Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 14

Capítulo 11: Varius


... Varius sentava-se reclinado no assento de seu escritório no castelo.

Pelos rumores se espalhando pela cidade, os reféns indo para Centralle não eram deixados ilesos. Tal informações tinham chegado até mesma à população, e sabendo disso pela sua própria rede de inteligência, ele sabia que nada de bom viria disso. Então Varius se sentia encurralado.

Dentro do cômodo, seu Cavaleiro vassalo estava de pé.

-- Varius-sama, estamos incapazes de negar mais demandas de Centralle. Se continuarmos deixando em espera, a capital enviará os guardas imperiais. Se chegar a isso...

Varius desceu seu punho na mesa ante às palavras do Cavaleiro. Pouco tempo depois, ele abriu sua boca.

— Eu sei. Mas considerando meu neto e nora, enviar os dois para Centralle é o mesmo que enviá-los ao inferno. Meu filho está na jaula da Celes. Qualquer coisa mais é...

O Cavaleiro entendia o sentimento. Então mencionou o segundo e terceiro filho, que tinham se casado em outras Casas.

-- Devemos chamar de volta os garotos que mandou para se casarem?

Varius sacudiu sua cabeça.

-- Como se eu pudesse fazer isso. Se o fizesse, teria que passar pelo devido processo, e receber seu segundo ou terceiro filho como herdeiro. Se eu atuar de modo muito forte depois de mandá-los para se casar, as coisas serão um inferno.

Seus filhos tinham se casado em Casas de menor status, mas mesmo assim, se usasse seu poder para chamá-los de volta, isso viria com problemas. Somando-se a isso, seu filho mais velho estava vivo. Ele até tinha um neto. Oficialmente, não havia uma razão para chamá-los de volta.

O Cavaleiro falou com uma expressão resoluta.

-- Irá protegê-los mesmo que signifique guerra?

Varius não conseguia decidir. Ele amava seu neto. Seu filho já era escravo de Celes. Pelo menos, ele queria proteger seu neto.

Entretanto...

-- Eu não posso sacrificar o território pelo bem de apenas meu próprio neto. Mas, só mais um pouco mais... eu imploro.

Ouvindo a conclusão de Varius, o Cavaleiro assentiu.

-- Vamos aguardar até a guarda imperial chegar. Nós não pudemos dispensar forças com o quão tensa a situação permanece, diga algo assim para eles.

Varius assentiu impotentemente às palavras do Cavaleiro...

Dentro da Joia.

Cercando a mesa redonda, nós ouvíamos a opinião do Sétimo.

『Eu conheço o Varius-kun. Me lembrei. Ele estava ao lado do Margrave de Resno anterior. Mas nunca falei com ele antes.』

Nós havíamos passado alguns dias investigando o Margrave Varius e vazando rumores. Nessa hora, o Sétimo recordou algo, mas não parecia conhecer bem o homem.

O Terceiro soava entediado.

『Sabe de alguma história vergonhosa da juventude dele? Você recuperou o território do Margrave de Resno de volta para ele, não foi?』

O Sétimo sacudiu sua cabeça.

『Eu o recuperei, ou melhor, eram propriedades rurais dispersas, então a Casa Walt não era capaz de administrá-las. Então devolvi elas. Porém, fiz a demarcação dos outros territórios disputados prosseguir favoravelmente.』

Na era do Sétimo, a posição da Casa Walt era a de conselheiros ao trono. Era prova do quanto o poder da Casa havia crescido. Mas por causa disso, foram forçados a lidar com alguns problemas.

O Quinto suspirou:

『Você realmente trabalhou duro quando tinha tão pouco para ganhar. Se fosse eu, não teria querido me envolver.』

O Sétimo parecia compartilhar a mesma opinião, mas havia um bocado de circunstâncias para a Casa Walt da época.

『Até eu odiava em geral. O fardo de tudo estava na Casa Walt. Mas é verdade que eu queria virar uma nova página na época. Eu fui deixado com um bocado de rumores ruins do Sexto, então a nossa posição era delicada.』

Milleia-san tocou o rosto com uma mão, e inclinou um pouco a cabeça.

『Sobre o Margrave de Resno. A geração anterior era bastante incompetente... ou mesmo se esse não fosse o caso, ele não era muito habilidoso, para dizer o mínimo. Os métodos de seu filho, pelo o que posso ver do território, não são ruins.』

A cidade, e os vilarejos em volta... pelo o que vi, ele pode ser chamado de Senhor benevolente com as pessoas. É claro que ele está se esforçando para proteger a fronteira com Faunbeux.

Organizei os rumores que havia coletado hoje.

-- Pelos rumores, ele é mole com o neto, e seu neto também é capaz. Parece que ele deu a razão de estar ocupado demais preparando a fronteira, e falou que não podia dispensar homens para os reféns. Mas não declarou especificamente que não os enviaria.

O Quinto bateu seu dedo levemente na mesa com um ritmo fixo.

『... Significando que ele planeja enviá-los? Ou irá se opor até o final... um Margrave sozinho não vai arrumar disputa com Bahnseim. Mesmo se ele mudar de lado para Faunbeux, essa área costumava ser uma terra importante de Faunbeux para início de conversa. Eles irão apenas tomar dele, e dar por resolvido, ou talvez usem e farão com que seja esmagado na guerra com Bahnseim.』

O Terceiro parecia interessado. Ele colocou as mãos no joelho, e sorriu.

『Boa. Um filho em Centralle. Os outros dois casados longe, e ele não pode colocar as mãos neles facilmente. Pelo que estou sentindo, ele não planeja se separar de seu precioso neto.』

O Sétimo, alegremente:

『Ganhei uma impressão bastante favorável do Varius-kun. Vamos pegar leve um pouco nas negociações.』

Escondi minha boca com uma mão, e pensei no que estava por vir.

-- Iremos gastar um pouco de tempo antes de Faunbeux. É verdade que estão na fronteira, então seremos capazes de ouvir rumores de Faunbeux também, mas... devemos esperar até a guarda imperial aparecer? É compreensível que o Margrave possa preparar seus próprios guardas para enviá-los para Centralle.

O Terceiro fechou seus olhos.

『Se chegar a isso, apesar de ser lamentável para eles, você terá que ferir alguns. Tome cuidado para não matá-los. Ele é seu importante parceiro de negociações. Não há nada a perder em evitar enfurecê-lo.』

Nós iríamos atacá-los afinal.

Me resolvi, e pensei em um plano que traria tão poucas baixas quanto possível.

... Em outro fronte.

A unidade de Adele levou o Baronete consigo para partir o leste.

O oponente dessa vez também seria de ranque Baronete, e estava com uma expressão de conflito.

Eles eram cercados por seus soldados em sua propriedade.

Adele estava tendo problemas com suas exigências.

-- Ascender em ranque só por cooperar? Me desculpe, mas com a escala do seu território, acredito que chegar a Barão seria impossível. Carregar esse nível de responsabilidades não é muito...

Em resposta às palavras de Adele, ele apertou sua preciosa barba, beliscando-a com as pontas dos dedos.

-- Se eu cooperar com sua causa, poderei empregar trezentos soldados. É insuficiente? E se esse é o problema, preciso apenas receber um território grande o bastante para cumprir minhas obrigações. Não se preocupe, eu farei algo com as Casa de Cavaleiros em volta. Se preparar alguma recompensa para eles.

Adele olhou para o Baronete sentado ao seu lado. O Baronete fez uma cara de “não é problema meu”. Mas não pôde continuar em silêncio.

-- Você não está mordendo demais sem méritos como apoio? Se quiser um território da escala de Barões, precisará manter pelo menos o dobro das suas terras atuais.

A outra parte deu uma risada destemida.

-- Então aceitarei uma mudança de território. Certo... Eu gostaria de um território perto de Centralle. Eu fiquei cansado dessa roça do leste longínquo.

Adele sentiu uma vontade de dar uns tapas nele, mas apesar dessa Casa de Baronetes ser chata, as Casas de Cavaleiros em volta dele também eram chatas. Havia várias Casas Cavaleiras em Bahnseim, com escalas indo de apenas assentamentos a vilarejos.

Todos tinham demandas diferentes, e havia muitos insatisfeitos com apenas a paz de seus territórios. Ela começou a acreditar que exatamente como o Lyle havia dito, sem alguém maior para colocá-los em ordem, isso seria difícil.

Adele olhou para seu oponente.

-- Se dermos tratamento preferencial para um, os outros buscarão o mesmo nível de recompensas. Eu não posso aprovar isso.

Ele fez uma expressão relaxada.

-- Então vou vazar suas informações para Centralle. Sobre Lyle Walt e seu grupo estarem se movendo secretamente por aí.

Adele o fitou, mas talvez ele apenas a visse como uma garotinha, já que sua expressão não vacilou.

Porém, o Baronete ao lado de Adele abaixou sua voz.

-- Então isso não seria me fazer de inimigo, e dos outros que já prometeram cooperar? Parece difícil. Terei que retornar e traçar contramedidas imediatamente.

A expressão de seu adversário tornou-se soturna. A mesma posição de Baronete. Se tratando de escala, não havia muita diferença de força. Fazer os Senhores em volta de inimigo também, porém, seria doloroso.

-- ... Há uma terra sendo disputada com o Senhor vizinho. Aquela terra nos pertenceu desde tempos imemoriais. Se cooperar em recuperá-la, cooperarei com sua causa.

Vendo ele se render assim, Adele percebeu que ele ainda havia realizado um pedido bem grande. Ela não gostava muito desses tipos de negociações.

-- E esse Senhor vizinho seria?

-- Um Barão. Não se preocupe, se ficar do nosso lado, ele é apenas um inimigo fácil. E poderiam despachar pelo menos quinhentos soldados?

A cabeça de Adele começou a doer com o pedido dele.

(Isso é... exatamente como o Lyle-san disse. Se não derrubarmos eles de cima, não seremos capazes de lidar com isso.)

Ela tinha subestimado os Senhores de pequena escala, mas agora, estava defrontada com uma enorme perda de tempo...

... Havia um esquadrão despachado de Centralle.

Liderado pelos Cavaleiros da guarda imperial de Celes, trezentos soldados do exército permanente da capital.

A razão de sua partida às terras do Margrave de Resno era por ele não enviar um refém para Centralle não importando quanto tempo se passasse.

A unidade deixando o castelo era espiada por uma certa Celes, movendo-se pelo corredor, montada nas costas de uma mulher. Ela estava de pé nas costas da mulher, a fim de assistir o grupo partir.

-- Huh~? Falei para despacharem uma unidade para algum lugar?

A mulher parecia estar sofrendo, e não mostrava adoração nenhuma à Celes. Era precisamente por isso que ela estava recebendo tal terrível tratamento em primeiro lugar.

Com roupas esfarrapadas e uma coleira, ela estava sendo tratada como se fosse uma cadela. A razão era simples... ela não tinha se curvado à Celes.

Para Celes, pessoas assim eram simplesmente brinquedos interessantes. Ela simplesmente adorava os rebeldes, e brincava com eles tendo maior alegria.

Por perto, o capitão da guarda imperial, 【Breid Vamper】, a respondeu com um sorriso.

-- Celes-sama, essa unidade está partindo para o Margrave de Resno, que não enviou um refém. Um tolo Senhor Feudal de fronteira, que não obedece sua vontade.

Celes ofereceu um sorriso intrigado, enquanto lambia os lábios.

-- Aha, parando para pensar, eu pedi que arrumassem reféns. Oh Rufus, então ele realmente fez isso diligentemente. Eu tinha esquecido totalmente.

Com um fraque, e cabelos ruivos, o mordomo... autômato falou indiferentemente.

-- Mas essa mulher que você está tratando como um cavalo foi enviada como um desses reféns. Quantos já fazem? Você realmente deveria consertar esse hábito de perder interesse em pouco tempo e quebrá-los.

Havia uma garota caminhando atrás de Celes... arrastando seus longos cabelos negros enquanto caminhava, as pessoas em volta tomavam cuidado para não pisar nele.

Celes olhou para 【Rumel】 e sorriu.

— Está tudo bem. A Rumel cuida direitinho da limpeza. Não é, Rumel?

A garota chamada Rumel abriu sua pequena boca. Mas essa boca se expandiu gradualmente, enquanto mostrava presas afiadas e uma língua enorme para afirmar a opinião de Celes.

-- És adorável, Rumel. Quando você se opôs a mim e eu te matei, pensei que fosse apenas uma qilin estúpida, mas revivida, você ficou tão honesta e fofa. Mas me desculpo por não poder usar a Skill bem o bastante para te oferecer muito em termos de fala.

Rumel... a fera divina que uma vez havia encontrado Celes e a enfrentado... A garota qilin tinha sido trazida de volta de um casco vazio para ser marionete de Celes.

Celes esfregou seu pé na mulher temerosa.

-- Se tiver tido o bastante, é só falar. Irei libertá-la imediatamente. Aha! Você deveria se ver tremendo. Você é interessante.

Achando os tremores da mulher interessantes o bastante, Celes desceu de suas costas. E puxou a corda amarrada à coleira.

-- Então devemos partir. Vamos dar uma volta no castelo hoje. Iremos explorar.

O doce som da risada de Celes. Os humanos que a obedeciam estavam todos fascinados por ela.

Apenas o autômato podia observá-la com olhos tão frios...

Em uma cidade mantida pelo Margrave de Resno, nós coletávamos informações enquanto passávamos nossos dias.

Eu estava tirando um cochilo da tarde no meu quarto.

Não, estava enviando minha consciência para a Joia.

A localização era meu próprio quarto de memórias.

Eu enfrentava LYLE, e em minha mão, eu segurava uma Katana. Fosse um corte meu, ou uso de magia, LYLE se esquivava de tudo, enquanto acertava seus ataques em mim.

『Horrível. Absolutamente terrível! Seus ataques são honestos demais. Você está colocando muita força.』

Ele me alertava, enquanto cortava meu ombro, e então as costas da minha mão. Me fazendo largar a Katana, ele pulou em mim, e executou um chute.

Fui lançado no ar, e enquanto rolava, LYLE deu a volta na minha frente, e parou meu girar com seu pé.

『É~, você pode não estar em um nível em que consegue se virar contra alguém como eu sozinho.』

Sem fôlego, olhei para o LYLE. Nisso, ele me mostrou seu braço. Levantando sua manga, vi uma clara linha azul correndo por ele.

-- O que é isso?

LYLE deu uma explicação leve. Uma parte disso pareceu cortês.

『O fluxo de Mana, talvez eu deva chamar assim? Em resumo, é basicamente um vaso sanguíneo. Mas o que corre por ele é Mana. A Casa Walt poliu suas Skills de Suporte por gerações, então você deve estar vendo uma linha azul. E os humanos têm essas se estendendo por todo o corpo.』

Então, LYLE pegou meu braço em sua mão. Reagindo a essa luz, fui capaz de ver uma linha no meu braço também. Mas sua forma era diferente daquela do LYLE.

Simplificando, estava definitivamente conectada de alguma forma, mas estava destroçada. Pelo o que eu podia ver, estava em um estado horrível

LYLE olhou para isso.

『... Aquela Celes, depois de roubar, ela rasgou as suas em pedaços. Não é de se espantar que sua eficiência seja tão ruim.』

Ele guardou seu sabre, e traçou a linha em meu braço com um dedo. A linha brilhou... mas o rosto de LYLE ficou austero.

『Ela destruiu de modo extremamente cuidadoso. Acho que devia estar consideravelmente com medo de mim.』

Me levantei, e perguntei a ele:

-- Então o que acontece se essa linha for consertada?

『Vai melhorar a eficiência com a qual você pode usar a Mana no seu corpo, mas ela as rasgou perfeitamente, então mesmo eu não posso curá-las completamente. Como devo dizer, mesmo se sua saída for dez, não posso sequer garantir que consiga uns dois ou três. Mesmo se for tratado com sucesso, pode chegar a seis ou sete, talvez?』

Ouvindo essas palavras.

-- Então se eu curar isso, posso lutar contra...

『De jeito nenhum. Digo, você não pode nem mesmo vencer contra o meu eu atual, então de jeito nenhum que você pode vencer contra a Celes, que basicamente tem o meu poder além do próprio poder dela. O lado dela tem Septem... a Agrissa como aliada. Se você estiver sozinho, não será nem mesmo uma disputa.』

Quando deixei meus ombros caírem desapontado, LYLE riu.

『Mas acho que você está bem assim mesmo. Não ser capaz de lutar sem o auxílio de outros, ou seja... você precisa de outras pessoas, é o que estou dizendo.』

Olhei para o LYLE.

-- Está me chamando de imprestável?

『Nem pensar. Há algumas coisas que são melhores perdidas, foi só isso que pensei. Isso é apenas hipotético. Mas se eu tentasse impedir a Celes, eu certamente estaria sozinho... ou com alguns poucos. E talvez eu até fosse capaz de fazer algumas coisa a respeito disso. Porém, isso não seria bom de modo algum.』

Quando inclinei minha cabeça, LYLE olhou para mim, e sorriu.

『Lyle, considero você uma forma completa diferente da Celes.』


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