Volume 1 – Arco 2
Capítulo 202: Porque não se luta contra Mythro(1)
— Você acha que é um exército de um homem? — Maro grita, balançando sua mão no ar com raiva.
— Eu sou. Mas este não é o caso. Se fosse só eu, talvez eu não tivesse chances, mas tem os outros também...
A calma de Mythro só faz com que os outros comecem a odiar ele ainda mais. As tatuagens brilhando em baixo de sua camisa os assustam, pois não sabem o que esperar dessas artes. Mesmo assim, eles não recuam.
— Já chega, ataquem!
Maro ordena. Embora ele não pudesse ter ordenado nada, com a Matriarca na região, ele não tinha voz.
Mas Luma fica quieta, e espera o desenvolver das coisas.
— Eu, Alto Ancião do secto do Leste do Meio, Bolha Roxa, trarei honra as tradições sagradas do Leste e trarei a cabeça desse garoto ao nosso anfitrião.
Mythro invoca a lança protetora de Mer. A enguia desliza como uma tatuagem de seu corpo e quando chega ao fim dos dedos se materializa real, assustando a todos.
Quando a enguia se transforma em uma lança dupla, os assusta novamente.
O Alto Ancião para por um momento, e se vira para Maro.
— Lorde, se eu matar este garoto, me honraria com esta Lança?
Maro fica pensativo por alguns segundos. Até mesmo ele cobiçou essa lança, mas vendo suas ondas de Terceiro Reino, ele desiste da arma e acena consentindo.
— Morra, fedelho!
O Alto Ancião da Bolha Roxa invoca uma agulha estranha. Ela possuía um anel de 10 cm de diâmetro.
Ele balança a agulha diversas vezes no ar, soltando dezenas de bolhas de diversas cores.
Mythro suspira. Ele brande a Lança e usa sua magia.
— Era: Ponto Incandescente.
Um raio mortal de luz dourada sai da ponta, o Alto Ancião não entende a sua mortalidade e demora para invocar defesas. Suas bolhas estouram e o raio de luz rasga seu peito.
Os olhos de Lars quase pulam para fora. Sua pálpebra esquerda começa a espasmar.
Serpentes de energia pulam para fora do corpo de Mythro e ornam um vaso. Correntes com ganchos saem da armadura de Suife e prendem o Alto Ancião, o arrastando para perto.
— Me solte, eu sou um Alto Ancião do Lest—
— Foda-se.
Mythro penetra a cabeça do Rei do Leste com a ponta da lança. Levantando o cadáver, ele enfia sua mão na área Jing do homem e toma sua cultivação usando os poderes místicos de Érebo.
Uma serpente de energia traz uma espada sem canais feitos à tona. Mythro coloca o dantian do homem na espada e mudanças extremas começam a ocorrer na espada.
Em poucos segundos, uma arma de Primeira Terra nasce.
— Quem é o próximo?
Desta vez a reação é mais extrema. Luma tinha cruzado os braços para observar o duelo entre os dois.
Mas quando o Alto Ancião morreu que nem um porco, tudo mudou.
— Entrem em formação.
Luma faz todos subirem a guarda e a conectarem suas energias em uma formação que aumentaria vezes mais a força de ataque.
— Maldito! Meu irmão!
Um Ancião que acaba de chegar grita, vendo o corpo de seu irmão, que é espetado como churrasco.
Ele desce do ar sem ouvir nenhum dos gritos que tentavam impedi-lo. Grásio alonga sua cauda, e antes mesmo do ancião chegar a 10 metros deles, a cauda da Serpente Jade Negra Celeste estala, e abre um buraco no peito do homem.
Ele cai ao chão como um saco de areia. Sua energia vaza, e é coletada pelo vaso.
Claro, isso acontece invisivelmente.
— Ataquem, vinguem nossos irmãos do Leste!
10 Anciões e 1 Rei se lançam contra o grupo de Mythro. Porém, com um manejar de sua espada recém-feita, um corte de energia e Qi de espada rasga pelo céu.
Os 10 anciões são basicamente desintegrados, e o rei luta por alguns segundos contra o corte de energia até que ele também perece, partido ao meio.
A arma se desintegra. Caindo de sua mão como pó.
— Aquilo é uma arte de artesanato do norte? A que custa a vida dos outros?
Um Alto Ancião comenta entre os seus.
— Não, no norte eles usam o sangue e a anima do cultivador ainda vivo. Ele o matou antes, e só capturou a energia de seu dantian ou algo assim.
— Mas então o que foi aquilo?
— Não sei, mas Mits também não faz alquimia como a gente. Talvez eles tenham encontrado heranças raras de alquimia e artesanato no Abismo, e então durante a separação deles, cada um ficou com um dos tomos e agora são mestres em seus ofícios.
— Uou, eu nunca teria pensado algo assim.
— Alto Ancião deve estar certo. Sendo assim, não poderíamos roubar agora os tomos deles e ter essas técnicas para nós mesmos?
— Impossível, na verdade isso foi uma teoria pensada pelos nossos anciões há muito tempo, mas nunca achamos tomo nenhum. E todos da família dela foram completamente investigados. Seja o que for, só existe na cabeça deles.
Os comentários continuam aumentando.
— 2 Reis e 11 Anciões mortos. Isso não é o suficiente para se formar um clã do Leste do Meio?
Mythro alfineta algo que machuca a cabeça dos demais. Na guerra, perder números como esses não era tão raro.
Mas perder a fundação de um clã inteiro para uma única pessoa...
— Seu monstro, esse poder foi construído em cima da vida de quantas pessoas!?
Maro tenta incitar ainda mais ódio contra Mythro.
— Quer dizer que você nunca matou ninguém? Até onde eu sei, você matou seu próprio irmão competindo pela mão de Luma, não foi?
— Isso é uma tradição sagrada no lest—
— Matar quem tenta sequestrar garotas também é uma tradição sagrada no oeste.
Maro fecha os punhos de raiva. Vendo que numa batalha de línguas ele não tinha vantagem, ele simplesmente aponta seu dedo na direção do jovem Hipernova e seus subordinados se atiram contra ele.
— Suas mortes nem serão lamentáveis. Pois vocês morrerão hoje pela vaidade de um cão.
Os olhos de Mythro começam a rugir fogo e raios negros
— Matem esse garoto!
As Sereias sobem ao céu, no meio das nuvens negras que já se acumulavam.
Uma sensação pesada descende dos céus. Como se as nuvens estivessem chorando a decisão insensata que se exibia.
Em meio às nuvens, silhuetas podem ser vistas nadando. Elas começam a entoar sílabas e notas arcaicas e fúnebres.
A armadura de Mythro é completamente ornada. Ele desce de Suife e mudanças ocorrem.
Em vez do dourado de Mer, um alaranjado metálico aparece.
A armadura fica mais íntima ao corpo e Mythro. É possível ver contorno de seus músculos nos braços.
As pontas em formato de raio de sol no escudo começam a se soltar, e voam, se encaixando na coluna e nos ombros.
Nos braços, uma nova transformação ocorre. Som de ferro batendo contra ferro vibra, e dois novos braços se desprendem dos braços originais.
Hemera e Nyx se desprendem da pele de Mythro e passando pela armadura ainda como tatuagens, elas tomam suas formas de adaga.
Os braços de Caos, pegam as adagas. Os braços de Mythro seguram a lança dupla.
No braço direito, o escudo reflete a luz do sol, impassível, impartível.
Doze anciãos em formação atacam. São todos do Secto Donzela de Ferro, e devido a isso sua sinergia aumenta exponencialmente.
Seus corpos, revestidos em ferro, tomam um efeito único com suas armas. Eles engolem três pílulas cada, e é possível ver através dos olhos do jovem Hipernova que suas cultivações crescem mais fortes.
— Vocês ainda têm esse luxo? Três pílulas de explosão de potencial? Quando o efeito passar suas cultivações irão até mesmo cair.
— Para matar você, não seguraremos nossos métodos!
Um sorriso amaldiçoado se esboça no rosto de Mythro. Ele abre portas dentro de si mesmo, e seus quatro cavaleiros respondem.
As energias de Grásio, Suife, Núbia e Yrvik sobem exponencialmente. Eles soltam gritos no ar, fazendo os véus tremerem.
Fogo negro vaza das narinas de Suife, ele começa a correr em direção aos anciãos e usa sua magia Equina.
Diversos outros cavalos parecidos com Suife aparecem, e eles assolam a terra. O trotar da cavalaria alterna com os relâmpagos que vazam de seus corpos.
Núbia se torna esguia, sua velocidade sobe ainda mais e deixando imagens fantasmas para trás, ela pula em objetos ao redor e pula, ficando suas garras e dentes em um dos doze anciãos.
O homem tenta cortá-la, mas seu corpo fica esquelético, e então suas garras se alongam e colhem a cabeça do ancião.
Yrvik invoca seu Semblante Espiritual, que era negro como Jade Negra. Isto era um Presente dos Céus que não somente ele deveria ter, mas todos os acompanhantes de Weh.
Mas como apenas Yrvik ascendeu sem ter runas de camuflagem, os outros acabaram sendo ignorados.
Seu Semblante e ele voam como uma imagem espelhada, eles cruzam a distância rapidamente e como lâminas, fatiam três anciãos.
O ataque de Suife finalmente os alcança, e 4 anciãos são jogados ao longe, cuspindo sangue.
Grásio alonga seu corpo sem torná-lo mais grosso, a ponta de sua cauda passa pelos três como um chicote e absorve suas energias.
Aura Primal Mortal explode no corpo de Grásio, desta vez seu corpo cresce. Seu corpo começa a se envolver em fogo negro, relâmpagos negros trovejam ao redor de um chifre recém exposto.
Mythro dá três pulos no ar e acaba com o resto dos anciãos. Rasgando seus corpos em pedaços e perfurando seus corações.
Raios começam a serem carregados no céu, e sangue começa a se mover na terra como se alguém começasse a sussurrar seus nomes.
No peitoral da armadura, um olho se abre. Atiçando o medo e a covardia no coração de todos.
Armando a lança, um Ponto Incandescente é atirado na direção de Maro. Ele invoca uma boneca de ferro e a lança contra a magia.
A boneca não é destruída por completo, mas volta sem um braço e meia perna para o lado do marido da Matriaca.
— Ouvi dizer que vocês podem se fundir com estas bonecas. Porque não me mostra?
Maro invoca uma outra boneca, e joga a outra dentro de seu saco preto. A boneca e o homem começam a brilhar juntos e começam a se integrar...