Until Death? Americana

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Heaven / BravoED


Volume Único

Capítulo 80: Recompensa do Calabolço: ****


80. Recompensa do Calabouço: ****

 

Nós caminhamos adiante para a escuridão. Eu ilumino o caminho com algumas esferas de luz. É um feitiço muito fácil.

O túnel é relativamente largo e nos leva em um ângulo constante terra adentro. Da parede esquerda até a direita, havia cerca de dez metros.

As paredes pareciam terem sido raspadas da pedra por garras. Isso me dá calafrios se eu for pensar sobre centenas ou milhares daquelas criaturas cavando esses túneis com suas garras.

Após alguns minutos de caminhada, o túnel se divide em dois. “Ótimo. Agora nós podemos escolher nos separar.” A reclamação da Celes é correta.

Eu não quero realmente ter que separar o grupo aqui em baixo.

“O que me perturba mais é que não há ninguém aqui embaixo. Só aquelas coisas na entrada.” -Nicosar

Após olhar ambos os túneis, eu penso sobre a solução mais esperta possível.

“Psst. Vocês ouviram isso?” Celes aponta um dedo em direção ao túnel à nossa direita. Eu me concentro e após todos ficarem em silêncio, eu consigo escutar também. Isso são gritos? De pessoas?

Eu começo a caminhar na direção. “O túnel da direita então.” Os outros me seguem sem objeção.

Nós caminhamos por outros cinco minutos quando eu de repente vejo demônios saindo das trevas. Eu preparo meu cajado e mando uma bola de fogo neles como uma saudação.

Mas eles apenas seguem em frente, imperturbáveis pelas mortes de dois de seus companheiros. É uma parede infindável de garras e dentes!

Os outros entram em posição ao meu lado e segundos depois aquelas coisas estão por todos os nossos arredores. Eu acerto uma das coisas ao chão enquanto outra começa a roer no meu ombro. Mas a armadura está me protegendo.

Eu cubro minha mão esquerda em energia mágica e a acerto na coisa no local em que deveria estar o coração. Ela solta meu ombro e começa a se contorcer no chão. Mas ainda está viva.

Um dos guardas é derrubado ao chão por cinco dos monstros ao mesmo tempo e eu pulo em ajuda a ele. Por sorte a armadura dele o está protegendo de qualquer ferida séria. É reforçada por cristais de mana e não deve ser penetrada tão facilmente.

Balançando meu cajado, eu removo um dos monstros de cima dele. Ele chuta outro para longe e invoca um feitiço de lança de gelo em um terceiro, pregando-o a uma parede.

Eu tento invadir a mente das coisas, mas eu escorrego como se fosse uma sólida parede de gelo. Ou eles não estão pensando nenhum pouco ou a resistência mágica deles é extraordinária.

Chutando o quarto demônio, seu peito fende pra dentro com uma rachadura nada saudável. Tendo apenas um oponente sobrando, o guarda agarra a cabeça do demônio em uma competição de força e a torce pra fora como se tivesse colhendo uma flor.

Algo salta em mim por um dos lados e eu caio. Uma enorme mandíbula está, de repente na frente da minha cara e eu a agarro para poder impedir a coisa de morder minha cabeça fora.

Então o percebo o buraco em seu peito. É o mesmo que eu espetei agora há pouco! Eles se curam tão rápido assim?

“Tente desmembrar eles ou eles vão continuar se levantando de novo imediatamente!” A voz da Tanja ecoa pelo túnel.

Ótimo. Eu redireciono o fluxo da minha mana para fortalecer meus músculos e rasgar a mandíbula do monstro em pedaços. Tendo feito isso, eu começo a torcer sua cabeça para fora como o guarda fez segundos atrás.

“Arrgh!” Um grito do Nicosar ecoa pelo corredor, mas eu tenho problemas próprios. Outras três das coisas estão diante de mim. Eu não tenho ideia se elas são novas ou se elas são as feridas que já se curaram.

Elas pulam simultaneamente e eu agarro todas as três do ar simultaneamente. Deveria ser uma tarefa simples, mas parece um grande esforço.

Ativando minha visão de mana, eu percebo que aquelas coisas se alimentam da mana ao redor delas. Cada pingo de mana que eu uso para mantê-las no lugar só é adicionada a refeição delas. Elas mesmas estão reluzindo brilhantemente em todos os possíveis tons de mana.

Eu agarro meu cajado e instruo as runas nele a se rearranjarem. O cajado agora não usa suas runas ofensivamente. Ao invés disso, vai usar uma função passiva do cristal de mana e absorver mana.

Balançando-o em um arco largo, eu decapito todos os três demônios que ainda estão imobilizados pela minha telecinese.

Soltando-os, eles caem ao chão. Eu olho os corpos mortos com desconfiança, mas não parece que eles regeneraram.

A função de absorção do meu cajado os roubou de suas manas. “Mudem a configuração de suas armas para absorção de mana ao invés de a usar ofensivamente! Nós só estamos alimentando eles com a energia para se repararem!”

Então eu sou atacado por um novo grupo de demônios e a luta continua.

Alguns momentos depois não há demônios sobrando e eu olho ao redor para checar nosso estado. Um guarda ferido, um Nicosar ferido e um guarda quase morto foi o preço que tivemos que pagar para poder aprender uma lição contra os demônios.

Eu me ajoelho diante do guarda que foi atacado por múltiplos inimigos mais cedo. As coisas tiveram tempo para encontrar alguns pontos fracos em sua armadura e morderam e perfuraram essas partes. Eu tento invocar magia de cura nele, mas não funciona.

As feridas infligidas por aquelas coisas parecem afetar a alma diretamente. “Não parece bom para mim, eh?” O guarda tenta sorrir, mas jorra sangue ao invés disso.

“Você não tem que se preocupar. Nós não vamos deixar sua alma em um lugar desses.” Eu me concentro e ancoro a alma dele ao corpo.

Então eu aceno para o outro guarda ferido. “Leve ele de volta para a Nômade e reporte a situação atual. Eles só podem usar armas que não tenham relação nenhuma com mana. Apenas pura física! Tudo mais apenas alimenta aquelas coisas!”

O guarda assente e agarra o outro seriamente ferido para teleportar para longe.

Então eu dou uma olhada para o Nicosar que está curiosamente olhando o corte de aparência maligna em sua coxa esquerda. Um dos demônios conseguiu romper a armadura. Por sorte foi só um arranhão. O demônio não chegou fundo o bastante.

“Não está curando?” Nicosar enfia um dedo na ferida como se não acreditando que ela realmente existe.

“De jeito nenhum! O velhote imortal recebeu dano por um bicho!” Tanja dá um sorriso afetado para ele.

Eu torço meus lábios diante da visão. “Eu sugiro que você seja mais cuidadoso com aquelas coisas. Eles ferem não só mundo físico com as garras deles. Você precisa voltar também?”

Nicosar sacode sua cabeça. “Só parece ruim. A armadura fez seu trabalho, é só uma ferida superficial. Isso só me surpreendeu porque doeu demais. Eu nunca senti dor assim antes.”

“Então vamos seguir em frente e conquistar esse túnel estúpido. Agora que nós sabemos como manter eles caídos vai ser mais fácil.” Celes caminha para frente e nós a seguimos.

Dessa vez nós avançamos mais cuidadosamente. Ser atacados por um grupo enorme assim de demônios não foi engraçado mesmo eles sendo individualmente fracos. Haviam cerca de cinco ou seis deles para cada um de nós.

E eles não têm as boas maneiras de esperar você terminar de lutar com o primeiro demônio. Eles simplesmente vinham para cima de nós como uma matilha de cães raivosos. Ou seria famintos um termo mais adequado?

Após outra curva do túnel, nós chegamos em uma grande caverna aberta. Há dúzias de demônios e no meio dela está uma brilhante esfera giratória.

Múltiplos elfos, dríades e outros mortais estão mantidos em prisões de pedra nas paredes das cavernas. Um elfo macho está caído contorcendo-se sob a esfera enquanto espinhos e garras perfuram por sua pele e ele lentamente se torna em um dos demônios.

Provavelmente nós ouvimos os gritos dele antes quando nós tivemos que decidir uma direção.

“Pelos deuses!” -Nicosar
“Isso é uma segunda Esfera de Visão!?” Tanja exclama boquiaberta.

Eu preparo meu cajado com grave determinação e caminho para frente enquanto preparo meus feitiços. “Elas se conectam com a Calamidade através da esfera para criar aqueles monstros para poder reunir almas!”

Enquanto eu entro na caverna, os demônios começam a correr para nós e a Celes pula em um grupo deles. Balançando sua palma aberta, dois monstros são destroçados pela onda de choque.

Eu não desperdiço tempo e jogo meu cajado na nova Esfera como uma lança. Ele acerta e a Esfera é explodida em milhares de cacos.

Por um segundo os demônios vacilam como se eles tivessem acabado de perder algo importante. Com um gesto o cajado retorna para minha mão e os demônios restantes continuam sua investida.

Outra luta corpo-a-corpo selvagem se desenvolve. Mas dessa vez nós já sabemos como manter os inimigos caídos.

Celes pula no centro da ação e eu a suporto com magia de auxílio. Então eu percebo que a Tanja está em uma situação apertada com múltiplos demônios a cercando.

Com um gesto da minha mão, um arco azul de relâmpago dispara em três dos demônios. Eu sei que isso não vai matar eles, mas vai paralisa-los tempo o bastante para Tanja resolver a situação.

Outro demônio pula em mim mas é cortado ao meio pelo guarda com a espada de duas mãos. Eu anuo para ele enquanto me concentro em limpar a área com um feitiço de corte de vento.

Dessa vez a luta não é tão apertada quanto antes. Os demônios podem ter números superiores, mas agora eles não se levantam mais de novo como bonecas.

A luta se conclui com uma caverna de demônios picados e alguns mortais nos olhando com olhos arregalados.

Há cerca de vinte prisioneiros sobrando. Apesar de as celas pela caverna terem provavelmente espaço o bastante para centenas de pessoas.

“Muito obrigado por nos salvar, lorde.” Um elfo se curva para nós.

“O que aconteceu aqui?” -Celes

“Eu fazia meu trabalho diário, quando eu de repente me encontrei nessa cela. E então esse pesadelo começou. Pessoas eram transformadas em monstros por aquela esfera e deixavam a caverna. De tempos em tempos os monstros trariam novos prisioneiros. Em algum ponto mais nenhum prisioneiro novo foi trazido e nossos números começaram serem reduzidos.” Uma dríade quase nua nos oferece sua história.

“Provavelmente eles não puderam trazer materiais novos quando começamos nosso bombardeio, meu senhor.” Um dos guardas me dá sua avaliação da situação.

Eu me ajoelho ao lado de um dos demônios mortos, mas eu não sinto nada dele. É como se antes fosse apenas uma concha vazia. Provavelmente eles realmente são apenas agentes da Calamidade para reunir almas.

“Pura Donzela! Poderia eu ouvir os nomes de nossos salvadores?” O Elfo de antes direcionou sua atenção para Celes com uma doce voz. Ela que se desfez em gargalhadas.

Pura Donzela… Acho que é normal para mortais nos confundirem. Celes parou seu processo de envelhecimento em alguma parte por volta de vinte cinco. Nicosar preferiu manter sua aparência de velhote mesmo como um deus.

O Elfo recebe olhares enojados das mulheres prisioneiras.

“Nem mesmo tente. Você não vale nem a sujeira nos meus sapatos mortalzinho.” Celes acena para o cara.

“Apenas o alto deus Evenguar chama um elfo de mortal. De que raça vocês são, por falar nisso? Eu nunca ouvi falar de pessoas com chifres antes.” A dríade levanta sua voz mais uma vez.

“Nós somos deuses como Evenguar. Ele nos implorou por ajuda para salvar esse mundinho insignificante.” Um dos guardas deixa sua língua solta de novo e os olhos dos prisioneiros se arregalam.

“Vamos indo, eu não quero ter que acampar aqui durante a noite.” Tanja apressa o grupo em direção a entrada pela qual viemos.

Em nosso caminho até a superfície os mortais continuam importunando a Celes com seus olhares. Até as mulheres prisioneiras se juntam à bagunça.

Meio caminho até a superfície, a Celes não consegue mais manter a calma e explode com os mortais. “Qual o problema com vocês!? Nunca viram uma mulher antes!?”

Uma das mulheres cora e se desculpa com a Celes. “Nós sentimos muito. Mas vocês todos são tão diferentes do que nós sempre imaginamos sobre deuses. E vocês são tão lindos!”

“Sim! Eu realmente gostaria de sair com você! Você é a melhor mulher que eu já vi.” Um dos prisioneiros homens se junta à bagunça.

….
*Blleeergh*

Após três segundos observando o cara, Celes se vira em direção a parede e vomita no chão.
Todos os prisioneiros a observam atordoados

“O quê? Nunca viram uma mulher grávida antes?” Após seu vômito parar, ela lança outro comentário chocante para os mortais.

Só que ele não foi chocante só para os mortais.

Eu salto para o lado dela. “O que você está dizendo querida!? Por que você não me contou? E por que você desceu até aqui embaixo nesse estado?”

“Cala a boca e me carrega, marido Eu só descobri recentemente e estar grávida não é uma doença que você tem que evitar de se mover e ficar dentro de casa!” Celes estoura comigo.

Eu sei o bastante para não objetar a ela e a levo nas costas.

“Grávida?” Um dos prisioneiros desiludidos quebra seu silêncio.
“Um Deus?”
“Marido?….”

“Sush! Idiotas! De onde vocês acham que os deuses vêm!? Vocês acham que eles simplesmente aparecem!? Mortais estúpidos!” Celes começa uma tirada com eles. ¹

Na verdade eles realmente simplesmente aparecem. É só recentemente que deuses nasceram dessa forma. Mas eu não me importo em explicar para os prisioneiros chocados.

Evenguar vai ter um bocado de explicações para dar depois disso. Com base em quão complexa a religião dele é.

Eu carrego minha esposa com olhos marejados em direção a superfície.


Notas:

1. Tirada: frase longa que é o desenvolvimento ininterrupto de uma ideia./ discurso ou fala de grande extensão.


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