Volume 10

Capítulo 362: O pedido do Inspetor

Soltei a espada e me virei para a estante caída.

Livros caíram da estante e aterrissaram no inspetor.

— Ai, ai, você não pode ter mais cuidado ao mover isso?

O inspetor reclamou quando se levantou.

— Umu, muito bem para um Quase-Barão. Vou relatar isso a Sua Majestade. Seja grato.

— … sim.

— Puxa, o que aconteceu com o cavaleiro que estava vigiando?

Parecia que o inspetor não sabia que o cavaleiro havia morrido.

— Vou denunciá-lo a Sua Majestade e o farei ser decapitado. — ele disse ressentido.

Entendo, então ele não sabia.

— Ele morreu.

— Ó, morreu? E então?

— Então?

— A palavra. Você não a ouviu?

… ele não tinha nenhuma palavra de compaixão para o cavaleiro?

Bem, eu não esperava nada diferente.

— "O mundo kyu"... eu não consegui ouvir nada depois disso.

— "O mundo kyu"?

O inspetor parecia ter pensado em algo.

— Serei capaz de relatar imediatamente. Me ajude a sair daqui.

— Hum, e a minha recompensa...

— O que, você pode esperar sua recompensa mais tarde...

— Só desejo permissão para enterrá-la.

— Tá, tudo bem, eu vou permitir isso.

O inspetor disse antes de sair.

Em troca, Suzuki entrou.

— Kusunoki-kun, eu vou ajudá-lo.

— Obrigado.

Eu respondi e usei a habilidade Invocar Familiar.

Haru e Carol foram invocadas.

— Mestre, obrigada por esperar.

— Todas concordaram em aceitá-la.

Haru e Carol disseram.

Entendo, então Rarael e as outras aceitaram também. Fico feliz que não precisei buscar a aceitação delas depois de fazer algo dessa vez.

— O que elas querem dizer, Kusunoki-kun?

— Eu vou ajudá-la.

Eu disse enquanto puxava a espada.

— Megacura.

— Espere, Kusunoki-kun. A ferida chegou até seu coração. Foi morte instantânea. Então magia de cura é...

— Suzuki, este pode não ser um mundo gentil, mas ainda é um mundo de fantasia. Mesmo na Terra, um final ruim pode ser repintado em finais felizes.

Eu disse enquanto verificava a temperatura do corpo dela.

Eu tinha me preparado e estava correto.

— Ela ainda está viva.

— O que... como diabos você fez isso?

— Não foi você que me disse? A maneira de usar essa espada.

Eu disse enquanto lhe mostrava a espada que peguei no armazém.

A espada seria capaz de reter o poder depois de um talismã ser inserido.

— Você disse que, ao colocar um Talismã de Recuperação, cortar o oponente faria com que ele se recuperasse, não disse?

— Eu nunca esperaria que você fosse usar um Talismã de Recuperação para atacar... mas você perfurou o coração dela. Ela não deveria conseguir se recuperar se fosse uma morte instantânea.

— Sim, teria sido uma aposta ruim se eu apenas confiasse no truque do Talismã de Recuperação, mas não estaria tudo bem se ela não morresse no mesmo instante? Para isso, tenho outra habilidade: Martelo Piko Piko.

Eu tive que estender um Quarto do Silêncio sobre a espada para silenciar o som fofo do “piko!" que seria audível quando eu a atingisse.

— Caramba, você insistiu que era uma habilidade de martelo que rasgaria espadas, você... hahaha, que ridículo.

Suzuki riu e perguntou:

— Então, o que devo fazer?

— Nada demais. Você apenas tem que dizer que carregou o cadáver dela na sua bolsa de itens, me acompanhou para enterrá-la e não contar a ninguém o que você viu aqui.

Eu disse e pedi a Haru para abrir a porta para o Meu Mundo.

Então, peguei um selo de Haru.

Era o selo que concedia permissão para entrar no Meu Mundo.

Coloquei o selo no braço esfarrapado da garota.

Enquanto eu perseguia a garota-demônio, enviei uma mensagem para Haru e Carol e contei tudo sobre o meu plano.

Ela era capaz de se transferir para o Meu Mundo usando sua habilidade de familiar.

— Haru, Carol, eu a deixo com vocês. Não acho que ela recupere a consciência em uma hora, apenas a amarrem para manterem a segurança. Ela não deve ser capaz de escapar, mesmo que ela fique fora de controle se vocês a amarram com isso.

Eu disse enquanto entregava dois cintos.

— Estes são os cintos que tirei de Neete e Sheena Nº3 ontem.

— Eh? Neete-san? E Sheena Nº3-san, durante a batalha com o Rei-Dragão-Demoníaco...

Por engano, dei informações demais a Suzuki.

Neete supostamente partiu e Sheena Nº3 se autodestruiu diante dos olhos dele.

As informações sobre elas estavam conectadas à minha habilidade de Desempregado, então eu não podia deixá-lo saber.

— Ichino-sama, isso foi tão descuidado de sua parte.

— … desculpe.

Carol me repreendeu e eu pedi desculpas.

Acho que baixei a guarda depois de salvar com sucesso a garota-demônio.

Haru e Carol carregaram a garota para o Meu Mundo.

— Haa…

Fiquei lá e, por enquanto, apliquei o Limpar no tapete para arrumar tudo.

Não foi por causa daquele inspetor.

Eu não queria que eles descobrissem que ela ainda estava viva devido à pequena quantidade de perda de sangue.

Como selei a ferida enquanto seu coração estava perfurado, não houve muito sangramento.

O inspetor pode não ter percebido, mas se um investigador profissional aparecesse, isso seria exposto.

Felizmente, aquele inspetor era uma pessoa desleixada.

Os funcionários da instalação enterrariam o cavaleiro assassinado de forma respeitosa.

Ele torturou a garota-demônio, mas eu ainda orei por sua alma.

Suzuki e eu deixamos a instalação de proteção.

Eu só percebi que ainda estava segurando a espada quando saí.

— Será que eu poderia ficar com essa espada?

— Eu não acho que você deveria roubá-la.

— Sim. Eu devo devolvê-la…

Cocei minha cabeça e me virei para voltar.

— Ichinojo-donooo, Ichinojo-donooo!

O inspetor voltou. Inconscientemente, soltei um — Geh! — e um som de rejeição.

Ele percebeu que a garota-demônio ainda estava viva?

— Ichinojo-dono! Para onde você está indo?

— Ah, bem, peguei essa espada por acidente e estava prestes a devolvê-la.

— Essa é a espada da instalação de proteção? Por favor, não se preocupe com isso, sinta-se à vontade para levá-la para casa. Buhihihihi.

— Inspetor-dono. Você está investigando esta cidade, mas não deve ter autoridade para distribuir itens das instalações de proteção com liberdade...

— Calado Suzuki-dono. Tudo bem se eu disser que está bem. Não temos tempo!

O inspetor repreendeu Suzuki.

Desta vez, o que o herói disse estava certo, mas foi ele quem me disse para não ir contra o inspetor.

Ele deve ter entendido que não deveria tentar responder.

— Para ser sincero, tenho um pedido para Ichinojo-dono. Eu tenho um monstro que quero que você derrote.

— Um monstro que você quer que eu derrote?

— Sim. A sudeste daqui, há um ninho de monstros no santuário relacionado à família real e eu quero que você o subjugue sem demora. Claro, haverão recompensas.

O inspetor disse e me passou uma bolsa.

Eu olhei seu interior.

Havia dez moedas de ouro.

— ... tudo isso... erm, mas não seria mais rápido se você fizesse um pedido à Guilda dos Aventureiros ou à dos Mercenários?

— Parei na Guilda dos Aventureiros e descobri que Ichinojo-dono derrotou o chefe do Labirinto Avançado, Kanesha, com apenas uma equipe de três pessoas. E quando perguntei à Guilda dos Mercenários, me disseram que você matou dois Reis-Dragão-Demoníaco, buhihihihi.

Eu gostaria que ele parasse de rir assim. Isso estava causando calafrios em minha espinha.

E um dos Reis-Dragão-Demoníaco foi derrotado por Suzuki e Sheena Nº3.

— Eu derrotei apenas um Rei-Dragão-Demoníaco.

— Um ou dois, dá na mesma.

Eu achava que era muito diferente.

Suzuki olhou para mim e comentou: — Você já é uma celebridade.

Você foi quem feriu o outro dragão. Venha se tornar famoso comigo.

— Inspetor-dono, eu não estava sozinho ao lutar contra os Reis-Dragão-Demoníaco, Suzuki-dono estava comigo. Eu fui capaz de vencer por causa da habilidade dele.

Suzuki me enviou um olhar que me dizia para não dizer coisas desnecessárias.

Não havia como eu fazer uma tarefa tão problemática por conta própria.

Esse foi o meu pensamento, porém...

— Não, Ichinojo-dono é mais que suficiente apenas para esta tarefa. Eu preparei uma carruagem. Por aqui, por favor. Buhihihi.

De verdade?

Ele planeja me deixar fazer isso sozinho?

— Eu não achei que Ichinojo-dono aceitaria o ouro, mas se recusaria a concluir a tarefa.

— Eh? Este ouro…

Você foi quem me passou esse valor por vontade própria.

Eu queria dizer isso, mas já era tarde demais.

Bem, imaginei que poderia lidar com o extermínio de monstros do santuário se isso pudesse tirar a garota-demônio da cabeça dele.

— … tudo bem. Vou chamar minhas companheiras, então, espere um momento. Suzuki, deixo esta espada com você.

Seria problemático se me fizessem perguntas mais tarde, então entreguei a arma a ele.

— Eu te disse que estamos indo neste exato momento. Eu já preparei a carruagem. Eu também irei para não nos perdermos.

Sério... mesmo que ele fosse Lv99, ele com certeza não poderia lutar e eu teria um trabalho ainda mais complicado se minha verdadeira força fosse exposta, então eu não queria que ele me acompanhasse.

Até Jofre e Elise seriam melhores.

... sobre esse assunto, ainda não encontrei o paradeiro de Jofre e Elise.

Bem, eles deveriam estar bem.

Eu nem conseguia imaginá-los morrendo.

— ... acho que não é necessário que o inspetor-dono participe pessoalmente. Um local de extermínio de monstros não é lugar para um nobre.

Por enquanto, tentei convencê-lo a me deixar ir sozinho.

— Buhihihihi. Ichinojo-sama tem razão. Então, deixarei os guardas seguirem você.

— Não há necessidade, eu ficarei bem sozinho.

— Seria necessário confirmar que os monstros foram exterminados, por isso seria um aborrecimento para as duas partes viajarem para lá separadamente.

Eu pensei que tudo ficaria bem depois de relatar que concluí o extermínio, mas achei que ele não confiava em mim.

Bem, eu também não confiava naquele inspetor.

Por ora, parecia que os guardas estariam me acompanhando.

Eu entrei na carruagem.

Ao que tudo indicava, era uma carruagem para nobres, por isso parecia bastante confortável.

— Então vamos partir.

Eu disse ao cocheiro e a carruagem partiu.

A carruagem se moveu mais devagar que a minha velocidade correndo, mas conseguimos um passe livre através do portão e seguimos para o sudeste.

Hmm… fiquei entediado.

Pensei em mudar meus trabalhos para empregos relacionados a magia para concluir a tarefa com mais rapidez.

— Hmm?

Eu acabei sentindo que as presenças aumentarem em mais uma.

Tentei olhar pela janela, mas não conseguia enxergar bem.

Dessa forma, ativei os Olhos de Falcão.

Eu olhei do céu.

O número de guardas a cavalo aumentou.

Como eu suspeitava, havia um guarda adicional.

Uma pessoa usava uma túnica diferente dos guardas montados em cavalos.

Mas a pessoa estava andando ao lado dos guardas e não lutando com eles, então achei que eles não eram inimigos.

Esperei chegar ao destino enquanto refletia sobre a nova adição.

Quando chegamos a região selvagem, depois de nos desviarmos da estrada, minha bunda estava dolorida, apesar da carruagem ser relativamente confortável.

Quando usei os Olhos de Falcão mais uma vez para olhar do céu, vi que havia um grande edifício branco na direção em que estávamos indo.

Esse era o lugar?

Enfim chegamos... ou assim pensei, mas passamos por aquele santuário.

Hã?

Mais a sudeste, encontramos um pequeno prédio sujo com trepadeiras cobertas de vegetação por todo o lado.

O prédio era do tamanho de uma loja de conveniência.

De jeito nenhum, esse prédio?

— Ichinojo-sama, chegamos.

Eu estava correto.

Saí da carruagem, fiquei na frente do santuário e segurei o Cajado de Aklapios.

O interior estava escuro e eu não conseguia ver nada.

— Existe mesmo um monstro lá dentro? Não sinto nenhuma presença hostil.

Não senti a presença de nenhum monstro.

— Sim, eu tenho certeza que este é o lugar.

— Passamos por um edifício esplêndido há pouco tempo. Tem certeza de que não é aquele lugar?

— Não, este é o lugar.

O guarda insistiu.

Isso era estranho.

Eu ativei o Identificar Pensamento.

Ele não estava mentindo. Mas ele estava desconfortável.

Talvez esse guarda não soubesse de nada?

Talvez o inspetor o tenha instruído apenas a me levar até aqui.

— ... direi mais uma vez, não há inimigos ali dentro. Posso ter força de combate, mas não consigo desarmar armadilhas. Existe a possibilidade de armadilhas nas ruínas antigas que não têm monstros. Se você insistir em entrar, terei que pedir a vocês para liderar o caminho.

No momento em que eu disse isso.

A pessoa encapuzada que se juntou a nós no meio do caminho me atacou.

Eu fui pego de surpresa, então não pude evitar e tive que pular para trás.

Junto com a pessoa encapuzada.

Entramos no prédio.

— O que você está fazendo?

A entrada para o santuário se fechou quando eu disse isso.

Ao mesmo tempo, um leve brilho vermelho apareceu sob meus pés.

— ... como esperado, não há monstros. Você poderia me deixar sair?

Eu perguntei enquanto preparava meu cajado.

Não achei que a pessoa me deixaria sair de modo obediente.

Ao usar o Identificar Pensamento, percebi que meu oponente estava empolgado com a batalha.

— Parece que você está ansioso para lutar, mas qual é o seu objetivo? Eu só quero viver uma vida pacífica, comer unagi, mudar de emprego, flertar com a garota que eu gosto e, de vez em quando, comer os pratos únicos da minha irmã mais nova...

Meu oponente se moveu enquanto eu estava no meio da frase.

Então, ele não planeja responder... nesse caso...

— Não serei capaz de pegar leve... Fogo...

Lancei Fogo do meu cajado, mas... o feitiço não foi ativado!?

Parei a espada com meu cajado.

— O quê!

A espada dividiu meu cajado ao meio.

Esse era o Cajado de Aklapios que me acompanhou até hoje.

— Veja o que você fez, droga.

Eu usei a habilidade Arremessar para jogar o cajado... mas também não consegui ativar essa habilidade.

Parecia que eu não conseguia ativar a magia e as habilidades.

— Você parece ter notado. Este lugar sela as habilidades e a magia que podem ser ativadas do lado de fora.

A pessoa encapuzada falou.

Lembrei-me daquela voz.

Ou melhor, eu me lembrei vagamente.

Eu ainda podia sentir o mesmo sentimento vindo dela como quando usei o Identificar Pensamento um pouco antes.

— Eu poderia perguntar o porquê disso? Ainda tenho muitas coisas pelas quais te agradecer.

Ela tirou o capuz quando eu disse isso.

Talwi, com quem lutei contra o Rei-Dragão-Demoníaco, apareceu de baixo do manto.



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