Volume 1 – Arco 2
Capítulo 180: A luta de Ammit
— Não, como isso pode estar acontecendo? Os próprio Guerra-Viva só tem a “Guerra” implantada no começo, e através do cultivo da alma eles podem adquirir os outros. Como os, quatro e o próprio!? Como todos estão aqui?
Os peixes voltam para baixo, e eles começam a circular a Árvore da Vida. O Rio Cósmico e a Névoa se juntam e se tornam uma grande barreira ao redor da Árvore da Vida.
— Pai!? — Érebo e Nyx voam e ficam ao lado de Caos.
Ao verem os cinco chegando, eles ficam completamente confusos.
— O que é isso? Aquilo ali é a Guerra dos Rairnmos? Os outros três são...
— Guerra, peste, fome e morte, os cavaleiros do apocalipse!
Ammit que ainda se recuperava escuta as palavras de Caos, vendo o medo em seu olho, ela levanta se tornando cada vez mais ilusória.
Caos percebe uma força tremenda crescendo no corpo da Deusa e desce.
— Ammit!? O que você pretende fazer? Podemos nos juntar e tentar!
— Caos... Cuide do Mythro... Vocês todos...
— Vamos todos abrir caminho para o jovem Lorde! Todos nós, vamos sobreviver e mesmo se morrermos, morreremos juntos!
— Está tudo bem. Só um de nós precisa partir. Eu fui a que estive mais tempo com ele, nada mais justo. Meu poder também já é dele, não será afetado se meu ego morrer. Diferente de vocês.
— Ainda assim, é muito precipitado! — Érebo tenta ajudar seu pai a convencê-la, mas o olhar da gigante se torna ainda mais determinado.
— Chega! — Olhando para a luz branca na barriga da árvore, Ammit murmura uma última coisa antes de voar.
Um dos cavaleiros tem seu cavalo solto do Carro de Guerra. A própria guerra seria a primeira oponente de Ammit.
— Eu sou a Grande Morte! A Devoradora! A Comedora de Almas e quem dá fim a todo tipo de existência. Quem são vocês quatro perante a mim?
Ammit usa seus títulos e enfurece os quatro. Principalmente a Morte. Como ela ousa se chamar de Grande Morte na frente da própria Morte?
Guerra chega e suas mãos se transformam em espadas. Elas cortam o ar trazendo ondas de choque que reverberam até a Natureza do Primeiro Reino.
Com apenas seus punhos, e literalmente nua, Ammit soca quando vê aberturas. Seus socos estão trazendo rachaduras a armadura da Guerra. Sua força com certeza estava muito maior do que em momentos atrás, é porque ela estava queimando seu espectro em troca de poder.
Com um giro no ar, a Guerra tenta partir a cabeça de Ammit. Mas juntando suas estrelas no braço ela se defende. Ainda assim as espadas entram centímetros em sua carne espectral. Mas então, as luzes recuam para seu outro braço e um soco de fazer ondas de energia explodirem como um pedregulho caindo em um lago é feito no capacete de Guerra.
A cabeça sai voando, sem nem mesmo que a forma do ser atrás da armadura pudesse ser vista, ela se transforma em energia e voa até a Árvore da Vida.
Um pulsar soa da árvore, e a luz branca muda para preto.
— O que está acontecendo aí dentro?
O Ba Gua que estava apenas flutuando, entra na luz preta e some.
Após Guerra, a Peste ataca.
Ela cospe um líquido preto que ao alcançar a pele negra da deusa, corrói seu espectro ainda mais rápido. Um urro de dor e urgência sai dos lábios de Ammit. Mas sem recuar, ela se lança contra a Peste.
Dois socos acertam o peito da Peste. Que sai cambaleando, cuspindo ainda mais de seu veneno ácido.
As luzes no corpo de Ammit se juntam ainda mais, e mais começam a aparecer. O Espectro de Ammit estava evoluindo no meio da luta. Ela, que nunca pôde praticar suas magias enquanto viva, pois era tratada como a Cadela dos Deuses, estava agora lutando por ela e por algo que acreditava!
O ser com apenas boca ria vendo a carne espectral desaparecer. Para ele, a luta deste Ego era fútil.
Em cima do carro de guerra, ele prepara uma rajada de força. Mas então um grito sônico acompanhado com chamas o interrompe.
O ser deixa de rir por um segundo, mas então começa a rir ainda mais. Ele dá de ombros e assiste a luta com seus cotovelos apoiando na superfície do carro.
— Se ele tentar fazer algo, atirem de longe suas magias. Se ele atacar Ammit, mesmo que um ataque... — Caos diz para Éter, Hemera e as Sereias ao seu lado, seu olho tremendo de angústia.
— Pai, aquilo é o Apocalipse? — Érebo vê a face do ser, e se lembra de algo antigo, conhecimento antigo dos primórdios.
— Sim. Ele está respeitando a luta de Ammit. Aquela rajada era só para dificultar a luta, ele quer ver ela lutando mais desesperadamente, para sua diversão. Apocalipse... Ele é algo que apenas os deuses Guerra-Viva conseguiram extrair. Ele é a força final do sangue Guerra-Viva, quando eles libertam apocalipse, seus nomes também mudam... Apocalipses-Vivo! Aqueles que trazem o fim. — Suas próprias palavras lançam medo em seu coração, ele continua, embora quisesse se calar imediatamente — Então, a guerra, a peste, a fome e a morte que eles cultivaram, podem ser dadas como bençãos a terceiros. Assim, aqueles agraciados se tornam Cavaleiros do Apocalipse.
— A Sra Ammit, ela tem alguma chance? — Hemera pergunta, segurando uma chama em suas mãos.
Caos fecha o olho.
— Só uma. A de se explodir na frente dele. Em memória, tempo e espaço.
— Mas... Ela não sabe controlar as três estações.
— Sim. Ela não sabe.
— Então...
Hemera finalmente entende o que seu pai quer dizer.
— Ela vai simplesmente lutar e morrer ali, sem conseguir nada no final?
— Talvez isso dê mais tempo para a placenta. Com ela gerada, talvez Lilati saia e tenhamos uma outra chance de contra atacar. Essa é a quinta onda. Provavelmente a mais importante, e a que irá definir a evolução Hipernova de Mythro.
**
Peste soca com suas mãos podres Ammit. Ela puxa uma das mãos, trazendo o corpo do maldito à sua frente e soca com força seu peito, que é separado do resto do corpo.
Energia cósmica sai do corpo da peste e voa até a Árvore da Vida. Um novo pulsar acontece.
Apocalipse em cima do Carro de Guerra, distorce sua boca. Ele parece não gostar do que está sentindo. Ele diz algo, que somente seus cavaleiros podem entender, e a fome avança.
Fome tira seu capacete, e a face horrenda de um ser que já deveria morrer de desnutrição extrema pode ser vista. Um esqueleto com pele, uma pele que mais parecia papel prestes a virar pó era talvez um décimo da descrição da visão mal nutrida deste ser.
Ele abre sua boca, e faz o que parece ser um sorriso. Mas o sorriso dele trazia uma agonia de alfinetar almas, como se o diabo estivesse pedindo para você ter pena dele, e que desse sua própria carne para ele não morrer de fome.
A boca sem lábios, gengiva e com uma língua que parecia uma terra desolada faz um puxão de ar.
Da primeira vez, nada acontece. Mas então na segunda, Ammit começa a sentir seus olhos lhe traindo, e ela começa a ver três Fomes.
No terceiro puxão, ela cai de joelhos. Mas olhando para suas pernas ela percebe porque caiu.
— Onde estão... minhas... pernas?
Com o movimento para um quarto puxão se iniciando, antes que se complete, Ammit usa seus poderosos braços para lhe lançar para frente. Ela chega rapidamente na presença da Fome. Suas mãos pegam na boca esquelética e começam a abrir ela. Sons de ossos partindo começam a se fazer, até que a cabeça é partida ao meio pela boca.
Mais energia é liberada, e voa até a Árvore da Vida. Desta vez nenhuma mudança ocorre.
— É o último!
A morte desce do cavalo. Andando com passos lentos, ela se aproxima de Ammit. Ela tira seu capacete e joga no chão. Sua boca bate várias vezes, como se rindo dos esforços da Deusa.
Ele chuta Ammit quando chega suficientemente perto. Ammit bate no corpo de Peste, e vomita sangue espectral.
Morte começa a dar seus passos curtos, porém ágeis. Ele chega novamente perto dela, e bate seus dentes. Ele a levanta pelos cabelos e olha em seus olhos.
Nas suas órbitas, uma chama negra se mostra. A chama começa a se estender de seus olhos, e tenta alcançar os dela.
Mas então—
Ammit cospe no rosto da Morte. Um som ácido começa a borbulhar, e a morte toca em sua caveira, apenas para ter sua mão derretida pelo ácido.
— A peste tem gosto de bosta. — Na mão de Ammit, um pedaço de pele podre da Peste, com marcas de ter sido rasgado por dentes.
Segurando entre os dedos do seu pé. Ammit joga para cima parte do crânio da Fome morde e sem mastigar direito, engole, sem medo de rasgar sua garganta a ossada.
Ela dá um puxão, e rouba parte do espectro da Morte!
A morte guinchar e solta a mulher. A Grande Morte não para, e dá outro puxão. A armadura da Morte começa a se desfazer.
Ammit cospe novamente, e mais uma vez a caveira é inundada de ácido. Mais um puxão de ar é feito, e os ossos da Morte começam a desaparecer.
Como última tentativa, a Morte joga seu olhar maldito em Ammit, tentando consumir sua vida através do fogo negro que é lançado pelas suas órbitas.
Mas um novo puxão é feito, e a Morte deixa de ser. O espectro de Ammit deixa de ser tão fraco como antes, suas pernas até mesmo voltam.
Ela se levanta e encara Apocalipse. A energia da Morte sai de seu corpo e voa até a Árvore da Vida.
— Agora só falta você!
Apocalipse bate suas palmas, seu sorriso se abre, literalmente, até as orelhas. Ele pula e faz uma estrelinha no Carro de Guerra — E então ele para, e estala seus dedos.
Uma energia maior do que as das quatro ondas juntas sai de seu corpo. Parte dessa energia sai e envolve a todos os quatro cavaleiros, e os ressuscita.
As risadas começam novamente. Uma risada maníaca...