Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 6: Aposta


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


Oinari desliza a ponta de seus dedos por todo o mapa dos distritos, na entrada do metrô público, seus olhos se fecham ao parar tocando em cima do Distrito Urbano.

— É bem aqui, nossa primeira parada.

— Distrito Urbano? Esse lugar não é cheio de Abutres?

— Em partes, sim. — Responde Oinari, mudando a direção de onde aponta para a parte mais ao sul do distrito — Porém, eles se concentram somente na parte sul, onde seria a região central.

— Mesmo assim! Isso não torna perigoso para qualquer Numen da mesma forma?

Ora, não é bem assim, o Distrito Urbano tem a maior densidade populacional entre todos os outros, no entanto, mais ao norte se encontra os mercadores de rua, bares, boates e principalmente seus imensos cassinos. — Oinari circula com seu dedo a região do mapa.

— Okay, entendi onde quer chegar, esse não seria um lugar que um Abutre entraria.

— Não sozinho ao menos, somente com uma força tarefa talvez.

— Então esse seu amigo tá em um lugar seguro? — Questiona Erisu, cruzando os braços.

— Talvez... ele não é conhecido por ser muito discreto — Oinari se vira para seu amigo, andando passos adiante para o metrô — Um conselho, não fique muito perto, ele é uma pessoa estranha.

— Mais estranho do que nós dois entrando em um lugar obscuro como boates e bares?

— Sim, muito mais estranho.

Erisu se surpreende com tal informação, arregalando os olhos acompanhando sua amiga. — Foi uma piada...

Com uma pequena espera, os dois entram no trem a caminho de seu destino, para surpresa de Erisu, está quase que totalmente vazio com todos os assentos livres, ao menos no vagão onde se encontram. Oinari senta cruzando suas pernas de uma maneira glamurosa, enquanto Erisu se senta no assento a frente dela, a encarando com um olhar baixo.

Momentos depois, cinco minutos já havia se passado com eles dentro do trem em movimento, tudo está quieto enquanto Erisu está pensativo.

— Oinari... posso te perguntar algo?

— Claro, por que não poderia? — responde ela, abaixando sua cabeça para ver seu amigo.

— A três anos atrás, quando nos conhecemos... por que me escolheu?

— Te escolhi? — Tomba a cabeça, questionando.

— Por favor, não se faça de sonsa, naquele dia você escolheu um cara destruído em meio a chuva para ser seu guarda-costas! Eu te conheço tempo suficiente para saber que nem ao menos você precisa de um.

Aiai... por que levantou essa pergunta do nada? — pergunta Oinari, mudando para o assento em que Erisu se encontra, ficando ao seu lado, o encarando em seus olhos — Não me diga que se arrependeu.

— Não! Porra! Jamais iria me arrepender disso!

— Então por que essa pergunta é importante?

— Eu... só... — Erisu gagueja em sua frase, levando a mão até seu peito.

— Está com medo de se ferir?

— Mais que droga! Eu já te disse merda! — grita Erisu encarando Oinari bufando — Eu só estou preocupado que você saia ferida disso tudo!

Oinari se espanta com tal grito, com uma expressão de surpresa em seu rosto, enquanto Erisu continua;

— Eu estou cagando para onde ou o que você queria fazer quando me encontrou! Eu já disse que iria até o inferno junto, só não quero que você se afunde em algo sem sentido.

— Então era isso...

Ela leva suas mãos ao ombro de Erisu o utilizando de apoio, passando sua perna por cima, sentando-se em seu colo, afundando ainda mais o olhar profundo de ambos. Ele pode sentir o peso dela, enquanto o abraça em volta de seu pescoço.

— Você podia ter me dito antes.

— E que diferença iria fazer?

— Bem, para que fique claro então, eu jamais iria te dar mais trabalho me pondo em risco. meu fiel guardião. — disse ela, desabotoando um dos botões da camisa de Erisu.

Erisu assente com a cabeça, ficando assim ambos naquele abraço por alguns segundos em uma troca de olhares, por conta disso ele foi capaz de sentir as mãos de Oinari tremendo levemente em seu toque.

— Está preocupada, não é?

— Do que está falando? — responde Oinari abrindo ainda mais seu sorriso.

— Você sabe esconder muito bem o que sente..., mas não de mim.

— Isso é algum tipo de cantada? Continuo esperando que você se declare para mim — Oinari segura o rosto de Erisu, aproximando seu rosto do dele — esse é um bom momento, não acha?

Ele ao ver isso, sente seu coração palpitar, porém não pode aceitar, afinal sabia o que passava em sua mente, segurando assim as mãos de Oinari a afastando cuidadosamente de perto de si.

— Acho que devemos nos preocupar com a Himeno antes, certo?

— Risu... — Oinari respira fundo, fechando seus olhos, abrindo ainda mais seu sorriso — Tem razão!

Ela sai de cima de seu amigo, sentando-se ao seu lado novamente com uma expressão de alívio, fazendo o silencio mais uma vez predominar em volta de ambos, sendo o som dos trilhos a única coisa percebida.

Mais alguns minutos se passam, finalmente agora o trem começa acionar os freios, causando um ruído em todos os vagões, Oinari é a primeira a se erguer, ficando frente a porta esperando que ela se abrisse.

— A propósito Risu... eu realmente fiquei feliz com o que você disse para mim — ela olha de canto dos ombros para ele — por isso, mesmo que eu já tenha dito isso muitas vezes hoje, muito obrigado Erisu! Por tudo!

— Eu não fiz nada para você agradecer. — Responde ele, coçando sua nuca.

As portas do trem se abrem, fazendo os dois sair junto a mais algumas poucas pessoas que entraram em diferentes vagões. Caminhando para fora da estação sem dificuldade alguma, diferente da estação de trem do distrito independente, que era extremamente sujo e pichado, no distrito urbano era limpo e organizado, não que Erisu se importasse com isso, afinal por alguma razão ele acha mais legal a estação anterior.


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Ao saírem para fora, ambos se deparam com uma imensa cidade extremamente movimentada, não por carros ou prédios, mas sim com infinitas barracas de mercadores de rua, que vendem diversas e diferentes coisas um do lado do outro. Além de ser possível perceber uma diversidade gigantesca de pessoas de todos os tipos e tamanhos, fazendo com que Erisu entendesse do porquê a região norte do distrito seria difícil encontrar algum Numen escondido.

— Mas que porra! Achei que aqui só teria engravatados e mesquinhos, mas olha só isso!

Haha! Se fossemos em qualquer outro lugar nesse distrito só veríamos isso mesmo.

Foi difícil se locomover pelas ruas, sem ser parado ou convidado por algum mercador, ou se esbarrar em alguém, o cheiro do óleo de algumas comidas feitas por algumas barracas predomina todo o espaço.

Okay, okay! Aonde esse seu amigo está?

— Não vai ser difícil saber, logo você verá.

— Isso é hora de ficar com esses joguinhos de mistério?

— Talvez, acho que é divertido na realidade!

— Sua...

Enquanto caminham, Erisu pode ver uma estrada inteira somente com boates e clubes, com diversas pessoas oferecendo seus serviços, enquanto em outra estrada havia vários bares e restaurantes com somente uma pequena praça de descanso lotada por completo por pessoas comendo ou comprando coisas em sua volta, um ambiente extremamente poluído.

Foi então que Oinari dobra seu caminho, passando por uma rua sem saída, onde ao final existe uma única construção, um imenso prédio do tamanho de um estádio de beisebol, com uma logo de uma estrela com o nome; ‘Lucky Pills – O maior cassino do distrito urbano’

— Mas o que? Por que estamos indo a um cassino?

— Bem provável que ele esteja lá.

— Por que infernos seu amigo estaria em um cassino?

Ora, o que pessoas fazem em um cassino Risu? Geralmente você não faz perguntas idiotas assim.

— Cala a boca sua raposa sem vergonha! Você entendeu muito bem o que eu quis perguntar!

— Haha! Digamos que ele é o que chamam de viciado.

— Eu realmente não confio em quem joga em cassinos. — diz Erisu, curvando sua postura com uma expressão de confusão.

— Nem deveria mesmo, afinal, você disse que me acompanharia até o inferno, então você vai conhecer um.

Ao se aproximarem das portas, ela se abre automaticamente, revelando um carpete vermelho por todo o ambiente, tem de tudo o que se espera de um cassino, porém duas vezes maior. Centenas de máquinas caça-níqueis, Tvs com partidas de beisebol e corridas de cavalos, garçons e atendentes uniformizados, pessoas felizes, pessoas chorando, uma mistura de alegria e dor com um ambiente extremamente pesado. Não havia janelas em nenhum lugar, afinal é uma tática para que as pessoas perdessem a noção do tempo em meio a aquele lugar onde vidas são destruídas constantemente.

— Cara, isso fede a álcool e vomito — diz Erisu, olhando ao redor ­— onde raios tá esse cara então?

— Vejamos... Ah! Ali está ele! — diz ela, apontando em direção aos caça-níqueis.

Passando por algumas pessoas que estão apostando, ela se dirigiu diretamente a um homem, ele está curvado em um banco pequeno, abraçando um de seus joelhos enquanto não tira os olhos da tela de sua máquina, seu cabelo era longo e branco amarrado em uma única trança.

— Olá novamente Aoi. — diz ela, se apoiando no banco onde o homem está sentado.

Aham, okay, só um minuto por favor, não me atrapalha. — Responde o homem, sem nem ligar para a presença dos dois.

— Espera ai! Esse cara realmente está nos ignorando?

— Relaxa Risu, ele normalmente é assim quando está apostando.

O homem puxa a alavanca da máquina, fazendo que todos os painéis girassem rapidamente, o primeiro slot veio o número sete, que fez com que ele se aproximasse da máquina com um leve sorriso em seu rosto. No segundo slot outro sete, o fazendo morder a ponta de seu dedo maior, por fim no último que decidiria a vitória, uma grande surpresa; uma laranja era o símbolo que parou, o que significa que havia perdido para máquina, um tremendo azar acabando com sua esperança.

— Ah! Mas que droga! Acabei de perder noventa mil créditos!

Sua voz é grave e calma, ele vira o pescoço em direção a Oinari e Erisu, com uma expressão alegre mesmo após a derrota, se erguendo revelando ser uma pessoa extremamente alta, com ombros largos e um rosto belo. No entanto o que realmente chama a atenção são seus olhos azuis como um céu, com um pentagrama em sua íris.

— Até parece que você não está acostumado a isso. — diz Oinari, se afastando do banco, ficando ao lado de Erisu.

— Pois é, mas eu realmente estava com esperanças. Mas devo confessar Oinari... jamais imaginei que você pudesse entrar em um lugar como esse. — Responde Aoi, alongando, revelando ser musculoso.

— Medidas drástica levam a decisões desesperadas.

Hehe, sempre afiada nas respostas né? Mas seria bom as vezes você aproveitar o momento quando encontra um amigo.

— Acredito que não tenho tempo para isso agora.

— Entendo, mas agora... — ele vira seu olhar para Erisu com um sorriso — Quem é esse seu amigo?

— Ele se chama Erisu, aquele que sempre está comigo.

Oh! Que surpresa... a Oinari me falou muito sobre você — Ele se aproxima bem perto de Erisu, estendendo a mão para ele. — Eu me chamo Aoi Mutoh, que tal sermos amigos?

— Caralho você tem uma puta cara assustadora.

Ai! Tão frio quanto a Oinari, gostei de você — Aoi entrelaça os dedos com um gargalhada — Aceita uma bebida?

— Foi mal aí, não sou fã beber com um cara que acabei de conhecer.

— Olha, é problemático você oferecer bebida a alguém que ainda não tem idade. — diz Oinari, abraçando o braço de Erisu.

— Vocês estão dentro de um cassino, precisam ser convincentes — diz Aoi, se virando, caminhando em direção as Tvs de apostas — de todo modo, não estou com muito tempo, o que querem? Duvido que tenha vindo apenas para dar um oi.

— Preciso de algumas informações.

— Bem... tem uma partida de beisebol daqui a pouco dos Red Foxys contra os Tiger Champs e pretendo apostar em um deles. Então podem contar o que precisam no caminho.

— Apostar? Você acaba de perder noventa mil créditos! — exclama Erisu, chocado.

Hahaha! Você acha que eu ligo para o dinheiro?

Hmpf?! Se não liga, por que aposta?

— Veja bem garoto, eu estou aqui unicamente e exclusivamente pelas apostas. O sentimento de ganhar ou perder, do destino da sua vida e do que apostou estar diante de seus olhos sendo decidido pela sorte ou habilidade, isso sim que me atrai.

Erisu vira seu olhar para Oinari, girando seu dedo indicador em sua cabeça, sinalizando que Aoi era louco, sem nem ao menos entender o que ele acaba de dizer.

— Bem... Aoi, eu preciso saber mais sobre a SEIDAI. — diz Oinari, acompanhando-o.

— Sobre a SEIDAI? O que quer saber?

— Tudo, exatamente tudo que tem.

— Hehe! Confesso que estou surpreso, mas não sei se posso ajudar nisso.

Todos os três chegam ao caixa de aposta, onde ali tem uma atendente simpática os esperando. Aoi encara as Tvs em sua volta, pensativo.

— Então vamos fazer um trato. — diz Oinari, colocando a sua mão direita no ombro de Aoi.

Hum? Que trato?

— Aposte tudo que tem nos Red Foxys, na verdade... seja mais específico, três home-run seguidos para eles.

Hum... sabe que se os Tiger Champs vencerem vou ter uma tremenda perda correto?

— Não era exatamente isso que queria? — diz Oinari, abrindo um grandioso sorriso.

— Hahaha! Eu realmente amo esse seu lado Oinari! — Aoi se vira para a atendente, a entregando um cartão verde — Eu aposto em três Home-Run dos Red Foxys! Para agora!          

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