Volume 1 – Arco 2
Capítulo 143: Apagando o fogo do oeste profundo(5)
Todos franzem o cenho tentando entender o “autoexplicativo” que Machist pronuncia. Um dos meninos do clã de Marcus Drak, que foram obrigados a sair do ritual se levanta deixando a mão no alto.
— Pode falar, pequeno.
— Obrigado, senhor ancião. Acho que o que o senhor quis dizer é que os ossos do Mythro Zumb’la são de difícil investigação, e por isso os outros dispositivos não funcionaram, causando a necessidade deste mais capaz?
Os reis e anciões abrem os olhos com esclarecimento.
— Muito bom garoto, é isso mesmo.
— Fernando Flamor, abaixe-se agora!
— Desculpe, vô!
O menino se senta, tremendo. Seus colegas do lado jogam olhares hostis.
— Como todos sabem, no oeste temos a lei de premiações por conquistas antes não feitas. Por isso nossa princesa Munica se ausentou no início desse ritual.
Macus, Caluf e Pairo contorcem o rosto. Isso só significa que a porra do moleque ia receber ainda mais PRESENTES. O céu estava desmoronando em peças de ouro e prata, entregues em uma cesta de algodão-nuvem para o menino de olhos dourados.(OBS: Já usei isso antes, no Cap 75, é uma forma de dizer “sortudo pra caralho” no oeste.)
— Então o garoto ter 12 anos é verdade...
— Além disso, ossos que precisam de um dispositivo de segunda terra... A arte corporal desse menino deve ser sem comparações.
Os anciões dos clãs neutros na conversa começam a trocar palavras, o que irrita Pairo.
— A Princesa disse que podemos nos aproximar dele e comprar caso queiramos, acho que vale a pena mandar cartas com um belo presente. Mesmo que ele não venda a arte dele, suas armas já são benquistas pelo povo e ter uma conexão com ele pode nos garantir bons exemplares.
Solis Qima, patriarca da Assolação Vermelha comenta entre os reis e anciões:
— Um de nossos jovens ganhou uma aposta contra um outro jovem e obteve uma das espadas forjadas por ele. Todo o manuseio do ferro é feito de maneira bruta, mas a energia cósmica é tão bem trabalhada junto com o diagrama que faz o ferro ser o perfeito vaso para poder utilizar todo o poder cósmico do seu usuário e também de poder criar a melhor explosão para o feitiço embutido. Bem, no final, não é uma espada para competir em “fio”, mas sim em “concentrar e atirar poder”. Para uma arma do pico do primeiro reino com certeza é sem iguais no que propõem.
Um senhor no lado do Sol Dourado bate duas palmas e gesticula dando início a suas falas:
— Belas palavras patriarca Qima. Sei que seu clã tem 2 artesãos, o que é bastante para meio-ocidentais, mas suas palavras agora mostram que eles sabem o suficiente para analisar com cuidado uma arma sem deixá-la morrer por ter pontos fracos. Com certeza para nós, cultivadores de fogo, uma espada ter excelência em “fio”, ou seja, ser afiada não é de muita utilidade, já que usamos nossas espadas cercadas de calor, que fazem com que elas eventualmente percam o fio devido as nossas habilidades. Uma peça de ferro resistente é sempre a melhor forma de trazer o poder para fora.
Um ancião artesão do Sol Dourado, esta é sua identidade. Ele comenta sobre os pontos postos em pauta para Solis Qima.
— Patriarca Qima. A espada que você disse, foi de meu sobrinho que perdeu a aposta.
Um dos dois anciões do clã Adent comenta pela primeira vez durante o ritual.
— Ancião Piao Adent. Uma luta entre jovens—
— Não, não jovem patriarca. Não estou aqui para reclamar a espada de volta. A espada em questão, ela possui fio. Achei estranho você não ter mencionado o incrível fio dela.
— Como assim?
— Você tem a espada consigo?
— Hmm... Sim, claro. Está com um dos nossos jovens que veio para o leilão. Mandarei um dos meus ir buscá-lo.
— Mm. É para o melhor, embora tenha sido uma arma do meu clã antes, e fosse senso comum não ensinar como usar uma arma que você quer de volta... É uma espada boa demais para ser tão mal utilizada.
Piao Adent primeiro diz que não quer a espada, mas então diz que quer... Embora isso seja difícil de entender para os jovens os mais velhos entendem. Piao, um ancião não pode ir reclamar para um outro ancião ou rei uma arma perdida em um duelo justo. Mas claro, um jovem do seu clã poderia ganhar a arma de volta em um outro duelo justo.
— Você diz que meus artesãos não conseguiram enxergar através da arma?
— Infelizmente, sim. Mas não apenas os seus, os nossos também. Mas isso se dá por conta de uma coisa. O ferro não tem grandes impuridades, pois foi filtrado por Plantas Tinamon, isso deve ter sido percebido por vocês. Mas o grande caso é que o canal utilizado é de um conceito completamente novo, antes não visto no oeste.
??
Todos ficam de bocas abertas.
— Esperemos a espada, e mostrarei a vocês de antemão. As armas desse garoto não podem ser colocadas no mesmo nível que as nossas armas tradicionais. O futuro desse garoto é o futuro do oeste!
Machist e Munica se entreolham. O clã da lua é o que mais possui artesãos em todo o oeste, e devido a isso suas armas são reconhecidas por serem as melhores que qualquer um pode obter. Se alguém poderia dizer que o futuro do oeste depende das armas vinda de um artesão, com certeza isso seria associado ao Grão-mestre artesão Kou Yulang. Mas neste exato momento a pessoa que era afiliada a esse pensamento era... uma criança?
— Um sábio das lendas... Machist, o que realmente sabemos dos sábios?
— No único pergaminho existente que fala desses seres... Nem ao menos os chama de sábios.
— Como?
— Mm. Nada no pergaminho invoca o termo “sábio”, foi apenas chamado assim porque dizem que eles nascem com grande sabedoria garantida a eles pelo seu sangue. O termo que os define é muito abstrato para ser confirmado.
— Qual o termo?
— Criatura divina.
— Criatura divina...?
— Seres que estão no topo da cadeia de raças, etnias e qualquer outro padrão. Eles estão exclusos de qualquer forma de mensura utilizado por nós. O pergaminho diz que apenas eles podem lutar contra eles. Na verdade, existem aqueles que podem lutar contra eles, mas podem ser contados nos dedos, os chamados “Sui Generis”. O pergaminho toca mais nos “Sui Generis” do que em criatura divina em si, diz que aqui é a moradia de muitos... Se bem que... Nem moradia parece estar escrito certo, na língua que foi usada, a palavra tanto era moradia, ventre e prisão.
— Isso é tudo tão...
Munica era uma cultivadora crescida no clã mais forte do oeste. Mortais achavam que cultivadores do oeste de fora eram basicamente filho de deuses por seus poderes, e cultivadores do oeste de fora achavam que pessoas do oeste profundo eram os verdadeiros filhos de deuses. Clãs e sectos que tinham uma cultivação profunda que jamais poderia ser alcançada. Porém, a história dentro do pergaminho que Machist agora pronunciava soava místico até para ela, a princesa dos “filhos de deuses”.
— É muito abstrato, como eu lhe disse. Mythro realmente entra nesses quesitos de extraordinariedade, mas... Não sei como lhe dizer, por que um ser deste ia nascer aqui? Além do mais, os únicos “Sui Generis” que nossa “moradia possui têm sobrenomes diferentes.
— No pergaminho tinha seus sobrenomes?
— Sim, por que você acha que sua irmã e pai quando encontram povos antigos em ruínas escondidas primeiro tenta conhecer seus sobrenomes?
— Ele está procurando essas criaturas?
— Isso mesmo!
— Mas com que proposito?
— Não sei. Há segredos que só os nossos reis podem saber, presos em suas mentes com a Maldição da Revelação.
A Maldição da Revelação destruía a alma de um ser quando um certo assunto era tentado ser extraído a força, ou dito de forma voluntaria do ser que há possuía. Somente segredos extremos eram trancados atrás dessas portas, pois a maldição afetava a cultivação de um ser, a desacelerando diversas vezes!
— Quais os sobrenomes?
— Também não sei. Pude ouvir a de três apenas, mas parece que depois de intensas procuras eles foram dados como extintos. “Ravos”, “Polorigh”, e “Zot”.
**
— Aqueles mortais sabem de algo.
— Mas é muito pouco e errado.
Kether e Chokmah comentam, com seus olhos observando Machist e Munica.
— Do que vocês estão falando?
— Aqueles mortais estão comentando sobre a linhagem de Mythro. Eles tocaram no nome dos “Sui Generis”.
— Sui Generis são aqueles que ao longo das dezenas e centenas de anos, cultivarão seu sangue e alma para transcender para o mais próximo possível das criaturas divinas, se não me engano?
— Por que raios você terminou como uma pergunta?
— Deixe de bancar o desentendido, ela não tem certeza do que está dizendo, é óbvio. Bem, pra resumir, os “Sui Generis”, são partes de nós.
— Como?
Ammit olha para Chokmah e seus olhos se fixam, e suas orelhas piscam em atenção.
Gornn olha para a área Jing muito interessado. Ele é um grande imperador, ele entende muito bem do que “Sui Generis” significa. Pelo menos... O que é de “senso comum” nesse assunto.
— Os “Sui Generis” são linhagens que já tiveram um Deus que se sacrificou para entender um dos conceitos de uma das esferas da Sefirot, e assim promover sua Majestade. Os Ravonianos compreenderam Binah, Mits e sua linhagem são produto de Binah. Os Polorigh são produto de Geburah, e os Zotnianos são de Netzach. Existem apenas seis dessas linhagens no universo.
!!!
— Seis? Mas...
Gornn não conseguia conectar as pontas em sua cabeça, seis Sui Generis?
— Claro, visível a “público” só tem três. As outras se escondem dentro de outro lugar...
A cabeça de Mythro corre em pensamentos, e de repente, Chokmah se torna mais ilusório por um momento e retorna ao normal.
— Os palacianos?
Kether pela primeira vez em anos dentro do pequeno NOVA, mostra um rosto sério.
— Ele extraiu sabedoria de você!?