Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 8

Capítulo 7: Pedra Preciosa


Um corredor escuro de Labirinto.

Daquele espaço que se assemelhava ao interior de uma caverna, eu podia ouvir o som de água corrente de algum lugar.

Quando a Clara acendeu a luz de seu cajado para iluminar a área, pude ver estalactites no teto.

O chão era extremamente desnivelado, e a largura das passagens não podia ser de mais de cinco metros.

Por causa daquelas estalactites no teto, ele parecia mais baixo do que era.

Tendo entrado no Labirinto junto conosco, Aria soltou uma baforada branca:

— Está realmente frio aqui.

Ela não estava pouco vestida, mas ainda assim tinha escolhido trajes mais fáceis de se movimentar, e negligenciou sua proteção contra o frio.

Eu também estava sentindo, e era mais severo do que havia antecipado.

A Clara:

— Tem água pingando das estalactites. Dependendo da localização, poças se formam no chão. A passagem se curvou algumas vezes, mas... o Portador realmente não vai caber.

No presente, após sermos despachados pela Guilda, estávamos vagando em torno do primeiro andar do Labirinto que eles haviam descoberto.

Sua entrada cavernosa começava com uma escadaria.

Eu, Aria, Miranda e Clara havíamos entrado apenas para examinar o lugar.

Miranda:

— Tudo que aparece são monstros morcegoides nojentos, e o sapo ocasional? Por favor me dá um descanso.

Eu não tinha certeza a quem isso se dirigia.

Mas ambas, Aria e Miranda, não soltavam um pio em batalha, enquanto desinteressadamente enfrentavam os monstros. Não, talvez seria melhor dizer “triunfavam sobre”.

Eu mesmo estava usando as Skills 【Mapa】e 【Busca】 para olhar o mapa do primeiro andar enquanto observava os movimentos dos outros aventureiros.

— ... A seguir, peguem a direita.

Evitamos a passagem que acabaria em um beco sem saída muito mais à frente, e viramos à direita.

Diretamente adiante estava um grupo sem ser o nosso que já tinha ido e dado meia volta.

Era só o primeiro dia.

O grupo do Albano-san estava bem na frente, e seguindo eles, todos os outros grupos escorriam para dentro do Labirinto

Quando espichei minhas orelhas, pude ouvir o som de batalha nos arredores.

(É um dédalo estreito. Isso é bom e tudo mais, mas os chefes vão reviver?)

Quando entramos no Labirinto, não havia reação nenhuma do chefe de andar.

O espaço levando para baixo ao segundo andar inferior era uma vasta sala, mas não havia nenhuma leitura vinda dela.

Parece que o grupo do Albano-san já tinha descido, e nós só estávamos caminhando em volta para descobrir tudo o que podíamos sobre o primeiro andar.

(Apesar de ser verdade que o líder pega todos os baús de tesouro... há muitos que eles deixaram para trás.)

Eles estão priorizando seguir em frente, e desarmar as armadilhas pelo caminho. Se isso não for possível, eles colocam marcadores para indicar o perigo.

Caminhando adiante, Aria parou, e puxou uma adaga que mantinha em seu quadril.

Ela tinha determinado que o inimigo vindouro não requereria nem mesmo sua lança curta, e assumiu uma postura com seu braço esquerdo escudado na frente.

Também puxei um sabre. Eu podia ouvir o bater de asas.

Miranda enfiou sua mão em seu robe, e a puxou com longas agulhas mantidas nas brechas entre seus dedos, ela mirou no teto e as jogou.

Em uma área escura à frente, pude ouvir o som de várias coisas caindo...

— Tsc, dois deles escaparam. Lyle, Aria, são todos seus.

Apesar de soar irritada, ela tinha conseguido derrubar três deles.

Aria balançou sua adaga em um arco largo, cortando um dos morcegos gigantes que vieram até nós.

Eu usei meu sabre para empalar o outro.

Perfurei seu torso, e o morcego soltou um guincho agudo antes de deixar de respirar.

Olhando cautelosamente para os arredores, Clara — que estava guiando o Mini-Portador — abaixou seu cajado, e começou a extrair materiais e pedras mágicas dos morcegos.

Já que ela tinha retirado sua mão do cajado, as luzes tinham se apagado.

Apontei minha palma direita para o teto e preparei uma luz própria. A Clara...

— Obrigada.

Disse isso enquanto começava a trabalhar

Aria manteve a vigia na frente, e a Miranda na retaguarda.

Eu olhei para os monstros.

— Essas asas têm mais de um metro cada quando abertas. Há algumas diferenças entre indivíduos, mas... esses caras possuem caras bem arrepiantes, não têm?

Eu não estava procurando por fofura em um monstro, mas a Joia no meu pescoço diferia.

Mas uma vez, o Quinto...

『É só um monstro... é só um monstro... mas se você olhar de perto, tenho a sensação de que faria um, bastante fofo, ...』

A respeito dele, o Quarto.

『Que parte exatamente você está olhando?』

Soltou uma voz irritada.

E enquanto eu estava perdido em pensamentos, a Clara me chamou.

— Lyle-san.

— Sim?

Me virei para ela, enquanto ela levantava o monstro para mostrar seu tamanho total. Quando ela abriu as asas, elas eram o bastante para esconder sua pequena constituição corporal.

— Esse é o maior de hoje.

Ouvindo isso, eu o examinei.

— É um que a Miranda abateu? Vamos recuperar a agulha... ainda assim, tem uma boa variedade por aqui.

Clara prosseguiu a desmantelar a criatura enquanto expressava seu acordo:

— Sim. Os pequenos têm tamanhos razoáveis. O tamanho das pedras mágicas permanecem relativamente constante, e o preço dos materiais por tamanho não é lá...

Seria problemático ter um preço marcado para cada um deles, mas nós seríamos capazes de pôr algumas expectativas no lucro final.

Olhei para o Mini-Portador onde a Clara havia enfiado seu cajado.

Seu fundo era uma caixa profunda, e os únicos acessórios que ele tinha eram rodas e pernas para descer escadas, mas sua cabeça era do mesmo tipo de coluna cilíndrica com duas bolas de vidro pequenas embutidas para os olhos.

Mônica persistiu que tal acessório era necessário se quiséssemos nomeá-lo como um Portador.

E eu concordava completamente.

— Parando para pensar, o Portador também era bastante simples no começo. Ele cresceu esplendidamente.

Clara parecia um pouco relutante:

— Mais esplendor e eu terei problemas. Está chegando no limite do que posso operar.

E dizendo isso, ela colocou os materiais coletados e pedras no Mini-Portador.

Ela os guardou organizando por tipo, e quando terminou, pegou seu cajado para se mover de novo.

Apaguei minha luz, e confirmei o próximo lugar que estaríamos indo no Mapa.

Uma maioria dos monstros já havia sido caçada pelos outros aventureiros, então realmente não havia lugar nenhum para nós senão ao avançar.

(Deveríamos ir clamar os tesouros que o grupo do Albano-san deixou passar?)

Mesmo se você chamasse de baús de tesouro, eles não tomavam a forma de caixas de madeira.

Eles eram recipientes embutidos nas paredes, e muito frequentemente em lugares bastantes difíceis de se achar.

Porém, com as Skills 【Mapa】e 【Busca】, eu podia facilmente determinar a localização desses itens ocultos.

Enquanto começava a andar, me dirigi a todas:

— Nós vamos descansar um pouco na próxima sala larga que encontrarmos.

A Aria se alegrou:

— Isso é um salva-vidas. E espera, aqui é muito mais frio do que pensei. Nós já trouxemos lenha, então vamos acender uma fogueira, não é?

Nós tínhamos uma lata de tamanho moderado conosco, cheia de madeira que podíamos acender.

Havia outras ferramentas que podíamos usar, mas eu também queria testar como essas funcionariam.

De tudo mais, apesar de se poder obter calor instantaneamente caso se usasse ferramentas mágicas, esse método era muito mais custo-eficiente.

Nós coletamos galhos caídos pelo caminho para reabastecer, e não havia necessidade de suprir Pedras mágicas como se precisaria para uma Ferramenta Mágica.

— Nós também teremos uma refeição. Apesar de que após encontrarmos a entrada para o segundo andar, estaremos retornando por hoje.

Miranda falou:

— Não seria melhor se checássemos o estado do segundo nível?

Eu sacudi minha cabeça.

— Provavelmente não teríamos problemas, mas não quero forçar. E tenho a sensação de que todos os grupos hoje vieram apenas para a sondagem preliminar.

Pelo mapa em minha cabeça, uma grande parte dos outros grupos não tentou se forçar, e deram meia volta assim que encontraram as escadas para baixo.

Muitos deles começaram a procurar por tesouros como nós estávamos fazendo no momento.

E como planejado, entramos na larga sala onde o baú do tesouro deveria estar.

Quando retornamos do Labirinto, o céu ainda estava azul.

Eu me espreguicei enquanto saía, e minha pele me informou que o interior dele havia sido muito mais frio que o ar externo.

— Agora, mais ou menos quanto foram os nossos ganhos de hoje?

Quando olhei para o Mini-Portador, o encontrei bastante estufado.

Isso definitivamente era mais do que alguém poderia se encarregar de carregar.

Mas...

— Derrotamos um bom número, mas nesse ritmo, nossa bagagem ficará cheia quando chegarmos ao segundo andar. Mesmo se evitarmos batalhas tanto quanto possível, por volta do quarto ou quinto andar... seria o ponto em que eu gostaria de uma ou duas unidade a mais de Portadores.

Enquanto Clara expressava essa opinião, a Aria concordou:

— Você está completamente certa. Eu gostaria de reduzir a carga em mãos, se vai ser tão lotado assim, nós não seremos capazes de colocar nenhum equipamento extra nele.

Miranda:

— Não podemos só pendurar as coisa nos lados. Não é como se ele tivesse um escudo útil como o Portador tem ou nada do tipo.

Eu:

— Então ainda há lugares para melhoria. Vou discutir isso com a Mônica, então vamos trazer tudo de volta para a tenda... huh?

Perto da entrada do Labirinto, um funcionário da guilda estava ajudando a levantar uma tenda.

Mas por alguma razão, além disso havia uma fila de edifícios completos.

Pensando que eu poderia estar cansado, esfreguei meus olhos algumas vezes, mas isso não pareceu ajudar.

Olhando em volta, o lugar estava muito mais desenvolvido do que havia estado ontem.

— O que é isso...?

Aria estava tão surpresa quanto eu.

A Clara:

— Como esperados dos Aventureiros de Beim. Eles são bastante habilidosos nesses quesitos. Finalmente estou vendo o que quiseram dizer quando falaram que uma cidade se formaria.

Só a Miranda soava como estivesse se divertindo.

— Hmm, realmente cresceu. Ou melhor dizendo, nunca pensei que chegaria a esse ponto. Sou só eu ou a população se multiplicou?

Na Joia, o Terceiro sussurrava:

『É exatamente como o Vilarejo do Mago... espera, huh? Aquilo não era uma fábula moral sobre o que não se deve fazer?』

Essa animação é boa e tudo mais, mas eu tinha que inclinar minha cabeça a respeito de haver qualquer significado para tudo isso.

Nós fomos ao edifício administrado pela guilda, e começamos a vender nossos espólios aos mercadores reunidos e funcionários.

Eles não se importavam se vendêssemos os itens com exceção das Pedras Mágicas para outros mercadores, então comecei com a venda de Pedras Mágicas para a guilda.

Não muitos aventureiros já haviam retornado, então fui capaz de vendê-las imediatamente.

— Bom trabalho. Pois bem, irei conferir as pedras.

Dizendo isso, a recepcionista iniciou a verificação das Pedras Mágicas, e começou a pesá-las. Eu perguntei:

— Isso é bem... como deveria dizer... eles realmente planejam começar uma cidade nova aqui?

Ela olhou para o meu rosto.

— Oh, essa é sua primeira participação? E se devo dizer, ao invés de planejar, eles já estão no processo seria o mais preciso. Nós não estamos realmente planejando usá-la como uma cidade, mas a ideia é que não há problemas desde que seja útil a curto prazo.

Enquanto ponderava isso, ela apresentou o preço pelas pedras.

Assenti, aceitei o dinheiro, e me reuni com o resto do meu grupo, que havia ido vender os materiais.

Em volta da área, um número de mercadores diferentes estavam em espera para comprá-los.

Se devo dizer, eles todos eram jovens.

Me dirigi à Aria:

— Como foi?

Nisso.

— Eles estão comprando coisas por menos que em Beim. Já que ajudaram a transportar os suprimentos para aventureiros e a guardar outras coisas valiosas de graça, já falaram desde o começo que pagariam menos, afinal.

Mas como estávamos perto de um Labirinto de monstros, provavelmente ainda ganharíamos muito mais que o normal.

Era um espaço exclusivo com quase nada além de monstros, e sua taxa de encontros era enorme.

Se fosse olhar para a soma de ganhos de quatro pessoas durante um dia, era bastante.

— ... Bem, se continuarmos nesse ritmo, não entraremos no vermelho, no mínimo.

Olhando para os ganhos do dia, confirmei isso, e assenti.

Nisso, a Clara:

— Lyle, o que faremos quanto àquilo?

Comecei a caminhar com todas na direção do lugar onde o Portador estava estacionado.

— Vamos deixar aquilo em espera. Certamente haverá um jeito de usar, e já temos mais que o bastante para ouvir primeiro a opinião de todas a respeito.

O “aquilo” sobre o qual a Clara falava era o tesouro.

Significando o item que recuperamos do baú de tesouro.

Tinha a forma de um tipo de pedra preciosa, mas não como um minério. Era uma pedra que parecia ter sido refinada desde o começo.

Se vendêssemos, provavelmente renderia dezenas de ouros.

Tudo isso depende da qualidade da pedra, mas uma maioria dos itens encontrados em Labirintos eram impregnados de Mana. Isso os colocava alguns níveis acima de gemas preciosas normais.

E em quesito de usabilidade, era frequente o caso que eram usadas como ingredientes em Ferramenta Mágica de um modo similar a Metais Raros.

Clara ajustou o posicionamento de seus óculos

— Mesmo assim, ele mal foi descoberto, ainda assim esse Labirinto deve estar funcionando já por alguns anos. Para um tesouro precioso desses ser obtenível já no primeiro andar.

Mesmo se o lugar houvesse sido recém descoberto, eu não diria que era algo raro ter existido de tempos há muito passados.

Poderia até ser o caso de que ele estava bem na borda de explodir e cuspir seu conteúdo quando foi encontrado pela guilda.

— Aquelas estalactites, não é? Aquilo não são coisas que levam várias décadas ou séculos para se formarem? Labirintos realmente têm sua porção de mistérios.

Minha opinião, ao tê-lo adentrado, era de ser bastante frio, e se podia acabar molhado frequentemente, então seria bastante difícil manter seu estado físico lá dentro.

E também as passagens eram apertadas demais, então mesmo se você levasse um amplo número, havia a possibilidade de que a maioria sequer conseguisse participar em batalha.

Além disso, tínhamos que confirmar se não havia nenhum outro grupo em uma curva se quiséssemos usar magia.

— Amanhã, colocarei a Aria e Miranda para descansar, e trarei as membras restantes. Novem, Eva e May... o que deveríamos fazer a respeito da Mônica?

Miranda deu um sorriso amargo:

— Vejo a Shannon nem mesmo sendo contada desde o começo. Como irmã dela, gostaria que ela tivesse uma ideia da situação em que está de uma vez, então recomendo que ela seja enviada ao Labirinto.

Ouvindo isso, eu:

— Então talvez no dia depois de amanhã? Ah, vai funcionar se eu te incluir nisso.

Nós o desafiamos com um pequeno número dessa vez para ver como deveria ser.

Mas de amanhã em diante, não seria um problema se fôssemos com cinco ou seis.

E enquanto tínhamos uma conversa dessas, caminhávamos através das animadas ruas da cidadezinha, e chegamos na posição do Portador.

Em um enorme pote... caldeirão, Mônica estava fazendo algo.

A Aria notou.

— Ah, só de olhar isso já me esquenta. Eu quero comer logo.

Ela estava fazendo uma expressão bastante pacífica, e a comida cheirava de modo delicioso.

(Preparar coisas depois de retornar é um saco, então ter companheiros ficando para trás é algo a se agradecer. Eu provavelmente deveria planejar isso com aquelas que podem fazer trabalho doméstico em mente... isso pode ficar um pouco complicado.)

Estar em poucos números vinha com sua própria porção de problemas.

Mas eu estava começando a perceber que esses problemas só começariam a se multiplicar caso os aumentássemos.


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