Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Apollo


Volume 3

Capítulo 53

O dia de voltar para a escola chegou, mas o Vaine ainda está quieto. Enquanto eu me perguntava se deveria dizer alguma coisa para ele, Crossy veio nos ver antes de partirmos para a Academia.

— Shishou, sinto muito não poder fazer nada por você durante sua estada.

— Está tudo bem, ouvi das pessoas ao redorque você está realmente ocupada, certo? Pode ser que um dia as coisas se tornem muito difíceis e você acabe tendo pensamentos ruins, como largar tudo e fugir, no entanto, lembre-se das coisas pelas quais luta para proteger e faça o seu melhor, mas sem exagerar.

— Sim, eu irei. Eu irei, só que…

— Só quê?

— … Não, deixa pra lá. Não tenho mais nada a dizer além de nossas despedidas. Obrigada por tudo e, embora eu não tenha certeza de quando nos reencontraremos, prometo que definitivamente nos veremos outra vez.

— Sim, eu sinto o mesmo.

Finalmente chegou a hora partir e eu me sentia muito triste. O Rail também disse adeus a ela, mas como não se conheciam bem, foi apenas uma formalidade. No entanto, o único que não se despediu foi o Vaine. Ele deveria ser o mais triste de nós, mas nem sequer disse adeus. — O que há de errado com você?

— Vaine — Crossy finalmente chamou por ele.

— O quê?

— O que quer dizer com ‘o quê’? Nós podemos nunca mais nos ver novamente.

— Sim, então?

— Não há nada que queira me dizer?

— Não, não há nada…

— VOCÊ É UM IDIOTA!

— Kururi, vamos nos apressar e sair. — Vaine disse com uma expressão sombria.

— Tem certeza que é desta maneira que quer ir embora?

— Sim… nós já dissemos adeus, não?

Crossy estava triste, mas Vaine nem a olhou. Eu sei como estão se sentindo, mas mesmo que dissesse algo, sinto que seria inútil.

Todos nós entramos na carruagem e pedimos ao cocheiro que partisse e eu olhei para fora, a fim de ver o rosto de Crossy pela última vez. Entretanto, não importava o quê, eu ficava espiando lá fora de novo e de novo, para ver o rosto dela. Muitas lembranças boas me vinham à cabeça, me fazendo sentir que éramos realmente feliz naqueles tempos.

Comecei a lacrimejar, pensando sobre como poderia nunca mais vê-la novamente. Quando comecei a pensar nisso, senti uma sensação horrível na boca do estômago e comecei a chorar completamente.

— Você está bem, Kururi-kun? — Rail perguntou depois que eu me acalmei um pouco.

— Sim, estou um pouco melhor agora.

— Ok, isso é bom.

A carruagem ficou em silêncio por um tempo. Ninguém tentou falar e eu também não queria falar.

c Devo cantar uma música? — Rail tentou aliviar o clima, mas achei isso estúpido. 

Por que diabos quer cantar uma música? — Enquanto expressava minha recusa, ainda assim ele começou a cantar. 
Sua voz era linda e estava cantando perfeitamente, sendo acompanhado pelo canto de alguns pássaros ao fundo. No final, acabei me sentindo um pouco melhor depois disso. 

Por que esse cara consegue cantar tão bem? Você realmente tem muitos talentos inúteis.

— Crossy terá muitas dificuldades a partir de agora.

— Do que está falando, é claro que ela vai ter dificuldades. — Respondi a ele sarcasticamente. 

É óbvio que ele, digo, ela vai ter dificuldades! — Já fazia um tempo que o país estava enfrentando conflitos internos e ela teria que ajudar a restaurar o país. Sendo eu mesmo alguém que restaurou meu próprio domínio, sabia muito bem das dificuldades. Levaria muitos anos e talvez nem aconteça durante a sua vida, o que me fazia sentir a certeza de que não nos veríamos mais.

— Eu me pergunto se você realmente entende, Kururi-kun…

— O que quer dizer?

Eu sei que responder a uma pergunta com outra é péssimo, mas, com esse cara, tudo bem. 

—  Eu ando bastante com o príncipe, então conheço a dificuldade das pessoas que têm o título de Realeza.

— É por isso que estou pedindo para ser mais claro.

Rail começou a olhar para fora, para o sol distante e então voltou a falar.

— Até onde sei, Arc foi alvo de assassinato cerca de 3 vezes até hoje. Isto é, no palácio real, em seu próprio país. Kudan é particularmente estável e não teve grandes problemas como o país de Crossy. Kururi, entende o que quero dizer agora?

— O quê!?

As dificuldades na qual eu e Rail imaginamos, estão em níveis completamente diferentes.

Crossy voltou logo depois que seu país saiu do conflito, mas a possibilidade de perigo ainda existe. Eu realmente não sabia nada sobre os desafios enfrentadas pela nobreza ou realeza.

— Vaine!? — Depois de ouvir isso do Rail, Vaine ficou em uma espécie de transe.

Em seguida, levantou-se tão de repente, esquecendo até mesmo que a carruagem é menor do que ele, batendo a cabeça no teto.

— Rail, o que disse é verdade?

— Claro que é verdade, sou alguém que com o objetivo de se tornar um médico, não mentiria sobre a vida e a morte de uma pessoa.

Depois de ouvir suas palavras, Vaine cerrou os punhos.

— Ei, cocheiro, pare a carruagem.

— Por quê, aconteceu algo?

— Apenas pare a carruagem!

O cocheiro sendo informado assim, parou a carruagem e Vaine rapidamente pegou sua bagagem, sua espada e nos deixou dizendo algo para mim.

— Kururi, eu tenho que ir agora.

— …

Não consegui entendê-lo, mas sei que tipo de homem ele é, mesmo sem perguntar o que estava prestes fazer.

— Você vai?

— Sim.

— Pode ser que vocês não consigam nem mesmo se encontrarem.

— Mesmo assim, eu irei. Vou protegê-la com minha espada.

Vaine tirou a espada da bainha e segurou-a com firmeza nas mãos. Eu sempre soube que ele era um cara com uma boa aparência, mas agora sua figura parece ainda mais legal.

— Então vai precisar de algo melhor do que essa espada.

Joguei duas espadas curtas para ele, ambas com o meu nome gravado.

— É um amuleto de boa sorte.

— Obrigado, Kururi. — Ele as colocou em sua bolsa. 

Este poderia ser nosso último encontro, então lhe dei um abraço forte e não dissemos mais nada.

Não o vi partir, enti que não poderia suportar a dor de ter que perder dois dos meus melhores amigos em um dia. Simplesmente disse ao cocheiro para prosseguir viagem.

Três pessoas vieram, mas apenas duas estavam retornando. Agora que Vaine saiu, a carruagem, de certo modo, pareceu ter ficado maior.

— o vaine-san é incrível, não é?

— Sim afinal é o meu melhor amigo.

— Ele realmente se importa com seus amigos, não é?

— Sim afinal é o meu melhor amigo.

— Ele também estava muito legal agora, não estava?

— Sim afinal é o meu melhor… — Comecei a chorar de novo.

Chorei no peito de Rail e, por algum motivo, ele tinha um doce aroma de rosas. Quando cheirei isso, imediatamente tomei alguma distância dele.


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