Volume 10

Capítulo 206: Você está preparado

— Como você está, Doutora Grant? Sou Sharon Magdanese, a pessoa que foi confiada com o cargo de chefe do Departamento de Segurança Nacional. Vou levá-la para um lugar seguro e protegido. Muito bem, por aqui.

Chefe Magdanese solicitou como se fosse natural que a situação seguisse esse desenvolvimento. No meio do ponto os faróis dos dois carros colidiam um contra o outro em rivalidade, a porta do banco de trás do carro preto se abriu, de lá o analista Allen Parker e um outro agente saíram.

Allen estava abrindo os dois braços em uma postura exagerada, como se dissesse: — Venha, você estava com medo, não estava? Pule no meu peito! — Embora por alguma razão, a ponta do nariz dele tivesse uma grande gaze afixada, ele realmente era uma figura muito dolorosa, ou estúpida.

— O que você quer dizer com "proteção"! Como ousa dizer isso de forma tão descarada depois de sequestrar minha família!?

O gesto que foi muito imprudente fez com que o ponto de ebulição de Emily fosse alcançado no mesmo instante. De forma lógica, ela deveria se comportar com modéstia em consideração ao bem-estar de sua família, mas agora, ela poderia depender de um garoto confiável em relação a isso. Emily foi capaz de levantar a voz com raiva, algo que até a surpreendeu.

A Chefe Magdanese mostrou um sorriso amargo para Emily, que agia assim.

— Doutora Grant, parece que você está cometendo um grande mal-entendido. Não há nenhuma maneira de nós, o pessoal do departamento de segurança, fazermos algo como um sequestro. Estamos apenas salvaguardando cada um dos membros da família Grant.

Chefe Magdanese falou com Emily usando um tom e atitude como se estivesse repreendendo uma criança que estava fazendo birra, algo que a garota ia contestar.

Ela queria dizer que eles estavam com a família Grant para protegê-los da organização que aniquilou Hughes e os outros agentes do departamento de segurança. O tablet que eles deixaram para trás só reagiria à impressão digital de Vanessa, assim, outras pessoas não poderiam captar as informações nele contidas. Era válido que eles estivessem ao lado da família Grant para fazer contato com Vanessa e Emily, que interromperam o contato com a agência. Em primeiro lugar, a agência havia aprovado a adoção do programa de proteção, e planejava agir para protegê-los desde o início.

— Ma-mas…

Emily ficou sem palavras depois de receber a explicação lógica. Vanessa deu um passo à frente no lugar de Emily.

— Chefe, posso fazer uma pergunta?

— Abstenha-se Agente Paradis. Sua habilidade em proteger a Doutora Grant por si só é digna de elogios, mas você está agindo de forma arbitrária e por conta própria. Mesmo que tenha havido o ataque de Warren e dos outros, você deveria ter entrado em contato com mais frequência.

As palavras cortantes da Chefe Magdanese retalharam qualquer argumento com um único golpe. O brilho em seus olhos também estava pressionando com uma intensidade várias vezes maior em comparação com o habitual. No entanto, Vanessa, que normalmente vacilaria em pânico dentro de seu coração contra isso, deu um passo adiante e mostrou sua vontade com ação.

— ... você entende, o que está fazendo agora?

— Sim. Eu entendo muito bem. Até que minha pergunta seja respondida, não abaixarei esta arma.

Sim, Vanessa estava apontando uma arma para a Chefe Magdanese. Seu olhar era afiado e mostrava que ela não recuaria nem contra sua superior. Sua vontade de ferro foi emitida de todo o seu corpo. Allen assobiou: — Fiuuuuu! — atrás de Magdanese em admiração. O outro agente também engoliu em seco.

— Isso não terminará apenas com uma ação disciplinar.

— Estou determinada para isso.

A Chefe Magdanese olhou fixamente para Vanessa por um tempo, e então ela suspirou. Não estava claro que tipo de significado esse suspiro continha... uma expressão complicada brilhou no rosto da Chefe Magdanese enquanto ela pedia a Vanessa que continuasse com seu olhar.

Vanessa abriu a boca com a arma ainda apontada em vigilância:

— Por que você, a própria chefe, está nesse tipo de lugar?

— Perdi cinco agentes que enviei para executar o programa de proteção, sendo um deles o Hughes. E então, o culpado também é um agente do departamento de segurança... se isso vazar, sem dúvidas a mídia pulará de alegria. Além disso, vendo como isso está relacionado ao caso "Berserk" que agitou o mundo, tudo será ainda pior. Esse caso já é o maior, mesmo entre os casos já enfrentados pelo departamento de segurança.

— Você está dizendo que não é estranho você mesma aparecer?

— Naturalmente. Para não citar como, no momento, não sabemos quantas pessoas existem dentro da agência que são como Warren, ou, para ser mais precisa, aquelas que estão recebendo o patrocínio da mesma organização por trás do Agente Warren. A solução ideal é que eu aja.

Essa explicação tinha consistência. Havia um agente duplo na agência e, além disso, não havia tempo para limpar a organização no momento. Em tais situações, podia-se dizer que foi uma decisão heroica em que a própria chefe agiu acompanhada de poucos subordinados de confiança.

A Chefe Magdanese lançou a Vanessa um olhar frio que dizia: — Já terminamos? —, contudo, a agente ainda não guardou a arma.

— Então, mais uma pergunta. O que causou a dispersão do "Berserk" no prédio de pesquisa foi a disputa entre Kimberly e alguém para contestar a posse da droga. De acordo com o que Kimberly disse, esse alguém era uma pessoa qualificada em um nível que nem ele conseguia se igualar.

— … e?

— Uma organização que possui um operador qualificado o suficiente para lidar com Kimberly, cuja capacidade de combate é alta, mesmo no departamento de segurança, conhece a existência de "Berserk" e o operador veio roubá-lo naquele momento. E então, de forma natural, esse operador pertence a uma organização diferente da de Kimberly. Existe apenas uma organização que conheço que preenche todas essas condições.

— Você está insinuando que eu pedi o roubo de "Berserk"?

— Estou enganada? Kimberly, que me atacou, sugeriu essa possibilidade.

A Chefe Magdanese deu de ombros com uma expressão que parecia dizer o quão inútil essa conversa era.

— Não me diga que você está considerando as palavras de um traidor? Se esse for o caso, só posso duvidar de sua qualificação como agente.

— Deixando de lado minha qualificação, não há dúvida de que você, chefe, está sob suspeita de ordenar o ataque. Por favor, responda. Foi você, chefe, quem deu a ordem para roubar "Berserk"?

O olhar de Vanessa atravessou a Chefe Magdanese através da mira de sua arma. Desde o início, Vanessa não achou que receberia uma resposta honesta. Portanto, com a determinação de desafiar sua superiora, que deveria ser vista como um monstro que havia comandado um escritório da Grã-Bretanha por muitos anos até hoje, ela se concentrou em compreender a verdade ou mentira.

Mas, como esperado da lenda viva que carregava o departamento de segurança nacional, ela não era uma pessoa comum. O rosto dela não mudou, mesmo contra o olhar afiado de Vanessa e o fato de que o cano de uma arma estava apontado para ela. Até o fim, ela abriu a boca com naturalidade, isso faria qualquer um que ouvisse sua voz sentir sua exasperação, como se ela estivesse enfrentando uma criança problemática que não era obediente.

— A resposta, é não.

— … essa é, a verdade?

— Provar algo que eu não fiz é como provar que o diabo existe. Se você está me dizendo para mostrar a prova, não tem mais qualificações para se apresentar como agente do departamento. Em primeiro lugar, por que você acha que eu tenho que pedir para roubar "Berserk"?

Sem dúvidas, para o departamento de segurança que não sabia como Emily e os outros planejavam escapar, estava acordado que os alunos iriam procurá-los. Mesmo que a chefe não tenha intencionalmente ordenado o roubo, o departamento de segurança deveria conseguir tudo, fosse "Berserk", a criadora Emily ou o antídoto que a pesquisadora criaria.

Portanto, podia-se dizer que a Chefe Magdanese não precisava garantir "Berserk" nesse momento.

As fontes da dúvida de Vanessa eram todas evidências circunstanciais; seu próprio instinto também estava desempenhando um papel importante nisso. No final, Vanessa, que tinha consciência disso, só conseguiu empurrar todos esses fatos para a chefe para tentar abalá-la e depois ver através da mulher com seus próprios olhos.

A agente não conseguiu dizer nada. Ela focou os olhos para tentar ver através da verdade, mas a Chefe Magdanese não ficou abalada nem por um momento. Vanessa estava começando a duvidar de seu próprio instinto... poderia ser, que o primeiro ataque foi causado por uma organização completamente diferente?

— Você terminou suas perguntas? Então, Vanessa Paradis, você precisará ser presa. Não me diga que você pensa que poderá continuar no seu cargo depois de apontar uma arma para mim?

— Mas isso…

A Chefe Magdanese levantou uma das mãos. O agente que estava parado ao lado do carro preto avançou sem dizer nada. Parecia que ele planejava conter Vanessa.

Emily levantou a voz vendo isso.

— Espere! Vanessa fez isso apenas por minha causa! Até agora, ela tem me protegido todo esse tempo! É por isso que...

No entanto, esse pedido foi silenciado com força pelo brilho dos olhos da Chefe Magdanese.

— … Doutora Grant. Eu gostaria que você parasse com esse egoísmo infantil. Você já pensou em quantos sacrifícios foram feitos nesse caso em que você está envolvida?

— ... mas isso…

— Você é um prodígio, não é? Bem, talvez isso seja limitado apenas a um campo específico, mas… gostaria que você pudesse ter o discernimento para saber o que é certo ou errado quando necessário. Eu tenho autoridade para restringir você como a pessoa que criou "Berserk" e te obrigar a criar o antídoto. Afinal, esta é uma situação que ameaça a segurança do país. Mas, nesse caso, a proteção de sua família não será incluída, entendeu?

— Uma coisa dessas...! Você não disse que os está protegendo de forma apropriada?

— Sim, é por causa da nossa boa vontade.

Em outras palavras, ela quis dizer que, se Emily planejasse complicar esse caso, o departamento de segurança não salvaguardaria a família Grant. E então, a Chefe Magdanese prenderia Emily com a autoridade possuída pelo departamento de segurança nacional e a forçaria a pesquisar o antídoto. Muito provavelmente, mesmo que Emily levasse esse assunto ao tribunal, isso não daria em nada. Afinal, esse foi um caso que ameaçava a segurança nacional, como disse Magdanese. E Emily não era uma terceira parte nisso; de forma literal, ela era a origem do caso.

Vanessa abaixou a arma. Seu instinto ainda estava tocando o alarme alto pela dúvida contra o departamento de segurança. Contudo, não havia nenhum buraco na lógica da Chefe Magdanese. Ela também não conseguiu detectar nenhum sinal de mentira. E então, até Emily também estava sentindo que só estava sendo egoísta depois de ouvir as palavras da Chefe Magdanese e seus ombros encolheram. Sua raiva se esvaiu quando lhe disseram que sua família não havia sido sequestrada.

A Chefe Magdanese suspirou como se dissesse o quão problemático tudo isso era, e estava prestes a se virar. Em seu lugar, o agente avançou para conter Vanessa e levar Emily sob custódia.

Então, uma voz surgiu de repente:

— Você não acha melhor ler o significado das palavras "boa vontade" no dicionário?

Era uma voz indiferente que não combinava com o lugar. Mesmo que a voz não tenha sido muito alta, ela ressoou com extrema clareza.

Todas as pessoas naquele lugar foram surpreendidas sem exceção. Vanessa e Emily, que estavam ao seu lado, se viraram tão rápido que a velocidade delas pôde emitir um som de "whoosh".

— … essa reação. Isso machuca, sabiam? Por que vocês estão todos parecendo dizer "QUEM!?" dessa forma? Até Emily, mesmo que você estivesse segurando a manga de minha roupa até agora.

Kosuke torceu os lábios em forma de "へ" em insatisfação. Vanessa e Emily desviaram os olhares sem jeito. Não havia como dizer que elas tinham apagado de suas mentes a presença de Kosuke, que estava logo atrás delas, mas as duas estavam chocadas. Kosuke já tinha percebido isso com a reação delas.

— … quem é você? Parece que você estava escondido dentro do carro.

— Não, não, eu saí do carro junto com Emily! Quando você foi interrogada por Vanessa-san, eu também estava de pé atrás dela!

— ...

A expressão dúbia da Chefe Magdanese! Kosuke foi ferido ainda mais! Mas, ele estava acostumado, então ficou bem!

— Responda à pergunta.

Por enquanto, a Chefe Magdanese ignorou a resposta de Kosuke e repetiu sua pergunta. Kosuke apenas ignorou o pedido dela e respondeu com um "belíssimo sorriso (completo com uma veia saltando na testa)".

— Não importa quem eu sou, certo? Em vez disso, pare de fazer declarações pretensiosas e traga a família de Emily aqui agora mesmo. Não importa sobre o que você vai falar, só continuaremos depois que você fizer isso, tá?

— Um garoto estrangeiro como você, você sabe com quem está falando...

Um ar frio que era incomparável com o de antes escapou da Chefe Magdanese. Mas, mesmo enquanto Vanessa suava frio com isso, Kosuke apenas ignorou. E daí que ela era uma figura oficial de um país. Comparada as apóstolas de deus que estavam manchadas com intenção desumana de matar, ou a pressão do rei demônio que carecia de um pingo de misericórdia, essa mulher parecia um cachorrinho fazendo um olhar ameaçador.

— Algo como as palavras de alguém que estava se comportando de forma desprezível para disfarçar a ansiedade do parceiro, por mais consistente que pareça, isso não pode ser confiado.

— Disfarçando a ansiedade?

A Chefe Magdanese inclinou a cabeça como se não soubesse do que ele estava falando. Vendo isso, Kosuke substituiu sua expressão por uma mais fria.

— Não foi isso o que você fez? O que diabos foi aquela mensagem no tablet? Não me diga que era apenas para manter isso em segredo de outras pessoas. Pare já com essa desculpa estúpida. Afinal, se você quisesse entrar em contato com Vanessa-san, existiam muitas outras maneiras de fazer isso.

Eles poderiam apenas deixar para trás um telefone celular preenchido com apenas um número de contato para ligar. Havia muitas maneiras de fazer Vanessa entrar em contato com a agência. Mesmo que quem fez contato não fosse a agente, também poderia ser uma chance de investigar quem eles estavam enfrentando. Não havia necessidade de deixar para trás a gravação de vídeo da família de Emily dessa maneira.

Eles estavam deixando esse tipo de mensagem usando esse tipo de método para esculpir uma mensagem no subconsciente de Emily. Que, se quisessem, poderiam fazer qualquer coisa com a família da garota. Que eles ainda estavam seguros, "por enquanto". Tudo isso serviria para facilitar a inclinação da balança no coração de Emily quando ela fosse abordada com a opção de ser colocada em proteção. Incutir nela qual era a ordem hierárquica no relacionamento deles.

Kosuke entendeu isso, ele entendeu o quanto Emily estava preocupada com sua família. Ele já tinha ouvido falar dela de seus sentimentos que não queriam perder suas pessoas importantes pela segunda vez.

Foi por isso que a tensão da raiva do rapaz aumentou sem parar.

— Você ainda está agindo assim. Você ousa bancar a superior como se tudo fosse culpa de Emily. Os que causaram esse caos, em primeiro lugar, e tudo o que aconteceu depois, tudo isso, é tudo culpa dos idiotas estúpidos que ficaram cegos pela ganância. A disputa por aquilo que foi criado por acidente, e até arrastou as pessoas importantes dessa garota, são feitos de outros idiotas. Não se engane aqui. Essa garota é a vítima, não a culpada.

Claro, ela tinha a responsabilidade como criadora de "Berserk". Por isso Emily estava aqui. Ela ainda tinha a opção de manter a cabeça baixa, se encolher e esperar até que tudo terminasse. Mas ela se decidiu que havia coisas que lhe foram confiadas, que havia coisas que ela tinha que fazer, não importava o que acontecesse, e por isso a garota estava neste local.

— Ela ainda tem dezesseis anos, sabia? Ainda assim, ela perdeu suas pessoas importantes que eram como família para ela, e também não lhe foi permitido encontrar sua família de sangue... e contra uma criança como essa, aqui está você disfarçando sua ansiedade e culpa. Eu com certeza não posso confiar em alguém assim.

— ...

As palavras indiferentes de Kosuke se misturaram com raiva. Era impensável que este fosse o homem que foi esquecido até por Vanessa e Emily até agora. Algo que não podia ser ignorado estava escorrendo dele. A Chefe Magdanese ficou quieta, no entanto, seu corpo estava voltado diretamente para Kosuke. Essa atitude dela era a prova da existência dessa pressão não identificada.

Kosuke avançou passando por Vanessa e Emily. E então, ele parou de andar quando estava entre a Chefe Magdanese e Vanessa, e então perguntou sem olhar para trás.

— Ei, Vanessa-san, o que seu instinto está lhe dizendo? Quem se importa com a lógica. Seu coração, que tem protegido Emily até agora em qualquer tipo de situação, não importa o que foi dito, o que ele está dizendo agora sobre essa mulher?

O olhar de Vanessa vagou. Contudo, isso durou apenas um momento. Ela respondeu com uma expressão fria, como se para interromper sua hesitação.

— Meu instinto diz que ela é uma inimiga.

— Não é? Também acho isso.

O olhar de Kosuke se moveu da Chefe Magdanese, e então ele olhou para trás dela.

— Em primeiro lugar, o que essa mulher, que enviou seu subordinado de merda, aquele que apontou a arma para Vanessa quando fugimos do hotel, quer dizer agora?

O olhar de Kosuke fluiu em direção a Allen.

— Eh, eu-eu? O que você está dizendo tão de repente... sou apenas um humilde analista...

— Não se faça de bobo, cara de gaze. Essa é a sua verdadeira face? Seu disfarce é muito bom. Mas a cicatriz do meu ataque de cinzeiro não é algo que possa ser tratado em tão pouco tempo, não é?

— Eu realmente não entendo do que você está falando…

— Não estou apenas blefando ou tentando adivinhar. Eu me lembro de sua presença. Por isso, o bandido que estava no nosso caminho naquele momento era sem dúvidas você.

O analista com gaze no nariz, o olhar de Allen Parker vagava em perplexidade. Ele estava murmurando: — Ó, puxaaa, sério, do que isso se trata... —, mas Kosuke perdeu o interesse e desviou o olhar de Allen. Atrás do jovem japonês, Vanessa acreditou nas palavras de Kosuke, e agora ela estava com um rosto questionador sobre o fato de um simples analista estar presente naquele hotel.

A Chefe Magdanese suspirou mais uma vez.

— … e você não pode acreditar em mim, então o que você fará? Como você sabe, a organização da Kimberly perseguirá a Doutora Grant sem piedade. Eles nem se importam com quantos sacrifícios serão feitos.

Ela declarou de forma implícita que, no final, eles não tinham escolha a não ser obedecer ao departamento de segurança. Em geral, era assim que seria. Uma organização só poderia ser contestada por outra organização. Essa foi a razão pela qual Vanessa estava tentando descobrir o verdadeiro motivo da chefe.

Mas o que um agente e um garoto estrangeiro poderiam fazer apenas falando bravamente?

— Vou protegê-la então.

— ... o que você disse?

A Chefe Magdanese perguntou por reflexo depois que ouviu aquelas palavras que foram ditas de forma muita casual. Isso foi tão natural. Embora o orador fosse um garoto do Japão que costumava ser considerado um país idiota que amava a paz, essa conversa estava muito longe da realidade. Havia um limite até para exageros como esse.

No entanto, Kosuke não mostrou nem uma pitada de vergonha ou parecia estar subestimando a situação, ele continuou suas palavras com naturalidade.

— Eu disse que não há nenhum problema. Tudo bem se Emily cumprir seu dever pelo caminho que ela mesma decidiu. Junto com a família dela. De forma óbvia, a melhor coisa seria que o departamento de segurança "respeitavelmente" a protegesse sem fazer nenhuma bagunça. Mesmo que não possamos obter o apoio de vocês, não haverá problema. Não importa, não vou deixar ninguém nos atrapalhar. Seja Emily ou sua família, eu os protegerei com tudo de mim.

— … parece que você está ficando um pouco animado depois de conhecer uma garota da sua idade. Gostaria de saber se você está assistindo muitos filmes?

Atrás de Kosuke, uma garota estava pressionando seu peito, como se tivesse sido atingida por alguma coisa. A Chefe Magdanese observou isso com um olhar exasperado no rosto. Vendo isso, Vanessa se opôs com um avanço seguro.

— Chefe, ele não é um garoto normal, sabia? No mínimo, se ele ficar sério, alguém como um analista e um agente não serão páreos para ele. Além disso, ele se destaca na guerra da informação e pode assassinar qualquer tipo de oponente. Chefe, você não é uma exceção.

— … parece que você o avalia muito bem, Paradis. E daí? Esse garoto que, por mais que eu olhe, não passa de um garoto sonhador que se confundiu com o personagem principal, quem você está dizendo que ele é?

Vanessa mostrou um sorriso que, embora pequeno, era claramente um sorriso destemido, e depois falou de seu maior trunfo:

— Foi ele quem registrou seu nome na lista negra do departamento de segurança apenas após alguns anos de atividade... Sr. K.

"Por isso, não faça nada imprudente. Proteja Emily e sua família de forma correta. E quando ela terminar o antídoto, elimine todo o "Berserk" que existe. Prometa-nos isso." Vanessa transmitiu isso. "Não sei que tipo de motivo oculto a chefe tem, mas me concentrarei apenas em resolver este caso." Ela quis dizer isso.

Vanessa retornou palavras ameaçadoras em resposta às palavras igualmente ameaçadoras da Chefe Magdanese. Por um momento, a superiora mostrou uma expressão como se estivesse olhando para uma cena surpreendente, mas no momento seguinte, ela riu.

— … o que é tão engraçado?

O olhar de Vanessa ficou mais irritado. Os ombros da Chefe Magdanese tremeram ao ver isso.

— Não, você foi em direção à casa da família Grant por conta própria, apontou a arma para mim e muitas de suas ações foram muito seguras. Fiquei me perguntando o que havia de errado, mas pensar que a base dessa confiança era o "Sr. K". Bem, com certeza, você entrou em contato com o Sr. K, então talvez seja compreensível que você confunda esse garoto com ele.

— O que você está dizendo!?

— Ele não é o Sr. K.

Seu trunfo foi ridicularizado e, no final, foi negado. Vanessa ficou sem palavras. Ela estava prestes a argumentar com sua base para dizer isso.

A Chefe Magdanese mostrou um gesto como se estivesse pensando em algo por um momento, e então ela respondeu como se estivesse olhando para algo lamentável.

— Paradis. Veja bem, o Sr. K é membro do departamento de segurança.

— … eh?

Os olhos de Vanessa se tornaram pontos pela incompreensão. Na direção de Vanessa, A Chefe Magdanese continuou suas palavras de forma lenta e minuciosa, como que para moer sua esperança até sobrar apenas pó.

— É natural que você não saiba. Ele pertence a uma equipe que está fora da lei. Agência JD (John Doe1). Os departamentos de inteligência e de segurança, essas duas grandes organizações de nosso país, se opõem às pessoas e organizações perigosas e perturbadoras dentro e fora do país. Mas a Agência JD é uma organização inexistente que se estende por essas duas organizações. Todos os membros são nomeados com letras ou números.

— Mas-mas, Sr. K, ele é um assassino...

— Sim, foi por isso que eu disse. Que a agência está fora da lei e não existe.

Vanessa estava sem palavras. Claro que estaria. Afinal, a organização a que ela pertencia estava realizando assassinatos fora dos limites da lei. Era como o mundo em um filme. Como a escuridão era uma parte inevitável de uma grande organização.

E então, essas informações, que eram originalmente conhecidas apenas pela mais alta classe de liderança, foram agora divulgadas; foi para quebrar o coração de Vanessa e Emily. A fim de transmitir para as duas que o departamento não recuaria, eles não as deixariam fugir. Para exibir a força da organização do estado.

— Foi uma surpresa que você tenha feito contato com o Sr.  K e separado o seu contato da sede. Porque era um método impensável a ser adotado por você, que ainda é jovem, com um senso de dever e justiça maior do que os outros, mesmo que você se esforce para ser calma. Embora eu o tenha despachado para dar apoio a vocês duas, para ele ser derrotado por um cinzeiro... me pergunto se sua capacidade deve ser reavaliada, o que você acha, Allen... não, agente "K"?

A Chefe Magdanese olhou para trás e com um olhar de pressão que até emitiu intenção assassina. À frente de seu olhar, estava o analista Allen.

Sim, como Kosuke disse, o homem que desmaiou devido ao lançamento do cinzeiro quando eles escaparam do hotel e, além disso, teve sua virilha pisada por Vanessa, era Allen disfarçado. Ao mesmo tempo, ele era o Sr. K, que recebeu o pedido de ajuda de Vanessa. A razão pela qual o Sr. K, que deveria ser um assassino, concordou em receber o trabalho de ser o guarda-costas de Emily foi revelado agora.

— En-então, Kosuke, é…

Ao lado de Vanessa, que ficou espantada ao ver de relance a escuridão da organização, Emily murmurou com olhos trêmulos.

Allen estava caminhando para a frente com um tablet na mão enquanto tremia com o olhar da Chefe Magdanese. Ele estava operando aquele tablet o tempo todo logo depois de confirmar a presença de Kosuke aqui, e o resultado disso parecia ser a resposta para a pergunta de Emily.

— Che-chefe? Com certeza, venho cometendo fracassos nesses últimos dias, mas é porque eu sou um assassino, tudo que está além da minha especialidade… é por isso que, o que eu quero dizer é: por favor, não fique tão brava...

— Cale a boca, incompetente.

— Sim senhora.

Allen, que pegou o tablet, encolheu os ombros, desanimado. O olhar da Chefe Magdanese moveu-se para as informações que Allen reuniu. Lá, a foto do rosto de Kosuke, que foi tirada de sabe-se lá quando, e sua foto no aeroporto alguns dias atrás, foi projetada. E então, a idade e a nacionalidade de Kosuke foram calculadas com base na lista de passageiros, e a verdadeira identidade do rapaz foi identificada.

Mesmo que Allen estivesse se chamando de especialista em assassinato, sua habilidade como analista era de primeira classe. Ele era famoso como um assassino que era forte na guerra da informação, mas parecia que a fama não era apenas por ele ser apoiado pelo departamento de segurança.

— Kosuke Endo. Japonês, 18 anos. Nascido em uma família muito normal e frequentou uma escola do ensino médio muito normal. Você está viajando para o exterior usando suas férias de inverno? Oras, você é um daqueles "repatriados" que agitaram o mundo no passado. Entendo, você viajou sem rumo assim e enfiou o nariz nesse caso. Essa sua confiança infundada, eu me pergunto se isso é por causa do seu pensamento otimista de que também ficará bem desta vez porque teve experiência com um caso de desaparecimento.

Vanessa e Emily ficaram chocadas. Às vezes, elas pensavam: "Ele é mesmo um assassino virtuoso?" Ele não podia dirigir um carro. Ele não tinha uma arma e, longe disso, até disse que não podia atirar direito. E acima de tudo, a atmosfera em que ele estava cercado era muito leve. Na medida em que dizer que ele era um estudante do Japão combinava muito com ele.

Mesmo assim, elas pensaram que ele era o Sr. K porque puderam abrir caminho através do ataque naquele hotel graças a ele. E então, a expressão que às vezes o rapaz mostrava a elas fez com que as duas pensassem: "Como esperado, ele é o verdadeiro."

Mas, na verdade, ele era apenas um estudante do Japão.

— Eu já falei isso para vocês várias vezes. Eu não sou o Sr. K. Vocês duas não acreditaram em mim...

Kosuke olhou para trás com um sorriso irônico. A Chefe Magdanese anunciou para o rapaz:

— Sr. Endo. Considerarei que nada aconteceu se você apenas for para casa agora.

— Hãã. Você não acha que eu vou tagarelar sobre a Agência JD ou várias outras coisas?

— Quem acreditará nesse tipo de história quando contada por um garoto japonês? Pare de fingir que é o protagonista de uma história.

Logo depois disso, um único tiro soou e uma bala atingiu o chão perto dos pés de Kosuke. Allen disse: — Desculpe, tá. — enquanto atirava tão rápido que seu movimento não foi visto. Esse foi o último aviso. Se Kosuke não se virasse e fugisse com o rabo entre as pernas agora, haveria uma reportagem sobre como um menino japonês encontrou um acidente infeliz em sua viagem.

Isso foi transmitido a Kosuke com muita clareza. Porém...

— Bem, eu não posso ir para casa.

— Você ainda é incapaz de olhar para a realidade?

— Não, eu estou ciente disso. Há trinta e dois homens armados. Eles estão à espreita dentro dos prédios ao nosso redor e cercaram esse local por completo. Eu sei pelo menos isso.

A expressão da Chefe Magdanese mudou pela primeira vez desde que chegou aqui. Seus olhos se arregalaram com o choque exposto. Mesmo enquanto ela estava assim, o olhar de Kosuke percorreu lugares como a janela de um prédio, a sombra de uma esquina de uma rua, atrás de um pilar e assim por diante. Todos esses eram os locais onde o esquadrão especial da seção de assalto da agência de segurança estava escondido, com base na preparação feita pela Chefe Magdanese.

— Você está se movendo em pessoa, trazendo apenas os dois porque não tem ninguém em quem possa confiar. Foi o que você disse, mas parece que você está na verdade trazendo muito mais pessoas.

— Você está…

As palavras da Chefe Magdanese ficaram presas na garganta quando ela viu os olhos penetrantes da pessoa que deveria ser apenas uma estudante. Sua preparação para o pior cenário se voltou contra ela. Uma fraca indicação de agitação vazou do ambiente. Allen, que estava de pé ao lado dela, estreitou os olhos lentamente, com seu ato frívolo sumindo.

A brisa da noite parecia estar ficando mais quente e úmida. Mesmo depois de ver a posição do esquadrão, Kosuke ainda não mostrava nem um fragmento de agitação, suas mãos ainda estavam dentro dos bolsos com compostura. Então ele falou:

— Vou dizer mais uma vez, tá? Você não pode ser confiada. E então, nessa luta de três facções, o inimigo do meu inimigo pode realmente ser de mais confiança do que você. Afinal, aquela dica de Kimberly foi perfeita. O desgraçado de merda que se infiltrou no prédio de pesquisa e arrastou as pessoas importantes dessa garota para a morte, é o Sr. K logo ali. Agora mesmo, ele disse que já falhou várias vezes.

— … eu também disse isso antes. Não há necessidade de eu fazer algo como...

— A conversa sobre motivo? Algo como isso não é importante. Se é um motivo, posso imaginar muitos. Pode ser usá-lo como uma arma, ou para obter lucro, ou por causa da decisão do país, ou talvez seja por sua ganância pessoal...

A Chefe Magdanese olhou para Kosuke por um tempo. E então, de repente, ela levantou a mão.

Logo depois disso, os membros do esquadrão especial mostraram suas figuras de uma só vez. Os canos de suas metralhadoras que podiam disparar no modo automático foram apontados para o jovem. Ao mesmo tempo, a Chefe Magdanese fez um pedido através do rádio em seu colar. Seu comando era trazer as pessoas da família Grant para cá.

— Para proteger o grande navio que é o país, há um momento em que o mal é necessário. Existem oponentes contra os quais a lei ou as negociações não tem utilidade, e ainda há algo a ser feito contra eles para proteger o grande navio que é o país. A encarnação desse mal necessário é a Agência JD, esse Sr. K e o "Berserk" também.

O olhar da Chefe Magdanese capturou Emily.

— Gostaria de saber se você sabe quantos funcionários, quantos soldados morrem na batalha contra terroristas todo ano? Se pudermos transformar terroristas capturados em monstros loucos para enviá-los como substitutos dessas pessoas nobres… quão útil isso será? Como podemos salvar as nobres vidas de nosso país sem pagar um sacrifício? No entanto, sem dúvidas a Doutora Grant não será capaz de entender isso.

— Foi por isso que você tentou roubar o "Berserk" para você enquanto a fazia criar o antídoto?

— Correto. Como a Doutora Grant parece odiar "Berserk", existe a possibilidade de ela criar algum tipo de erro nos dados através do processo de pesquisa do antídoto. É necessário garantir o medicamento original. É necessário ter em mãos o antídoto que a garota criou de forma voluntária e o inalterado "Berserk". Em seguida, se a garota se desfazer do "Berserk" por conta própria, podemos apenas avançar no aprimoramento da droga usando os dados roubados.

Mas, mesmo essa farsa terminaria aqui. Agora, eles forçariam Emily a melhorar "Berserk" pelo bem do país. Em vez de fazer um antídoto, ela deveria fazer a droga de controle para o "Berserk". E então, o que seria usado para motivar Emily era sua família, que foi tomada como refém.

O rosto da garota ficou pálido. Ela devia estar imaginando o futuro em que "Berserk" era usado como arma. E então, ela também imaginou outra coisa ao mesmo tempo. A razão pela qual a Chefe Magdanese estava começando a falar assim.

O olhar da Chefe Magdanese voltou para Kosuke como se quisesse provar isso.

— Este também é um mal necessário. Você sabe demais sobre este caso. Isso é incomparável com as fofocas sobre uma organização estatal que não existe. Será um pouco problemático se você falar sobre "Berserk" para a mídia que está em polvorosa no momento. O custo de se deixar levar por ter conhecido uma garota é caro. Desta vez, você não pode mais ser um “repatriado”, entendeu?

— Fuja Kosuke! Eu sinto muito! Sinto muito por arrastá-lo para isso! Depressa, fuja!

— Kosuke-san… minhas desculpas.

Emily gritou. Mesmo enquanto ela entendia que já era impossível, mesmo assim, ela não pôde evitar gritar. Vanessa tentou apressar-se de uma vez, mas ela viu as luzes vermelhas das miras laser banhando seu corpo e seu movimento parou por reflexo. E então, quando ela viu Kosuke, que estava igualmente coberto de pontos vermelhos da morte como ela, a agente pediu desculpas com uma expressão que estava colorida pelo arrependimento e culpa.

Vendo as duas assim, Kosuke, que tinha a morte apontada diante de si, disse:

— Não fiquem tão preocupadas assim. Eu disse isso, não disse, eu não sou o Sr. K, mas... sou o braço direito do rei demônio.

O rosto de Kosuke não podia mais ser visto. Seu rosto que estava olhando um pouco para baixo estava escondido por seus cabelos. Assim, até parecia que ele foi agredido pelo medo do destino que aconteceria com ele em seguida, onde parecia que ele iria desmoronar a qualquer momento. Mas, mesmo enquanto estava assim, sua voz que falava com Emily e Vanessa ressoava como uma brisa suave.

E então, ouvindo Kosuke dizendo algo como "braço direito do rei demônio" agora que o evento havia chegado a esse ponto, a Chefe Magdanese suspirou pensando que aquele era um garoto lamentável que vivia em um mundo de ilusão enquanto ela estava prestes a dar o sinal para a execução.

— Ei, chefe-san.

Sua atenção foi desviada por um momento com Kosuke se dirigindo a ela. E então, ela notou como seus próprios braços estavam ficando arrepiados sem ela perceber. Para a Chefe Magdanese que estava com dúvidas sobre seu próprio estado, essas palavras a atingiram suavemente.

— A família de Emily, eles ainda não chegaram?

Sentindo-se surpresa, a chefe Magdanese falou em seu telefone sem fio, questionando o que seus homens estavam fazendo. Zaa! Zaa! Depois de ouvir atentamente o som irritante do rádio que parecia estranho por algum motivo, uma voz impossível respondeu de volta.

— Agora há pouco, eles renunciaram aos seus deveres. Para a chefe que tem negócios com eles, por favor, repense a sua vida desde o início após o sinal sonoro.

Ela entendeu mesmo através do aparelho sem fio. Essa voz era inconfundivelmente a voz da pessoa que estava conversando com ela até agora. Era impossível. Como a voz do jovem que estava aqui neste lugar veio do dispositivo de comunicação do pessoal que ela enviou para monitorar a família Grant?

Ela não conseguiu compreender. Um calafrio percorreu sua espinha como uma minhoca. A Chefe Magdanese estava levantando o olhar do rádio no colarinho enquanto sentia terror... e então ela viu.

Com sua expressão ainda escondida pelas mechas, apenas a boca de Kosuke estava se movendo. Era como se ela estivesse olhando para a lua crescente brilhando no céu da noite.

— Vocês cães do Estado que cantam louvores a um mal necessário. Vocês estão preparados? Vocês estão determinados? Se não, então é melhor se apressarem. O abismo já está aqui.

A Chefe Magdanese estava sentindo um terror que era como uma tinta preta pintando toda a sua consciência enquanto balançava seu braço de modo inconsciente.

Isso aconteceu ao mesmo tempo que a aparição "daquele cara".

— Agora, é hora do show.


Nota do Autor (Ryo Shirakome)

Muito obrigado por ler essa história.

Muito obrigado pelos pensamentos, opiniões e relatos sobre erros de ortografia e palavras omitidas.

Ele está vindo, aquele cara, ele está vindoooo.


Nota

1 ― "John Doe" (para homens) e "Jane Doe" (para mulheres) são pseudônimos coletivos que são usados quando o nome verdadeiro de uma pessoa é desconhecido ou está sendo intencionalmente oculto. No contexto da aplicação da lei nos Estados Unidos, esses nomes são frequentemente usados para se referir a um cadáver cuja identidade é desconhecida ou não confirmada. Em segundo lugar, esses nomes também são frequentemente usados para se referir a um hipotético everyman (homem comum) em outros contextos, de maneira semelhante a "John Q. Public" ou "Joe Public". Existem muitas variantes para os nomes acima, incluindo "John Roe", "Richard Roe", "Jane Roe" e "Baby Doe", "Janie Doe" ou "Johnny Doe" (para crianças).



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