Volume 3

Capítulo 103: Queda da Cidade de Prata (3)

Quando Stanis pisou pela primeira vez na Cidade de Prata após a morte de seu pai, o sentimento de vingança o fez respirar mais aliviado, como se aquele ato de invasão e destruição fosse trazer descanso à alma do antigo rei de aço.

Junto com ele estavam o Cavaleiro de Prata, um antigo aliado dos quatro reinos do oeste e uma das mentes mais brilhantes quando se tratava de estratégia militar em todo aquele mundo. Também havia o General Nogueira, um homem de outro mundo, assim como os heróis de tempos atrás, este era uma pessoa de poucas palavras, mas de muito conhecimento.

Stanis estava triste com a partida repentina de Jaiane e Raniely, mas ao mesmo tempo sabia que as duas garotas, devido aos seus temperamentos dóceis e pacifistas, ficariam no caminho entre ele e a sua vingança sobre o Reino de Prata.

Ter o Cavaleiro de Prata e o General do outro mundo ao seu lado compensava e muito a perda de duas das três heroínas de outrora, se bem que Amanda nunca foi a mais útil entre os 32 heróis, e as outras duas sempre atuaram em suporte e defesas.

Como ele queria que alguém forte tivesse sido designado para o Reino de Aço, e tinham tantos. Leonardo, Wagner, Raíra, Aline, Bruno, Fabiane… Stanis lembrou os nomes daqueles que mais o impressionaram com feitos em campo de batalha, principalmente Raíra e Aline, as que detinham os poderes de “terra” e “transmutação” respectivamente.

Também tinha uma pessoa que ele só conhecia por nome, mas que tinha tudo para ser a heroína perfeita para o Reino de Aço, era Valquíria. A heroína que tinha o poder de controlar metais era uma das mais temidas, uma vez que espadas, escudos, armduras e tudo mais que fosse de metal se tornava uma arma a ser usada contra seu portador assim que este entrasse em seu campo de visão.

Aí estava alguém digna de ser chamada de “heroína de aço”. Só de lembrar das histórias de como ela marchou à frente do exército da União Maior do Oeste, massacrando as cidades do Leste, Stanis não conseguir evitar de sorrir. Uma pena que a história dela ficou manchada após aquela derrota questionável do trio, Valquíria, Wagner e Jonas, para o tal Deco do Leste, e seu grupo de escravos fugitivos.

Stanis proferiu alguns xingamentos mentais, mas estes foram interrompidos pela chegada de um grupo de soldados mensageiros com atualizações da invasão.

— Senhor, um grupo de sobreviventes está tentando fugir! — Um dos soldados alertou — Parecem estar sendo guiados por dois jovens encapuzados.

— Avise aos artilheiros que devem aniquilar todo o grupo em um único tiro, é importante economizar munição. — Ordenou o Cavaleiro de Prata.

— Sim senhor.

Quando o soldado saiu, Stanis já até havia esquecido o que estava pensando antes. Mas não havia problemas, eles estavam chegando aos portões do castelo, então os três pararam e admiraram aquela obra de arte que era o maior entre os palácios dos reinos. È claro que havia que considerasse que a Montanha Solitária, no Leste, era um palácio também, mas comparar aquele amontoado de pedras com um palácio luxuoso como esse era um crime.

Após alguns segundos de contemplação eles resolveram adentrar, a esse ponto os soldados já deveria ter garantido a paz lá dentro. Mas novamente foram interrompidos pela chegada de mensageiros.

— Aaaah… Senhor. — Era o soldado de antes — Os observadores disseram que a bala de canhão passou pelo grupo e entrou no chão sem causar dano algum.

— Isso é impossível! — Resmungou o general.

— Na verdade eu já sei do que se trata. — Disse o cavaleiro de Prata — É uma magia de ilusão, alguém deve estar fingindo que um grupo está escapando por um lado enquanto tentam escapar por outro, a magia desse tipo não é afetada por ataques físicos.

— Ou então a pessoa guiando os fugitivos é a Jaiane. — O Rei Stanis disse — Isso explicaria…

— Não. — O Cavaleiro de Prata interrompeu a fala de Stanis — Se fosse ela, a bala teria atravessado as pessoas mas teria causado uma explosão no impacto, e se entendi direito, o mensageiro disse que a bala entrou no chão se causar dano.

— Exatamente, senhor. — O soldado confirmou.

— Ou seja… — O Cavaleiro de Prata continuou — Houve sim dano, mas este foi encoberto por uma ilusão gerada por magia.

— Então o que devemos fazer? — O soldado perguntou.

— Achem quem está fazendo isso e o matem, ele servirá de exemplo aos demais.

Enquanto o Cavaleiro de Prata resolvia a questão da ilusão, Stanis ficou observando os jardins do castelo, normalmente ele achava isso uma bobagem, mas agora ele conseguia perceber que ter um jardim tão grande e florido em frente ao palécio real era mais uma forma de demonstrar poder.

Somente um rei capaz de garantir a paz e a ordem poderia manter uma jardim como aquele, e Stanis só percebeu o quando isso poderia ser importante depois que algumas dezenas de seus soldados haviam passado pela grama e destruído parte da plantas. Obviamente isso não aconteceria em tempos de paz.

A primeira ordem de Stania ao voltar aos seu palácio seria de mandar derrubar os muros e construir um belíssimo jardim, para que seus cidadão pudessem se magnificar com o seu poder e glória.

Olhando para outro lado, ele viu o general urinar sobre algumas flores. Isso fez stanis pensar em leis para punir qualquer um que atentasse contra seu jardim. E mais uma vez seu penamento foi atrapalhado pela chgado do mensageiro, isso estava virando rotina.

— Ah… Senhor. — Era o mesmo soldado de antes — Não encontramos o tal ilusionista, mas achamos um buraco no muro da cidade e avistamos muitas pessoas fugindo a partir dele.

— Deixe elas, não são um risco.

— Houve relatos de que duas garotas encapuzadas abriram o buraco com magia e levaram as pessoas para fora.

— Huuum. — O Cavaleiro de Prata olhou ao longe — Talvez fossem mesmo aquelas duas…

Após alguns segundo de siêncio ele observou que todos o encaravam.

— O que foi? — Ele deu de ombros — Eu também erro as vezes… Por incrível que pareça…

Quando entraram no castelo, os soldados e suas armas de fogo já haviam garantido a rendição de todos lá dentro. Os três foram diretamante para o salão principal onde trono de prata ficava.

Sobre o trono havia apenas a coroa prateada que deveria ser usada pelo governante maior daquele reino, e pela primeiro vez em toda a história não havia alguém a usando.

Stanis apressou o passo, mas havia algo em torno do trono, uma espécie de cubo transparente cercava o assento real, e letras flutuantes pareciam dançar nas paredes do cubo. A coloração amarelada era o que tornava-o percptível, se fosse transparente ficaria totalmente invisível.

Stanis tocou a barreira, mas nada aconteceu. Ele fez mais um pouco de força, e nenhum reação ocorreu. Mesmo atacando co uma espada, a barreira se manteve inabalável.

— O que é essa coisa amarela ao redor do trono? — O general perguntou.

— Uma barreira de proteção. — Disse o Cavaleiro.

—Isso é magia então? — O general coçou o queixo — Quem faria uma coisa dessa?

— Isso é obra de Jonas, não tenho dúvidas. — O Cavaleiro de Prata disse calmamente.

— Então podemos apenas quebrar? — Stanis sugeriu.

— Não, isso é impossível.

— Uma barreira inquebrável? — Stanis perguntou passando a mão sobre as letras que pareciam dançar em pleno ar.

— Uma barreira condicional. — Corrigiu o Cavaleiro de Prata — Muito problemática, mas não inquebrável. Tudo que precisamos é cumprir a condição estabelecida.

— Ou algumas bananas de dinamite. — Comentou o General Nogueira.

— Mas aí a barreira desapareceria junto com o trono e a coroa, e perderíamos todo o nosso trabalho até aqui.

— Podemos fazer outro trono, e até uma coroa mais bonita.

— Não seria a mesma coisa, esses dois objetos são ditos presentes dos deuses para os primeiros reis desse continente, o símbolo máximo de poder. Acha que seria fácil organizar tudo com o povo revoltado por termos destruído símbolos tão importantes?

O general apenas deu de ombros. Ele somente queria fazer as coisas da forma mais prática.

— Soldado 011, trás lá umas bananas de dinamite. Vamos mostrar pra esses medievais como é que resolvemos problemas com barreiras mágicas.



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