Torture Princess Japonesa

Tradução: MatheusPD

Revisão: MatheusPD


Volume 2

Capítulo 2: O Contratante do Kaiser

O castelo de Elisabeth se encontrava no topo de uma colina desolada, cercado de todos os lados por uma densa floresta. Ele foi construido apartir de pedra bruta sem acabamento, fazendo-o parecer mais uma fortaleza que um castelo.

Em uma de suas salas (uma sala fria, nem um pouco adequada para descançar) estava Elisabeth, dormindo em cima de um cama luxuosa, ainda que com certa modestia, com suar escorrendo de sua testa.

Hina pegou um pano com agua fria e gentilmente limpou o suor.

Kaito estava escorado na parede observando a condição de Elisabeth.

Ela parecia fragilizada, muito distante de seu costumeiro semblante arrogante e orgulhoso, se parecendo muito com um criança de coma com febre. Comparado a alguns momentos atrás, sua respiração era muito mais estável.

Hina piscou seus olhos verde-esmeralda enquanto se virava para ver kaito. Ele silênciosamente gesticulou com seu queixo para irem para o corredor. Com cuidado para não fazeram barulho, ambos sairam da sala.

Depois de esperar Hina fechar a porta atrás deles, Kaito fez um pergunta:

O que exatamente tem de errado com a Elisabeth?

— Bem... Eu estou envergonhada em admitir, mas mesmo que eu tenha armazenado dentro de mim vários conhecimentos médicos modernos, eu tenho falta de funções de tratamento, então qualquer hipotese que eu faça seria imprecisa na....

— Não tem problema. Eu estou bem confiante de que sua opinião vai ser bem mais útil que a minha. Por favor, me deixe saber oque estava se passando com ela.

— Como desejar... Parece que Lady Elisabeth está sofrendo por causa de um dramático declionio de mana em seu corpo.

Kaito acenou com a cabeça, uma vez que opinião de Hina corroborava com suas suspeitas.

Tendo aprendido o básico sobre mágia, ele agora entendia melhor as nuances as quais envolviam o processo. Normalmente, Elisabeth exercia uma pressão afiáda como os espinhos de uma rosa, tanto que ela própria se sentia atormentada por isso, mas agora ela parecia uma boneca que teve todo o seu recheio retirado.

— Mesmo que Lady Elisabeth maneje livremente magias fortes o bastante para derrotar demônios, seu corpo tem que consumir mana para curar a sí mesmo do efeitos causados no processo. Como resultado, seu atual estado é sem dúvidas bastante dolorosa para ela... oh!

Derrepente, eles ouviram um gêmido de dentro do quarto. Hina e Kaito rápidamente correram de volta para ele. Elisabeth estava balançando sua cabeça de um lado para outro com a respiração ofegante. Hina correu para seu lado.

— Senhorita Elisabeth, me desculpe. Eu já estou de volta.

Pouco a pouco Hina colocou remédio na boca semiaberta de Elisabeth. Kaito pôs a toalha de volta na água gelada, a torceu e passou para Hina. Ela agradeceu a ele e limpou o pescoço de Elisabeth.

Lá, também, hávia marcas pulsando. As marcas vermelhas em sua pele pálida pareciam quase com veias extras debaixo de sua pele.

"... Eu nunca vi ela com tanta dor... Droga".

Mordendo seus lábios de frustração por sua própria impotência, Kaito pensou de volta nos eventos que se sucederam antes dela adormecer.

— // — // — 

— A Guilhotina, santo dos decapitados!

Ajudada por Kaito e Hina, Elisabeth enfrentou o Rei com sua invocação.

Mesmo suando frio, ela conjurou o dispositivo de tortura. Pétalas de flores carmesin e trevas se misturaram, com a santa branca surgindo de seu interior para proteger os três. Ela abriu seus braços e depois os abriu, expondo sua lâminas retângulares. O Rei, renunciado a defesa, simplesmente puxou uma das correntes, fazendo um de seus lacaios ser jogado para frente.

Ele se tornou o seu escudo e sua cabeça foi separada de seu corpo.

Kaito estremeceu em choque, enquanto Hina fez seu movimento. Com extrema fluidez, ela dasapareceu de seu lado. Correndo o mais baixo possível, atacou o ponto cego do Rei, balançando sua alabarda de cima para baixo. Sem olhar para a lâmina, o Rei puxou suas correntes novamente.

Outro lacaio foi puxado usado e novamente teve o mesmo destino do anterior.

Cansados de esperar suas correntes serem puxados, o resto dos lacaios avançaram.

Com seus ataques bloqueados, Hina decidiu recuar. O Rei deu uma risada de escárnio.

— Você é basante imprudente, não é moça? Isso me trás recordações, mas a juventude realmente é bastante problemática.

O Rei derrenpente tirou seus olhos de Hina e da santa. Ela removeu as duas correntes conectadas aos colares do lacios. Seu pesado vestido de crinolina ficou balançando quando ela parou e tocou a camisa de força de um dos corpos. O tecido derreteu com seu toque e seus braços se libertaram.

Ela segurou suas horrendas mãos cheias de sarcomas com as suas.

— Você fez bem.

Ela sussurou gentilmente, colocando um anel em seu dedo anelar e dando-lhe um beijo. Os lacaios coletivamente gemeram, parecendo com inveja. Então, tendo perdido o interesse, o Rei deixou o braço do corpo de lado e se levantou.

Sua guarda esteve baixo durante todo o tempo, ainda sim, ela não deu uma única abertura.

— Ora, Ora, Elisabeth. Você ainda pretende lutar comigo? O Governador disse isso quando ele estava sob o comando de minha agulha de controle, não diss? 'Mesmo que eu não tenha pouca animosidade por você, como pode ver, eu não tenho interesse em lutar.

— Ha, mas que piada. Quem iria acreditar nas palavras de uma meretriz como você?

— Oh, mas eu estou dizendo a verdade. Para vencer uma luta de vida ou morte com a Princesa da Tortura enquanto ela ainda é capaz de invoncar A Guilhotina, assim como uma dos autômatos de Vlad, eu não teria outra escolha se não invocar minha forma de demônio... Mas eu acho aquela forma risoriamente horrenda, sabe. Eu fico imaginando como meus subordinados iriam se sentir se eu descartasse minha beleza agora.

O Rei retirou um leque de penas de corvo do decote em seu peito e cobriu sua boca com ele. Ela balançou a cabeça em negação. Depois de completar seu gesto "Inocente", ela olhou com seriedade.

— Infelizmente, diferente de Vlad que trouxe sua própria ruina, eu sou bem mais lógica e muito mais zelo por mim mesmoa. Eu sou uma mulher no fim das contas. Se a necessidade surgir não irei exitar. Veja, Vlad se recusou a se fundir com seu próprio demônio, enquanto eu já me tornei um com o meu, mas enquanto puder, eu preferiria não monstra aquela forma horrível... Você sabe, uma mulher tem seu orgulho.

Ela apontou seu leque fechado para Elisabeth, como se perguntasse por sua opinião. Elisabeth ficou em silêncio.

O Rei agiu como se tivesse escutado uma resposta e deu de ombros.

— Você está deixando transparecer seu desprazer por todo seu lindo rostinho. Escute, Elisabeth. Você se importaria de não ficar constantemente procurando por aberturas desse jeito? O fato de mim simplesmente não matar vocês indiscriminadamente pode ser por orgulho, mas também é por misericórdia. Você está carregando algo bastante importante a final. Estou errada, garota autômata?

Ela apontou para Kaito com seu queixo e piscou para Hina.

Hina preparou sua alabarda, com tensão se espalhando por seu corpo enquanto se preparava para oque estaria por vir. Sua aparência era de uma guilhotina com sua lâmina pronta para cair a qualquer momento. O Rei saboreou a ansiedade que se abatia sobre ela.

— Uma dica para você, filhotina. Você ainda é nova, então talvez você não entenda, mas amor é algo que você não mantém escondido. Não é algo que você expõe para todo o mundo ver, sabia? Especialmente contra uma oponente feminina... Caso contrário uma mulher perversa com um gosto por roubar o homem das outras pode pega-lo.

O Rei lançou um olhar sedutor para Kaito, então apontou sua mão pálida para ele. Um de seus anéis que não estava preso a nenhum lacaio disparou um corrente, com ela se amarrando entorno de Kaito rápidamente.

A correntes estava prestes a envolver seu pescoço quando um som estrondoso soou e a corrente foi feita em pedaços.

Hina empunhou sua alabarda cortando parte da corrente e destruindo uma parte do chão no processo.

— Espero que morra sozinha, sua prostituta!

Seus olhos estavam escancarados, com ela se movendo rápidamente. Hina lançou sua alabarda girando contra o Rei, mas ela puxou suas correntes novamente e outro lacaio recebeu o ataque em seu lugar. Ouviu-se o som de seus pescoço quebrando.

A parte da frente da camisa de força do lacaio foi aberta, fazendo jorrar sangue por todo lugar. Kaito e os outros momentâneamente tiveram sua visão turvada pelo vermelho.

Uma mão apareceu de uma direção inexperado e segurou os cabela da    Guilhotina.

— Viu, você perdeu a compostura, não foi? Você é muito adorável, jovem moça. Parece que será um oponente difícil, por isso é melhor encerrar por hoje... Quem sabe da proxima vez? Talvez queira aprender uma coisa ou duas sobre provocações em casos de amor.

Rindo em tom de zombaria, o Rei colocou força em sua mão segurando a cabeça da Guilhotina. Em algum momento, sua mão hávia se tornado apenas ossos, demoníaca e muito maior que a de um humano.

Sob imensa pressão, a cabeça da santa começou a se partir. Os mecanismo de dentro dela ficaram expostos, manchando sua imagem imaculada.

O som de ferro se quebrando ecoou.

— Eu vou pegar isto.

O Rei esmagou o pescoço da santa com sua mão grotesca. O agora corpo decapitado caiu para o lado e se transformou em pétalas de rosa.

Dentro da chuva carmesin, as bochechas do Rei ficaram vermelhas e ela se abanava com seu leque.

— Oh, mil perdões. Quão rude de minha parte. Por favor, façam de conta que não viram aquele braço.

— Amaldiçoada seja, Rei... Amaldiçoada seja, Fiore!

— Que desconfortável é ouvir você chamando meu nome, Elisabeth. Todos os demônios que matou é que gritavam patéticamente o seu, certo?... Isso já me é mais que o suficiente por hoje.

Seu braço retornou a forma de dama e ela assentiu.

Pondo um um anel do dedo anelar do seu lacaio recentemente morto, parecendo estar encomodada, se virou para Elisabeth e os outros, entretanto, se virou novamente e torceu seus lábios de maneira sedutora.

— Eu espero nos encontrarmos de novo, princezinha... E quanto a você, garoto amado, tente se tornar um pouco mais forte.

O Rei fez seu caminho majestosamente pelas escadas. Como cães, os lacaios obedientemente a seguiam, sendo puxados por suas correntes. Quando a multidão perturbadora saiu de vista, Elisabeth murmurou em desgosto.

— ... Mas que mulher vil, entretanto persegui-la está além do meu alcance. Eu certamente...

— Elisabeth?

— Senhorita Elisabeth!

— ...Estou no meu limite.

Como se suas cordas tivessem sido cortadas, Elisabeth colapsou na mesma hora. Runas carmesins corriam por cima de sua pele pálida.

Rápidamente Kaito e Hina a levantaram e a carregaram para o hall de entrada.

Usando os conhecimentos gravados por Hina, eles ativaram o círculo de teletransporte e de algum modo conseguiram voltar para o castelo.

Aquela foi a primeira vez que a Princesa da Tortura deve de bater em retirada depois de uma luta contra um demônio.

— // — // — 

Neste momento, Elisabeth está dormindo em seu quarto.

Mesmo que medidas de conforto fosse o máximo que o tratamento de Hina e Kaito poderia fazer, o efeito foi o suficiente para ela se acalmar novamente. Depois de confirmar que Elisabeth estava estável, Kaito virou-se cançado e olhou para as costa de Hina, então olhou de novo para Elisabeth.

— ... Elisabeth.

Depois de murmurar baixinho, ele fechou os olhos e franziu a testa.

Kaito pensou em tudo que hávia acontecido. Ele pensou no quão inocente era a expressão de Elisabeth quando ela enchia a boca de comida e Hina sorria ao seu lado. Ele pensou na risada sádica que o Rei deu por trás de seu leque de penas. Derrepente, a expressão dela se parecia com a mesma que seu pai tinha quando tentou mata-lo novamente. Uma era muito mais ameaçadora que a outra, mas o princípio era o mesmo.

Ambas viam Kaito como um inseto. Um verme que podia ser esmagado quando quisessem.

Finalmente Kaito virou seu rosto para o fantasma do garoto ruivo, o mesmo que olhou para ele com preocupação e suspirou algumas palavras.

— Eu sei, Neue... É cedo demais para entrar em pânico. Mas...

Quando abriu seus olhos, Kaito relaxou sua expressão severa.

Ele calmamente se levantou da cadeira e chamou Hina.

— Ei, Hina. Não parece que tem muitos mais oque eu possa fazer aqui. Com nós dois ocupados as tarefas vão começar a se acumular. Eu vou limpar um pouco.

— Mestre Kaito, eu posso cuidar disso mais tarde... E tem a questão do Governador ter nos invadido. É perigoso para você ficar sozinho agora.

— Não, eu vou ficar bem sozinho. Você me deixa ir?

— Mas...

— ... Hina.

— ... Eu entendo. Se alguma coisa acontecer, me chame imediatamente. Mesmo que eu esteja protegendo a senhorita Elisabeth, eu não hesitarei em correr para o lado do meu amado.

Mesmo não parecendo estar convencida, Hina acenou com a cabeça. Sem sombra de dúvidas ela viu a expressão dolorida de Kaito e suspeitou que ele queria ficar sozinho.

"... Desculpe por isso . E obrigado."

Agradecendo internamente, Kaito deixou o quarto. Por mais que a suspeita de Hina estivesse certa, não hávia acertado completamente.

"É verdade que eu quero ficar sozinho, mas... Não, eu preciso ficar sozinho."

Kaito fechou a porta atrás dele e respirou fundo.

Ele olhou para baixo e levantou a cabeça com um expressão esbanjando determinação. Depois de ir na cozinha e pegar alguma coisa, ele desceu as escadas em direção aos corredores subterrâneos.

Os corredores estavam preenchidos pelo cheiro de ferrugem e barulhos que se assemelhavam a um gemido, com sua arquitetura lembrando um labirinto.

Se alguém caminhasse por eles sem cuidado, facilmente poderia se perder e morrer sem nunca achar a saída, mas Kaito, tomando vantagem do fato de suas experiências de vida terem lhe dado a habilidade de se lembrar de qualquer informação associada a dor, hávia gravado um mapa dos locais chave em sua própria carne. O resultado foi que através da dor pôde memorizar as rotas certas.

Depois de entrar em uma sala vazia, sem uso, Kaito fechou a pesada porta e a trancou por dentro. Após verificar todas as paredes de pedra e checar por três vezes a presença de alguém na sala, ele colocou sua mão no bolso.

De dentro dele retirou uma pedra clara enrolada em um lenço e uma faca de cozinha.

— ... É agora ou nunca.

Depois de falar para sí mesmo, ele abriu sua mão e enfiou a faca bem fundo. Mordendo um pouco seus lábios, ele passou a faca em sentido horizontal por ela.

O som da carne sendo cortada ecoou, com o sangue escorrendo direito para o chão.

— Isso deve bastar, certo?

Enquanto olhava para sua ferida, a qual era grande o suficiente para fazer qualquer pessoa normal ter repulsa, Kaito friamente mediu a poça de sangue sobre sua mão.

Depois de decidir que a quantidade era suficiente, ele pegou a pedra do lenço e pôs sobre sua palma.

O fundo da pedra se afundou na poça carmesin rica em mana. Quando o fez, o botão rosado em seu interior brilhou, reagindo a água, com penas negras aparecendo em quantidade, mas nada além disso aconteceu.

"... Não era isso que eu deveria ter feito? Não, espere, a preparação está certa. Agora só precisa do combustível."

Kaito abriu suca boca, incerto do que dizer, então a fechou de novo.

Derrepente ele sentiu uma mão gélida em seu ombro. Frenéticamente se virou para o lado, mas ninguém estava lá, ainda sim, a sensação não desapareceu de seu ombro.

Em sintonia com a alucinação, uma baixa, envolvente e jovem voz masculina ressoou em seu ouvido.

— Agora, você tem que pronunciar assim.

— ... La (torne-se).

Penas negra foram lançadas por toda a sala como uma enxurrada.

As penas, as quais deveriam existir apenas dentro da pedra, se pilharam elegantemente no chão. Discretamente misturadas a elas estavam pétalas de rosas indígas. Enquanto os tons de preto e azul dançavam de forma errada sua valssa, seus movimentos ficaram mais e mais organizados. As pétalas e a penas se fundiram e criaram um cilindro fino.

A curtina foi aberta.

Como um truque de mágica, um homem apareceu em seu lugar.

Vestindo sua camisa de ceda, gravata e casaco negro decorado com    fios de prata, ele parecia uma aristocrata. Seu cabelo negro e olhos carmesins davaml-lhe uma certa beleza andrógena e eles estava olhando para Kaito. Suas feições lembravam misteriosamente as de Elisabeth.

Tendo confirmado sua hipotese, Kaito falou para o homem.

— Faz algum tempo, Vlad Le Fanu.

Vlad Le Fanu, o contratente do Kaiser.

Antes de Elisabeth o mator, ele foi o mais terrível de seus inimigos. Ele sorriu, sorriu claramente cheio de afeto.

— // — // — 

— Você pode fizer que faz algum tempo, por fazer algum tempo. Você também pode dizer que é um prazer te conhecer, por ser um prazer me conhecer. Agora, qual desses seria melhor para lhe cumprimentar? Eu estou bem perdido... Se estivesse em meu lugar, qual deles escolheria?

Vlad por alguma razão levantou seu dedo indicador e impôs sua questão para Kaito. Como sempre suas ações e palavras tinham uma peculiar inoscência nelas, entretanto, sua voz soou como se ele estivesse falando através da água.

Depois de olhar melhor, seu corpo e suas roupas estavam parcialmente visíveis.

"É como eu suspeitei... Ele não tem forma fisica, mas ainda tem vontade própria".

Silenciosamente, Kaito constatou o fato. Dando de ombros para seu silêncio, Vlad olhou ao redor da sala e estalou os dedos. Trevas e flores indigas se misturaram em seus pés. Enquanto Kaito pensava no que ele estava invocando, um trono feito de ossos e couro de animais, tão imaterial quanto Vlad, surgiu.

Com grande reverência, Vlad sentou-se na cadeira fanstama.

— Estou bem ciente de que você não é o tipo de pessoa que leva essas coisas a sério. Você deveria ter a educação de convidar seus convidados para um lugar que pelo menos tenha cadeiras, embora, mesmo que tivesse, não é como seu pudesse usa-las em meu atual estado, então é um pedido bastante presunçoso de minha parte, até mesmo porque estou bem ciente do que meu antigo eu fez.

— ... Eu não sei se deveria falar de quando você estava vivo, mas ainda tem as mamórias daquilo que aconteceu, não é?

— De fato, eu tenho. Eu me recordo de pedi-lo para ser meu sucessor e de te-lo recusado. Eu me lembro até mesmo de ter sido morto...? Agora que pensei sobre isso, eu não deveria ter escolhidos minhas frases com um pouco mais de frieza? Oh, eu sou gentil demais.

Vlad começou a se censurar. Enquanto tomava fôlego, Kaito fez a ele uma pergunta.

— Então você realmente se lembra de tudo...? Mas não parece que você seja o mesmo de antes quando estava vivo. O que é você?

— Agora sim, esta é uma questão bem enigmática! É o cúmulo da tolice invocar algo que você nem mesmo conhece!... Ou melhor, isso era oque eu queria dizer, mas você tem algumas hipotesses, não é mesmo? Vamos, diga. Eu lhe digo se está certo ou errado.

Vlad apressou Kaito gesticulando com seu queixo de forma arrogante ainda que empolgado. Depois de observa-lo por um momento, Kaito respondeu.

— Se eu estiver certo, você é a alma de Vlad ou uma réplica inferior dela.

— Por mais irritante que seja ser referido como uma mera 'réplica inferior', você certamente está correto! Quem diria que iria acertar na mosca! O jovem o qual eu coloquei minhas espectativas para se tornar meu sucessor se aperfeiçoou tanto em tão pouco tempo! Ainda que tenha me rejeitado, eu estou bastante satisfeito com isso. Talvez seja isso que chamam de amor parental... De qualquer modo, oque fez você chegar a esta conclusão?

— O calor que eu senti vindo da pedra era muito parecido com o do meu corpo... O tipo de calor produzido por uma alma se contorcendo dentro de um homúnculo. Esta foi a primeira coisa que me fez pensar que esta pedra hávia uma alma selada dentro dela.

— Entendo, uma intuição bem impressionante de sua parte. E?

— E se você tivesse sido capaz de salvar sua alma quando estava a beira da morte, não teria como você não estar se gabando e dizendo todo o tipo de besteira agora.

Ao ouvir a explicação incrívelmente polida de Kaito, Vlad subiu o canto dos lábios em irritação, entretanto, como Kaito esperava, nenhuma negação veio. Ele provavelmente não era capaz de fazer pouco caso desses fatos.

Em severo contraste com a maneira que ele gostava de viver sua vida, em nenhuma definição da palavra a sua morte foi elegante.

Kaito brincava com a pedra em sua mão até continuar sua conjectura.

— Se for este o caso, então significa que de alguma forma você não tem relações com a pessoa que morreu... Uma cópia perfeita não parece ser possível, mas pelo visto a mágia desse mundo é capaz de produzir algo em nível inferior.

— De fato, além de encontrar um sucessor, o antigo 'eu' procurou por maneira de exercer sua influência pelo mundo posteriormente. Ainda que eu não possa fazer muito mais que falar, é possível para mim tomar partido nos assuntos do mundo. Embora eu não seja o mesmo 'eu' o qual morreu, isso não muda o fato deu seguir seu passos... Pelos céus, oque eu estava pensando? Bem, sendo divertido, quem se importa?

Falando como seu fosse o problema de outra pessoa, Vlad sua fala. Mesmo tendo sido derrotado, não parecia guardar nenhum rancor contra Elisabeth nem Kaito. Quando Kaito chegou a esta conclusão, a tensão que ele secretamente estava guardando se desfez. Olhando diretamente para os olhos de Vlad, ele fez uma pergunta.

— Agora, vamos ao que interessa. Oque pode me dizer a respeito do Rei?

— Elisbeth foi derrotada?

Kaito engoliu a seco. Ele hávia concluido que o conhecimento de Vlad do mundo a fora era limitado pelas suas experiências até antes de sua morte, por isso, não esperava ele descobrir. Kaito franziu o cenho, pensando se Vlad tinha sido capaz de escutar mesmo com a pedra sem mana. Um sorriso verdadeiramente desagradável foi estâmpado no rosto de Vlad.

— Até agora eu não possuia nenhum habilidade de perceber o mundo a fora. Isso não foi nada além de uma simples especulação. Depois de minha morte, seria natural dela se encontrar com o Rei. Aquela mulher é bem mais perversa que eu. No que se refere ao combate, sua especialidade esta não em sua força bruta, mas na crueldade de suas táticas... Mesmo ela sendo inferior a mim, ela é mais forte sem dúvidas.

Vlad prontamente confirmou o fato. Com seus olhos entreabertos, ele falou com nostalgia sobre o passado.

— Fiore e eu somos amigos desde antes de fazermos pactos com os demônios. Mesmo que fossemos bastante proximos, nossas ideologias eram bem diferentes. Eu foquei meus esforços para oque viria depois que tomassemos o controle... Prorizei meus laços com meus camaradas, preparei um sucessor e fortaleci meu exército, entretanto ele foi aniqulilado depois que Elisabeth e eu lutamos e fomos capturados... Por outro lado, Fiore não tinha qualquer interesse em tais coisas, preferindo se manter individualista. É isso que define ela.

— É, isso faz bastante sentido.

— Ela rejeitou meus principios e se recusou ajudar a me resgatarem da Igreja, mas pelo menos ela tomou em conta os longos anos de nossa amizade e se absteve de tomar qualquer iniciativa própria. Com minha morte, não restava duvida de que tomaria uma atitude. Todo o demônio subalterno que ela seja capaz de fincar suas agulhas se torna-ra sua marionete.

Kaito cerrou os olhos. Uma agulha em forma de cérebro hávia sido fincada no pescoço do Governador.

— Então era isso oque aquela agulha era...

— Uma vez a agulha em posição, não adianta remove-la. O único imune as suas agulhas é o Kaiser. Ela provavelmente não tomara controle dos ranques proximos a ela. O Monarca, o Príncipe e o vice-Rei devem ficar a salvo, mas os outros já devem ter se tornado seus peões. Seus corações já estão na palma de sua mão para ela usar come bem entender e com a sua especialidade, "Sacrificio", até mesmo Elisabeth estaria em desvantagem.

Pelo que Kaito sabia, os demônios tinham muito apego pelas próprias vidas. Mesmo que eles massacrassem sem misericórdia os outros, se quer passava por suas cabeças de encontrarem o mesmo destino. Foi precisamente por isso que nenhum deles foi capaz de usar o sacrifício, pois isso significaria desistir de seus corações. Em contrapartida o Rei, Fiore, foi pôde tomar vantagem disso usando seus camaradas como bode expiatório. Ela só poderia usar isso de acordo com o número de demônios restantes.

Kaito mordeu seus lábios. Vlad, apreciando sua expressão dolorida, continuou.

— Era só isso que queria me perguntar? No que diz respeito a Fiore, esta é toda a informação útil disponível. Devo ir embora agora? Não que eu me importe em desperdiçar meu tempo nesta brincadeira monôtoma com você...

— Eu tenho... Um pedido.

— Ah, musica para meus ouvidos. Vamos, pergunte.

Um sorriso perverso se abriu no rosto de Vlad. Kaito cerrou os punhos.

Diferentemente de antes, Vlad não tinha mais contrato com o Kaiser, mas, mesmo sozinho, a palavra demoníaco servia perfeitamente para descreve-lo. Vlad Le Fanu era um homem que constantemente examinava as fraquezas nos corações das pessoas.

Sabendo o quão tolo era pedir o favor para tal homem, Kaito falou em voz alta.

— Você pode me ensinar como usar magia?

— ...Interessante...

Vlad praziu o cenho com supresa e se ajeitou em sua cadeira de ossos e cruzou os braços.

— Não era isso que eu estava esperando. Eu estava bastante certo que você me perguntaria como libertar Elisabeth da influência do Sacrifício.

— Quando Elisabeth acordar eu vou perguntar para ela mesma como daremos um jeito no Sacrifício. Se eu perguntasse a você, não me admiraria caso me ensinasse um metodo que acabasse matando ela."

— Morda sua língua. Eu nunca diria uma mentira dessas.

— Acho difícil de acreditar.

— É verdade! Como eu ousaria usar suas mãos imundas para matar minha querida Elisabeth? Como eu não tenho mais mãos capazes de estrangular sua linda garganta por mim mesmo, eu prefiro que ela continue vivendo para ve-la sofrer. Eu quero olhar ela sofrendo dolorosamente, se misericórdia e sem fim até ela eventualmente ter o mesmo fiz ardente que eu tive."

— Você tem mesmo um gosto repugnante.

Vlad correu sua lingua por seus lábios enquanto Kaito se enojava, então deu de ombros.

— Mesmo que possa parecer estranho deu admitir isso, pessoas com gostos saudáveis geralmente não fazem pactos com demônios. Sua própria existência é perversa e distorcida... Mas de todo modo, porque pedir ajuda a mim? Não seria muito melhor simplesmente pedir que Elisabeth lhe ensinasse?

— Quando enfrentamos o Rei eu era apenas peso morto. Preciso ficar forte e rápido. Mais uma coisa...

— O que é?

— Eu não posso contar com Elisabeth.

— Como?

Vlad arregalou seus olhos seus olhos em uma demonstração abrupta de alegria. Kaito olhou para seus olhos carmesins.

Desde que ele chegou a este mundo, todas as experiências que teve lhe ensinaram uma coisa.

A Princesa da Tortura era uma pecadora terrível e uma mulher cruel e, se houver necessidade, ela matará se misericórida aqueles que ganharam sua confiança. Se Kaito perguntasse, ela provavelmente iria usar os seus meios tortuosos para treina-lo na arte de magia. O problema é que os detalhes de seus métodos seriam escolhidos por ela mesma.

Embora ela pudesse ser indiferente diante de Kaito, ela não era um monstro.

"Isso significa que ela provavelmente não irá me forçar o suficiente para eu me tornar realmente útil."

Magia negra é acompanhada da dor e o poder dos demônios demanda isso.

Por último, o corpo de Kaito estava acostumado com a dor.

Quando ele juntou estes 3 fatos, Kaito se deu conta das implicações que ali haviam.

Para ter certeza se estava certo ou não, ele precisava da ajuda de Vlad.

Vlad era o homem o qual uma vez treinou Marianne, uma simples professora (a qual Kaito matou com as próprias mãos), como uma necromante. Sem dúvidas ele de bom grado abriria portas que nem mesmo Elisabeth ousaria.

Racional como ele era, Kaito poderia ser duro e cruel com ele próprio. Desde que ele não caisse na loucura como Marianne e tudo oque ele recebesse fosse apenas educação, a única pessoa a qual seria afetada era ele mesmo.

Depois de deliberar sobre o assunto, Kaito continuou com seu pedido.

— Eu não vou deixar que faça comigo o mesmo que Marianne, mas você pediu para eu me tornar seu sucessor, então deve saber algum jeito de me deixar mais forte, um jeito que Elisabeth não conhece.

— Oh, de fato eu tenho.

Um sorriso bestial se abriu no rosto de Vlad, mas tratou de tira-lo um segundo depois, dai falou em um tom calmo e cavalheiresco.

— Posso ver sinais de alguém capaz de superar Elisabeth em você. Você entende a dor e pode remendar feridas com um olhar calculista, mesmo assim consegue agir com preserverança quando tomado pelo ódio e manter um lado delicado também. Você    tem uma grande capacidade para desenvolver a maldade dentro de sí, entretanto, parece que rejeita a idéia de tomar dos outros. Isso vai tornar dificil seu desenvolvimento, mas... Você ainda veio até mim pedir ajuda. Primeiro de tudo, tem uma coisa que eu posso ter ensinar agora mesmo.

Vlad falou com gentileza, abrindo ambas as mãos. Ele claramente estava tramando algo.

Mesmo se dando conta disso, Kaito assentiu. O desprezível conselho que o Rei deu a ele ainda ecoava em seus ouvidos.

E quanto a você, garoto amado, tente se tornar um pouco mais forte.

— Ela estava totalmente certa. Eu preciso ficar mais forte... Eu preciso me preparar para o pior que está por vir. Nesse ritmo, eu vou perder todas as coisas que eu lutei tão duro para conseguir.

Kaito pensou em todas as coisas sádicas que o Rei havia feito e dito. Ela claramente se destacava entre aqueles que tomavam dos outros. Mesmo comparada a outros demônios, os quais ela tomou vantagem de suas próprias vidas, Fiore estava em uma categoria própria.

Do jeito que as coisas estavam indo, Kaito iria seguir sendo um membro dos oprimidos e daqueles que tiveram tudo tomado.

Isso era algo que se recusava a deixar acontecer, mas para superar os desafios impostos a ele, a única ficha que ele tinha para apostar era nele mesmo. Dando o primeiro passo, certificou-se de não desperdiçar sua ficha ainda.

Percebendo sua cautela, Vlad continuou falando em um tom eloquente.

— O fato de ser capaz de invocar significa que aprendeu como ativar itens mágicos, correto? A proxima lição é testar na prática. Faça uma ferida bem funda em seu corpo e dai, usando a dor como âncora, faça o mana fluir por seu sangue. Uma vez que estiver acostumado a canalizava, tente misturar seu calor e sua dor dentro de seu corpo, então quando conseguir claramente sentir o mana em sua mão, use sua voz para ativa-lo. Isso deve permitir que consiga dar forma a ele.

Kaito olhou para sua mão sangrando ainda segurando a pedra. Após passar a pedra para outra mão, ele começou a canalizar o mana ao redor da dor de sua ferida que gradualmente ficou quente.

Kaito pensou na coisa mais proxima do calor... Fogo.

— ...La (Torne-se).

Enquanto sussurava, uma chama dourada surgiu no ar. Ela rápidamente desapareceu, mas Vlad juntou suas mãos.

— Brilhante. Para um iniciante é bastante raro se tornar tão versado com a dor tão rápido! Infelizmente, as tecnicas mágicas que você pode usar são limitadas. Geralmente a dor dos outros misturada diretamente em mana é de longe o mais eficiente método. Para esta finalidade, precisaria consumir a carne de um demônio...

Naquele ponto, Vlad lambeu seus lábios novamente, então sussurrou, com sua voz pingando com toda a doçura.

— ... Ou invocar um demônio você mesmo.

— Mestre Kaito! Onde está você!?

Derrepente a voz de Hina foi ouvida. O corpo de Vlad começou a se desfazer, aparentemente tetando se retirar antes de ser encontrado, algo bastante generoso de sua parte.

Desde de a ponto de seus pés, seu corpo se transformou em plumas negras e pétalas indigas. As pétalas e penas fantasmagóricas se misturavam enquanto eram sugadas de volta para a pedra.

— Mestre Kaito!

Kaito conseguia ouvir a voz de Hina distante. Não demorou para ele seguir pelos corredores subterrâneos a sua procura. Ele não sabia oque fazer.

"Seria melhor se eu fosse por mim mesmo, mas não acho que vou conseguir esconder a ferida em minha mão".

Depois de ponderar suas opções, ele colocou a pedra de volta em seu bolso e pôs a faca no chão, dai atou o lenço em sua mão e o apertou firme com os dentes.

— Mestre Kaito! Cade você!?

— Eu to indo!

Depois de olhar para sala uma última vez, procurando por Vlad, Kaito saiu as pressas.

Atrás dele só hávia uma poça de sangue.

— // — // — 

— Mestre Kaito, graças a deus. Eu estava tão... Oque aconteceu com sua mão!!!

— Ah? como é?

Mesmo que ele tivesse enrolado o lenço e escondido sua mão nas costas não foi capaz de escapar do olhar afiádo de Hina. Bem quando eles se encontraram no corredor do primeiro andar, ela deu um grito, rodou ao redor de kaito e segurou sua mão.

O lenço enrolado a volta dela já estava embebido em vermelho e o sangue já pingava.

Ainda pensativo sobre qual resposta dar, Kaito inconscientemente olhou para o teto, mas Hina não perguntou nada.

— ... Será que ela não vai perguntar como eu me machuquei?

Hina olhou silênciosamente para o lençou ensopado em sangue, então, quando Kaito estava pensando, uma torrente de lágrimas começou a escorrer do canto de seus olhos verde-esmeralda.

— Que isso, Hina. Porque ta chorando?

— Lady Elisabeth está ferida e quando não estava vendo, meu amado mestre Kaito se machucou também... Minhas lágrimas artificiais não param de cair... Perdão, mestre, perdão. Mesmo que tenha me instruido, isso só aconteceu por que não fui capaz de estar com você... Ainda mais sendo sua amante e seu escudo, eu...

— Não, não, isso não é sua culpa! Quero dizer, minha mão só escorregou quando eu estava limpando as facas... Mesmo que estivesse comigo, fui eu que me distraí, por isso não precisa se desculpar! Eu sou o culpado aqui!

— Não, mestre Kaito, não é isso. Se eu estivesse lá, eu poderia imediatamente ter posto sua mão na minha e parado o sangramento e dai ter partido aquela maldita faca inútil em dois...!

— Hina, a faca não fez nada de errado...

Kaito estava sem palavras que convencessem Hina a não ter raíva de objtos inânimados. Enquanto ele pensava, Hina acariciava sua mão de novo e de novo, com cuidado para não tocar na ferida.

Seu gesto afetuoso e ressentido encheu Kaito de culpa. Quando estava prestes a abrir sua boca para falar, a expressão de Hina derrepente mudou.

— Isso não está cert! Eu não deveria ficar parada desse jeito! Nós temos que tratar sua mão! Todo o equipamento médico está no quarto da senhorita Elisabeth, então nós deveriamos ir... É mesmo! Antes disso tem uma coisa que eu preciso lhe contar!

— E oque seria isso?

— Lady Elisabeth acordou!

No instante que ouviu isso, Kaito começou a correr.

— Oh, mestre Kaito! Por favor, espere por mim!

Enquanto ele corria, ignorando a voz que pedia que parasse, atravessou o corredor decorado com estátuas de pedra imponentes já bem a frente de Hina. Ele pôs seus pés sobre as sombras desconfortáveis formadas pelos vitrais da janelas e virou a esquina.

Continuando rente pelo corredor, ele abriu vigorosamente a porta do quarto.

— Elisabeth, você está bem?!
Elisabeth estava sentada em sua cama, completamente nua.

Seus olhos se encontraram, dai se desviaram. Após um estranho silêncio, os dois tentaram falar alguma coisa naquela confusão.

— ... É...?"

— ... ummm?"

Kaito olhou mais uma vez para a aquela cena diante dele, inseguro sobre o que dizer. Os membros pálidos de Elisabeth, cada um dos quais parecendo uma peça de arte sem uma única imperfeição, agora estavam marcados pelas runas carmesins que uma vez arderam como fogo em sua pele. Suas esbeltas pernas estavam cruzadas, também marcadas. Sua cintura era realçada pela luz da lua que batia em suas costas e seus cabelos negros sedosos eram a única proteção de seu corpo exposto e frágilizado.

— Me desculpe.

— Ainda vou ter sua cabeça... 

— // — // — 

Nota do tradutor: Olá. Saudades? Enfim. Modifiquei um pouco o último paragráfo pelos mesmos motivos de sempre: Seu corpo sedutor, sexy, dentre outros adjetivos do gênero. Este volume 2 é bem melhor que o outro e uma das provas disso é que só na terça parte da história tive de intervir de maneira significativa.

Resolvi deixar um clima que descreve "uma beleza frágilizada" já que ela passou por bastante coisa e a história criou todo um clima de solidariedade com a Elisabeth, diferente de "tá mal, mas tá gostosa" que é a forma que a autora se referiu. Não é um erro de tê-lo feito, mas de ter exagerado, em outras palavras, até o erros do autor melhoraram.

— // — // — 

Kaito bateu a porta com força, então respirou fundo. Hina, que estava corrender atrás dele, olhou para ele diretamente nos olhos e levantou a mão, dai bateu com força em sua nuca.

— Ei!

— Você não pode entrar no quarto de uma dama sem bater primeiro, mestre Kaito. Isso foi muito feio!

— Pois é... Foi minha culpa mesmo.

— Por favor, espere aqui um momento. Senhorita Elisabeth, com licença, estou entrando.

Hina abriu só uma fresta da porta e entrou. Quando voltou, trouxe consigo remédios e curativos.

Ela passou em torno de sua ferida uma solução verde-escuro, aparentemente feita por Elisabeth e a enrolou com gaze. Mesmo que funcionasse mais devagar que um encantamento de cura, era o suficiente para fechar feridas sem precisa de pontos.

Quando Hina estava acabando, uma voz foi ouvida dentro de dentro da sala.

— Está tudo bem agora, já terminei meu check-up. Entrem.

— Se eu abrir esta porta vai me torturar?

— Talvez um dia eu te coloque na cadeira de afogamento, mas no momento não possuo mana para desperdiçar. Seja grato por minha má condição.

— Como seu eu pudesse ficar grato por algo assim. Pra falar a verdade, eu perferia ser afogado.

— ... Verdade, me expressei mal. Se um demônio nos atacar, nós estariamos em grande desvantagem. Esta é uma situação deplorável.

Ao ouvir sua voz baixa, Kaito abriu a porta.

Assim como antes, Elisabeth estava sentada sobre a cama, mas desta vez vestindo seu usual vestido. As runas carmesins ainda estavam visíveis através das partes expostas de sua pele. Elisabeth estava melhor que ele esperava e ela estava traçando gentilmente as runas em seu ombro com seu dedo.

— Para simplificar, essas runas    inibem a mana de correr por meu corpo,    agindo como coágulos. Por causa desta obstrução, não posso utilizar minha mana com a mesma liberdade que eu gostaria.

— Elas só obstruem? Quer dizer que você não perdeu sua mana?

— De fato, nada foi tirado de mim. Se tal coisa acontecesse, eu seria incapaz de preservar as raízes demoníacas que percorrem meu corpo. Eu massacrei pessoas até criar uma montanha de cadáveres e só assim fui capaz de manter meu corpo, mesmo sem precisar causar regularmente dor aos montros. Se isto fosse prejudicado, eu não resistiria muito tempo.

Elisabeth colocou seu braço a sua frente e depois segurou seu cotovelo. As runas carmesins pulsavam como veias.

— Minha energia mágica está dormente, como a água serena de um lago, mas enquanto eu dormia, meu sangue conseguiu correr através das runas, fazendo a maior parte de meu mana fluir novamente... No momento eu posso invocar dispositivos de tortura, mas seu poder é reduzido. Isso é bastante irritante."

Elisabeth estalou a língua. Ao fazer aquilo, Kaito pensou sobre oque Vlad tinha acabado de dizer a ele. O Rei poderia usar o Sacrifício de acordo com a quantidade de demônios restantes.

Oque exatamente aconteceria se Elisabeth fosse atingida várias vezes seguidas?

— Tem algum jeito de se curar?

— É possível, de certo modo.

Elisabeth franziu o cenho e mordeu uma de suas unhas, antes de revelar o método sórdido.

— O único jeito de remover o Sacrificio é fundir meu sangue com um que possua uma energia mágica mais forte que o meu. Isso deve bastar para varrer o feitiço.

— Um sangue com mais energia mágica que o seu?

— Exatamente, um sangue mais forte que o meu. Poderia ser de um alto sacerdote ou de um pecador imperdoável. Vlad seria qualificado, mas seu corpo já virou cinzas... No que se refere a outros magos capazes de me superar, o Rei poderia ser um. Eu não tenho muita escolhe se não derrota-la e usar seu sangue.

Os olhos de Kaito se abriram. Eles gostariam de se desfazer do Sacrifício antes de lutarem contra o Rei, infelizmente precisam justamente do sangue dela.

"Eu acho bem difícil nos enxergar escapando dessa. Não existe mais ninguém com um sangue poderoso o suficiente?"

Ele mordeu os lábios. Elisabeth sem dúvidas entendia o quão problemático era este método. A expressão dela era severa, mas ela balançou a cabeça e se levantou.

— Não adianta ficar sentado e    conjecturar o dia inteiro. Nós vamos para a sala do trono, Kaito.

— Para sala do trono? Por que?

— Porque tem um buraco bem conveniente nela.

Kaito coçou a nuca com sua declaração. O tecido que se extendia para baixo da    cintura de Elisabeth flutuou com sua partida.

Seus saltos estalaram alto enquanto ela caminha. Ela então se pronunciou decididamente.

— Irei treina-lo nas artes mágicas, Kaito. Daqui em diante as lutas ficaram cada vez mais desafiadoras. Hina é oque é, mas ela não sera capaz de lhe proteger o tempo todo... Se permanecer fraco como está, você vai morrer.

Ouvindo sua afirmação, Kaito assentiu. A partir de agora ele precisava aprender a se proteger.

Kaito, embora Elisabeth provavelmente não pretendia tomar medidas tão drásticas, também queria se tornar o mais forte possível.

"Os fracos tem tudo tomado."

Enquanto não tinha interesse em se tornar um daqueles que "tomam", ainda sim ele seria forçado a lutar.

Algumas vezes proteger a paz tem seu preço e ele sabia disso a muito tempo.

— // — // — 

Uma flecha de fogo cruzou pelo ar, outra de gelo perfurou o chão e uma martelo de ráios esmagou uma árvore.

Mesmo que o fogo tivesse sido o mais impressionanante, todos os três fluiram sem nenhum erro.

— Eu... Eu consegui?

Sua respiração era ofegante. Kaito limpou o suor de sua testa e ao faze-lo sangue escorreu de sua ferida reaberta. Ele se sentia tonto, quase anêmico. Isso era provavelmente por causa dele ter gasto o mana em seu sangue. Com o tempo ele deveria se restabelecer, mas a sensação era desagradável.

A áera que cercava a desolada colina do castelo era composta por um densa floresta.

Uma parte dela estava impregnada com sangue escuro vindo da besta do Cavaleiro que alia hávia sido empalada. Fora isso, o restante da floresta era sereno, salvo algumas novas marcas em umas das árvores.

A magia de Kaito possuia uma boa dose de força. Sentido firmeza em suas mãos, ele se virou para Elisabeth, que estava sentada em um novo trono vindo do tesouro, com uma expressão ansiosa.

— Como... Como eu me sai?

— Perfeito...

Sua respota foi clara e consisa. A expressão de Kaito ficou mais relachado com seu elogio, entretanto, ela rápidamente cortou sua palavras de felicitação quando estavam prestes a sair de sua boca. Por alguma razão, ela fez uma expressão bastante encômoda.

— Elisabeth, seu rosto... Você está me assustando desse jeito. Eu fiz alguma coisa de errado?

Kaito fez sua pergunta de forma bem tímida. Elisabeth pôs seu cotovelos nos apoios do trono e apoiou sua cabeça em suas mãos, dai olhou de volta para Kaito.

— Não tem nenhum, precisamente por isso é um problema. Diga-me, Kaito... Onde exatamente você fez esta ferida em sua mão?

— O que? Ah, esta? Eu cortei minha mão enquanto lavava as facas.

— Parece ser fundo demais para um simples corte... E ainda um bem conveniente. Para ser capaz de usar mágica, tudo que é necessário é um pequeno gatilho, mas ainda sim você está indo bem demais... Eu acho difícil acreditar que essa é sua primeira vez.

Enquanto Kaito ouvia sua fala, ele sentiu que estava suando frio. Ele pensou em tentar de tentar dissuadi-la, mas se fracassasse o resultado seria terrível, então resolveu ficar em silêncio. Elisabeth estalou a lingua, como se estivesse encomodada.

— O que será que é? De fato sua familiaridade com a dor supera a da maioria... Oque significa que a parte mais difícil já foi feita, mas... Kaito.

Uma gota de suor correu pelo queixo de Kaito.

No momento seguinte um só agudo, como o de vidro sendo arranhado, foi ouvido.

Todos se ficaram atentos ao ouvirem ele. Algo branco estava voando sobre copa das árvores, fazendo um som lastimável ao se aproximar da sala do trono. Ao olhar mais de perto, viram que se tratava de um orbe branco, se sustentando no ar batendo rápidamente suas asas.

O que quer que fosse, não era uma forma de vida respeitável.

Imediatamente Hina saltou, com a saia de seu vestido e avental flutuando ao empunhar sua alabarda. Antes que pudesse agir, Elisabeth a impediu.

— Espere, Hina! Aquilo é um dispositivo contendo uma mensamgem urgente da Igreja!

Hina baixou sua arma e caiu de volta ao chão.

O orbe parou em frente a Elisabeth, então suas asas cairam, voltando a sua forma original de jóia e caindo nas mãos dela. Várias runas zumbiam em sua superfície.

Elisabeth, tendo decifrado a torrente de runas mágicas brilhantes, se espantou.

— Demônios estão atacando uma cidade portuária no sul? O Alto Conde e o Ark Duque uniram forças?

— O que?

Kaito exclamou em surpresa. Até onde sabia, desde que a Princesa da Tortura e o Kaiser se separaram e lutaram um contra o outro, os demônios evitaram realizar ataques em grande escala, preferindo reunir poderes individualmente, além do mais, depois que Vlad, seu mediador, foi capturado, nenhum demônio hávia trabalhado junto de outro.

Depois de todo este tempo, dois demònios estão coordenando um ataque a uma cidade humana.

Franzido o cenho sobre seus olhos de esmeralda, Hina falou em um tom tenso.

— Este claramente é trabalho do Rei... Estou certa, senhorita Elisabeth?

— Com toda certeza. Ou aquela meretriz revelou a eles meu estado debilitado ou ela está controlando ambos diretamente... De todo modo não outra opção se não partir. A Igreja me deu ordens diretas para subjulga-los.

— Como é? Não! Nem pense numa coisa dessas! — Kaito gritou.

Vendo a raiva em seu rosto, Hina fechou sua boca semiaberta e deu um passo atrás.

Kaito olhou com severidade para Elisabeth. Até alguns momentos atrás, ela estava de cama. Embora sua condição tenha melhorado um pouco, ela estava longe de estar completamente recuperada. Ainda sim ela se levantou de seu trono.

— Já se esqueceu, Kaito? Se eu ousar desafiar as ordens da Igreja, irei imediatamente encontrar minha morte na estaca.

— Mesmo assim, eles não podem simplesmente esperar que você esteja disponível vinte e quatro horas por dias! Nós podemos falar com a Igreja e dizer para eles...

— Você é estúpido? Eles não vão ligar para um problema trivial desses. A Igreja pouco se importa com minha condição. Seu Deus fica sentado sem salvar ninguém. Em nome desse Deus, eles brandem seus chicotes em seus cãos de caça e assim eles mantem o mundo girando. Em nome de seu Deus, tudo é permitido.

— Mas isso é um absurdo! Já faz bastante tempo que eu penso nisso, mas só agora achei que devia falar.

Kaito estava respirando ofegante. Dada sua incessante ráiva, sua mente estava cada vez mais esclarecida. Enquanto calmamente colocava seus pensamentos em ordem, ele dava voz ao seu desonforto que vinha crescendo dentro dela a algum tempo.

— Você será executada na estaca quando não for mais útil. Matar os quatorze demônios é sua obrigação e sua redenção, mas ainda sim seus pecados não serão perdoados. Vai me desculpar, mas tenho que concordar. Você deixou corpos demais em seu caminho.

— Não tenho objeções. Tudo oque diz é verdade, mas oque isso importa?

— Mas é muito injusto que você tenha que lutar sozinha.

Elisabeth ficou sem palavras, dando a entender para Kaito que ela estava concordando.

Elisabeth já devia ter notado o quanto irrazoável aquilo era. Entre as incontáveis vítimas dos demônios e as batalhas que presenciou, Kaito guardou muitas dúvidas e frustração dentro de sí.

— Eu entendo as outras pessoas não serem capazes de enfrentar os demônios. Depois de ter matado tantas pessoas para despertar seus poderes, você se tornou a única capaz de enfrenta-los, mas porque mais ninguém está dando seu sangue? Porque eles não estão pondo suas vidas em risco para proteger os outros? Como eles podem deixar todas as lutas nãos mão de alguém que eles sabem que vai morrer? Como eles são capazes de manter suas mãos limpas enquanto deixam você limpando um chiqueiro?    Isso é um absurdo! Como eles conseguem se safar com tudo isso?!

— Kaito

— Como conseguem ficar sentados, assistindo de seus camarotes em uma hora dessas?

— Meça suas palavras.

Sua voz foi afiáda como uma faca e a sensação de ter uma lâmina encostada em sua garganta fez com que Kaito para-se suas palavras. Por mais intimidado que estivesse, ele ainda continou olhando diretamente para Elisabeth. Ela tinha um olhar frio, mas gentil de certo modo.

— Eu sou a princesa da tortura, Elisabeth Le Fanu. Eu torturei e matei mais pessoas que qualquer outro, fui capturada pela Igreja e encarregada de matar os quatorze demônios. Quando matar todos, eu serei posta na estaca. Eu machuquei, oprimi e matei de forma brutal, arrogante e sem misericórdia. Agora o caçador e a caça trocaram de lugar. A humanidade tem o direito de me usar e me escravizar como bem desejarem. Foi isso que eu descidi.

A Princesa da Tortura, uma mulher que tirana a qual hávia tirado de muitos, falou com tamanha serenidade que invocou a imagem de um martyr. Seu olhar carmesin tocou o íntimo de Kaito. Era o olhar seu um lobo solitário.

A pecadora incomparável, mais orgulhasa que qualquer outro, continuou.

— Eu, e mais ninguém, descidiu isso e eu não irei admitir nenhuma critica sobre está descisão. Nenhuma.

Não importava oque Kaito dissesse porque jamais seria capaz de abalar sua determinação.

Quando se deu conta disso, Kaito engoliu o resto das palavras que ele queria dizer, a final, ele estava sobre a proteção dela, por isso, não estava em posição de julga-la, nem mesmo os outros.

"Já entendi. Eu sou só um servo tolo. Eu não tenho o direito de ficar bravo por causa disso, a final escolhi de livre e espontânea vontade seguir ao lado da maior pecadora deste mundo."

Kaito, incoscientemente, virou seu rosto. Elisabeth começou a caminhar, com seu cabelo negro lustroso balançado atrás dela e seus saltos estalando no chão de pedra.

— Nós iremos para a cidade mencionada. Hina, Kaito, me acompanhem, mas estejam preparados para se defenderem.

Kaito assentiu prontamente, dai apertou com força sua mão embebida em sangue.

Derrepente uma mão alcançou seu ombro.

Kaito virou-se e viu Hina parada atrás dele. Ela estava olhando em seus olhos com seus lindos olhos verde-esmeralda.

Antes que pudesse perguntar qualquer coisa, ela largou sua alabarda e abriu seus braços.

— Me perdoe, mestre Kaito.

— Como assim, Hin...

Ela apertou as bochechas dele.

Com seu rosto apertado entre suas mãos, pôde ver o semblante sério de Hina. Suas mãos podiam ser de uma boneca, mas eram quentes como as de um humano.

Após um breve silêncio, Kaito perguntou a ela:

— Hina, porque isso tão derrepente?

— Já se acalmou, mestre Kaito? Se sim, gostaria de lhe dizer algo.

Ela respirou fundo.

Seus olhos estavam cheios de preocupação e desconforto, com ela falando em um tom eloquente e em um único suspiro.

— A ferida em sua mãos não é algo que você teria feito apenas limpando as facas. Você está escondendo algo e mais, parece ser algo que nem mesmo pode contar para Lady Elisabeth.

— Não tenho intenção de ir contra seus desejos e lhe exigir explicações, mas tem uma coisa que gostaria que se lembrasse. Não importa qual o segredo que esteja guardando, eu sempre estarei a seu lado, então oque quer que seja, por favor, não hesite pedir minha ajuda. Você entendeu?

Foi como se ela estivesse tentando gravar suas palavras na mente de Kaito e conseguiu.

Ouvir seu pedido trouxe a ele muito felicidade. Durante sua vida, nem um única pessoa demonstrou para Kaito gentileza ou boa vontade, nem mesmo seus parentes tentaram. Independente do que estivesse escondendo dela, Hina estava dizendo que iria confiar nele, mesmo assim ele não podia revelar seu segredo.

"Se eu contar, não há duvidas de que ela e o Vlad iriam querer a cabeça um do outro.

Mantê-la na sombras era doloroso, entretanto ele não tinha outra escolha.

Ao permanecer em silêncio, Hina foi soltando seu rosto. Sua expressão era um tanto de abandono. Kaito, entristecido, abriu sua boca tentando mudar de assunto e derrepente encontrou algo que precisava dizer a ela.

— Me diga, Hina... Porque você está disposta a ir tão longe por mim?

— Porque eu te amo.

— É, você já me disse isso. Você tem um coração de autômato pré-configurado, mas ainda sim é seu coração e só seu. Quando me escolheu como seu mestre, e eu escolhi você, você decidiu dedicar seu amor a mim e a mais ninguém... Isso me deixa muito feliz.

— Mestre Kaito... De todas as coisas as quais aconteceram comigo neste mundo, conhece-lo foi a melhor... Se não fosse por isto, nenhum das outras coisas boas teria acontecido. Este foi meu momento solene da mais profunda felicidade.

— Mas porque eu?

— ... Por que?

— Eu não tenho nada para te oferecer. Sou só um humano comum. Eu não consigo entender porque me escolheu. Eu não tenho valor algum, então... ou melhor, mesmo que fosse o caso de eu ter valor, não posso deixar você se machucar por causa de um pesso morto como eu.

Hina estava prestes a abrir sua boca, mas a fechou novamente, pedindo para Kaito continuar. Ele assentiu profundamente.

— Daqui em diante, até mesmo mais do que antes, eu posso morrer a qualquer momento, então vou dizer de novo. Mesmo se eu morrer, eu quero que continue vivendo. Eu me recuso a abrir mão disso.

Estas foram as duras palavras de Kaito. Ela ofereceu sua mão para ele, as ele não podia oferecer a dele a ela.

Hina respirou fundo, apertou seus lábios e manteve suas mão firmes no rosto de Kaito, já começando a machuca-lo.

— Por que você tá me apertando?

— Primeiro de tudo, o porque eu ter escolhido você... Pode levar uma semana para explicar, tudo bem?

— Uma semana?!

Kaito ficou intrigado, já que não esperava uma resposta por parte dela. Hina fixou seu olhar nele, com seus olhos transbordando de calor e afeto. Ela sorria como se estivesse olhando para uma menino travesso.

— Na hora certa eu vou explicar porque escolhi você e porque não poderia ter sido outra pessoa, mas agora nós não temos tempo. Temos que ir encontrar a Elisabeth.

— Hina, eu preciso realmente preciso de uma resposta!

— Eu compreendo perfeitamente. Estes dias pacíficos pelos quais você tem tanto carinho, os quais todos nós amamos, estão a beira de acabar... E você está com medo, mas não se preocupe, mestre Kaito. Você não necessita dessas suposições."

Hina apertou as bochecas de Kaito, puxando-as na horizontal e sorriu.

— É em momentos como esse que é mais importante sorrir. Via ficar tudo bem. Eu com certeza vou proteger ambos vocês, mesmo que você diga que não queira. Eu foi me por a frente de todos os seus inimigos e eu vou proteger tudo que é seu. Por favor, acredite em mim. Você não precisa falar de coisas tão tristes, pois este dia nunca virá... Não por toda a eternidade.

Hina riu, como se estivesse reforçando seu ponto. Ela soltou as bochechas de Kaito, se reverênciou profundamente e levantou sua cabeça.

Ela vestiu o olhar resoluto de alguém cujo coração estava convicto.

— Eu não irei permitir, não importa oque aconteça.

Ela pegou sua alabarda e partiu, com seu cabelo prateado brilhando pelo caminho. Kaito, agora sozinho, Olhou para suas mãos incrédulo.

Do jeito que estava agora, seus olhos teriam o mesmo brilho que os dela?

Ele lentamente levantou suas mãos e segurou seu rosto.

— É hora de ir.

O calor das mãos de Hina ainda estava em sua face e a pedra contendo a alma de Vlad ainda brilhava em seu bolso.

Ela já não sabia mais oque era certo. Tudo que podia fazer era lutar desesperadamente contra a situação diante dele.

Ele precisava acreditar que o pior não iria acontecer, mesmo isso não passando de uma mentira.

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