Arena Coreana

Tradução: Filipe

Revisão: Luz


Volume 2

Capítulo 57: Yoo Min-jeong (2)

Bibimbap, daikon ralado e panquecas de carne moída. Min-jeong espalhou na mesa todas as coisas que havia cozinhado.

— Ai meu Deus, ai meu Deus, isso é incrível! Você preparou tudo isso mesmo?

— Você não está estudando a tanto tempo, mas ainda assim já está tão boa? Eu só sei fazer lámen.

Hyun-ji e Ji-hyun estavam encantadas. Ora, para ser honesto, não era nada de mais para ficar encantado, apenas era interessante porque Min-jeong estava cozinhando mesmo.

Ela olhou para mim e sorriu de forma linda.

— O que você acha? Não parece saboroso?

Hmm, claro, podemos comer?

— Com certeza, sirvam-se.

— Isso parece bom.

— Obrigada.

Era uma refeição normal.

A comida de Min-jeong não era ruim e havia vários acompanhamentos que minha mãe havia preparado, então era uma mesa farta.

Talvez pelo meu físico, estava com tanta fome que comi duas tigelas.

Contudo, Min-jeong viu eu pegar a segunda tigela de arroz e os olhos dela brilharam. Senti como se ela se sentisse como minha mulher, e isso me fez suar de nervoso, ela estava agora sem rodeios dando em cima de mim.

Sem chance que Hyun-ji e Ji-hyun não perceberam isso.

Um clima estranho pairou no ar, então eu mudei de assunto.

“Vou atirar sobre vocês garotas, um tema que não poderão ignorar.”

— Vocês já decidiram onde vão trabalhar?

Hyun-ji e Ji-hyun se encolheram e de forma surpreendente, Min-jeong se manteve tranquila e falou.

— Eu decidi entrar na empresa que o meu irmão fundou.

“Entendi.”

Foi por isso que ela foi capaz de se manter tranquila e estudar culinária.

— Estou com tanta inveja! Você pode fazer algo por mim?

A amiga, Ji-hyun, deveria ter um monte de problemas com trabalho, já que estava se agarrando a Min-jeong.

— Talvez? Perguntarei para o meu irmão, mas isso será complicado. É uma pequena empresa de investimentos, então ela não precisa de muitos funcionários. Eu tive sorte, que uma vaga na contabilidade ficou disponível. O salário também não é muita coisa.

Aaaaa, o que eu vou fazer? Estou estudando para o TOEIC, mas não acredito que será de muita ajuda.

— Meninas, eu estou sendo forçada a entrar no negócio de frango frito da família!

Hyun-ji começou a dar chilique, graças a isso, deixei as três conversando e fui para meu quarto arrumar minha mala.

Não tinha muitas coisas para levar, de modo que fui capaz de colocar tudo em uma. Arrumei tudo de forma bem mais tranquila do que pensei que seria, e assim peguei meu laptop e naveguei na internet.

O presidente havia dito que a sede do Grupo de Exame Nórdico ficava em Copenhague, na Dinamarca. Pensei que poderia ter algum tempo livre depois que finalizarmos os afazeres e então fazer algum passeio, decidi buscar alguns pontos turísticos. 

Oppa, elas estão indo.

Era hora para as duas amigas de Hyun-ji irem embora, então fui me despedir na entrada, quando de repente, Min-jeong me perguntou.

Oppa, você pode me acompanhar?

Ah, sim! Eu também quero andar no Porsche!

Ji-hyun também apelou, e como Min-jeong fez o jantar eu não podia me negar a levar ela para a casa dela.

Hyun-ji achou isso tudo uma chatice e decidiu ficar, então eu peguei as duas garotas e as levei de carro. As duas entraram no carro luxuoso e ficaram encantadas.

Quando liguei o carro, Min-jeong falou.

— A casa da Ji-hyun é mais perto, então vamos lá primeiro.

Ji-hyun lançou vários olhares para Min-jeong, que deu tapinhas na mão dela. Talvez a troca de olhares, fosse alguma história delas, já que Ji-hyun riu para ela mesmo.

— Obrigada.

Eu deixei Ji-hyun e acessando o GPS, perguntei para Min-jeong.

— Onde você mora?

— Ahn Sung Blank-Blank apartamentos eficientes.

Eu inseri o endereço que ela me passou e percebi que fica em frente ao colégio de Hyun-ji. Eram apenas dez minutos de casa.

Só então percebi o porquê de Ji-hyun estar dando risadinhas para si mesma. Min-jeong me disse para deixar Ji-hyun primeiro, e assim ela poderia ficar sozinha comigo. O clima ficou bem estranho de novo.

— Sua casa fica em frente ao colégio?

— Minha casa fica em Seul, mas eu moro sozinha aqui porque o colégio fica em Cheonan.

— … 

“A sensação estranha que senti quando ela disse que mora sozinha, deve ser só eu pensando demais.”

Não tinha mais nada para falar, então só liguei o carro. Nós ficamos em silêncio durante o resto da viagem, o que deixou tudo ainda mais estranho e eu nervoso.

Chegamos em frente ao apartamento em que Min-jeong morava.

— Chegamos.

Min-jeong acenou e saiu do carro, contudo, para minha surpresa ela abriu a porta do passageiro e sentou ao meu lado e me olhou.

— O-O quê foi?

Oppa, por que você está tão assustado?

Hm?

Senti que essa pergunta era para me pegar desprevenido, já que em seguida, os lábios de Min-jeong estavam sobre os meus. Depois de se entregar por completo aos meus lábios, ela se afastou devagar e olhou nos meus olhos. Acredito que estávamos um palmo de distância um do outro, onde um par de olhos, observava minha alma.

Oppa, não é como se você não gostasse de mim.

Eu nem tive a chance de falar nada, os lábios dela estavam sobre os meus mais uma vez.

Ela tocava, puxava e mordia levemente, a sensação no geral era bem carinhosa. Dos lábios dela para os meus, eu podia sentir sua doçura. Ela pegou meu pescoço com uma mão e com a outra mão acariciava minha coxa, tudo isso enquanto me atacava com beijos.

O motivo do beijo ser tão longo foi porque eu não resisti e inocentemente aceitei tudo. Não tinha ideia de quanto tempo se passou.

O beijo sufocante perpétuo chegou ao fim e com um rosto corado de leve, Min-jeong me olhou de forma amável.

— Você se lembra do que eu disse? Que moro sozinha!

— … 

— Você não está cansado. Por que não entra tomar um pouco de café?

Estacionei meu carro no estacionamento subterrâneo e arrastado pelas mãos de Min-jeong, subimos juntos.

Se eu subisse, sabia que uma situação ainda mais desgastante iria acontecer, mas não me importava. Decidi não pensar nisso no momento.

Assim que chegamos ao apartamento, mergulhamos um no outro.  Nos beijamos com nossas línguas se entrelaçando. Min-jeong tirou minha camisa, eu tirei a dela e a coloquei na cama. Enquanto tirava minhas calças ela tirou as dela.

O corpo sensual de pele clara dela, sem nada mais que uma lingerie, me excitou ao ponto de parecer que todo o meu sangue estava indo para a minha cabeça e se fundindo a ela.

A razão já não estava mais na minha mente.

 

***

 

Debaixo da cama, as roupas de duas pessoas estavam espalhadas numa bagunça.

Min-jeong estava escondida debaixo das cobertas e sorria com malícia conforme tocava meu corpo. Com toques macios acariciava meu peito e braços.

Eu queria me enfiar debaixo das cobertas com ela, porém com o apelo firme dela em ver meu corpo, tive que permanecer sob a luz, mostrando meu corpo.

Fiz o mesmo pedido, mas ela disse que não podia, pois, tinha vergonha. Fiquei um pouco aborrecido com ela se escondendo debaixo das cobertas sozinha, mas a fofura dela se sobrepunha a isso.

— Deve ser tão difícil ter um corpo assim.

— Bem.

— Eu nunca vi um corpo assim tão fantástico na TV.

Min-jeong tocou meu abdômen tanquinho que é agradável de ser ver com curiosidade.

Contudo, eu obtive esse corpo com um prêmio karma, não através de trabalho duro e isso cutucava um pouco minha honra.

“E agora?”

A euforia acabou, logo veio o remorso conforme voltava a razão aos poucos. Eu sou um homem e quando Min-jeong veio desamparada para mim, eu não neguei, só deixei acontecer.

Contudo, agora estava pensando em como acertar nossa relação.

— Min-jeong.

— Sim, Min-jeong está aqui.

Ela falou enquanto se aconchegava em mim. Quem poderia dizer que ela não era amiga da Hyun-ji, já que ela também tinha uma fofura abundante.

— Você gosta de mim de verdade?

— Gosto.

— Por quê?

— Bom carro, bom trabalho, bom corpo e boa personalidade.

— … 

Foi uma resposta bem direta, que me deixou sem resposta por um tempo, contudo Min-jeong apenas olhou para mim e riu.

— Estou brincando.

— Não acredito que tudo seja uma brincadeira.

Min-jeong sorriu.

— Isso não é tudo.

— Logo?

— Naquela noite, eu vi tudo, você e aqueles caras.

Nesse instante meu corpo ficou rígido de tensão.

— Você viu?

— Sim, eu estava preocupada com você, então eu fiquei e observei. Eu iria chamar a polícia se eles machucassem você. Eu não consegui escutar, mas aquelas pessoas eram do Grupo Jin-seong, certo?

— Eram.

— O presidente falou algo e você simplesmente recusou.

— Isso.

— Após ver aquilo, eu fiquei louca por você.

— Porque aquelas pessoas eram do Grupo Jin-seong.

— Não por isso.

— Então por quê?

— Eu tive a sensação de que você era alguém fazendo algo importantíssimo. Foi aí que me apaixonei por você, só pude pensar em você, todos os outros caras pareciam tão banais.

— … 

— Não posso falar para você que vivi minha vida de forma recatada, mas isso não quer dizer que eu comecei a dar em cima de você por diversão.

— … eu não gosto de garotas festeiras.

— Eu não fico festejando mais. Depois que me graduar e começar a trabalhar, não poderei mais ser desse jeito.

“Se a Hyun-ji pensasse dessa forma também.”

— Não posso te prometer nada.

— Você não precisa me prometer nada, eu simplesmente gosto de você.

Olhei para Min-jeong, diferente da brincalhona e astuta habitual, ela estava sendo sincera.

“Não sei.”

Não sabia quando ia morrer e eu estava interessado em Min-jeong, mas não apaixonado por ela. Era uma relação que sabe-se lá quando teria um fim.

“Contudo, se ela quiser, isso também não é ruim.”

Um pouco egoísta, porém, vivendo uma vida que não sabia quando chegaria ao fim, ter uma garota para me encontrar seria legal. Ela era bonita e se cuidava (se vestia bem) e era fofa, Min-jeong era sem dúvida digna.

Peguei a coberta que escondia Min-jeong, que por sua vez segurou firme e disse.

— Se você não responder, não vai acontecer mais.

Ao invés de responder, eu beijei ela.

— Tudo bem, vamos sair, eu não sei como vai ser, mas vamos tentar.

Com minhas palavras Min-jeong sorriu.

— Isso vai durar muito mais do que você pensa. Eu já não disse isso antes?

Ela tirou as cobertas, uma linda mulher estava deitada na minha frente, ela continuou.

— Sentir a minha falta ao ponto de enlouquecer, pisar em ovos caso eu esteja irritada, ficar empolgado pelas pequenas coisas que eu fizer.

Ela pegou minha cabeça com as duas mãos e me guiou para seus seios macios.

— É assim que todo cara que saiu comigo acabou. Nada mais tem valor.

***

Quando voltei para casa às 2 da manhã. Nem minha mãe e irmã mais velha se preocuparam de eu estar fora, já que eu não era Hyun-ji.

Fui para o meu quarto e joguei um jogo no meu celular, quando Hyun-ji veio com olhos brilhantes de goblin.

— O quê você estava fazendo fora tão tarde?

— Estava me exercitando.

— Aham, exercício? Tenho certeza que suou bastante.

Com o sarcasmo de Hyun-ji, hesitei.

“Ela sabe?”

E claro, Hyun-ji me mostrou a tela do seu celular.

[Min-jeong: oii cunhadinha, eu serei bem boazinha >v<]

— Eu te avisei tantas vezes, e por fim, você acabou fisgado por aquela raposa, e agora vocês se “exercitam” juntos? Foi bom?

Hahaha! Minha criança, não vamos falar coisas desconfortáveis entre irmãos.

Uau, então você fez mesmo coisas que seriam desconfortáveis para se falar entre irmãos? Que bom para você!

“Essa cadela?”

O dia enfim nasceu enquanto eu levava sermão da Hyun-ji.

— Agora você sabe como eu me senti, quando procurei por você naquele clube? O quê? Sua mão não soltava? Você deve ter se divertido bastante com aquele babaca!

— POR QUÊ VOCÊ ESTÁ FALANDO DISSO DE NOVO?

Nós discutimos, brigamos isso e aquilo e toda a confusão acordou a mãe, que com um olho aberto e outro fechado colocou a cabeça no meu quarto.

— Por quê vocês dois estão brigando a essas horas?

— Mamãe! Ai meu Deus!

— O QUÊ!?

Hyun-ji fofocou cada detalhe e queixas sobre mim para a mãe, que após ouvir tudo, olhou para mim, se aproximou e colocou uma mão no meu ombro.

— Filho, bom trabalho.

— Sem problemas.

— O QUÊ VOCÊ QUER DIZER COM “BOM TRABALHO”?!

Nossa mãe explicou para Hyun-ji que estava tendo um ataque.

— Hyun-ji, eu não me importo como, mas estou feliz com isso. Não importa o engano que seu irmão tenha cometido, se ele colocar um neto nos meus braços, eu não me importo.

— … 

— …

Para as palavras dela, nós dois ficamos sem reação.



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