Setes Japonesa

Tradução: BatataYacon

Revisão: Delongas


Volume 18 (Final)

Capítulo 3: Qilin Negra Rummel


... A fortaleza móvel que tinha investido contra o palácio real de Centralle estava à beira do colapso.

Mas tinha tido sucesso em cumprir seu papel, e ninguém estava desapontado. Até seu criador, Letarta, pôs uma mão na parede enquanto murmurava: “Você fez um bom trabalho.”

Damien Valle... Damien o Marionetista, levantou seus óculos com um gesto de seu dedo para reajustar sua posição enquanto levantava o cajado em sua mão direita.

Para fora da fortaleza, suas três autômatos armadas assumiram posições defensivas em sua volta.

— E agora, vamos ao nosso trabalho? Ele falou que me faria o diretor do instituto de pesquisas nacional se tivermos sucesso aqui.

Damien tinha suas razões para se juntar a esta guerra. Deixá-lo conduzir pesquisas como bem quisesse enquanto controlava as inovações tecnológicas do mundo, era uma recompensa que na verdade estava misturada com os desejos ocultos do Lyle. Mas para o Damien, que tinha o ideal de criar sua mulher ideal com as próprias mãos, a proposta do Lyle era um sonho se tornando realidade.

Porque mesmo se ele não fizesse mais nada problemático, ele ainda receberia fundos de pesquisa.

— Comecemos.

Quando Damien murmurou, autômatos de metal se revelaram do interior da fortaleza. Mas não eram com forma humana. Eram escudos móveis. Quando foram ordenados a proteger a fortaleza, se posicionaram de modo a criar uma barreira defensiva.

Um acampamento aliado tinha se formado em volta da fortaleza ambulante em um piscar de olhos.

Os soldados aliados começaram a sair de dentro. Alette emergiu de armadura ao lado de Baldoir, marejada talvez por ter batido sua cabeça.

— Segurem todos os inimigos vindo ao palácio! Em posições!

Obedecendo às ordens de Baldoir, os soldados armados usaram a fortaleza ambulante e as brechas nos escudos para tomar uma posição defensiva.

Alette liderava algumas elites.

— Caso qualquer inimigo consiga passar, nós os enfrentaremos. Protejam nossos aliados!

Seguindo as ordens de Alette de olhos marejados, os Cavaleiros completamente blindados se posicionaram de modo a proteger os atiradores.

Nisso, os soldados mortos inimigos começaram sua investida em linha reta ao palácio.

A sequência de portador de larga escala tinha estacionado em volta da fortaleza, empregando seus escudos para criar de duas a três linhas de defesa.

Dos portadores, as Valquírias desembarcaram primeiro para entrar no palácio real. Cerca de um terço delas tinha permanecido para fortificar a defesa.

Damien olhou seus movimentos fluídos e deu sua avaliação.

— Ataque e defesa simultâneos, as estratégias padrões do Lyle realmente são interessantes. Esse tipo de coisa se chama talento militar?

Nisso, a autômato Nº1 do Damien falou.

— Mestre, há um sinal se aproximando em alta velocidade do céu. Parece estar indo para o palácio real.

Com um olhar ao céu, Damien imediatamente retornou seus olhos para o que quer que estivessem fazendo antes.

— Se ela saiu pra proteger a dona, então não é trabalho nosso. Apenas deixe com o Lyle. Pois bem, estamos aqui para fazer nosso próprio trabalho.

Dos compartimentos de carga dos portadores em larga escala, dois golens enormes emergiram. Esses gigantes com mais de dois metros feitos quase totalmente como Cavaleiros, tinham dois escudos e duas espadas em seus quatro braços grossos. Eles eram os golens do Damien que tinham sido preparados para enfrentar os mortos ambulantes do inimigo.

Os dois saltaram do acampamento e cortaram de lado os soldados que se aproximavam com varreduras horizontais. Mas eram insuficiente para lidar com tantos soldados mortos.

Porém, o que aguardava os soldados que passassem dos golens...

— Fogo!

... era um ataque das unidades ao comando de Baldoir. Além disso, talvez por finalmente terem terminado sua inspeção, um bombardeio da fortaleza também havia começado.

Suas costas estavam contra o palácio, então era impossível disparar qualquer magia de larga escala nela. Damien apoiou seu cajado contra um ombro.

— Pois bem, ganhar tempo não é problema. Espero que o grupo do Lyle volte em segurança.

Ele murmurou...

Uma espada de lâmina invisível.

Quando eu a balançava, os Cavaleiros na minha frente eram facilmente partidos em dois. Não era desconfortável nas mãos. E eu podia ajustar seu tamanho à vontade. Era conveniente ter uma lâmina que os inimigos não conseguiam ver.

Quando um Cavaleiro desceu seu machado, encolhi a lâmina e fiz um leve giro para evitá-lo. Logo depois, estendi a lâmina para o Cavaleiro inimigo, penetrando sua cabeça, e o lançando até a parede, e o costurando lá.

Encurtando a lâmina imediatamente, olhei para os arredores do compartimento de carga do Portador.

Os inimigos que preenchiam o lugar e os soldados que tinham assumido formas de monstro eram realmente problemáticos.

— Eu realmente não queria me desgastar aqui.

Talvez espada cifra seja um bom nome, a espada de prata que o Terceiro tinha deixado para trás era realmente fácil de se usar. Mas estávamos cercados de inimigos, fazendo a situação ser bastante difícil.

Além do mais...

— Que merda.

Quando olhei para cima, o teto tinha sido penetrado por uma pessoa de longos... longos demais cabelos negros, uma garota cuja boca se abria por toda a face tinha aparecido na minha frente. Ela tinha esmagado alguns soldados mortos abaixo de si, mas não parecia se importar com isso.

Abrindo sua boca enorme, a baba começou a pingar.

— Não parece que palavras vão funcionar. É exatamente como a May disse.

Enquanto pensava em como lidar com a qilin negra na minha frente, May e Marina saíram do compartimento de carga.

May espreguiçou seus braços enquanto olhava para a menina qilin negra.

— As oponentes dessa daí serão eu e a Marina. Mano a mano seria meio difícil, mas com nós duas, acho que conseguimos lidar com essa criança birrenta.

Lancei um olhar para May e Marina, e as duas pareciam bastante dispostas. Eu queria mantê-las como forças para usar contra a Celes. Mas estamos sem tempo.

Me virei para a May.

— Toda sua. Volte em segurança.

— É uma promessa. É preciso manter suas promessas, então eu definitivamente voltarei.

Olhei para a Marina-san também.

— Marina-san, é melhor você voltar em segurança também.

— Tá me tratando como uma extra? Bem, tanto faz. Ela parece forte. Não é uma oponente que deixa a desejar. Meu sangue tá fervendo já faz tempo. Até minhas costas estão tremendo. Tá me dizendo que aquela lá é forte. Se for agora, sinto que posso até ir pro meu terceiro estágio de uma vez só.

Os protetores adornando seus braços e pernas tinham sido reforjados pelo velho Letarta. Aparentemente ela usava uma Skill para se tornar uma fera, eles tinham sido feitos para que mesmo quando isso acontecesse, eles protegessem seu corpo sem serem estourados por suas mudanças de tamanho.

May olhou para a qilin negra.

— Pois bem, tem um bocado de empecilhos em volta.

Uma porção de respostas veio de trás. Irrompendo pela parede, as Valquírias armadas entraram na sala lotada de inimigos.

May pareceu impressionada.

— Hora perfeita. Então... vamos lá?

May estava envolta em eletricidade. Quando cobri meu rosto com minha mão esquerda, Marina, ao lado dela, se cobriu em chamas.

Crescendo à sua forma adulta, escamas azuis corriam pelos braços e pernas da May. Ela estava sentindo sua forma.

Enquanto isso, Marina-san que havia ficado um tamanho maior havia assumido uma forma que poderia ser considerada bestial. Eu tinha ouvido falar, mas essa é a primeira vez que tinha visto suas formas de batalha sérias.

Nisso, talvez sentindo-se provocada, sua inimiga abriu sua boca enorme, e a fechou sobre os soldados mortos em sua volta. Achei que ela tivesse finalmente endoidado, mas depois de comer alguns, a qilin na minha frente conseguiu mudar sua forma de uma maneira similar à May. Ela emanou relâmpago negro, e a forma resultando era ainda mais próxima a de uma fera que a da May. Ambas suas pernas eram de qilin. Seus braços eram humanos, mas suas mãos eram anormalmente largas.

Ela tinha espinhos sinistros crescendo por todo o corpo. Sua boca tinha se aberto de forma ainda mais larga, e sua anatomia era mais próxima a de um sahuagin do que uma qilin.

— Que espinhosa.

Quando falei isso, May se inclinou um pouco.

— É uma vista triste. Por ela, eu preciso acabar logo com isso...

Logo depois, May chutou o teto do Portador e se lançou em disparada contra a qilin negra. Marina-san seguiu atrás.

— Ahahaha, tá ficando divertido por aqui!!

Enquanto eu me ocupava ponderando sua beligerância, as duas colidiram com a qilin, atravessaram o teto de estouro, e saltaram para o ar de fora.

Em volta, as Valquírias enfrentavam os soldados. Um balanço dos braços enormes do Portador mandava os soldados mortos voando. Fizemos nosso próprio caminho e prosseguimos.

Nesse momento, um Cavaleiro saltou no compartimento de carga do Portador.

— Você está no caminho!

Dei um corte diagonal de baixo, estendendo minha lâmina para cortar meu inimigo. Quando o cortei, a força fez seu elmo cair, me permitindo ver seu rosto.

Cabelos laranjas... e pensei tê-lo visto antes em algum lugar. Um jovem Cavaleiro que tinha participado conosco na subjugação do grifo me olhava através de seus olhos vazios, antes de lentamente cair no chão do compartimento de carga.

— Marcus-san...

Da Casa Circry. A irmã mais nova da Miranda e irmã mais velha da Shannon tinha ele como amante, e ele agora tinha se tornado um morto. 

... Mônica descartou a broa quebrada em sua mão esquerda.

Mudando sua postura para segurar o martelo em sua mão direita com as duas mãos, ela o desceu sobre seu inimigo.

— Vou enfiar um pouco de razão nessa sua cara metida!

Mas o autômato que era seu inimigo — o modelo mordomo Burt — graciosamente se esquivou enquanto produzia facas dentre seus dedos enluvados e as jogava contra a Mônica.

De seu avental, ela tira uma bandeja de servir como escudo enquanto balançava seu martelo de lado.

Burt pulou para evitá-lo elegantemente, realizando uma rotação única no ar enquanto pegava duas pistolas de seus bolsos internos e as apontava na empregada.

Mônica deixou seu martelo para trás, saltando de sua posição. Riscas de luz correram das pontas da pistola, escaldando o chão com seu calor.

— No fim das contas, você é uma farsa distribuída ao público para uso civil. Não é párea para um verdadeiro como eu. Pois eu fui projetado pela exata razão de proteger pessoas importantes.

Com seus cabelos vermelhos balançando, ele aterrissou enquanto apontava suas armas para Mônica, lançando ataques sucessivos rapidamente. Mas Mônica refutou:

— Farsa, farsa... atiçação assim nunca vai funcionar. E apesar de termos importado suas noções de empregadas e mordomos, nós fomos os primeiros a desenvolver autômatos. Se estamos falando de farsas, então não deveria ser você?

Mônica previu os ataques de seu oponente, os esquivando enquanto trocava palavras. Eram ambos autômatos, mas como não compartilhavam ligação nenhuma, realizavam um diálogo análogo.

Quando a Mônica se escondeu atrás de um pilar, Burt apontou ambas as armas para derretê-lo. Mas a Mônica já não estava mais lá.

— Sem um mínimo de refinamento ou história. Nascidas meramente de pervertidos cujas paixões cresciam sem conseguirem ver mais que a superfície, o que há de tão maravilhoso nisso? Eu digo que possuo um valor muito maior, ao invés de uma autômato construída com o objetivo de serviço sexual.

Quando Burt levantou os olhos, Mônica balançou nele a arma em forma de vassoura em suas mãos. Ele a pegou e destruiu com sua pistola. Burt não mostrava pânico nenhum.

Mônica falou:

— Qual o problema de ver as coisas de forma sexual? Eu posso atender qualquer tipo de demanda, qual o problema disso? Apreciaria muito se não forçasse seu senso de valores sobre nós. E... vocês são completamente capazes de atender pedidos sexuais também caramba.

Mônica lançou um chute enquanto Burt segurava facas em ambas as mãos para cortá-la. Ela bloqueou com os restos de sua vassoura, mas suas roupas estavam começando a sofrer danos. Seu inimigo era mais rápido.

— As empregadas que vocês chamam de empregadas, não têm nada de empregadas. Não são mais que prostitutas de cosplay. Seres que reduzem nosso valor. Seres desprezíveis.

— Você é barulhento, hein. É a nossa cultura. Antes de reclamar de outro país, por que não aprende a olhar pro seu primeiro? Agradeceria se não nos culpasse por sua própria falta de valor.

Quando ele chutou a Mônica, ela pulou para trás. Girando horizontalmente, ela aterrissou sem nunca mostrar o interior de sua saia e encarou o mordomo.

A animosidade entre eles não era apenas por conta de sua relação de mordomo e empregada. As várias circunstâncias dos seus países de origem os tornavam incompatíveis.

As Valquírias chegaram no amplo espaço onde eles competiam em habilidade. As unidades que tinham chegado foram, aquela que tinha o mesmo rosto que a Mônica, Unidade Um, tal como as Unidades Dois e Três.

Todas as três unidades tinham corpos especialmente preparados. Os prendedores em suas costas tinham ficado ainda mais similares a asas.

— Viemos ajudar, ferro-velho.

Quando a Unidade Um disse isso, Mônica falou sem tirar seus olhos de Burt:

— ... Vou agradecer por enquanto. Mas o poder do inimigo é alto demais. Ele está mostrando especificações acima de seus dados. Há a possibilidade de estar sugando poder considerável de sua mestra.

Mônica pegou um tubo de testes do bolso, removendo a tampa para beber o líquido vermelho dentro. Era pedra mágica liquefeita, Mana... energia... ela estava repondo sua energia.

(Quero reduzir o fardo no frangote tanto quanto puder.)

Nisso, Burt deu um sorriso. E revelou o interior de seu fraque. Nele, valiosas gemas, minérios mágicos, estavam costurados em números absurdos.

Pegando uma em sua mão, Burt esmagou a gema. Os fragmentos brilharam enquanto derretiam no ar, e o dano recebido em sua batalha com a Mônica começou a se regenerar.

— Ela falou que eu podia pegar o que quisesse do tesouro real de Bahnseim. Embora eu sirva àquela mestra minha a contragosto... bem, quando se trata de recursos, ela supera o seu.

As sobrancelhas de Mônica tremeram.

— Não posso ignorar essa. A única pessoa no mundo que pode falar mal daquele maldito frangote é esta Mônica aqui. E está servindo sua mestra a contragosto? Que vergonha. Não possui qualificação nenhuma para falar de elegância e valor. E... O melhor serviço está em servir aqueles sem recursos. Como imaginei, você desenvolveu uma mentalidade negligente.

A expressão de Burt se distorceu ante as atiçações de Mônica. Era uma interação que não parecia vir de autômatos.

As Unidades Um, Dois e Três abriram suas bocas.

— Então no final, ele é só isso.

— O mordomo está se gabando das joias de seu mestre? É sério?

— Que lamentável. Para a mestra que tem um mordomo como você.

Uma veia estourou na cabeça de Burt em resposta a atiçação das três. A verdadeira questão no meio disso era se realmente havia a necessidade programar uma expressão dessa em um autômato.

Burt pegou uma porção de gemas de seu fraque e as esmagou nas mãos. Nisso, ele começou a disparar em metralhada suas armas.

— Vou estilhaçar vocês em pedaços tão pequenos que será impossível se regenerarem. A ousadia de imitações tão repugnantes... Sumam!

Quando Mônica se moveu daquele espaço destroçado, lançou um ataque contra Burt. Todas as armas que ela possuía eram o pico da era. Mas do ponto de vista do Burt, eram todas defasadas.

Mônica pensou:

(Ele está solto assim enquanto estou com minhas energias restringidas... Estou começando a duvidar se conseguirei ganhar tempo ou não. Se realmente for necessário, é melhor eu me preparar. Talvez eu acabe fazendo o Frangote chorar de novo.)

Ela se desculpava internamente com o Lyle...


Agora que está aqui, isso significa que finalmente a tradução está terminada lá no blog, o Batata Traduções. Já que sempre se manteve 1 volume à frente, mas sei que tem gente que prefere esperar aqui. Então vamos lá!

Também não se esqueçam que comentários e interação são o combústível que movem a tradução adiante, deixem seus feedbacks dizendo o que estão achando da história e da Tradução. 


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