Volume 1 – Arco 2
Capítulo 147: Tomo Sinistro(2)
Acompanhado dos seis guerreiros contratados pela Casa Maior para guardar a cultivação dentro das cavernas, Mythro chega até a caverna alugada.
Eles se colocam em posições estratégicas junto com armas pré-instaladas, que são presas e camufladas na montanha ao redor da boca da caverna.
Definitivamente um lugar seguro para se cultivar em paz. Existia uma arma que dava um senso de perigo até mesmo para Mythro. A arma era uma Balista.
— Uma arma para matar anciões. Tem doze espaços para enfiar a mão, deve custar a energia toda deles.
Os homens de meia-idade escutam o comentário do pequeno NOVA e imaginam com quem ele deva estar conversando.
Um deles, mais jovem comenta:
— Você estará bem seguro aqui, jovem herói! Qualquer monstro ou cultivador de secto maligno será impedido por nós.
Mythro se vira e retirando a máscara, ele sorri aos homens.
— Confiarei minha estadia a vocês então. Na verdade, tem algo que esqueci de fazer antes — Mythro puxa um saco preto do seu saco cinza e joga ao homem mais jovem. — Ai tem três armas de segunda terra, feitas por um clã maligno. Eu as peguei dos anciões que se sacrificaram no ritual, diga isto a Munica e tenho certeza que ela entenderá.
— O Sr vai leiloar elas? Isso aqui vale muito, não posso—
— Chega de enrolação. Tô indo, fui.
Mythro salta 80 metros em um único Salto Reação. Ele some dentro da escuridão da caverna.
— A maestria das artes deve ser renovada quando se alcança um novo reino, não? — O mais velho deles repete em voz alta o que é de senso comum a todos.
— Mm... — Os outros quatros respondem.
— Como a maestria do Salto Reação dele continua Santa?
— Mm...
O grupo de cinco homens olha para o mais jovem que tem os braços trêmulos.
— O que eu devo fazer?
— Mm...
Os cinco vão a suas posições.
— Eu nunca nem vi uma arma de segunda terra na minha vida, agora tem três na minha mão... Eu só tenho 55 esse ano gente, socorro...
O mais velho vira o rosto.
— Sênior — O mais jovem abre um sorriso, de olhos lacrimejados.
— Vai logo, zé mané.
— Sênior...
Seus joelhos começam a deslizar ao chão.
— Quem cair de joelhos no chão, é covardão!
Os cinco começam a rir do mais jovem, que cambaleia por metros até conseguir se equilibrar e evitar que seus joelhos toquem no chão.
— Eu não sou covarde! POR QUE UM DE VOCÊS NÃO VAI E FAZ ISSO?
Sons de garganta engolindo seco soam. Os cinco vão até seus lugares assobiando, como se não tivessem escutado nada.
— Filhos da...
**
Yibang e Yabang se deitam juntos e começam a estimular o crescimento de novas penas. Isso era também uma forma de cultivação para eles. Ninguém tinha achado estranho avestruzes “nus” andando por aí devido a própria espécie ser disforme e ter várias falhas na pelugem.
Grásio sobe no pescoço de Suife e encolhe seu corpo para poder ficar com a cabeça entre seus chifres. Núbia visita seu corpo procurando por sinais da parte perdida de Éter.
Mythro por sua vez visita os glifos, e os melhora o máximo possível antes de começar a tocar nas magias novas.
Horas passam como minutos.
**
— Quem é você?
— Sou um dos encarregados de guardar as cavernas de reclusão. Fui recentemente contratado por Senhor Gener— SENHOR MYTHRO ZUMB’LA, e, ahem, bem ele me deu isso e quer leiloar.
Os guardas da entrada de onde seria o leilão olham para o homem na sua frente como se ele estivesse sob o efeito de alguma pílula de ervas podres. Ele ia chamar um menino de doze anos de general?
— Não estou louco. Olhem dentro do saco, ele disse que a Senhorita Munica entenderia.
Os guardas conseguiram tirar os olhos do homem suando como um porco só agora. Quando a visão do saco preto entra na sua linha de visão suas sobrancelhas saltam.
— Um saco preto?
O outro guarda pega o saco e abrindo a corda que fecha sua boca, ele sente uma aura maligna vazar.
— Armas malignas de segunda terra!
— Como você ousa!
— Esperem! Foi Mythro que te deu isso?
— Ancião Machist.
— Ancião Machist.
Os dois guardas se curvam com a mão no peito. O guerreiro se coloca de joelho.
— Sim, ancião anfitrião.
Machist Yulang pega o saco e verifica seu conteúdo.
— Eu conheço essas armas, elas são de fato as de Mythro. Como posso saber que você não as roubou dele?
— Jamais, como poderíamos derrotar um Gener—O—O—O— O—O—O senhor Mythro?
— General?
Os guardas rolam os olhos olhando para o homem, que pelo jeito, desaprendeu a falar.
— A Aura do senhor Mythro é muito forte. Nos lembrou a de um general.
— “Nos”?
— Sim, eu e mais cinco amigos estamos fora do fronte de guerra por dois meses, devido ao nascimento de nossos filhos. Neste meio tempo encontramos um trabalho nas Cavernas de Reclusão.
Machist associa tudo em sua cabeça. “Então ele já foi cultivar os tomos?”.
— Muito bem. Dê isto a Mythro no seu retorno.
Uma placa de madeira com um número inscrito é jogado para o homem.
— Muito obrigado pela compreensão. Este junior se retira.
— Espere!
— Si—Si—Sim?
— Parabéns a você e seus amigos pelos filhos. Parabenizem suas esposas por mim também. Eu tenho aqui um pergaminho de Nutrição Espiritual, que ajuda uma criança recém-nascida a ser forte contra doenças e também a prepara para crescer fisicamente mais forte, melhorando suas próprias artérias enérgicas. Sua esposa pode usar isso para cuidar do futuro do oeste.
Machist entrega o pergaminho na mão do guerreiro e aperta sua outra mão.
— Muito obrigado! Lembrarei disso pelo resto de minha vida, este favor, pagarei ao oeste com minha vida e descendência.
Os guardas ficam surpresos. Este pergaminho era comum no oeste profundo, mas variava de clã para clã. O corpo da criança era preparado para ser o mais compatível o possível com as artes do clã. Existia um tipo para pessoas sem clã específico, que era comercializado no meio-oeste mas apenas famílias diretas dos patriarcas tinham tal honra. O mensageiro ganhou um presente cheio.
— Ancião Machist, não foi um presente... luxuoso demais?
— Sua jovem princesa está consolidando sua Placenta da Alma, tenham certeza de guardar bem este lugar para que eu não precise vir aqui pelos próximos dias.
— Mas já? Este lugar tem algum arranjo que melhore as taxas de sucesso da Placenta Anímica?
— Não. Mas tenham certeza que será um sucesso, um sucesso maior do que a nossa Princesa Coroada Marsha.
!!
— Guardaremos com nossas vidas!
— Guardaremos com nossas vidas!
Machist deixa o local voando. Os guardas têm olhares eufóricos e ferozes.
— Seremos de verdade o mais poderoso clã do oeste, logo!
Pelos próximos dias, devido a grande devoção em guardar o lugar, os dois guardas foram chamados de Bastiões da casa de leilão.
**
— Voltei, voltei!
Os cinco pulam de onde estavam.
— Como foi?
— Eu encontrei o Senhor machista!
— Ele está vivo?
O homem recupera um pouco mais de seu fôlego.
— Ele parabenizou a nós e nossas esposas por terem dado luz ao oeste. Levem a mensagem para elas. Ele também me deu isso.
O pergaminho de Nutrição Espiritual aparece na frente dos cinco.
— O que é isso que nunca ouvi falar antes?
— Pegou no chão?
— Tolos! Isso é, meu deus, Eureka! Isso ajuda uma criança a crescer mais forte, é utilizado pela família principal dos clãs do meio-oeste e oeste profundo. Isso vale a vida de uns 200 de nós!
!!!
— O Senhor Machist, também, me apertou a mão! Esta mão aqui!
A aura lunar ainda não havia desapegado da mão do homem. Os olhares antes cômicos, se tornam de arrependimento.
— AGHH, POR QUE EU NÃO FUI???
Pragas são soltas e ressoadas no ar como rugidos no meio da floresta. O guerreiro escolhido por Mythro olha para dentro da caverna e se curva.
— Obrigado.
Dentro da caverna, após ter arrumado todos os glifos. Mythro sente seu corpo avançar milímetros para o próximo nível.
— Colhi karma? De onde? Aquele zé mané?
Ele dá de ombros, a quantidade de karma é quase irrelevante. Era mais fácil matar e devorar cosmicidades inteiras.
Pegando os tomos em sua mão, ele primeiro inspeciona os dois tomos com intenção elétrica.
Sismo Celeste: Céu Apocalíptico, Tribulação Proferida, Descensão da morte, Lança Trovão.
— Quatro magias que formam uma arte... “Trazer os céus negros da perdição, fazer os raios proferirem sua canção, e o relâmpago aniquilar o que tiver abaixo de sua descensão. Para aquele que sobreviver ao seu poder, a lança do trovão”.
“Forte, definitivamente forte.” — O Leão Rubro se surpreende com o tomo.
Mythro passa para o próximo:
Reanimação Elétrica: Conjuração Própria, Conjuração Singular e Conjuração Coletiva.
— “Reanimação temporária de seres recentemente mortos em bonecas escravas.” — Mythro pensa em fechar o livro por um momento, mas ele continua a leitura — “Todo ser quando morre começa a expelir sua cultivação até que finalmente esteja completamente morto. Independentemente de ser viva ou morta, a cultivação distribui energia para todo o corpo, e ela move um ser que se considera “cultivador”. Por meio de Qi elétrico é possível religar os mecanismos cerebrais de um ser e fazê-lo “vivo” novamente...”
“Uma ótima magia. Deixe seus preconceitos de lado. Se o lixo que quiser te matar por inveja poder retornar e te ajudar a te livrar de mais lixo, é bom karma para eles. Fazer uma coisa útil na vida.”
Mythro ri brevemente, e continua:
“A cultivação é expelida porque os canais enérgicos perdem força vital, força que mantém a energia dentro deles. A força vital é controlada pelo cérebro, que possui dois canais enérgicos. Reativando os dois canais majores do cérebro é possível manter a medula energizada, e da medula partem-se os outros canais que alcançam pernas e mãos. Os três canais espirituais são os que dão acesso a cosmicidade de um ser a sua cultivação, dando o poder de usar as artes e seus mistérios cósmicos. Como presentes únicos de um ser, elas sabem diferenciar mesmo com o seu hospedeiro morto, quem é quem. Quando ela perceber que outra energia está tomando controle do corpo ela se destruirá fazendo o controle total de energia ser comprometido. Para controlar o corpo é necessário usar a descarga elétrica...”
— Essa magia é completamente ridícula. Reanimar o corpo é uma coisa, mas controlar ele remotamente que é o difícil. É como padronizar a vida inteira de um ser, e fazer o relâmpago conectar os pontos como antes do ser morrer. Se eu destruir a cabeça do cara esta arte já fica completamente inútil.
“Na verdade, não.”
— ?