Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 142: Apagando o fogo do oeste profundo(4)

Os dois reis voltam para suas posições calados. Suas mãos circulam energia cósmica que tratam suas feridas no peito.

Marsha joga uma pílula verde, com um aroma forte o suficiente para tomar a atenção de todos os anciãos e reis.

Até mesmo o corpo do pequeno NOVA fica excitado. Seja o que for, aquela pílula com certeza não era coisa comum.

— Vai te ajudar a se recuperar, pode até mesmo ajudar na sua cultivação Mirmo Mopak.

— Obrigado, minha princesa.

Mopak recebe a pílula e já a ingere. O sangue em seu corpo queima e evapora e sua pele fica novamente limpa, as feridas se fecham rapidamente e ele se põe no ar de maneira mais confiante e segura.

— Que pílula milagrosa...

— É a pílula de Maximum Cura do Vale Verde, do leste.

!!!

— Isso então, é... — Suta fica boquiaberto.

— Pílula para reis e rainhas?

Raico se desestabiliza no ar. Pílulas para reis e rainhas eram muito escassas porque apenas outros reis poderiam criar essas pílulas. Além disso, elas eram muito difíceis de serem produzidas. No oeste, nem Helt Haga podia produzir pílulas para reis!

Apenas no leste havia alquimistas capazes de criar pílulas para reis. No oeste, o foco com runicistas, desenhistas e artesãos é maior e por isso as melhores armas são criadas aqui, no leste o maior foco é com alquimia, então se uma pílula poderosa aparece, ou é de ruínas antigas, ou é do leste!

Claro, que isso se limita a aliança leste-oeste.

A Donzela de Ferro é o secto anfitrião do leste, o Vale Verde é um dos clãs do “Leste Interior”, o mesmo que vale para “Oeste Profundo”.

— Senhorita Marsha, não sou digno.

— Você foi vítima dos planos de um clã do oeste profundo, se manteve ereto e não saiu da pose estelar, pensando no seu clã e todos os outros abaixo de você. Você é digno, por ter mantido a honra de sua senioridade e seu título como ancião do oeste. Espero que você consiga alcançar sua coroa, se tivermos um rei com metade de sua personalidade, o oeste poderá crescer para a glória.

Mirmo Mopak começa a chorar com sua mão no peito. Mirmo II Mopak olha para seu pai como um herói e todos do clã Espada sob o Sol começam a chorar fortemente.

A Princesa Coroada, a próxima matriarca do Clã da Lua, o clã anfitrião do oeste acabou de tirar ele do inferno e o colocou nos céus. Essa poderia ser a maior honra deles em centenas de anos!

— Quanto a briga de vocês dois... Que tal, escolham agora dentro do ritual quem sairá com um maior cultivo, relativo a quando entrou aqui. Aquele que alcançar maiores resultados ganha.

Marsha aponta para os patriarcas do Sol Dourado e da Pira Anímica.

Pairo e Suoro se entreolham.

— Quem perder deve comprar 3 itens no leilão para o escolhido do ganhador. Claro, independente do que seja, o perdedor arcará com os custos. O escolhido deve concordar com a sua seleção.

— Eu Pairo Flamor, escolho do meu próprio clã, Pira Anímica, meu filho. Pairo III Flamor.

O garoto levanta seu rosto, com sangue em seus lábios acena pro pai. Depois que Mythro sugou metade da energia cósmica, ficou bem mais simples de consolidar o que já tinha. Já que a preocupação de expulsar Qi de fogo de dentro para não se aleijar foi descartada.

— Quanto a mim... Suoro Pakin do clã Sol Dourado, escolho Mythro Zumb’la.

O pequeno NOVA dá um joinha, mostrando nenhuma dificuldade.

???

— O quê?

— Muito bem, com as escolhas feitas, a aposta começará.

— Senhorita Marsha, não querendo tomar seu precioso tempo, mas... A formação do menino é com certeza uma herança dos dias gloriosos do continente, quando muitas das artes mais poderosas foram perdidas na guerra de 1000 anos atrás. Se não foi a Espada sob o Sol, então a vila Chamto descobriu alguma ruína e escavou tão preciosa formação—

— Chega dessa inveja, se é que posso chamar essa balbucia disso. Se Mythro quiser vender essa formação para ti, que seja. Mas dizer as possibilidades de onde isso pode ter saído não faz diferença se quem encontrou foi ele, ou o pai dele, e então quem tem total direito a ela é ele que a encontrou, ou foi dada.

Todos os outros reis e anciões aprovam muito mais as palavras de Marsha do que Pairo.

No oeste, se uma ruína fosse encontrada, ela primeiro tem que ser reportada para o clã anfitrião antes de ser escavada ou explorada. Isso se deve a mortes de muitos jovens se aventurando sem responsabilidade dentro das ruínas que, embora cheias de tesouros, também carregam monstros perigosos esquecidos das terras superficiais.

Geralmente, o clã ou secto que a encontrar fica com a ruína. Com exceção de ruínas que apresentam monstros de nível rei, que devem ser apenas invadidas por clãs que possuam reis.

— Sem delongas, que isso continue. Retornei apenas para dizer que depois daqui os reis de fogo devem voltar para seus clãs. O jovem de um olho foi avistado novamente por volta da Tempestade de Relâmpagos, mas Ymir... Bem, Ymir expulsou ele como um cão e ferido ele voou para as Montanhas Serenas.

!!!

— Ymir?

Todos os anciãos e reis conhecem esse nome. Marsha fica um pouco descontente, mas sem dizer nada ela voa e sai rapidamente pela passagem.

— Ymir!

— Pai, quem é Ymir?

Zou Uin olha para seu pai, que tem um semblante que esboça ambos medo e reverência.

— Quando formos para o oeste profundo, não diga o nome dele. Ele poderá ouvir.

— Mas quem—

— Ymir  é! — Parando para respirar profundamente, Caluf solta para fora o que seria a mais pesada sentença da qual ele já pôde dizer para seu filho. — Ymir é o rei mais poderoso do octógono.

— Mas, pai se ele é o mais poderoso do octógono por que estamos perdendo a guer—

— Chega! Seja o que for, entenda que tudo que envolve a Tempestade de Relâmpagos não pode ser tocada. Eles são uma existência que nem o clã da lua pode tocar, quanto mais nós de um clã no meio-oeste. Escute filho, me prometa, não abra o bico!

— Tudo bem, calma!

Caluf se vira para o ritual. Sua face contorce um pouco, existe um arrependimento nos seus olhos.

**

Enquanto isso, Mythro pensa brevemente no que ele deveria comprar com o dinheiro da Pira Anímica.

Pairo olha para seus anciões e os ordena algo, por via de mensagem cósmica. Os velhos mostram um certo amargor em seus rostos, mas sem relutar muito, eles enviam mensagens cósmicas para seus parentes dentro da formação da Pira Anímica.

— Mas vô!

Um deles não consegue segurar sua irreconciliação e acaba falando em voz alta. Pairo solta uma rajada de energia e expulsa o menino da formação.

— Mil perdões patriarca.

— Sua punição será dada quando voltarmos. O fogo da Pira Anímica não vai ser apagado por um moleque do abismo.

A formação da Pira Anímica muda de repente. Todo o Qi de fogo que é absorvido é voltado para Pairo III Flamor, e sua velocidade de solidificação aumenta exponencialmente também.

O garoto entra em meditação profunda, seu talento é posto em exibição a todos. Quatro asteroides perfeitos e 1 completo se mostram girando ao seu redor.

— Com cinco asteroides sendo tão jovem...

— Definitivamente um jovem gênio, com apenas dezessete anos!

— Mirmo II quantos anos Mythro tem?

— Treze.

???

Com exceção de Raico e Suta, todos os outros quase saem de sua pose.

— Treze?

Os dois se olham e lembram que a idade que Mythro os disse era outra. Eles começam a se perguntar se era mentira do pequeno NOVA.

— Não proteja de forma absurda o moleque convidado de seu clã, rato do oeste de fora. 

— Mas é a verdade...

— Como se alguém pudesse acreditar nisso.

— Meu filho se enganou.

Mirmo Mopak entra no meio da conversa, tirando as injúrias da boca dos outros por um instante. Mas...

— Há! Como eu disse. Quantos anos ele tem?

— Doze.

??????

— NÃO SEJAM RIDÍCULOS. Nem no clã da lua os jovens possuem esta capacidade, quanto mais um moleque que saiu do abismo para ficar no oeste de fora.

— De fato, seria impossível até mesmo para nós acreditarmos, se não tivesse sido testado na nossa frente.

Machist levanta voo e mostra uma plaquinha mostrando o número doze. Nela possui a aura de Mythro.

— Enquanto o jovem sábio dormia um dos testes realizados foi o de sua idade óssea, e como todos aqui sabem, ossos não mentem idade.

Todos olham para o dispositivo com sobrancelhas saltadas. Marcus Drak engole em seco, uma das coisas que ele mais se orgulhava era o fato de sua filha ser uma das mais jovens no meio-oeste a ter cruzado o segundo reino, mas esta conquista do artesão convidado da Espada sob o Sol... Era totalmente desumana!

Caluf Uin tinha deixado cultivadores do seu clã sem recursos para poder fazer seu filho cruzar para o segundo reino. Ele escondeu sua indignação até perceber que Marcus também estava se sentindo como ele. Juntando certa coragem ele cospe:

— Este é um dispositivo de alto calibre para medir idade óssea, geralmente usado em monstros de terceiro reino ou acima, que possuem ossos difíceis de serem investigados com coisas de baixa competência... A questão é, por que você usou isso em um menino no segundo reino, ancião Machist? Você teme que não acreditamos em outros dispositivos? Ou então devemos acreditar que o Clã da Lua possui mão na cultivação deste garoto...

Os olhares em Machist ficam frios, todos sabem que Suife e Grásio foram presentes do Clã da Lua para o pequeno NOVA. Major de Fogo e Espada sob o Sol abrem a boca para dizer algo, mas o ancião da lua os impede com um leve balanço de mão.

— De fato, você é um homem que sabe o que dizer para reverter mesas, Caluf Uin. Mas infelizmente o que você disse se auto explica.



Comentários