Em resposta a isso, tentei convencê-lo a continuar tentando, enquanto expressava um sorriso. Eventualmente tudo ficou escuro, mas o príncipe ainda não tinha sido capaz de aprender.

— Não está ruim, na verdade, acredito que esteja perto, mas ainda não chegou lá, nyaa. Você precisa eliminar esse seu mau hábito, nyaa.

O príncipe pareceu ficar um pouco depressivo por causa das palavras da Neko-sensei.

— Hmm, estou sentindo fome agora.

Junto ao príncipe, fui até o refeitório. Felizmente ainda conseguimos comer, mesmo sendo tão tarde.

— Hmph, você pode estar na frente agora, Kururi Helan, mas saiba que serei o primeiro a dominar essa magia.

— Sim, claro, é exatamente como você diz, sua alteza. Sua aptidão é incomparável em todo reino. — Um oponente chato é realmente cansativo, não?

— De qualquer forma, qual a sua relação com a Iris?

Direto ao ponto hein? — Sempre imaginei que, de todas as pessoas, os membros da realeza tivesse a melhor capacidade comunicativa, mas parecia que não era o caso do Príncipe. — O que devo dizer nessa situação? Ou melhor, o que deveria responder para que ele não tivesse a ideia errada?

— Somos amigos.

— O que? É só é mesmo?

— Quem sabe? Que tipo de relacionamento você acha que temos~?

— O QUE VOCÊ DISSE!? EI, O QUE QUER DIZER COM
ISSO?! — Estando muito exaltado, ele “acidentalmente” derramou sua água em mim.

— Foi só uma piada. Eu estava apenas brincando, entendeu?

— … Está falando a verdade?

—  Sério, Iris e eu somos apenas bons amigos. — Bem, estamos numa relação onde dormimos na carruagem por 5 dias!… Mas provavelmente é melhor não dizer isso. — Afinal, eu não queria irritá-lo ainda mais.

— Ugh, mas mesmo o Rail tem uma opinião elevada sobre você! O mesmo cara que nunca ligou para ninguém, é impossível que você seja apenas uma pessoa normal.

Ah, o outro cara problemático. Então ele perturba até mesmo o príncipe, hein? Que sujeito esquisito… e a Iris supostamente veria você como um “príncipe encantado”, que a protegeria da Eliza? — Comecei a pensar que a opinião dela sobre o príncipe estava um pouco fora do contexto real.

— Bem, isso não é bom que eu seja um sujeito normal?

Com um tom levemente provocante, terminei a minha refeição.

— Então príncipe, estou indo para o meu quarto… — Quando me tentei ir embora, subitamente, meu ombro foi segurado com firmeza. Honestamente eu não queria olhar para trás, mas, ainda assim, o fiz.

— Aguarde, quem disse que o permitiria dormir hoje? Ainda não terminamos meu treinamento especial.

— Qual é, isso me deixou com calafrios. Por que você não vai treinar sozinho?

— E o que você teria de mais importante que o meu treino? Vamos, diga.

— Ainda preciso terminar uma lança que estou forjando. Quero finalizá-la antes que o dia acabe. — Obviamente eu menti.

— Que tipo de coisas você faz?

— Espadas e outros tipos de armas. Coisas assim. — Mostrei a espada em minha cintura.

— Espere, esse não é o mesmo que um dos itens de minha coleção de espadas mágicas da Capital Real?

Coleção de espadas mágicas…!? Quanto será que valeria uma!?

— Se eu dissesse que a fiz, você acreditaria?

— Um jovem gênio capaz de criar espadas mágicas fácil assim? Se uma dessas aparecesse no mercado, acho que poderia valer o mesmo que um braço ou uma perna, ou seja, valeria o suficiente para um plebeu se sustentar pela vida toda.

— Não sei do que está falando. Não há nada de especial nessa espada, eu apenas a forjei, isso é tudo. Então, será que posso ir embora agora? — Pelo amor de Deus, me deixe ir! Eu quero ir embora!

— Hmm… bem, porque não confirmamos primeiro se você é realmente um gênio, Kururi Helan? Vamos para o seu quarto imediatamente.

Eh? Espere, por que no meu quarto? — Depois de sairmos do refeitório, fomos até o meu quarto enquanto conversávamos.

— Apenas confirmando, as espadas que forjei são todas minhas e não pretendo dar qualquer uma. Prometa que irá fazer o que eu digo e, ah, de toda forma, quanto vale uma das espadas que você estava dizendo a pouco? Estou meio que curioso.

— Ei, não fique tão amigável do nada! E quando foi que eu disse que queria uma? Já faz algum tempo que você tem falado apenas no que quer.

— Não, primeiro, me prometa que não irá contar a ninguém que sou um ferreiro.

— Eu já falei sobre isso com outras pessoas, além disso, quem me contou foi o meu irmão, Lahsa. Já que falei nele, qual a sua opinião sobre meu irmão?

— Lahsa-kun é uma pessoa maravilhosa e tenho certeza de que ele será um grande Rei.

— Cuidado com o que fala, Kururi Helan.

O clima entre nós ficou ainda pior, então decidi que seria melhor parar com as provocações. Quando se usa tanto poder mágico como fizemos hoje, era natural que nossos corpos e mentes fiquem cansados.

No momento em que entramos no meu quarto, Vaine e Crossy estavam fazendo exercícios. — … Sério, por que todo mundo vem no meu quarto?

— É difícil fortalecer os membros inferiores, mas se você conseguir, o balanço de seus movimentos irá melhorar. É doloroso, mas por que não tenta fazer mais uma série?

— VOCÊ TEM REPETIDO ISSO A MAIS DE TRÊS SÉRIES!

— Bem, vou te deixar descansar depois de mais três então.

— HHHHIIIIIIIIII!

Parece divertido, mas por que não fazem isso no quarto de vocês?

— Ei, vocês não se importam de ficar fazendo barulho no quarto dos outros?

— Ah, não nos importamos. Na verdade, fica bem mais fácil de se concentrar quando tem algum barulho.

Por que estou sendo tratado como o intruso aqui!?

— Não, quero dizer, meu quarto agora está quente e úmido, e vocês não sabem que horas são agora?

Os problemas me perseguiram o dia todo, será que não conseguem notar o clima aqui?

— Bem, acabei de chegar de uma lição da Neko-sensei, então poderiam tomar em consideração como me sinto, por favor? Vocês podem voltar outro dia, ok?

— Claro, Shishou! Vamos indo~! — Crossy acenou para o Vaine e os dois saíram.

Bem, já é meia noite afinal. Embora, provavelmente, estarão aqui amanhã, significa que será inútil dar um sermão agora? E mesmo com eles saindo, não acho que a pessoa atrás de mim seria educada o suficiente para ir embora também.

Os dois saíram, mas o quarto continuava quente. De todo modo, o príncipe e eu começaríamos um treinamento especial, então não faria diferença. — Ah, como eu queria ter um quarto só para mim…

Subitamente, alguém começou a bater de maneira bruta na porta do quarto. — De novo!? Quem iria vir no quarto dos outros a essa hora da noite!? Que pessoa mais sem
noção! — 
Quando abri, uma pessoa que nunca tinha visto antes apareceu.

— Meu nome é Luin Razan e estou aqui para exigir que pare de fazer barulho! Não sabe que está incomodando os vizinhos!?

Ugh, eu sei! Isso também está me incomodando!

— E não foi apenas hoje! Toda noite você fica fazendo barulho e durante o dia tem esses gemidos de homem e mulher no jardim! Pare já com isso! PARE DE INCOMODAR OS OUTROS! — Ei! Esses gemidos não são culpa minha!

— O que houve? Que gritaria toda é essa? — Ouvindo a discussão, o príncipe Arc veio dar uma olhada.

— PRÍNCIPE?! Por que você está em um lugar como esse!?

— E por que eu deveria lhe dizer?

— Não, é só que…

— Volte para seu quarto, ou gostaria de retornar ao seu território ao invés?

— AH, NÃO. MIL PERDÕES! E BOA NOITE!

Eu é que peço perdão!!! Embora não tenha gostado do tom com o qual ele havia falado comigo, isso não é abuso de autoridade!? Agora vou precisar preparar um pedido de desculpas!

— Tch, agora, vamos continuar com o treino. — Foi o que ele disse, mas assim que começamos, ele obteve êxito em sua primeira tentativa.

— … Você conseguiu.

— … Eu consegui?

— OLHE KURURI! EU CONSEGUIIII!!!

— SIM ARC, VOCÊ FOI INCRÍVEL!!!

Antes que percebêssemos, estávamos abraçados e rindo.

 

 

Assim que nosso estado de excitação se abrandou, nós calmamente tomamos a devida distância um do outro.

— Antes que o dia termine, quero continuar até fazer o feitiço mais uma vez. — Não, já passou da meia noite! Já é outro dia, então vá embora!


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