Volume 1 – Arco 2
Capítulo 179: Luta dos Residentes(2)
— Levanta! Uma alma maior que o nível divino passa por um teste bem maior do que uma terceira onda. Você terá pouca ajuda da gente na quarta onda. Mythro já está nos ajudando como pode, acredite! O corpo e a alma dele estão sendo completamente reformados para poderem guardar a força de hipernova, ele está enfrentando as ondas da alma e do corpo sozinho.
Todos tremem com essa noção. Kether e Chokmah não estavam ajudando eles aqui no dantian, pois estavam aconselhando Mythro no lado de fora.
A onda bate nos meteoros e eles voltam a serem pó. A grande barreira de fogo branco impede a onda por alguns segundos, a enfraquecendo, mas a energia impedida fica mais agressiva e acaba rasgando as chamas, batendo com grande momentum na barreira aquática.
O Rio perde um pouco de seu brilho, e a barreira começa a perder sua força.
— Dragão idiota! Nos ajude!
Um rugido treme o Céu de Nyx, e a noite quase se desfaz. Relâmpagos saem em cascata atacando a onda, e das luzes piscantes uma enorme cabeça se levanta, com seus dentes a amostra e seus olhos pulsando força e intenção.
Sua boca se abre e um vento negro carregado de fogo e raios ataca a onda.
— Isso, seu idiota!
Lilati ativa o trigrama “vento” e “fogo”. O sopro do Dragão que já era uma tempestade por si só, vira uma calamidade natural.
A onda é puxada para trás até finalmente cair em pequenos véus de energia. Que são absorvidos pela árvore. Um novo som ecoa, desta vez da Natureza do Primeiro Reino inteira. O tronco da árvore abre um pouco mais, e luzes de todas as cores piscam trazendo consigo o universo à criação.
— Que tipo de Placenta é essa? — Éter pergunta, sentindo sua alma pedindo para deitar ao lado da árvore para se banhar nas emanações da placenta que ali era gerada.
— Portadora Cósmica! — Lilati responde no alto, seus olhos mostrando parte surpresa e parte terror.
— Uma placenta mais que divina! — Caos comenta, vendo os brilhos diversos.
Um som tsunâmico aparece do longe, mas um urro ainda mais alto soa, dava pra sentir o sangue na garganta de quem o exprimia para fora.
— Lorde Mythro! — Hemera tinha listras de sangue saindo de se nariz.
— A última onda, deem todo o suporte para Ammit.
Finalmente, a última onda os alcançava. As ondas atacavam ao mesmo tempo, as três conjunções. O corpo, a cultivação e a alma.
Mythro tinha que impedir que seu corpo partisse, usando toda sua força física para impedir isso. Na cultivação, geralmente, o cultivador usaria toda sua energia cósmica para impedir que sua cultivação explodisse ao nada.
A alma, para os outros não era atacada de forma alguma. Mas como Mythro estava colocando sua existência um passo acima, sua alma também estava sendo atacada para mudar junto.
Então ele também estava lutando espectralmente. Se não fosse pela própria natureza de sua alma de se consertar, ele nem teria chegado a quarta onda, já que sua alma já estaria completamente estilhaçada! Felizmente, com as Sefirás ao seu lado, ele conseguia manter clareza de mente mesmo sendo completamente afogado em dor.
Dentro do dantian, Lilati morde seus lábios e murmura um pedido aos céus:
— Que ele sobreviva! Por favor! Fumu!
A quarta onda já pode ser vista. A densidade desta coloca as outras três no chão. Tudo por um momento parece perdido.
— Não tem como, se estivéssemos menos esgotados talvez, mas isso!
Um relinchar soa, junto com um sibilo e um miado feroz. Uma membrana de energia se envolve na Natureza do Primeiro Reino, e cura a todos vagarosamente.
— Grásio, Suife e Núbia, eles terminaram sua ascensão! Agora eles podem alcançar esta região, já que são conectados a ela de alguma forma.
Os três estavam completamente renovados da ascensão. A terceira onda tinha acabado para eles, e suas Placentas Divinas já tinham se formado. Atrás de cada um deles, a Imagem Viva de suas cultivações apareciam.
Um casulo único de cada espécie mostrava o reino e estágio em que estavam. Havia uma pequena fruta se mostrando na superfície de cada casulo.
Incrivelmente, eles levaram consigo um pouco da imagem do reino anterior. Que agora se mostrou na placenta!
A energia abundante deles continua ajudando o corpo, a cultivação e a alma do pequeno NOVA.
O corpo de Mythro estava com pequenas rachaduras, como se ele fosse um vaso prestes a ser quebrado, mas com o auxílio deles, ele começa a se emendar.
Até que—
Uma enorme força faz com que as energias dos três cessem suas assistências e sejam jogados para trás. A quarta onda chega e faz o corpo do pequeno NOVA basicamente dobrar sobre si mesmo. Sua cabeça quase encontra seu cóccix.
O enorme espanto disso faz o coração dos três serem jogados ao chão. Nunca uma situação os deixou tão desesperados quanto este momento. Eles correm novamente e suas energias lutam para ajudar o corpo que parece pertencer a alguém que acabou de ser esmagado pelo pé de um gigante.
No dantian Jing, a onda irrompe por todas as barreiras feitas em instantes. A muralha de fogo branco apaga como fogo na cabeça de um fósforo contra uma tormenta, os meteoros se tornavam pó antes de até mesmo tocarem na onda, a fortaleza aquática basicamente quebra em pedaços em frente de tanta força. Em uma tentativa desesperada, o Céu e a Terra criada por Nyx e Érebo atacam, sendo destruídos pouco a pouco como massas de terra.
As Sereias cantam o mais alto que podem, e fazem com que a Onda diminua brevemente seu assalto. Mas chegam a seu limite e são jogadas para trás.
Com seu momentum diminuído, finalmente a última em pé ataca. Ammit puxa o escudo e usa uma arte, Era: Abolir!
Ela se joga contra a Onda e invoca a Guarda do Sol. Suas estrelas se juntam em sua mão direita, que segura a lança e estoca a onda como se fosse um Neteru.
As folhas da árvore se movem, todos são jogados para trás pelo impacto, com exceção de Lilati.
Mas o Ba Gua na sua mão, ela já não consegue mais usar. A força dela virou a de Mythro. O que tinha disponível acabou de ser usado por completo neste exato momento.
Ammit grita e mesmo com sua mão sangrando, ela não larga a lança. A guarda do sol some, mas com o escudo em seu braço, ela empurra com seu corpo gigante a onda a sua frente.
Lança e escudo na mão, a Grande Morte enfrentava a quarta onda sem temer! Minutos se passam, até que a violenta onda fosse acalmada, densas camadas de véus de energia caem e se fundem a árvore.
— Conseguimos, agora, a Placenta se apresentará. — Lilati flutua até perto da barriga da árvore.
Todos a acompanham e esperam ali por alguns segundos. Seus espectros tremem entre o ilusório, mais um pouco e suas existências seriam apagadas!
— Quanto tempo mais levará? — Hemera pergunta se virando para Lilati.
— Já era para ter saído, mas ao contrário disso... As luzes só ficaram mais forte e mais rápidas em seu movimentar. Deveria haver um raio branco, e então uma placenta como a visão dos cosmos deveria sair de lá. — A Frugalidade responde, com dúvidas ela mesma de sua narrativa.
— Que tipo de ser tem uma placenta Cósmica? — Érebo pergunta.
— Os maiores e mais relevantes. Na verdade, este é um porquê dos NOVAs serem geralmente mais fortes que os Arfozianos, quando se fala realmente de poder de combate. Os Arfozianos amadurecem mais rápido, mas com força “comum” dentro do nosso âmbito divino. Os NOVAs por sua vez, refinam sua Placenta ao máximo, para poder incumbir mais seres ao seu principado e reinado. Como disse antes, eles não são presos por suas culturas. Por exemplo vocês, Érebo nasceu de parte de mim, ele pode ser tudo a que aquela parte remete, mas se ele quiser estudar uma arte de outro quadrante, isso afetaria ele negativamente. Fora que jamais poderiam deixar de ser armamentos vivos. Vocês não podem quebrar isso, mesmo tendo nascido deuses. Por isso a Placenta de vocês foi divina, não uma portadora cósmica.
— “Portadora Cósmica”. Ela pode portar todo o cosmo, artes, magias, Animas Praesidiis... Ela não se prende a sua origem, ela supera a sua própria origem!
A luz na barriga da árvore finalmente se torna branca. Mas algo irreal acontece. A árvore da vida começa a secar, como se tivesse envelhecido centenas de anos. As folhas caem e viram pó no meio de seu descender.
Um som de palmas batendo soa. Os Três Tesouros são puxados até o rasgo na barriga da árvore e são engolidos pela luz branca. A Semente de Terceiro Véu também é puxada e some pela base da árvore.
Com isso, a árvore volta um pouco a seu corpo normal, e novas folhas nascem.
— O quê? — Caos vira para Lilati, mas ela desapareceu.
Todos ficam em dúvida. Eles sentem que a energia provida pelos três do lado de fora cessa.
— Eles provavelmente foram terminar a quarta onda, certo? — Éter comenta, olhando para todos.
— O que aconteceu com as três? A Semente também sumiu. — Estela diz tentando ver através da luz branca.
Um relincho soa no fundo, acompanhado de uma risada maníaca.
— Isso...
Caos flutua para ver através da Névoa Cósmica, que tinha acabado de se reformar. Ele vê silhuetas ao longe.
Os peixes sobem logo após, e encaram as silhuetas com o Patrono Grego. Mais risadas atravessam a distância, cada uma passa uma sensação diferente.
Uma risada maníaca, beirando uma loucura jamais vista por nenhum deles. Uma risada pesada, como se no fim de suas forças. Uma risada decadente, como se fosse a de um vilão prestes a cometer um crime. A última risada era como um anúncio, um anúncio fúnebre.
As silhuetas cada vez mais se tornavam visíveis, em certo momento é possível ver o que eram.
Quatro Cavaleiros montados em seus cavalos. Os cavalos tinham seus corpos atrelados a um carro de guerra grande, que tinha quatro homens em sua superfície.
Um homem tinha um machado e uma espada na mão, ele ria em direção aos céus, com seu corpo cheio de sangue. Outro se arrastava com feridas no corpo, e larvas consumindo sua pele. O terceiro tinha pele e ossos fundidos, como se jamais tivesse comido em sua vida, embora fosse adulto.
O último era simplesmente um ser morto, com pouca pele pelo corpo, e a pouca pele era rodeada de vermes. Ossos quebrados por um machado, e alguns ossos tinham cores diferentes, com certeza assolados por uma doença que tomou conta até da estrutura óssea.
Os peixes começam a tremer em meio ao ar. Até mesmo o Ba Gua que flutuava acima do rio treme.
— Pai!? — Érebo grita assustado.
— É o fim. O Diamante Escuro do Céu de Malik... Foi demais pensar que ele podia ser absorvido.
Uma silhueta no carro agora pode ser vista. Se apoiando na beirada do carro, um ser sem nariz ou olhos, apenas a boca pode ser vista.
Ele sorri e seus dentes serrilhados parecem trazer... o fim dos tempos.