Volume 1 – Arco 2
Capítulo 200: Mythro Zumb’la chega ao Leste
Depois de 1 mês de viagem, Mythro finalmente chega ao Leste. A vida arbórea do Leste é mais intensa do que no oeste. As terras possuem mais energia vital, porém as áreas com maiores concentrações de energia cósmica são mais esparsas.
Essas áreas são tomadas por sectos e os arredores dos sectos possuem vilas.
Neste momento, o jovem Hipernova contorna pelo Leste Exterior. Sua chegada é mal vista por alguns, e até mesmo jovens mais corajosos tentam desafiá-lo em um duelo.
Mas com o simples vazar de sua aura de Sobreposição de Anima, todos os desafiantes recuam.
Mythro se surpreende com sua fama. Mas, claro, existia outro que andava com uma cobra enrolada na garganta por aí? Com uma máscara de diamante em formato de caveira de carneiro?
Mais uma coisa que o surpreende, é a própria fama de Mits. Seus adoradores iam dos mais jovens aos anciões.
Através deles, o jovem Hipernova também descobre que recentemente ela quebrou a barreira do Terceiro Reino.
“A menina Mits está bem. Mutima deve estar a ajudando.” — Gornn comenta.
— Isso não era proibido? — Mythro lança um pensamento em sua área Shen.
“As fadas não querem uma revolta. Pois se o núcleo desse planeta se estourar pelas pessoas daqui, segundo as regras da Constituição Divina, tudo que aqui vive, indiferente de estar preso ou não poderá ser livre. Elas querem evitar que seus inimigos saiam e se proliferem, criando uma insurreição liderada por Deuses. Deuses em outros planetas são muito reclusos, e mal tem discípulos. Mas uma família de centenas com a tutela de um Deus trabalhando cada minuto do dia para os tornar em máquinas de vingança... Isso é algo a se temer...”
— Mm. Por isso todos tem uma marca em suas almas, correto? Meus olhos que tudo veem conseguem ver agora um símbolo ilusório de uma balança.
“Seus olhos veem através da cultivação e da alma? Isso sim que é um presente e tanto. Essa marca é o que grita quando um ser deste lugar tem uma cultivação anormal ao dos outros. Se um ser deste lugar um dia tiver um Semblante Divino, uma fada no Taot Inmor provavelmente seria despachada como missão mirim para massacrar o clã inteiro desse ser.”
— Gornn, afinal, quão forte é uma fada comum?
“Elas não são tão fortes quanto você, mas na linhagem delas existe as runas de “Subjugador Divinal”. Lembra-se que te falei como uma linhagem específica nasce?”
— Sim. Em minhas memórias despertadas também há essa informação. O jeito mais comum e seguro de resultados ao se fazer isso é durante a Benção Própria. Por gerações, a família se comprometer em só se reproduzir depois que a Benção Própria for criada, mas ainda não efetivada. Assim partes das runas iam se misturando durante a criação de uma nova vida, que seria fundamentada com parte desses mistérios. Eventualmente isso seria um dom de sangue, não uma escolha particular.
“Exato. No seu sangue, no meu, e no de seres divinos e místicos existem runas únicas de nossa raça e espécie que nos deixa intimamente mais próximos do divino. Mas até mesmo seres divinos podem negar o divino em si e buscar outras formas de poder. A Benção Própria se trata muito mais de uma escolha única do ser, se bem fundamentada e pesquisada, pode se tornar a fundação de uma raça poderosa e exclusa dos céus.”
— Os Sui Generis são assim... Mas segundo sua explicação, existem outros que não precisam de itens Primordiais para se tornarem Sui Generis. Mas sim uma vontade profunda e extrema dedicação.
“Vontade... Vontade é a base da criação. As famílias que mostraram esse grande comprometimento são chamadas de Celestes. Tão fortes como seres místicos ou até mesmo divinos. Para se iniciar um clã assim, é primeiro preciso que um casal reconhecido ou punido pelos céus nasça.”
— Terei que esperar muito para ter um bebê. As acumulações para repetir um processo igual a de minha nascença são Eônicos...
“Sim. Para estabilizar sua alma que demandava grande cosmicidade foram necessários 12 Zodicianos. O chamado cósmico de dois Imperadores Rairashi'rar, e grande sorte... Pelos céus, um dia desses me passou pela cabeça se você não deveria ter uma dualidade existente também. Já pensou?”
O trotar de Suife sai do ritmo, uma aura estranha emana de Mythro.
Dúvida.
— Eu? Um irmão gêmeo?
“Não se preocupe com isso garoto. É muito improvável. Veja Caos, por exemplo, ele não sente mais a existência de seu gêmeo por que ele cortou laços forçadamente com ele, o que sangrou sua própria cosmicidade. Isso não é algo que possa ser escondido ou esquecido.”
“De fato. Quando meu gêmeo me deixou... Foi como ser rasgado ao meio. Ainda sinto a ferida, mesmo que Mer tenha se tornado minha nova dualidade.” — Caos comenta.
— Mm.
Com sua aura voltando ao normal, Suife continua seu caminho.
Mesmo na velocidade de Suife com a cultivação no Terceiro Reino, chegar ao Leste Interior seria uma jornada de mais 10 dias.
**
Dentro de uma Floresta de Bambus, no Leste Interior.
— Ficou sabendo?
— As notícias sempre chegam rápido. Afinal, somos do clã Anfitrião.
Uma garota próxima a idade adulta, conversa com um garoto de talvez idade parecida. Seu olhar é furioso, até maníaco.
— Se ele quiser te levar vai ter que se ver com a Donzela de Ferro inteira!
— Tem certeza? Eu acho que com exceção dos Reis, o resto vai tudo virar pasta de carne moída.
— Não esqueça o favor que lhe foi mostrado!
— Já está pago. Eu lhes dei fama, dinheiro e até mesmo o caminho para a Astralidade. Vocês salvam refugiados por menos.
— Mas você veio do Abismo, não ter te matado já nos torna seus donos!
— Ah, moleque, cala a boca!
A garota se vira para o garoto, e um Semblante Espiritual aparece, ornando em si meridianos brilhantes.
Eles cintilam, e com um soco, ela faz uma cratera ao seu redor.
O garoto se assusta, ele invoca um portão de 3 metros e um escudo para ficarem na sua frente. Mas eles são rasgados como papel pela força inimaginável deste soco.
De repente, uma mulher aparece em sua frente e dissipa a força, dando um soco com seu punho revestido de ferro.
O ferro se recolhe, e a bela palma da mulher se mostra. Um pequeno corte há no dedo indicador, que deixa uma pequena linha de sangue.
— Sua força física sempre espanta, Mits.
— Seu filho tem passado demais dos limites. Eu não cultivo suas artes marciais, e o pouco que cultivei de suas artes alquímicas me torna a cadela de vocês? Mesmo se fosse, minha liberdade já está comprada, então pode falar pra ele cortar o próprio pau e enfiar na garganta porque eu não vou ficar aqui, e não vou me tornar a porra da esposa dele!
— Ah, se o Leste soubesse de como você é bocuda. Lars, por favor, saia. Nem aqui você deveria estar.
— Mas, mãe ela é nos—
— Ela nunca foi. E mesmo se fosse, como ela disse, ela já pagou vezes mais por sua liberdade.
— Fosse assim era melhor ela ter morrido para os Komodos junto com a família dela anos atrás!
— Já chega, basta!
A mulher estapeia seu filho, o lançando para longe.
— Você prefere bater em seu próprio filho do que proteger algo nosso?
Um homem descendo dos céus, ele se ajoelha perto de Lars e o levanta.
— Eu sou a Matriarca deste clã, seja você, ou Lars, devem me obedecer.
— Nós entendemos bem isso, esposa, um bom cão não morde a mão quem o alimenta.
O homem toma voo com seu filho nos braços e some na distância.
— Deixar você ir com este “marido” seu está cada vez mais difícil. A pressão vindo dos Alto Anciões já está quase sobrepujando minha autoridade. O descontentamento é do Leste inteiro, não somente do meu filho que quer te foder.
— Creio que o Leste também não sabe como a Sra deles é bocuda.
Mits e a Matriarca do secto Donzela de Ferro riem. Mas então uma expressão complicada se esboça no rosto da Matriarca.
— Luma, no primeiro dia que eu pisei aqui eu já disse que estava noiva de alguém. Vocês todos concordaram. Agora que eu me tornei uma espécie de tesouro, todos querem fazer com que eu fique aqui.
— Como poderíamos saber de seu talento? De seus dons? Pelos antigos reis, você me feriu tendo apenas há um mês cruzado para o Terceiro Reino. Com seu talento, Mits, levar a Donzela de Ferro a supremacia do Óctogono não seria difícil.
— Seria sim, Nahmr está no norte. Se eu não me juntar com o Mythro e recuperarmos a liberdade dela, pode dizer adeus a sua guerra igualitária, sua posição de Matriarca e se acostumar a ser brinquedo sexual de aristocratas do Norte e Sul.
Luma fica quieta. Na cabeça dela, um ser mais talentoso que Mits é elusivo e intangível.
— É bom que seu noivo seja tudo isso que ouvi falar dele. Enquanto ele trota para cá, nossos anciões se preparam para entrar em guerra com ele.
Mits olha para um lado mais profundo da Floresta de Bambus. Seu olhar retorna a Luma, e abrindo sua boca, palavras definitivas saem:
— Melhor vocês se prepararem bem, pois este pode ser o Apocalipse de seu clã.