Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Heaven


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 201: Vocês querem mesmo fazer isso?

Os dias passam rapidamente. Logo, os muros da Donzela de Ferro podem ser vistos.

— Você no cavalo, de máscara. Precisamos revistá-lo.

Alguns guardas rodeiam Mythro, dezenas de metros de distância de seus postos.

— Nem nos muros eu cheguei, vocês nem sabem se eu quero ou não entrar. Como podem precisar me revistar?

Os guardas mostram faces raivosas a serem confrontados. “Como ele ousa!?”

— Precisamos saber suas intenções.

— Aqui está ela.

Mythro infunde energia cósmica em um documento, e o passa para o guarda. O Guarda lê o documento e tenta “sem querer” o rasgar.

— Isso... É um documento feito de borracha... Ele não...

Embaraçado, ele tenta inventar uma desculpa. Esses guardas não querem de jeito nenhum deixar que o Jovem Hipernova adentre o Secto!

O documento que lhes foi passado era a permissão para se ter um Secto, ou seja, era o documento oficial que um patriarca carrega que atesta que ele é dono da terra x no local x.

Este documento também tinha a assinatura do Patriarca da Lua! Qualquer um com um documento desses poderia ir até o alto escalão da Donzela de Ferro desimpedido.

— Parece que vocês não querem deixar eu entrar. Mas isso vai contra o tratado Oeste-Leste. Isso pode resultar em uma reformulação do tratado, e o translado entre nossos pontos cardeais pode ser afetado. Como por exemplo se uma invasão acontecer no Leste, e vocês nem tiveram a chance de nos comunicar e terem vilas, sectos e clãs dizimados pela ausência de reforços. Tudo porque um guarda pau-mandado não deixou um patriarca pisar em seu clã anfitrião.

Os guardas ficam ainda mais enraivecidos, mas não sabem responder a altura.

— Sua língua é bem afiada garoto. Mas tenho certeza que o clã Anfitrião do Oeste não iria mudar alguma cláusula por um único garoto metido a besta.

Um homem desce dos céus. Vendo através de sua cultivação, Mythro determina que ele deve ser um Alto Ancião.

O homem só tem uma Coroa Hereditária, e das mais fracas. O minério do qual sua Coroa é incrustada é uma gema suja que só amplifica poderes de atributo metálico.

— Sério? Pois vocês estão, por uma única garota.

O Alto Ancião fica quieto por alguns segundos. Formulando suas próximas frases para evitar com que Mythro entre.

Mas sem esperar, o jovem Hipernova continua:

— Parece que vou ter que falar com sua Matriarca.

— Eu sou um Alto Ancião da Donzela de Ferro, somente o que não puder ser decidido por mim deverá chegar aos ouvidos de nossa Mestra. Ainda não chegou a isso.

— Mas claro que chegou, parece que vocês estão decididos em manter minha noiva com vocês. Isso é uma afronta e uma humilhação capaz de iniciar uma guerra, da qual eu por ser um patriarca do oeste, posso iniciar.

— Seu Secto recém-nascido vai iniciar uma guerra contra nós? Quantos virão para nos extinguir? 200 Anciões e 20 Reis?

— Quem precisa de tudo isso para acabar com vocês? Será só nos cinco.

— Vocês cinco?

O Alto Ancião procura por outros na região, mas então se liga que Mythro estava falando dos animais.

— Meu secto dizimado por um moleque, uma cobra, um cavalo, uma águia e um Tigre sem Pelo!? Você tá brincando fedelho!?

— Não é Tigre sem Pelo, é uma Sphynx. Corrija isso, para não ficar errado quando forem escrever isso nos anais da história. Núbia iria odiar. Quer que eu soletre para você? S-P-H-Y-N-X. SPHYNX.

O homem arregala os olhos. Sua pele começa a se tornar metálica. Os guardas se colocam em posição de luta.

— Seu maldito! Nós vamos mostrar que ninguém do Oeste pode vir tomar as coisas do Leste, mesmo se estivermos em uma aliança forçada!

— Forçada? Se quiserem, podem se retirar da aliança. Não irá demorar muito até que meu Secto possa cobrir seu ponto cardeal.

— Ultraje!

O Alto Ancião não consegue mais se controlar, e levantando sua mão, ele soca o ar. Uma onda de energia cósmica e ar pressurizado ataca. Isso poderia matar um ancião fraco!

Do alto, Yrvik mergulha, suas asas adentram a onda de ar e energia e mudam a direção do ataque para os guardas.

Com um novo bater de asas, ele toma os céus novamente, como se nada tivesse acontecido.

Sangue e carne fatiada se estira por metros de distância no chão. Sujando até mesmo pessoas que faziam seu caminho para a Donzela de Ferro.

— Aquele é o Alto Ancião Dézinho. Ele está lutando contra Mythro do Oeste!

— Que águia veloz, e ainda mudou a direção do ataque. Será que este é mais um dos demônios que acompanha A Serpente do Abismo?

— Fiquem quietos. Com suas cultivações frescas de segundo reino se eles atacarem errado vocês morrem!

O Alto Ancião Dézinho fica perplexo por alguns instantes. Embora não tivesse sido um ataque com toda força, ainda assim não foi algo que alguém na Sobreposição de Anima pudesse lidar tão facilmente e ainda redirecionar. O pior de tudo: Nem foi Mythro que desviou a habilidade, e sim um de suas mascotes.

— Você os matou!

— Você os matou. Eu só me defendi.

A aura de Dézinho sobe, seu corpo começa a ficar completamente metálico.

— Quem ousa derramar sangue nos muros do meu Secto Anfitrião?

Outros Anciões e Alto Anciões chegam. São 8 Anciões e 2 Reis.

— Se não é a cria maligna do Abismo!

— Finalmente chegou aos nossos muros!

Mythro injeta energia em sua voz, e mesmo falando calmamente, todos na região de 500 metros podem o ouvir claramente.

— Nem em seus muros estou, vocês começaram a me atacar no meio do caminho.

Dézinho injeta energia em sua voz, porém ainda assim gritando, ele rebate.

— Mentiras! Eu que tirei você de nossos muros!

Infelizmente isso não tem muito efeito. Desde que os guardas saíram de seus postos para parar alguém na distância, o fluxo de pessoas parou nos muros pois não tinham como entrar sem supervisão de algum oficial. Regras de que todos estavam cientes no Leste.

Nos muros, Bestas começam a ser armadas. Arqueiros se preparam, e o som de vento sendo rasgado pode ser ouvido.

Mais anciões estavam chegando.

Mythro retira a máscara. Por um momento, todos vacilam em suas posturas. Com certeza muitos dos homens na região não tinham atração homoafetiva, mas o garoto na frente deles despertava admiração e inveja profunda neles.

As unhas do jovem Hipernova hoje estavam douradas. Foi por ele percebido que quando há mais energia Yin na região, as unhas ficam azuis, e quando há mais energia yang, douradas.

Virando a face da máscara para si mesmo, Mythro se pergunta em voz alta.

— Vim de tão longe, buscar alguém que me é caro. O destino nos separou de maneira grande, mas nossas almas ainda estão atadas. A minha alma está nas mãos dela. Ainda assim há aqueles que querem me separar dela, e de uma parte de mim mesmo.

Colocando a máscara novamente, Mythro olha para o Alto Ancião a sua frente.

— Me diga, se sua mulher fosse presa em um secto como um objeto, você não iria a resgatar?

Usando o Comando de Cima, o jovem Hipernova força o homem a lhe responder.

— Claro que iria!

Os outros Alto Anciões não entendem porque Dézinho responde, e começam a bombardear ele de mensagens cósmicas.

— Me diga, se recusassem sua entrada a um lugar de acesso ao público em geral, sem você ter cometido crime, você não iria se irar e até mesmo, lutar contra a injustiça que estavam cometendo contra você?

— Claro que iria!

— Me diga, como um ser orgulhoso que não permite ser pisado pelos outros, você ficaria parado enquanto tentam sujar seu nome?

— Nunca!

— Dézinho, chega recue para os muros agora! — Um Alto Ancião pousa ao lado de Dézinho e o sacode.

Dézinho balança a cabeça forte, e seus olhos ficam espantados ao olhar para Mythro.

— Demônio, feiticeiro!

Um garoto chega voando ao lado de um homem e uma mulher. Esta mulher usa botas de ferro, manoplas de ferro e um peitoral que protege o coração. Uma espada longa e fina presa ao lado esquerdo de sua cintura.

— Mythro Zumb’la. Derramar sangue no Leste é um crime, que vai contra o Tratado Oeste-Leste. Você será julgado por isso.

— Ele é um criminoso Matriarca, pode o prender sem interrogações, todos aqui podem testemunhar os crimes deste fedelho.

O Alto Ancião libera sua aura, e faz com que todos na região acenem.

— Mãe, ouça o nosso povo. Ele é um criminoso, não merece nem ser ouvido! — O garoto grita, sua voz trazia mais êxtase do que clamor por justiça.

— Luma Ferrer... Este é seu filho? Lars Ferrer? Ao lado dele deve ser Maro Ferrer?

Maro da passos no ar, olhando friamente para Mythro, ele responde:

— Você não é bem vindo aqui. Além disso, matou bons homens do Leste, você vai deixar sua vida para trás por essa ofensa. Jamais devia ter saído do Oeste!

Mais Anciões e Reis chegam na região. Alguns não são nem da Donzela de Ferro, mas querem se mostrar bons patriotas, talvez ganhar uma vantagem ou outra.

Mythro começa a vazar sua aura. As armaduras de Grásio, Núbia, Suife e até a armadura de Yrvik que foi feita durante o caminho para o Leste Interior já começam a ser ornadas.

Na pele do Jovem Hipernova, tudo começa a se mover, as enguias soltam sibilos arrepiantes, as adagas começam a refletir a luz do sol, como se estivem prestes a ser ornadas.

Fumaça branca começa a sair da perna esquerda de Mythro, e pela calça dá para ver raios dourados.

Nas suas mãos, marcas começam a liberar uma sensação sufocante na cultivação de todos ao redor.

Em seu peito, um pilar dourado começa a emanar energia, e um arco negro começa a emitir um estrondo.

Os céus começam a escurecer, e das tranças no cabelo de Mythro, três pequenos totens de Sereias começam a crescer e a circundar a área acima dele.

Mer que estava na região do diafragma, começa a abrir sua boca, e mostra que em vez de uma pérola, há um olho.

Um olho com pernas e braços. E sua silhueta parecia com o sol.

— Me diga... Vocês querem mesmo fazer isso?



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