Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.

Revisão: Dante


Volume 1

Capítulo 49: Pomar

Xiao Shui e Xiao Ning estavam caminhando a passos largos, rumando a leste da Montanha Ancestral de Jade, em direção a divisa com a Floresta das Mil Perdições e passando por trás do território da Família Xu. Precisavam se apressar, pois a distância a percorrer era longa e se não corressem ficariam presos naquela área habitada por monstros, durante à noite.

Eles desceram um vale íngreme, escorregando aqui e ali na terra lodosa. Cruzaram um pequeno córrego que cortava uma encosta, cuja superfície fora tomada há muito por plantas aquáticas que ondulavam junto a correnteza pouco energética. Seguiram por uma trilha que mostrava sinais suspeitos de movimento, traçando rastros sinuosos no capim rasteiro.

Enquanto andava, Xiao Ning ficou atento aos arredores, mas não por conta das Bestas Demoníacas ― a vigília das feras ficou a cargo de Xiao Shui, sempre muito atenta ―, procurava por Ervas e Frutas Espirituais. Encontrou algumas. De fato, o terreno da montanha era rico nesse quesito. Colheu umas, outras apenas admirou.

Algo que o deixou surpreso, foi descobrir que algumas daquelas Ervas Espirituais lhes eram desconhecidas. Não apenas o aspecto em si possuía distinções de qualquer coisa já vista, como a Energia Espiritual exalada apresentava traços singulares.

Mesmo desconhecendo a espécie, Xiao Ning podia dizer com um simples olhar que nenhuma delas apresentavam características espantosas, do tipo capaz de elevar um Reino no cultivo ou algo parecido. Ainda assim, aquelas Ervas Espirituais chamaram sua atenção.

Em sua vida passada, dos seus cinco mil anos de idade, passou muito pouco tempo no Continente Central e de todos que já visitou, esse era o que menos conhecia. Afinal, apesar de ter nascido nessa região, naquela época não passava de um leigo vislumbrando os primeiros vestígios de um novo mundo. Portanto, desconhecer uma Erva ou Fruta Espiritual não era algo inesperado, mas tal acontecimento o deixava extremamente empolgado.

Tomar conhecimento de sua própria ignorância era algo que animava Xiao Ning, pois isso implicava a existência de um vasto campo ainda por ser estudado, possibilitando, assim, o aprimoramento da Alquimia.

Apesar disso, não se deparou com tantas Ervas cuja origem lhe eram desconhecidas em sua plenitude. A maioria apresentava traços de familiaridade vindos de uma antiga memória, como uma imagem estampada na página de um livro há muito estudado. Apenas uma, em que as pontas da folha se faziam estreladas nas extremidades, realmente chamou sua atenção.

A Erva Espiritual citada parecia uma planta aquática, apesar de estar em solo firme; não possuía caule sustentando-a de modo que a folha, dotada de oito pontas serrilhadas nas extremidades, esparramava-se pelo chão, cobrindo parte do gramado. Não tinha mais do que quinze centímetros, contando do centro até as pontas e detinha uma cor azul-esverdeada.

Segundo Xiao Shui, a qual foi responsável por contar a Ning para que servia cada uma das Ervas que lhe eram minimamente estranhas, aquele vegetal era conhecido como: Besta de Áster, uma nomenclatura atribuída a ela por se tratar de um alimento comum entre as Bestas Demoníacas.

Ao que parece, a Besta de Áster é uma planta bastante comum no Império Dourado e não possui nenhum benefício para humanos, pelo contrário, consumi-la pode trazer diversas complicações para a saúde, mesmo entre cultivadores fortes. O motivo para serem apreciadas por Bestas Demoníacas é um mistério, mas muitos desses monstros são vistos com frequência se alimentando delas.

Xiao Shui ficou um pouco surpresa ao se ver explicando a respeito das Ervas Espirituais, pois Xiao Ning parecia saber tudo sobre elas. Mas, no fim, seu conhecimento era limitado, portanto o aconselhou a visitar o Pavilhão dos Aprendizes; lá poderia encontrar algumas informações extras.

Xiao Ning colheu a planta no intuito de estudá-la num outro momento e aceitou de bom grado o concelho de Shui. Talvez fosse de fato uma boa ideia passar no Pavilhão dos Aprendizes, visto que existem muitas coisas das quais desconhece, nesse lugar.

Quanto à Besta de Áster, não era a primeira vez que encontrava uma Erva Espiritual apreciada por Bestas Demoníacas como alimento. Porém, essa em particular exprimia uma presença nauseante, diferente daquelas usadas por tais criaturas para se alimentar, e foi isso que chamou sua atenção.

Conforme rumavam ao leste, a vegetação passou de densa à aberta, com longos prados assentados por capim baixo, sem qualquer árvore à vista por centenas de metros. Os relevos e montes menores, adjacentes da formação geológica montanhesca, diminuíram aos poucos, de modo que a colina mais próxima à vista ficava a centenas de metros na direção leste-nordeste. Mais uma vez a temperatura voltou a esquentar, porém, agora, com o sol batendo direto em suas costas.

Neste instante, correndo o mais rápido que conseguiam para atingir o objetivo, eles se viam distante dos territórios das Famílias e abrindo um espaço cada vez maior dos morros íngremes pertencentes a Montanha Ancestral de Jade, ao tempo em que diferentes montes, oriundos da Cordilheira dos Tesouros de Viço e parcialmente ocultados pelo gigantesco pico imponente, ganhavam formas a longos intervalos de milhares de metros.

Com o suor voltando a escorrer pela testa, os dois cruzaram o prado arfando, devido ao calor. Após correrem pelo que pareceu ser quilômetros de distância, a paisagem mais uma vez começou a mudar. A grama rasteira aos poucos deu lugar a um campo de árvores verdejantes e galhos apinhados por folhas vivas, que se abriam para o alto e caiam para o lado.

À medida que se aproximavam do pomar, um aroma de flores silvestres, reforçado pela alta temperatura, era carregado através da brisa, deixando a região ao redor aromatizada por um perfume agradável.

Logo ao chegar, Xiao Ning identificou as árvores como sendo as que estava procurando. Um pomar inteiro de cinamomos. Os galhos estavam tomados por flores, algumas em pleno desabrochar, outras com pétalas exuberantes. Também era possível ver, aqui e ali, cachos de frutas amarelas redondas e pequenas.

Embora já tenha ouvido falar deste lugar através de seu pai, Xiao Shui nunca havia estado aqui. Ficou encantada quando viu. As árvores estavam dispostas quase em fileiras, como se alguém as tivesse plantado. O cheiro que exalava era agradável e pacífico. Quando viu um cacho das pequenas frutinhas pendendo na ponta de um galho mais baixo, ficou tentada a pegá-lo. Esticou a mão na intenção de apanhar uma, mas neste momento foi interrompida.

― Não coma as frutas! ― alertou Xiao Ning. ― São venenosas.

― Sério? ― indagou Xiao Shui, enquanto recolhia a mão com pressa.

― Elas são mais letais para os mortais. ― disse Ning. ― Porém, apenas uma é o suficiente para te dar uma bela dor de barriga. ― zombou, com um sorriso brincalhão.

Com essa informação, Xiao Shui logo desistiu da ideia de provar uma. Enquanto Xiao Ning ia passando de uma árvore para a outra, com a cabeça sempre erguida, estudando os galhos mais altos, ela o seguiu de perto, admirando a beleza encantadora, porém nauseante, do pomar. Por um momento, permitiu-se baixar a guarda. De alguma forma, recusava-se a acreditar na existência de Bestas Demoníacas naquele lugar.

Sem uma direção certa a seguir, Xiao Ning cruzou o pomar sempre com a cabeça erguida. Seguiu em frente até encontrar uma clareira espaçosa cujo chão havia sido coberto por capim e dentes-de-leão. Ao sair, no vão, bem no meio do agrupamento de cinamomos, procurou por algo nas bordas mais elevadas das árvores que cercavam a clareira.

Quando não encontrou nada, deu meia-volta e continuou a busca por um caminho diferente.

Neste tempo, Xiao Shui, que apenas o seguiu de perto, resolveu perguntar:

― O que estamos procurando?

― Uma trepadeira. ― respondeu ele, brevemente.

― Trepadeira? ― Xiao Shui arqueou as sobrancelhas com estranheza. ― De que tipo?

― Eu disse antes, não disse? Que estava pensando em fazer uma nova Composição Alquímica. E essa trepadeira em particular será fundamental nesse processo.

Xiao Shui ficou intrigada com essa tal “trepadeira” que seria o próximo ingrediente chave em uma Composição Alquímica. Em sua cabeça, imaginou uma vinha ou algo parecido. Num momento anterior, pensou que Xiao Ning estava apenas brincando. Afinal, como a tarefa de criar uma nova composição poderia ser tão fácil como ele fez parecer? Mas esse não parecia ser o caso.

Embora não soubesse a aparência da planta, ela passou a imitar Xiao Ning e levantou a cabeça, procurando nas copas das árvores. Os dois andaram aleatoriamente pelo pomar de cinamomos por algum tempo, porém, não encontraram nada de muito diferente das frutinhas amarelas.

Foi quando, em uma parte mais densa do pomar, escurecido pelas jubas das árvores que se atrelavam umas nas outras, um fio marrom, um tanto esverdeado, não muito diferente dos galhos mais finos e juvenis dos cinamomos, ganhou a atenção dos olhos de Xiao Ning. O fio em questão se encontrava enrolado ao redor de um galho grosso, coberto por uma casca rugosa e subia rumo ao topo das árvores, misturando-se com as folhas.

Com um olhar mais atento, estudando os arredores, ele notou que também havia fios semelhantes enrolados nos cinamomos vizinhos e todos traçavam um caminho rumo ao topo.

― Lá está, veja. ― levantou o braço e apontou um dedo, mostrando para Xiao Shui.

Ela seguiu o caminho apontado pelo dedo de Ning e conseguiu ver os, muito bem camuflados, fios que se enroscavam nos galhos mais altos e troncos e subiam em direção ao topo das árvores.

Sem perder tempo, Xiao Ning começou a escalar o cinamomo mais próximo. E Xiao Shui, curiosa, foi logo atrás.

Quando perfurou o véu de folhas, uma visão curiosa e um tanto deslumbrante, devo dizer, abriu-se diante dos olhos dos dois. Cobrindo o dossel do pomar, feito uma manta parasita, havia uma longa extensão de folhas e caules completamente diferentes das vistas nos cinamomos. Era como a superfície ondulante do mar durante o pôr do sol.

Grandes folhas, com mais de trinta centímetros cada, cobriam os cinamomos, impedindo que boa parte da luz solar tocasse as extremidades das árvores. As lâminas possuíam um tom laranja-escuro no centro que aos poucos ia se desbotando, ganhando uma cor avermelhada, até chegar na borda, que era tingida por um rosa discreto e esmaecido. Elas eram ligadas por longos caules lenhosos da grossura de um dedo.

Xiao Shui ficou estupefata com a mudança drástica na paisagem. Por um momento, ficou sem fala; nunca tinha visto nada igual. Não imaginava que algo como aquilo crescia bem acima de sua cabeça. Xiao Ning, por outro lado, abriu um largo sorriso. Encontrou o que procurava!

― O- o que é isso? ― gaguejou Xiao Shui, após se recuperar do choque inicial.

― Esta trepadeira é chamada de Bútutu. É muito confundida com uma planta parasita comum.

E como sempre fazia ao ser confrontado por uma pergunta que estava ligada de alguma forma a Alquimia, ele logo foi dando uma aula, abordando alguns aspectos da planta. As informações foram as seguintes:

A Bútutu é uma Erva Espiritual que pode ser usada de diversas formas. Elas são sempre encontradas nas partes mais elevadas de uma vegetação, em especial, dos cinamomos, já que além da necessidade de luz solar direta, a seiva dessas árvores fornece um nutriente importante para o desenvolvimento da Bútutu. Suas folhas, as quais podem ser utilizadas para fazer chás, são ovais, com a extremidade inferior possuindo um formato afunilado, o que a deixa com um aspecto geral semelhante a um escudo.

Diferente das outras trepadeiras, a Bútutu possui dois tipos de raízes.

Adventícias aéreas: São raízes emitidas ao longo dos caules, o que possibilita se fixar em apoios e estruturas, como troncos e galhos. Esse tipo de raiz permite a Erva Espiritual absorver a seiva e água necessária para o seu desenvolvimento.

E as, pequenas ventosas: Um sistema um tanto mais complexo, no qual pequenas ventosas se desenvolvem ao longo dos caules permitindo que a planta se acople nas cascas das árvores.

Além do complexo sistema de raízes, que também podem servir na criação de infusões, a Bútutu é uma Erva Espiritual que floresce seis vezes por ano, gerando um Fruto Espiritual chamado de Bútu. Então, encontrar as frutas que essas plantas dão não é nenhum problema.

Xiao Shui ficou bastante impressionada, em especial com a sua compreensão. Desconhecia muitos dos termos usados por ele, afinal, nos Salões Espirituais, era ensinado apenas o básico das Ervas Espirituais mais renomadas, mas precisava admitir que seu entendimento era profundo.

― Pequena Shui, atrás de você... ― Neste momento, Xiao Ning, que estava se equilibrando no galho de cinamomo olhando ao redor, procurando por algo, apontou para as costas de Xiao Shui e disse. ― Esta é a Fruta Espiritual que viemos colher.

Xiao Shui se virou e, deitada sobre uma das folhas em forma de escudo, encontrou um pequeno cacho, do tamanho da palma de uma mão, preso a uma haste marrom. O cacho estava carregado de frutinhas rosadas, ligeiramente menores que uma uva.

― Quebre o caule acima do cacho. ― instruiu Xiao Ning.

E assim ela fez. Depois de colher o racemo, Xiao Shui resolveu dar uma olhada mais de perto nas frutinhas. Eram de fato pequenas bolinhas rosadas, coladas umas nas outras devido ao grande número dividindo aquela única penca; parecia conter dezenas.

― Posso comer uma dessas frutas? ― resolveu perguntar. Ainda desejava provar uma das frutas dos cinamomos. Pareciam tão apetitosas. Mas por serem venenosas não podia fazer isso. Porém, quem sabe, não seria diferente com essas frutinhas?

― Claro que pode. ― respondeu Xiao Ning, dando permissão. ― Elas são deliciosas e refrescantes.

Xiao Shui não perdeu tempo quando arrancou uma das frutas e a jogou para dentro da boca. No momento em que rompeu a casca fina e rosa com seus dentes, um azedo sutil ativou suas papilas gustativas, fazendo-a salivar. Em seguida, quando mastigou a polpa, sentiu um gosto doce e ameno se espalhar por sua boca. Conforme abocanhava a frutinha, gozou de uma crocância que acreditava vir das sementes.

E enfim, no instante que engoliu, aconteceu. Seu peito foi subitamente tomado por um frescor quase sufocante. Uma sensação gelada se espalhou por seu interior, fazendo um calafrio cortar através de sua pele. Ela estremeceu enquanto os pelos de sua nuca eriçavam. Abriu a boca para respirar, mas o ar entrou em sua garganta de uma maneira cortante, como se estivesse congelando suas entranhas.

Xiao Ning olhou para ela, que tinha uma expressão afobada no rosto, tentando recuperar o fôlego, mas arfando com dificuldade, e começou a gargalhar:

Ahahaha! Refrescante, não é? ― debochou, divertindo-se ao destacar a palavra “refrescante”. ― Ahaha! ― gargalhou mais um pouco. ― Lembro de quando provei pela primeira vez, pensei que iria morrer sufocado e congelado. Ahahah!

Enquanto se equilibrava no galho da árvore, Xiao Shui abriu a boca e começou a abanar. Não era picante igual pimenta, mas o frescor chegava a arder.

― Você... você sabia? ― indagou ela, tentando parecer brava. Porém, os olhos lacrimejantes e o constante abanar de mãos a deixava, de certa maneira, dócil. ― Maldito!

Ahaha! Não se preocupe, logo vai passar. ― Xiao Ning a tranquilizou. ― A primeira vez que você come essas frutinhas é realmente desagradável, mas depois se acostuma e acaba gostando.

― Não tem como... gostar dessa coisa. ― arquejou Xiao Shui, que já estava começando a se acostumar com a sensação. Tinha pensado em levar algumas folhas e um pedaço de raiz para fazer chá, mas não faria mais isso.

oh, eu não diria isso se fosse você. ― repreendeu Xiao Ning. ― Depois que se acostuma, essas frutinhas são viciantes. Além do mais, o licor de Búturis é uma delícia.

Por um momento, Xiao Shui duvidou que algum dia voltaria a experimentar aquela fruta. No entanto, quando a sensação sufocante de frescor foi substituída por algo que parecia uma brisa agradável soprando de dentro de seu peito, acompanhado de um sabor doce e delicado, já não teve tanta certeza, pois olhou para o cacho em sua mão com um olhar vacilante.

― Precisamos nos apressar. ― alertou Xiao Ning, estudando o horizonte. Já não faltava tanto tempo para o sol se pôr. ― Apenas esse cacho não é o suficiente. Preciso do máximo que pudermos pegar. ― Enquanto falava, ele começou a descer o cinamomo. ― Você pega os que encontrar por aqui. Eu irei colher mais à frente.

A colheita das frutinhas rosadas demorou mais do que era de se esperar. Devido ao fato da Bútutu se estender sobre a copa das árvores, eles precisaram ficar descendo e subindo os galhos constantemente enquanto colhiam, do contrário, caso tentassem se pendurar nos finos ramos, poderiam levar um belo tombo.

Mas, ainda assim, a coleta foi bastante frutífera, conseguiram apanhar muitas pencas carregadas de frutos rosados e tudo foi guardado na Bolsa de Armazenamento de Ning.

Quando enfim a colheita acabou, o sol já dava sinal de que iria se esconder em breve, lançando raios dourados no céu, pintando o azul de um alaranjado vibrante. Decerto, não conseguiriam voltar para casa antes do anoitecer. Porém, não queriam ficar por ali quando a lua surgisse e as trevas caíssem. Então, logo começaram a percorrer o mesmo caminho que havia os levado até aquele lugar.

Embora não tivessem conseguido tudo que queriam, já era o momento de voltar.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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