Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 7

Capítulo 11: Arredores


Prosseguindo pela floresta, eu tinha a Novem e Eva me seguindo.

A Miranda, Aria e Clara estavam se movendo em um grupo separado, enquanto circulávamos a área, eliminando os Lobos Cinzentos.

Pequenos grupos deles pontilhavam as árvores.

É claro, não era como se estivéssemos muito distantes do grupo da Miranda. Ocasionalmente soltávamos lampejos de magia para nos comunicar.

Apesar de tudo que realmente estávamos comunicando eram nossas posições.

(Talvez precisemos fazer sinais para quando formos nos mover separadamente.)

Isso permitia que inimigos nos encontrassem, então eu realmente não queria usar. Mas se eu simplesmente liderasse todo mundo, isso atrapalharia o crescimento da Miranda e da Aria.

E eu queria testar como as coisas prosseguiriam se dividíssemos nossas forças.

O chão sob meu pé era bastante desnivelado. Os galhos e grama que cresciam até meu quadril impediam nosso progresso.

Eu avançava enquanto os moía com uma adaga, mas o som disso atraía inimigos.

Tão fácil quanto o pedido fosse, o local era um problema.

No passado, eu havia me certificado de nunca entrar em uma luta em um lugar desses.

— Beleza, hora da folga. Novem.

Quando olhei para a Novem, ela ergueu seu cajado e o utilizou para produzir luz mágica. Após cintilar algumas vezes, Clara reagiu, e piscou o seu próprio em resposta.

Nós deveríamos nos reunir com o grupo da Miranda, achar um lugar adequado, e descansar.

Talvez estivessem tendo o mesmo problema que nós, já que sua velocidade de movimento era lerda.

Escolhi lutar na própria floresta, porque pensei que serviria como uma boa experiência. Também havia a questão da Eva.

Ela originalmente havia vivido nas florestas, e tinha uma certa afinidade para com elas.

Nos lugares tão difíceis de nós atravessarmos, ela simplesmente continuava seguindo em frente. Ela era sensitiva aos ruídos e cheiros circundantes, e bem rápida em descobrir inimigos.

E além de magia, ela podia usar uma adaga e arco.

Mesmo assim, de acordo com a própria, “eu ainda tenho um longo caminho a seguir se quiser me comparar com as tribos que vivem unicamente em meio às florestas”.

(É, nunca vou tentar arrumar briga com um elfo em uma floresta.)

Com isso em mente, olhei para a Eva:

— Que tal? Sente algum inimigo?

Nosso pedido era de abater os Lobos Cinzentos, mas não era como se isso fosse tudo que encontrávamos.

Já havíamos encontrado orcs e goblins algumas vezes.

— Nada, mas há realmente uma necessidade de me perguntar?  Lyle, você já não pode meio que dizer onde os inimigos e áreas perigosas estão?

Bom da parte dela ter notado, mas...

— Não, tenho certeza que já expliquei que simplesmente tenho esse tipo de Skill.

Eva ainda estava insatisfeita.

— Então qual é a razão de perguntar? Apenas ache todos eles, e nos faça acabar com eles de uma vez! Já que você não estava mantendo passo, eu estava certa que você estava economizando sua mana ou algo assim.

Enquanto dizia para ela se controlar, expliquei:

— Diferente de você, não estamos acostumados ao terreno da floresta. Essa é uma boa oportunidade, então gastaremos dois dias vagando normalmente, foi isso que já foi discutido, não é?

Nós não podíamos simplesmente caminhar normalmente como a elfa. Nesse estado, seria um desperdício para mim usar as Skills e imediatamente acabar sozinho com os Lobos Cinzentos, não recebendo nada em troca.

— E meu objetivo é derrotar a Celes. Eu quero tanta experiência quanto possível. É possível crescer repetindo a mesma ação de novo e de novo, mas diferir ambientes e experiências completamente novas dão uma quantidade diferente, ou assim eu ouvi.

Dos ancestrais, é claro.

O Segundo, que atualmente não posso encontrar, sabia bastante desse assunto.

E usando o que ele me ensinou, pensei ser melhor sair e experimentar coisas novas ao invés de repetir uma rotina.

Não se precisa dizer, mas mergulhar em um labirinto e derrotar monstros lá também é uma opção válida.

Como estamos agora, podemos sair para experimentar muitas coisas novas, mas um bocado de tempo era desperdiçado em movimento.

— Eva-san, você parece bem sonolenta desde de manhã, mas pode ser que você não estava escutando nenhuma das nossas discussões?

Quando a Novem falou isso, Eva se agarrou nela.

— Me perdoa, Novem. E quando eu pratiquei uma canção ontem, todos os aldeões se reuniram. Eles queriam me escutar!

Observando a Eva falar como se quisesse ser mimada, soltei um suspiro.

Eu já sabia o porquê de ela ter ficado acordada até tarde, e também havia ficado acordado.

Porque o Sétimo havia estado ocupado, me transformando em uma colmeia repetidamente na Joia. Eu pensei que ele seria gentil com seu neto, mas, dizendo que isso não me mataria de qualquer jeito, seus ataques não desaceleraram nenhum pouco.

Cada um dos chefes históricos era, sendo direto, mais fortes que eu.

Não era sobre especificações base, todos eles haviam feito um estilo de luta próprio.

Esgrima era a mesma coisa. Eu não podia derrotar o Terceiro nisso.

Comparado a ele, de certo modo não tenho a sensação que peco em técnica. Mas quando se trata de lutar, ele carregava alguma coisa que esmagava qualquer diferença de habilidade que tivéssemos.

E como esperado, eles eram hábeis em usar Skills.

Eles haviam ganho maestria completa das Skills que haviam manifestado.

Sentindo uma presença se aproximando, me levantei e agarrei o cabo do meu sabre...

— Ah, um coelho chifrudo. Meu!

Pelo arco da Eva, o coelho chifrudo que se aproximava foi perfurado em seus pontos vitais no momento que sua cabeça apareceu.

『… Eu… odeio elfos.』

A voz amarga do Quinto veio da Joia, mas ignorei e me virei para a Eva.

Desde que viemos para a floresta, os movimentos dela haviam mudado.

— Você fica mais forte dentro da mata? E espera, essa é uma habilidade e tanto que você tem aí.

Seu arco era pequeno, mas foi feito para uma saída de força considerável, e Eva o utilizava com maestria.

— Não é como se qualquer coisa tenha mudado em mim. Mas entrei nesses tipos de lugares umas vezes, e minha tribo elfa saiu da floresta afinal de contas. Somos especializados em coisas como arcos e etc.

Ela falou isso simplesmente transbordando orgulho, então eu...

— Ainda assim, para uma tribo dessas, você realmente gosta de cantar com tão pouca roupa. Exibicionismo é um passatempo seu?

Foi só então que finalmente conseguimos nos reunir com o grupo da Miranda. Enquanto a Eva reclamava comigo, ela saiu para recuperar os espólios da presa que abateu.

— Atrair clientes é um assunto completamente diferente! E não quero ouvir isso de você, Lyle!

Observando ela mostrar sua língua enquanto habilmente recuava para a floresta, uma Aria coberta de lama...

— Elfos realmente ficam vigorosos quando entram em florestas. Que inveja.

Pelas aparências, ela esteve tropeçando um bocado desde que entrou na mata.

Clara pegou uma toalha de suas bolsas, usou magia para molhá-la, e a entregou para Aria.

Aceitando, Aria descarregou seu equipamento no chão, e começou a se esfregar.

Novem estava mantendo vigia nos arredores, e se posicionava um pouco mais distante do nosso círculo.

Miranda reportou o progresso de sua equipe.

— Três goblins, e seis Lobos Cinzentos. Acho que isso é um pouco demais, mas como esperado, encontrar eles é uma provação. É horrível quando se é atacada de repente.

Em um ambiente desconhecido, ela estava passando pelos problemas esperados.

Atualmente, havíamos feito o bastante para satisfazer os requerimentos pedidos, mas decidi ficar e acumular mais alguma experiência.

Com o coelho chifrudo em mãos, Eva se aproximou, olhou para a Aria, e...

— O quê, você caiu?

... começou a rir.

— Ah, calada! Diferente de você, não é como se eu tivesse sido criada nas árvores!

Com sua atitude de sempre, e a mentalidade que não se importava de ser vista nua, a Aria não se encaixaria na floresta rapidinho? Ou assim acabei pensando.

Eva deu de ombros, um pouco azeda, jogou os espólios no chão e puxou uma faca.

— Sim, no final, eu sou só uma elfa. Agora, você fura bem aqui...

Cantarolando uma melodia, ela começou a desmantelar o coelho.

De dentro da Joia, veio o berro de um amargo Quinto e o lamento de um irritado Terceiro:

『Eu ODEIO essa mulher!』

『Sim, bem, eu te odeio. Como você pode achar esses demônios chifrudos fofos? Puxa vida, acho que há uma razão de você ter se apaixonado por aquela qilin quando sua forma era aquela de uma garotinha.』

Eu contive o impulso de concordar com o cinismo do terceiro, enquanto passava vista pelos materiais que a Miranda havia coletado.

Partes arrancadas de monstros e pedras mágicas. Alguns itens estavam em boas condições, enquanto outros, não tão bem. É provável que alguns ataques erraram seu alvo.

(Bem, os ganhos para este pedido realmente não importam. Vamos só nos acostumar com o terreno tanto quanto pudermos.)

Com pausas assim intercaladas, nos movemos pela floresta.

Nisso...

— Ei, se vamos trabalhar separadamente mesmo, então que tal testar a Skill do Lyle? Conexão, não era? Por que não usa em mim?

Diante da proposta repentina da Miranda, a Aria explodiu:

D-Do que você está falando!?” É um beijo, um beijo! Além do mais, um adulto!

Enquanto a Aria era posta em desalinho, Clara ajustou seus óculos, seu rosto um pouco corado.

Novem pareceu mais preocupada comigo, já que lançou alguns olhares em minha direção.

E a Eva olhou para Novem.

— ... Há realmente uma necessidade de usar? Não foi nem testada ainda. Subestime a floresta e você estará em um mundo de dor.

Ela conteve a Miranda.

Da Joia, o Quarto...

『Bem, se você reunir três humanos, facções se formarão. Ui~ agora é a chance de você exibir suas Skills, Lyle. Boa sorte!』

(Eu não preciso desse tipo de conselho! Por que não fala alguma coisa útil nessas horas!?)

Apertei a Joia, e dei uma batidinha para obter algumas sugestões. Do Terceiro para cima...

『Eu só tive uma esposa. Não tenho ideia.』
『Mesma coisa aqui. Não tenho ideia de como lidar com múltiplas.』
『Faça nada. Fim.』
『... Não acabou muito bem pra mim, não acho que devo dar conselhos aqui.』
『Eu fui fiel à Zenoire.』

Os Ancestrais não foram de nenhuma ajuda.

A atmosfera continuava ficando mais e mais tensa, e nisso, a Miranda sorriu...

— Então vamos embora e testamos depois que voltarmos. Estou pronta a qualquer hora.

... e disse isso.

Para nivelar seus olhos com os meus enquanto eu me sentava, ela se inclinou, e me lançou seu sorriso diretamente.

— N-Não, bem...! E-eu não tenho muita experiência nisso, e...

Quando desviei meus olhos, me levantei, e tentei me distanciar um pouco, a Clara...

— Mesmo você tendo tentado beijar a Qilin?

Vários dias haviam se passado, e mesmo assim, eu ainda era tratado como o pervertido que irritou uma besta por tentar beijá-la.

E eu...

— Novem, você pode descansar. Eu assumo a vigia.

... fugi.

Eu escutei o estalar de uma língua seguido pelas palavras, “ele fugiu”, mas ignorei tudo isso, e troquei a posição de vigia com a Novem.

— Então eu deixo isso com você.

— Beleza.

Me agradecendo com um sorriso, ela retornou ao resto das minhas companheiras. Mas após eu partir, a conversa foi reduzida a pedacinhos e fragmentos.

De dentro da Joia, o Terceiro soltou uma voz entediada:

『Tsc, que tal você perseverar um pouco mais, e providenciar mais um pouco de entretenimento?』

(Por que é que eu tenho que entreter vocês todos!?)

Contive minha irritação, permanecendo alerta aos arredores, e usei uma Skill.

Para praticar, sondei uma área maior do que aquela que eu normalmente via.

O mapa apareceu na minha cabeça, e uma quantidade de pontos vermelhos o salpicavam.

(Ainda há alguns Lobos Cinzentos. Se entrarmos mais na mata, parece haver uma alcateia maior. Vai ser mais fácil se eles vierem nos cumprimentar, todavia.)

Enquanto pensava isso, vi um amarelo e vermelho, e o ocasional azul, um ponto complicado e mutável.

Quando me virei naquela direção, a fonte imediatamente se distanciou.

Um suor agourento correu pelas minhas costas, e encontrei pouco alívio em sua retirada.

— ... Então ela me seguiu.

Aquela resposta era indubitavelmente da qilin... da May.

— Para o jantar de hoje, usei a carne de frango favorita do Frangote, e estou pensando em fazer um ensopado. Agora, assistente Shannon-san, você fatiou os ingredientes direito?

No alojamento de aventureiros e viajantes no vilarejo, Mônica e Shannon preparavam uma refeição para quando o grupo do Lyle retornasse.

Se a Shannon entrasse na floresta, ela seria apenas um fardo. A própria entendia isso, e não queria ir para inicio de conversa, então usou uma desculpa.

Mas isso não significava que ela teria permissão de não fazer absolutamente nada.

Sob a liderança da Mônica, ela ajudou a cozinhar e limpar para seus companheiros que retornariam.

— Ei, você geralmente só me chama de Shannon, e me trata como uma garotinha, então por que você coloca um “-san” no momento que viro sua assistente?

— Hm, se pode encontrar certa beleza em formalidades. Agora, os ingredientes... sua garotinha!!

Mônica olhou para os vegetais que a Shannon havia cortado, e elevou sua voz.

— O-o quê foi!? Não está tudo bem? Tá fofo, não tá?

Os vegetais que ela havia fatiado haviam perdido uma enorme porção de seu volume comestível para criar cortes em forma de estrelas e corações

Mas talvez por terem sido gravados com uma faca de cozinha comum, eles estavam um pouco deformados.

— Escuta aqui, quando você quer fazer uma forma dessas, tem que usar um molde padrão. Deixando a forma de lado, descartar as partes restantes é... bem, só corte elas mais finas, eu acho. Está bem, certo, já que você quer fazer elas afinal, seja gentil quando for colocar no ensopado.

O fato de ela não picar as estrelas e corações da Shannon era a bondade da Mônica.

— Deixa comigo. Esses serão como um jogo para quem comer.

— Nós não temos os prêmios, ou se pode dizer que os moldados são tanto o prêmio quanto a recompensa... pois bem, vamos acender o fogo...

Quando a Shannon jogou os ingredientes na panela, a Mônica mais uma vez...

— Sua tola!! O que você acha que é cozinhar, garotinha!?

— Digo, eu geralmente fico com lavar os pratos, ou descascar! Eu ajudei, então não está tudo bem!?

Suas maria-chiquinhas balançavam, Mônica estava furiosa enquanto dava um sermão na Shannon.

— E te ensinar a cozinhar foi a ordem do maldito Frangote! Eu, Mônica, devo colocar meu máximo esforço, e trazer os maiores resultados para o que quer que ele comande! Tal é minha diretiva! Vou enfiar a fundação do trabalho doméstico em você, até você ficar perfeita nisso, estou resoluta em até mesmo ser chamada de demônio.

Shannon fez uma expressão relutante diante da declaração resoluta da Mônica.

E olhou para trás de si.

Lá, aldeões jovens... ou melhor, aqueles de doze a treze anos. Os garotos estão olhando para o Portador estacionado no alojamento.

Ela havia pensado que eles só estavam olhando, mas a verdade era diferente, pelo jeito.

— Ei, vocês aí, o que estão fazendo!?

Quando a Shannon berrou, os garotos correram em surpresa.

Mônica suspirou, e recomeçou a cozinhar.

— Você está bem com aquilo? Aqueles garotos vieram roubar alguma coisa.

Enquanto cuidava dos preparativos para cozinhar, Mônica falou para ela:

— O porta-malas do Portador está trancado. É impossível de se abrir. Mesmo assim, o que exatamente eles tentariam roubar... poderia ser meu trabalho em progresso, meu “Uniforme de Empregada que Não Chama a Atenção”!?

Shannon fez uma expressão apertada enquanto se perguntava se a autômato estava séria.

— Não, o assunto não vai ser resolvido se você simplesmente se separar do uniforme de uma vez? O que raios deveria ser esse Uniforme de Empregada que Não Chama a Atenção? O ponto principal era que uniformes de empregada chamam a atenção por natureza.

Shannon também recomeçou sua assistência, mas usando seus olhos para dar uma olhada em seus arredores, viu os garotos ainda bem perto.

Eles provavelmente queriam se esconder, mas a Shannon podia vê-los bem claramente.

E ela também podia entender que eles tinham sentimentos nenhum pouco amigáveis.

Inveja, medo, e desprezo.

— Parece que não somos muito bem-vindos aqui.

Quando a Shannon disse isso, a Mônica...

— E foi por isso que suas mãos pararam? Se você não fizer seu trabalho direito, irei te reportar para a Miranda.

— Que golpe sujo! Autômato, como que vocês máquinas podem ser tão injustas!?

Mônica escarneceu:

— Hah! Não me importa o que ninguém além do Frangote pensa de mim. Injusto? Bem, isso realmente se parece com um elogio para mim. O que é que tem?

Shannon e Mônica pareciam estar se divertindo enquanto cozinhava, mas ocasionalmente Mônica também se colocava em guarda.


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