Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.

Revisão: Dante


Volume 1

Capítulo 25: Princípios

― Espera... ― Xiao Ning estendeu a mão, fazendo um sinal para o Patriarca parar de falar, coçou a cabeça e perguntou. ― O que foi que você disse?

― Eu falei que lhe comprei um Caldeirão Encantado de presente. ― respondeu o Patriarca, olhando para a expressão estranha que Xiao Ning estava fazendo.

― Então, você comprou um Caldeirão Encantado? ― repetiu, querendo ter certeza de que tinha escutado direito.

― Sim!

― Para mim?

―Isso mesmo! ― afirmou o Patriarca, balançando a cabeça. ― Ele não é um dos melhores, mas é muito bom. ― Tinha plena confiança de que seu presente seria o suficiente para agradar Xiao Ning, o qual não possuía recursos para comprar essas coisas caras.

No entanto, diferente de suas expectativas, que esperava ver aquele garoto comemorar jubiloso enquanto se ajoelhava no chão para mostrar seu mais sincero e profundo agradecimento, Xiao Ning abaixou os olhos com uma expressão sombria. E então, ergueu a cabeça para o alto e uivou:

AHAHAHA! ― gargalhou feito um louco. Suas risadas desvairadas ecoaram pelo salão.

O Patriarca olhou para aquilo com estranheza, por um momento pensou que o jovem havia perdido a cabeça. Será que o presente foi exagerado ao ponto de fazê-lo enlouquecer?

Enquanto o Patriarca pensava que havia afetado o juízo e a sanidade daquela pobre criança, por ter dado um presente que estava além dos sonhos, Xiao Ning de repente se levantou e bateu o pé sobre a mesinha que se encontrava entre os dois, e apontou um dedo para o bondoso líder.

― NÃO FODE COMIGO, SEU PIRRALHO DE MERDA! ― esbravejou Xiao Ning, sem se importar que aquele homem em sua frente era a pessoa mais importante da Família. ― Se você iria me dar a porra de um caldeirão, então por que não falou nada antes? ― Seus gritos descontrolados reverberaram pelo salão.

Vendo a explosão súbita do jovem, mesmo o Patriarca, que era alguém que se encontrava no ápice do Reino Espirituoso, encolheu-se no sofá. Ele jamais esperava que um mero garoto tivesse a audácia de ser tão desrespeitoso para com um homem em sua posição. Além do mais, como assim pirralho?

― Se você tivesse avisado antes, eu não teria ido naquele lugar infernal e levado uma surra daqueles monstros malditos! ― Xiao Ning estava revoltado. Ele se esforçou tanto para juntar algumas poucas moedas de prata só para poder comprar um Caldeirão Encantado e agora o Patriarca aparece falando que vai lhe dar um de graça, é ou não um bom motivo para perder a cabeça?

Se ao menos ele ainda não tivesse comprado o caldeirão, poderia usar o que ganhou para obter outras coisas, como a balança de libras e alguns ingredientes, mas nem isso era mais possível. Seu esforço tinha sido em vão.

Ah, é por isso que você foi até a Floresta das Mil Perdições. Estava tentando comprar um Caldeirão Encantado. ― disse o Patriarca, finalmente entendendo o motivo da raiva de Ning. ― Sinto muito! Se soubesse, teria lhe avisado. Mas, o bom é que agora você pode usar o que ganhou com outra coisa.

Ouvindo isso, uma veia pulsante brotou na têmpora de Xiao Ning e seu olho esquerdo mostrou um tique nervoso, quando esse começou a tremer involuntariamente. Ele estava provocando-o, não estava? Aquele maldito...

Xiao Ning parecia pronto para explodir mais um vez. Sentia o sangue ferver, como se estivesse sendo aquecido em uma fornalha. Mas, deixando escapar um longo suspiro, tornou a se sentar no sofá, com uma expressão emburrada assombrando o rosto. Não adiantaria nada continuar gritando.

― Bem, tanto faz. ― Por fim, ele deu de ombros e deixou sua raiva de lado. ― Deixe-me ver o caldeirão que você comprou. ― pediu ao Patriarca, gesticulando com a mão.

― Me custaram algumas moedas de ouro, mas acho que valeu o gasto. ― anunciou, antes de revelar o presente. O Patriarca apontou a parte aberta da bolsa para uma área vazia do salão e, de repente, acompanhado de um som deslizante, algo saltou de dentro dele.

Um caldeirão gigante apareceu no fundo do sala!

Ele possuía uma cor avermelhada, de um castanho intenso, e um brilho reluzente típico de metal. Era tão grande que uma criança poderia tomar banho dentro dele. Mas o mais surpreendente era sobre o que estava apoiado...

O Caldeirão Encantado se encontrava em cima do casco de uma tartaruga, a carcaça parecia ter sido esculpida na pedra e era tingida por um verde lodoso, desgastado em algumas partes. E seu corpo era tão grande quanto o recipiente para o qual estava servindo de apoio.

A tartaruga se encontrava posicionada de uma forma que parecia estar se preparando para agachar, mas seu peito não tocava o chão. As nadadeiras, maiores que os pés de um homem adulto, estavam esticadas para os lados. Seu pescoço comprido se espichava para o alto e sua boca, escancarada de uma maneira voraz, porém sem dentes, parecia pronta para engolir tudo em seu caminho.  Os olhos, verdes lodosos iguais ao casco, eram opacos e no lugar em que deveria estar o nariz existiam duas fissuras profundas.

Quando viu o Caldeirão Encantado, Xiao Ning se esqueceu de toda a raiva que sentira. Seus olhos faiscaram e com um salto, correu feito uma criança na direção daquele objeto tão belo.

Oh, esse caldeirão é feito de cobre e é de qualidade Alta. ― exclamou Xiao Ning, enquanto dava uma volta entorno do utensílio, que era grande o suficiente para fazer isso.

Ha! Ha! Fico feliz que tenha gostado. ― O Patriarca deu um sorriso grosseiro, ao ver o quanto Xiao Ning parecia empolgado. ― Queria poder lhe dar algo de melhor qualidade, mas infelizmente... ― Suspirou com pesar.

― Não precisa se preocupar com isso. Este já está bom o suficiente. ― disse Xiao Ning, esboçando um largo sorriso, dando alguns tapinhas no metal do Artefato.

― Fico feliz que pense assim. Mas devo admitir, estou surpreso. Você não só possui uma alta aptidão com as Chamas Essência, como também entende de Caldeirões Encantados. ― admitiu o Patriarca, que ficou impressionado quando Xiao Ning reconheceu a qualidade do item com um simples olhar. Pois ele, apesar de toda sua experiência, precisou de ajuda para saber se estava fazendo uma boa compra.

Nesse momento, Xiao Ning que estava entretido demais para agradecer pelos elogios, olhou para o Patriarca com uma expressão pensativa...

Depois de reviver, por capricho, ele havia decidido ficar para ajudar a Família Xiao a sobreviver ao grande desastre, que aconteceria em alguns anos. Nesse meio tempo, conforme pensava em um plano para realizar esse feito, descobriu que brigas internas estavam ocorrendo e o centro delas era o Patriarca.

Se Xiao Ning fosse de fato ajudar a Família como um todo, esse tipo de coisa seria algo que poderia colocar tudo a perder. Brigas internas, na maioria das vezes, sempre trazem mais problemas do que solução. Os teimosos que defendem um lado ― seja ele qual for ―, mesmo se descobrissem estarem errados, não admitiriam por vergonha e isso pode resultar em ainda mais conflitos desnecessários.

Se iria ajudar a Família, então precisaria acabar com essa contenda o quanto antes. Mas para isso, antes seria preciso entender o motivo da desavença. E quem melhor para responder suas perguntas do que o homem no centro de tudo?

Mesmo estando empolgado com o seu presente e ansioso para brincar um pouco e explorar sua capacidade, Xiao Ning decidiu que por hora iria conter-se. Assim sendo, apesar de muito relutante, saiu de perto do caldeirão e se sentou em frente ao Patriarca.

― Há algo que eu tenho refletido e gostaria de saber se o Patriarca poderia esclarecer minhas dúvidas... ― disse Xiao Ning, encarando-o com a mesma expressão descontraída de sempre, embora o tom de sua voz tenha ficado mais pesado e resoluto.

― Diga o que te aflige e se possível responderei. ― O Patriarca se dispôs a responder de boa vontade.

― Eu ouvi dizer que o 1° Ancião junto a alguns outros estão tentando tirá-lo do cargo de Patriarca, isso é verdade? ― Ele foi direto ao ponto. Afinal, queria ir logo testar o Caldeirão de Cobre. ― Mas a questão é: por quê?

Para as perguntas de Xiao Ning, o Patriarca se calou. Com um semblante reflexivo, ele abaixou a cabeça sem dizer uma única palavra. Era quase possível ver seus pensamentos martelando dentro de sua cabeça. E quando o Patriarca não disse nada após um longo tempo, Xiao Ning tornou a abrir a boca:

― Qual o problema? Não pode me dizer? ― insistiu.

Vendo que a outra parte não parecia disposta a falar, o normal seria deixar um assunto tão delicado de lado. Mas ele não podia dar-se ao luxo de esperar. No final, não havia muito tempo sobrando.

― A questão não é essa. É só que, eu não quero envolver os jovens nos meus problemas. ― Por fim, o Patriarca resolveu falar após um longo tempo ponderando. ― Mas desde que você se tornou um Alquimista, envolver-se é inevitável. Então é melhor eu lhe contar tudo.

― O que quer dizer? ― indagou Xiao Ning, franzindo a testa. ― O que eu teria a ver com as intrigas da Família?

― Não é por ser você, é por causa do que se tornou. Afinal, devido a serem tão raros, Alquimistas possuem um alto status independente a qual Família ou Seita pertençam. ― respondeu o Patriarca, olhando seriamente para Xiao Ning. ― E quando o 1° Ancião Dong descobrir sobre você, tenho certeza que tentará recrutá-lo. Tendo um Alquimista ao seu lado, será muito mais fácil me derrubar.

― Mas por que ele quer derrubá-lo? Um Patriarca não deveria ser respeitado ou coisa do tipo?

Ouvir Xiao Ning falar sobre a necessidade de respeitá-lo quase o fez sorrir de maneira irônica, pois teve a impressão de que o mesmo não o respeitava.

― Bem, em outras ocasiões seria assim, mas devido a minha origem e o que eu fiz quando me tornei o “Patriarca”, muitos são contra que eu permaneça no cargo. ― declarou, balançando a cabeça com pesar.

― Sua origem? Como assim? Por um acaso você não pertence à Família Xiao?

― Não, eu sou um Xiao, mas ao mesmo tempo, não sou. ― respondeu ele, em um tom enigmático.

Ahn, do que você está falando? ― grunhiu Xiao Ning, sentindo-se confuso.

― Como você deve saber, na Família Xiao, além da Fámilia principal existem às Secundárias.

― Sim, meu pai veio de um ramo secundário. ― confirmou Xiao Ning, assentindo com a cabeça.

― As Secundárias são pequenas Famílias que em busca de segurança pagam um tributo para o ramo principal e em troca eles recebem o sobrenome, no caso “Xiao”, e proteção. ― O Patriarca começou a explicar, com a voz profunda e solene. ― Além da proteção, os ramos secundários também recebem o direito de, uma vez por ano, enviar alguns jovens discípulos para cultivar junto aos membros do ramo principal e esses, no passado, eram chamados de discípulos externos. Eu era um desses.

Xiao Ning escutou tudo com extrema atenção. Até agora, não havia nada que já não soubesse, com exceção do Patriarca ser de uma Família Secundária e da existência de discípulos externos. Realmente não fazia ideia de que essa categoria já existiu nos Xiaos.

― Então, os velhotes não gostam que o atual Patriarca pertença a uma ramificação da Família Principal? ― indagou Xiao Ning.

― Em parte, sim. ― concordou o Patriarca, assentindo de leve com a cabeça. ― Em parte é por causa do que eu fiz após assumir o cargo.

Sentindo que essa história ficaria um pouco longa, Xiao Ning se recostou no sofá e perguntou:

― E o que foi que você fez?

― Quando eu entrei para a Família Xiao como um discípulo externo... eu acho que isso foi há uns... Setenta anos? ― ponderou o Patriarca, após se esforçar um pouco para lembrar-se da idade. ― Naquela época, as regras eram muito diferentes. Os discípulos externos como eu não tinham os mesmos benefícios daqueles na Família Principal. Para nós, os recursos eram extremamente limitados. E por causa disso, a Lei da Matança era a única forma de evoluir.

― Lei da Matança? ― repetiu Xiao Ning, com estranheza. Ele tinha uma noção do que era essa lei desumana, mas não fazia ideia de que os Xiaos já houvesse praticado.

― A Lei da Matança era algo que autorizava os discípulos a se matarem e roubarem os bens dos outros. Os Anciãos diziam que isso era para o nosso próprio bem. Que só assim nos tornaríamos mais fortes. Mas a verdade era que, esse não passava de um jeito de economizar recursos. Por sermos de uma ramificação, não havia porque desperdiçar bens desnecessários conosco. De fato, muitos morreram naquela época.

Nesse momento, o Patriarca fez uma breve pausa. Suas lembranças daqueles tempos eram regadas de sangue e sofrimento. Após recuperar o fôlego, continuou:

― No começo, eu não via nada de errado. Era assim que as coisas eram, afinal. Mas depois, quando percebi que a nossa Família Xiao era a única que aderia a tais métodos, comecei a me questionar se era certo o que fazíamos. Se realmente estava tudo bem matar nossos próprios companheiros. Porém, no final, eu era só um membro de uma Família Secundária, o que poderia fazer? Foi quando conheci o antigo 2° Ancião Feng.

― Antigo Ancião? ― indagou Xiao Ning, franzindo a testa. Ele sabia muito pouco sobre os Xiaos, depois de tudo.

― Sim. O 2° Ancião Feng era um homem honesto e de bom coração. Quando percebeu que eu possuía algum talento para cultivo, desde que os outros não pareciam dispostos, devido a minha origem, ele me acolheu como um de seus discípulos diretos. Foi então que eu lhe disse sobre os meus ideias. E ele, bondoso como era, resolveu me apoiar. Até porque, o próprio Ancião achava que a Família deveria mudar.

Oh, e quais eram esses ideais? ― disse Xiao Ning, em um tom que mais parecia provocação do que curiosidade.

O Patriarca deu uma olhada em Xiao Ning. Achou intrigante como esse garoto não parecia ter qualquer respeito por ele. No geral, as pessoas não o perguntavam sobre seus ideais de maneira tão aberta. Depois de uma breve pausa, continuou:

― Eu achava um desperdício! ― respondeu ele, com uma simples sentença.

― Desperdício? ― indagou Xiao Ning, que não conseguiu entender seu ponto de vista.

― Exato! E você não concorda? ― Quando estava prestes a falar sobre suas convicções, foi possível ver um fogo ardente queimar no fundo dos olhos do Patriarca. ― A Família Principal priorizava a cultivação, porém nem todos possuem talento para isso. Alguns são melhores decifrando pergaminhos, outros são muito bons em sentir a Energia Espiritual ao redor, mas não em cultivá-la. As pessoas são diferentes e possuem talentos diferentes. Fazer os discípulos lutarem até a morte, sem levar em conta suas aptidões era um desperdício.

Oh, oh! Então você era contra a Lei da Matança, pois achava que ela não permitia aos discípulos mostrarem seus verdadeiros talentos. ― concluiu Xiao Ning, um tanto impressionado com os princípios do Patriarca. Ele até mesmo passou a respeitá-lo um pouco, agora.

Acalmando seus ânimos, o Patriarca respirou fundo e continuou:

― Exato! Quando eu disse ao 2° Ancião Feng meus pensamentos, ele decidiu que me apoiaria como o futuro Patriarca. Não foi fácil, mas com quarenta anos eu enfim alcancei o Reino Espirituoso e pouco depois assumi essa posição.

― Eu entendi seus ideias e como você se tornou o Patriarca, mas o que quero saber é por que o 1° Ancião Dong quer tirá-lo de seu poder atual? ― impaciente, Xiao Ning tentou se aprofundar um pouco mais no assunto.

― Acalme-se, jovem. Essas coisas têm uma ordem em como deve ser contada. ― ralhou, demonstrando sua enorme paciência. ― Pois bem, quando me tornei Patriarca, a primeira coisa que fiz foi acabar com a Lei da Matança. Mas eu sabia que se não houvesse um motivo para lutar, os jovens enfraqueceriam, então contratei professores de fora e dentro da Família para ensinar combate individuais e em equipe, para possíveis guerras. Em seguida, desfiz o sistema de discípulos externos e internos. E todos os jovens que vinham de uma ramificação secundária eram tratados como iguais.

― E isso irritou os velhotes que não conseguem abandonar o passado e não gostam de ter suas riquezas tocadas, já que distribuir os recursos igualmente entre os membros é igual a diminuir os bens da Família. ― concluiu Xiao Ning, que enfim começou a entender o porquê do 1° Ancião e os outros desejarem destituir o Patriarca.

― Exato! ― afirmou o Patriarca, concordando com ele. ― O 1° Ancião Dong é um membro antigo da Família Principal e deseja trazer de volta a Lei de Matança. Mas desde que ele não é o líder dos Xiaos, não pode fazer isso.

Xiao Ning, assimilando tudo o que tinha acabado de ouvir, conseguiu entender bem a problemática das disputas internas. No final, tratava-se de um velho teimoso que se recusava a aceitar mudanças e não gostava de dividir sua herança. Mas ainda havia algo que não tinha entendido, algo dito por Xiao Shui.

― Eu já entendi bem os motivos da disputa, porém, Xiao Shui me disse que o tio Chang está tendo problemas financeiros por causa dessa briga interna. Mas ele é um Ancião, não devia ter tais problemas. Por um acaso, a desavença entre você e o 1° Ancião está afetando a riqueza da Família? ― perguntou Xiao Ning, que achou melhor aproveitar o momento para sanar todas as dúvidas. 

Hm... para dizer a verdade, sim. ― confessou o Patriarca com sinceridade. Ele decidiu que seria melhor ser franco, visto que esse assunto também envolveria Xiao Ning. ― Das seis Minas Elementais pertencentes à Família Xiao, quatro são exclusivas do 1° Ancião. E desde que o nosso desentendimento começou, ele cortou o acesso às minas e isso resultou na queda da fortuna da Família.

― Minas? Se for assim, então por que não focar na colheita de Ervas Espirituais?

Xia Ning sabia muito bem o que eram Minas Elementais. Nelas eram extraídas as Jades Elementais, as quais possuem diversas finalidades; entre elas, aumentar o cultivo. O que ele não sabia, era que a Família Xiao possuía tantas delas.

― Bem, por causa do Acordo de Conservação estabelecido pelas quatro Famílias, nós só podemos colher grandes quantidades de Ervas Espirituais uma vez por ano. É por isso que nossa principal fonte de renda são as Minas Elementais. E realizar as Caçadas do Caos está fora de questão. ― respondeu o Patriarca, balançando a cabeça. ― Mas é claro, mesmo sem as minas, nós possuímos diversos outros negócios que são capazes de nos sustentar sem a necessidade de nos afundarmos em dívidas, o problema é que o1° Ancião Dong também tem sabotado essas transações.

Acordo de Conservação... Caçadas do Caos... Xiao Ning não sabia bulhufas sobre o que eram essas coisas. Mas pela maneira do Patriarca falar, parecia algo do qual ele deveria saber.

― Como deve ter percebido, participar dessa disputa, para você, que acabou de se tornar um Alquimista, é inevitável. ― prosseguiu o Patriarca, após um momento de silêncio. ― Querendo ou não você será arrastado para essa desavença, cedo ou tarde. Mas eu quero que saiba, o Caldeirão Encantado é apenas um presente meu para um cultivador promissor. Não estou tentando ganhar seu favor nem nada do tipo.

― Bem, não se preocupe com isso. ― respondeu Xiao Ning, de maneira despreocupada. ― Eu também acho um desperdício de talento uma lei feito àquela. Além do mais, a menos que me deem um Caldeirão Encantado Mágico, é impossível ganhar meu favor.

― Então você tem um preço. ― murmurou o patriarca, com olhos duvidosos em direção à Xiao Ning. ― Bem, nesse caso, eu me sinto aliviado, já que, por serem extremamente raros, custam dezenas ou até centenas de milhares de moedas de ouro. Ha! Ha! Agora que eu já lhe dei o meu presente, irei partir. Tenho muitos assuntos para resolver.

Dizendo isso, o Patriarca se levantou e saiu do salão, deixando para trás um Xiao Ning de boca aberta e olhos lacrimejantes.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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