Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 18: Altar de Sangue e Carne


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

A grande espada bate com tudo contra o chão, destruindo totalmente a mesa de reunião e o trono do avô com seu corpo já sem vida sendo jogado pelos ares junto a Erisu que com o impacto da tremenda força se segura na luminária para não cair em queda livre.

— Caralho! Além de aranhas agora tenho outro trauma adquirido; esqueletos! — diz Erisu firmando seu braço direito como apoio.

Mesmo tendo o tamanho de quinze homens, o Bakemono de Yoshiaki brande a espada com excelência, cortando o ar novamente em mais um ataque que corta as correntes da luminária, fazendo Erisu ativar seu Bakemono antes do que imaginava.

Diaburu!!!

Flexionando seus joelhos ele salta contra o monstruoso esqueleto, com seu Bakemono cobrindo totalmente seu braço como uma lâmina, atacando-o sem problemas.

O estalo dos Bakemonos se chocando é semelhante a duas barras de aço se chocando com extrema força, que para surpresa de Erisu mesmo tendo-o atingido, nenhum dano fica à mostra, finalmente voltando para o chão com um olhar apreensivo.

— Justiça... — grunhe Yoshiaki em sua forma esquelética, com ainda mais nuvens negras saindo de seus orifícios.

, , já entendi porra!

Erisu corre ao redor de seu adversário, procurando alguma abertura, no entanto é surpreendido por outro brandir da espada de Yoshiaki, vindo contra ele, que como última opção salta para trás em um mortal, tendo que encostar sua mão esquerda no fio da espada para um impulso maior.

— Essa foi por pouco! — exclama Erisu, se agachando.

Ele volta seu olhar para Yoshiaki esperando outro ataque, mas para sua surpresa ele vê com seus olhos a espada dele banhada em sangue, Erisu questiona de onde veio aquele sangue, então olhando para seu braço esquerdo, entrando em um tremendo choque ao perceber que sua mão foi amputada de si em um corte limpo do pulso para baixo.

Sangue escorre de forma constante o fazendo entrar em um desespero falso, por não estar sentindo dor alguma.

—  Filho da... porra... droga!

Com alguns passos para trás se distanciando, percebe que a monstruosidade ergue sua espada até a sua própria balança deixando escorrer o sangue de Erisu do fio até o prato de peso, com a balança brilhando em um tom dourado.

— Julgamento! — diz a voz áspera de Yoshiaki — O sangue é a moeda da alma.

Ao dizer tais palavras, Erisu sente seu coração parar por alguns instantes o fazendo cair de joelhos no chão, suando frio enquanto trêmulo.

— O reflexo perfeito de sua alma está sendo julgada.

— Que merda você tá falando? — questiona Erisu com dificuldades em falar.

— Se a balança apontar que sua alma é mais pesada do que aqueles que matou, será condenado!

— Desculpa ser estraga prazeres, mas duvido que eu seja pior do que as pessoas de seu culto — Erisu tenta sorrir mesmo em sua situação.

A criatura gargalha de forma alta, ecoando a distância seu deboche, ele ergue sua balança deixando perfeitamente à mostra para Erisu, — Herege saiba de algo, o maior peso que uma alma pode ter... é a culpa!

Ao terminar sua frase, balança tomba para o lado do qual o sangue de Erisu foi despejado fazendo seus mecanismos estralarem com uma intensa pressão.

— Está vendo? Esse é o peso de sua culpa!

Uma dor intensa atinge Erisu por todo seu corpo, quase como se tivesse algo sendo arrancado de si mesmo, ele debruça sobre o chão, vendo seu Bakemono sendo desativado na hora por influência de Yoshiaki.

Toda a nuvem que se formou ao teto, desce para baixo na exata hora que a balança pende sua decisão, não sendo possível nem mesmo enxergar um palmo de distância.

Erisu só pode ouvir os ossos rangendo e uma risada breve que percorre todos os lados. Indefeso é atingido em cheio novamente pela parte sem fio da espada, o jogando contra os escombros do trono que antes estava em pé.

Ele tosse vendo a ferida de sua mão sangrar cada vez mais, não parecendo possível ser estancada.

— Para alguém que fala demais... sua culpa é a mais pesada que senti em anos! Além da morte da Lisandra, quais mais pecados você fez herege?

O som de ferro se dobrando é perceptível para Erisu, que mesmo ferido vê por de trás das nuvens a imensa porta de ferro maciço sendo lançada contra ele, não tendo tempo de desviar, ele se levanta estendendo seus braços para o alto firmando seus pés no chão para aguentar o peso.

Que para seu azar, é muito mais pesado do que imaginava, ele sente toda a pressão de seu corpo caindo sobre suas pernas, a ponto de seu corpo não aguentar, fazendo sua perna direita se quebrar em uma fratura exposta, ficando de joelhos com todo aquele peso acima de sua cabeça.

Naquele instante, todo o cansaço cai em seu corpo, ele sente suas costelas quebradas perfurando seus pulmões, ele está sem energia, assim estando perdendo sua consciência.

— Você perdeu assassino.

A lâmina perfura as costas de Erisu em um corte que vai de sua nuca a sua cintura, abrindo por completo suas costas.

Ele fecha seus olhos caindo para frente, com o sangue escorrendo de sua boca, com todo aquele peso caindo por cima de si, aquele é seu fim.

TAIKUTSU!!!

Uma voz familiar toma o lugar, fazendo todas aquelas nuvens escuras brilharem em uma luz ciano forte, as dissipando enquanto a gigantesca porta de ferro é coberta por um cubo que a diminui até caber na palma da mão.

Do caminho aberto pelas nuvens sendo desfeitas, Oinari com uma extrema velocidade pega Erisu em seu colo, se afastando de Yoshiaki que tenta brandir sua lâmina contra ela, a fazendo desviar perfeitamente de tal ataque por de baixo das pernas do terrível esqueleto.

— Como ousas me ignorar ínfero! — diz uma doce voz de uma jovem.

Yoshiaki de forma estranha paralisa a tal frase, virando seu crânio ao alto, vendo que de trás das poucas nuvens ainda restantes, um olhar com um intenso brilho vermelho de uma jovem com os braços cruzados de maneira soberana.

A sua frente está Koi, que ergue seu queixo em tom de reprovação, descendo ao chão pisando com seus pés descalços nos destroços da batalha.

— Koi, acha que pode lidar com essa aberração sozinha? — questiona Amon, a distância.

— Oh que tolo tu és meu servo — Koi para de caminhar, virando sua atenção para Amon — mesmo com somente três partes, esse ser inferior não passa de um grão de areia para mim.

Com um medo crescente, Yoshiaki aproveita erguendo sua espada em um único golpe poderoso de cima para baixo contra a pequena jovem, o golpe corta o ar com um intenso vendaval cobrindo a área para tal golpe fatal.

Mas para sua surpresa, ele vê sua lâmina fatal que corta até mesmo ossos e carnes com um simples toque, sendo segurada sem problemas pela mão esquerda de Koi, que vira seu olhar com uma expressão de raiva.

— Não me interrompa criatura desprezível.

Com tais palavras, Koi quebra a espada em vários pedaços com um simples aperto de seus dedos, com os estilhaços partindo para todos os lados.

Yoshiaki grita em tremenda surpresa por tal força incrível, com Koi partindo para cima do mesmo iniciando o combate entre ambos.

Enquanto Oinari se afasta até o fundo da sala, descendo Erisu de seu colo perdendo quantidades exorbitantes de sangue.

— Risu, você está me ouvindo?! — pergunta Oinari, levando sua mão ao rosto dele.

— Você demorou demais raposa...

— Eu sinto muito por isso, mas confesso que estou feliz que cheguei a tempo.

Erisu com o brilho de seu olhar ofuscado, vira sua cabeça para o combate que está acontecendo, — Por que o Amon está aqui? E quem é aquela garota?

— É uma longa história — Oinari sorri encostando sua testa na testa de Erisu — por favor, não pense nisso, apenas descanso tá?

— E a Himeno?

— Ela está segura, Amon cuidou disso.

Erisu sorri, com o sangue em seus lábios, — Que bom.

O som dos golpes de Koi se espalham pela sala, trincando de pouco a pouco o esqueleto de Yoshiaki, o fazendo recuar enquanto tenta se defender com sua espada quebrada.

— Servo, creio que tenhamos um problema — exclama Koi, em pleno voo.

— O que seria esse problema?

— Acredito que não poderei matar esse inseto.

— Por que não? — pergunta Amon, se aproximando em uma distância segura.

— Use seus olhos caro servo, acredito que também irá perceber.

Amon acena com sua cabeça, focando seu olhar no oponente de Koi, que em poucos segundos de análise se espanta, correndo em direção de Oinari de maneira rápida.

— Ei, escute a Koi não pode destruir aquele monstro.

— Por que não? — Erisu tosse, enquanto conclui — dá para ver que ela é forte para caramba.

— Você também consegue ver né Oinari? — questiona, olhando para ela de forma séria.

— Droga...

— O que foi?

— Erisu, escute com atenção! De alguma forma o Bakemono dele está ligado a você, ou seja...

Antes que Amon pudesse continuar a explicar, Yoshiaki é lançado contra a parede por Koi, no entanto começa a gargalhar de uma forma sádica.

— O julgamento ainda não foi concluído de ambas as partes, a alma é o réu, se impedirem que a justiça seja feita, ele morrerá comigo! — grita a voz que reverbera por toda parede.

Koi permanece frente ao esqueleto, que volta a se erguer para continuar seus ataques intermináveis contra ela.

— Olha, eu não sei até quando ela vai continuar pegando leve, precisam decidir o que vão fazer — diz Amon, colocando sua mão sobre o ombro de Oinari.

— Nos dá mais três minutos, por favor...

Erisu encara o olhar sério de sua amiga em preocupação, o fazendo forçar seus braços contra o chão para se erguer.

— Não tem jeito então... deem um fora daqui, como seu guardião vou dar um jeito nisso.

— Risu...

— Sabe, eu consegui salvar a pessoa do qual você mais se importa, acho que isso já é uma missão cumprida não? — cambaleando, Erisu encara seu algoz.

— Risu!

Hehe! Acho que tive sorte! Acho que não me arrependo de nada, por mais que sinta essa culpa...

— Mas que droga Risu, Olha para mim! — Ela segura o braço de seu amigo, puxando em sua direção os fazendo ficar um de frente para o outro com seus rostos quase se tocando.

Para surpresa de Erisu, ela não está com um olhar assustado ou com medo, mas sim um incrível sorriso em seu rosto, com um olhar e determinação.

— Eu tenho um plano Risu! Vamos voltar para casa nós três juntos okay?!

Ele concorda com a cabeça, surpreendido por ela, que mesmo em uma situação como essa, está com um sorriso tão doce em seu rosto.

— Três minutos? Está bem! — Amon sorri de forma simpática, batendo um tapinha nos ombros de Erisu, se aproximando novamente de Koi.

Erisu está vidrado no olhar dela, que coloca as mãos sobre seu ombro, fazendo com que os dois ficassem de joelhos um de frente para o outro.

— Você é meu guardião e fiel guarda costas — ela sorri, retirando seu casaco de cima de seus ombros, revelando sua camisa curta com tons rosas.

Com seu dedo ela afasta seu sutiã do seu ombro jogando para lado, fazendo Erisu a encarar em choque.

Err, acho que não é hora para suas palhaçadas Oinari — questiona ele, um pouco corado.

— Do que está falando? — Ela gargalha — esse é meu plano...

— E o que isso ajudaria?

— O sangue é a moeda da alma, um reflexo perfeito de quem você é.

— Já ouvi essa história duas vezes.

— Risu — diz ela em sussurros, levando seus braços em volta do pescoço dele — beba meu sangue.

Ele a encara sem entender, negando com sua cabeça, — Não... não posso fazer isso, não quero te machucar.

— É uma ordem meu amado guardião, você não morrerá aqui — diz ela em tom de superioridade.

Oinari se vira de costas para Erisu, vendo de frente Koi em batalha com tal aberração, — Do meu sangue eu lhe dou forças, da minha carne eu lhe dou minha vida —, ela sorri.

Na visão de Erisu, tudo está em câmera lenta, vendo sua amiga tombando sua cabeça deixando a bela pele branca e macia de seu ombro e pescoço a mostra para ele.

Ela sorri, levando sua mão esquerda em torno do rosto de Erisu atrás de si em uma leve carícia, aprovando a ele fazer suas ordens.

— Ei! Esqueleto fanático! — grita Oinari o máximo que pode.

Koi e Yoshiaki param seus ataques, o fazendo tomar sua atenção para ambos.

— Veja agora seu fim! Seu desgraçado!

Ao fim de sua frase ela puxa Erisu até seu pescoço, que obedecendo a morde profundamente enquanto bebe seu sangue como se estivesse saciando sua sede.

Os olhos de Erisu são cobertos por um vermelho cintilante a cada gota de sangue que ele bebe de sua amiga, ele passa seus braços em volta do corpo dela em um abraço por trás, bebendo cada vez mais e mais.

Yoshiaki os encara sem entender, mas logo um terrível medo o percorre, ao perceber que sua balança começa a tremer em sua mão.

Junto a isso, o Bakemono de Erisu volta a sair de suas costas lentamente de maneira mais massiva e constante, como se algo estivesse mudando dentro de si.

Em um piscar de olhos, a balança pende para o outro lado com uma pressão ainda maior do que a anterior, fazendo Yoshiaki a derrubar contra o chão afundando cada vez mais.

O Bakemono de Erisu está diferente, o brilho escarlate aumenta cada vez mais, cobrindo a parte direita do rosto dele com seus resquícios, enquanto o tamanho aumenta a cada segundo.

Ele pressiona sua mordida sobre o pescoço de Oinari, que em um instante transforma seu Bakemono em algo gigantesco alcançando o teto em seu tamanho, enquanto cada vez mais assume a forma de uma asa brilhante.

Aquela asa é a parte de seu verdadeiro ser, a culpa em seu sangue é substituída pelo doce sangue de Oinari em suas veias.

Tudo treme ao bater de suas asas, que com sua força começa a quebrar o teto.

— Acho que já é o suficiente — diz Oinari, aguentando a dor com um sorriso.

Erisu ao seu comando, se afasta do pescoço dela, sua mão amputada agora está regenerada, seus ferimentos muitos deles se fecharam.

— Irei te recompensar por isso — diz Erisu, limpando sua boca com o braço — Asas do Diabo!

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


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