Cheaters Brasileira

Autor(a): Kuma


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 44: Caminhos traçados

 

Astholf, o respeitado deus de forja conhecido pelo pseudônimo Svoath, foi um mestiço de anão com uma humana, um ser situado na perigosa fronteira entre os dois povos, que nunca se entenderam.

Desde cedo, Astholf procurava saber onde se encaixava no mundo. Qual era o seu lugar em uma sociedade feita de crenças distorcidas e preconceito que era ||BASIN-C||. Ainda assim, o pequeno mestiço sonhava com uma cidade mais igualitária, apesar das atrocidades que via no dia-a-dia.

Quero ser um ferreiro, quero ser um ferreiro, dizia o pequeno garoto. Ninguém nunca o levou a sério; seus sonhos, sua paixão que era construir e moldar e soldar era motivo de chacota em todos os lugares que ia. Seus rigoroso pai até mesmo já chegou a castiga-lo por causa disso.

Os anos passaram e, mesmo em segredo, Astholf se dedicou à arte da ferraria, rapidamente se tornando referência no que fazia. Seu trabalho era reconhecido até mesmo do lado de fora dos muros da Capital do Aço. No entanto, não é como se sua vida tivesse melhorado muito depois de tal reconhecimento.

Mesmo com tal habilidade e um futuro promissor, seus colegas ferreiros o viam com desconfiança, inveja e preconceito. Tudo porque não era um anão puro. Sua arte não era pura porque seu sangue não era puro, diziam eles.

No entanto, toda a sua vida deu um mortal para trás quando o deus de forja da época o nomeou como seu sucessor entre todos os outros que trabalhavam na ||FORNALHA||. A princípio, ninguém entendeu a decisão do deus de forja e todos consideraram isso como um ato de loucura por parte dele. No entanto, ele viu algo em Astholf que o diferenciava dos demais.

Um desejo puro e ardente por construir, um coração que queimava e pulsava em consonância com o próprio coração da ||FORNALHA||. No entanto, ninguém aceitou a decisão — o que acabou sendo terrível para Astholf, que sofreu muita pressão e ameaças para que renunciasse ao cargo por conta própria.

Entretanto, seu amor era maior que tudo e, assim que o deus de forja se foi, ele assumiu indiscutivelmente o posto, passando a habitar no ||TEMPLO DE MAGMA||.

Os primeiros anos foram difíceis e o cargo de deus de forja não era o que Astholf imaginava. Ao aceitar aquela função tão importante para sua cidade e para a sociedade dos anões no geral, imaginava que o fato de um mestiço ter assumido um posto tão importante como aquele faria as pessoas repensarem seus conceitos acerca dos humanos e mestiços, já que sua mãe era humana. Não foi isso o que aconteceu.

A começar de seu trabalho, não parecia ser a mesma coisa de antes. Ainda fazia o que gostava que era o trabalho com a fornalha, mas não tinha mais tanto tempo para se dedicar à sua paixão, visto seus outros ofícios e responsabilidades como uma figura política e quase religiosa entre os mais devotos. Além disso, trabalhava na coordenação direta da ||FORNALHA|| e essas coisas tomavam muito do seu tempo.

E não é como se o cenário que imaginou tivesse se realizado, tampouco estivesse próximo de realizar. Era exatamente o contrário.

Com a ascensão de um mestiço para a posição de deus de forja, as pessoas passaram a duvidar e menosprezar as propriedades e autoridade de Svoath, além de que os que eram como ele, eram perseguidos e odiados por todos aqueles que temiam terem suas posições e títulos maculados pelos “meio-ferros”, como eram chamados.

Ao ver que suas conquistas e méritos não serviram de nada para mudar a sociedade em que vivia, algo se partiu dentro de Astholf — sua vontade de fogo, sua paixão, seus desejos e sonhos se esfriaram como uma fornalha apagada. E isso se traduziu tanto em sua forma de trabalhar quanto de lidar com os outros.

O deus de forja se tornou alguém mais amargo e indiferente, que executava seu trabalho diligentemente e sem falhas, fosse o que fosse. Ele estabeleceu uma linha repressiva em toda ||FORNALHA||, sendo lembrado principalmente por seus métodos nada convencionais e extremamente severos de lidar com “insubordinações”.

Até o dia em que ele recebeu uma visita de uma mulher estranha e encapuzada. Ela lhe prometia uma sociedade mais justa e igual para todos em troca de sua cooperação. Astholf a princípio achava tudo uma grande baboseira, mas a mulher fez uma prova de sua força, o que era ritual para todos os anões. Ela mostrou a ele — casas, pessoas de vários povos diferentes unidas, crianças de barrigas cheias e um sorriso no rosto.

Aquilo afetou Svoath profundamente e o encantou de tal forma que não foi preciso muito para que ajudasse a mulher em seus planos. Com isso, o rei anão foi deposto meses depois em um golpe de estado e um dos cabeças do plano, pai de Thor-ardd, se tornou rei de forma ilegítima, o que gerou uma ruptura no exército e na ||FORNALHA||.

Um dos acusados do golpe foi o deus de forja, o qual teve o ||TEMPLO DE MAGMA|| invadido e revirado pelo exército dos [LEGIONÁRIOS DE AÇO]. No entanto, outra parte que era aliada ao rei ilegítimo fez uma emboscada nas redondezas e uma batalha aconteceu onde Locke, o pupilo preferido de Svoath, foi morto e teve sua cabeça arrancada.

Ao ver a cabeça de Locke empalada em uma estaca na entrada da ||FORTALEZA DE FERRO||, em meio a de vários outros anões, Svoath sentiu seu coração se despedaçar em vários pedaços e ficou sem ar. Desde aquele dia, o deus de forja não apareceu mais em seu templo e nem sequer tiveram notícias dele desde então, o que fez um boato correr entre as ferrarias de que o deus de forja mestiço havia sido morto e haviam sumido com o corpo.

Desde aquele dia, Astholf nunca mais tocou ou sequer chegou perto de qualquer coisa que lhe lembrasse a ferraria, passando a vagar como um bêbado sem nome pelas ruas de ||BASIN-C||, fadado a carregar o peso da morte da única pessoa que o fez acreditar de novo...

 

 

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||PASSAGEM DE ANSUS||, extremo Norte da região de ||LHASA||, a alguns quilômetros da ||VILA DO SOSSEGO||.

PLAYER: [Juniorai]

 

 

— Então foi isso o que aconteceu com ele, não é? — Já tinha visto aquela cutscene através de Picker várias vezes durantes os 4 dias que estávamos viajando. — Sinto um pouco de pena dele...

— Wiwiwiii... wi?

— Sei lá... Acho que ele nem era tão vilão assim. — Eu não entendia o que Picker dizia, mas eu podia ter uma ideia. Uma pessoa viajando com uma bola com um olho e asas por 4 dias inteiros podia ficar um pouco... maluca. — Era só alguém que tentou fazer as coisas certas, mas confiou nas pessoas erradas. Ele só queria ajudar o povo da sua cidade no fim das contas.

Eu teria feito algo diferente no lugar dele se fosse algum dos meus amigos?

— Wiwiwi! Wiwiwiiiwiwiw! — Picker cruzou as asas de novo como se fossem braços debaixo de seu olhão dourado.

Após reproduzir o filminho da vida de Svoath como uma projeção de um data show, Picker rodopiou no ar e se aninhou no vão da cela entre minhas pernas. Tinha descoberto essa função bem útil naquela bola de asas, apenas apertando um botãozinho invisível em cima de sua cabeça.

Estava a cavalo, cruzando uma estrada tão longa quanto o Caminho da Serpente e que cortava uma planície com estepes praticamente interminável. Ao longe, nas subidas e descidas, alguns monstros podiam ser vistos, mas a maioria deles de Nv. 60 para cima.  

  


 - FORÇA: 170(100)               - CONSTITUIÇÃO: 120(80)

- DESTREZA: 50(0)             - SABEDORIA: 70(20)

- ESPÍRITO: 95(35)               - HP: 740 / 1250

 

- Lv.37                                     - MP: 300 / 300

 

<SEM STATUS ADICIONAIS>

(...)

<EFEITOS NEGATIVOS:

[FOME]> - 40 HP a cada 1h [DETALHES]


 

 

Estalei a língua olhando para minha ficha. Sim, fazia dias que eu não comia nada e isso naquele mundo era igual a ter um novo status negativo que consumia meu HP a cada hora que se passava.

Meu estoque de //POÇÃO DE CURA (G)// já estava para acabar. O cavalo que eu tinha arrumado em um estábulo perdido nos confins da cidade também já estava ofegante, os passos retardando mais e mais a cada meio quilômetro.

Pelo meu mapa, a cidade mais próxima era uma tal de ||VILA DO SOSSEGO|| e que ainda ficava a mais um dia de viagem. Suspirei.

— Acho que vou ter que fazer mais uma parada, infelizmente...

— Wiwiwiwiii!

Picker pareceu concordar, apesar de que, àquela altura do campeonato, eu já estava praticamente cagando e andando.

Só queria chegar logo à algum lugar! Não tinha uma opção de viagem rápida nesse jogo não, caralhos?!

Paramos em próximo de uma pequena lagoa que ficava isolada, coberta por uma ou duas árvores retorcidas. Um pequeno oásis para o cavalo descansar e beber água enquanto eu pensava no que fazer em seguida. E olha... eu tinha muita coisa para pensar.

Ao sentar nas raízes da árvore, reavaliei a situação atual sem surtar.

Arthur foi capturado pelo inimigo e a cidade de ||BASIN-C|| foi tomada por algum exército. Tomando como base o que Maria me disse em ||AMINAROSSA||, devia ser a nação rival do reino da Thays... qual era o nome mesmo?

Bem... e ainda tinha a questão daquela mulher encapuzada com um //FRAGMENTO DA ALMA//. Ela atravancou o nosso caminho o tempo todo e disse umas coisas bizarras sobre servir a alguém e um discursozinho de vilão lá.

 

Daqui a exatamente um mês, todo esse continente irá ser destruído e algo novo irá renascer! Um paraíso governado pela Deusa Salvadora!

 

Deusa Salvadora... Deusa Salvadora... isso não fazia merda de sentido nenhum! Eu era o único deus daquele mundo, mas parece que outra figura estava ditando os acontecimentos do jogo como bem entendia.

Sim... essa Deusa Salvadora com certeza era a causa de tudo isso. Seu eu chegasse até ela, eu certamente teria as respostas para tudo.

Mas essa conversa torta não era novidade. Justine, ainda na ||CIDADE DOS COMERCIANTES||, já tinha me alertado sobre isso.

Apotheosis... Comp Fantasma... só pode ser isso — murmurei pra mim mesmo, olhando para o céu azul artificial daquele mundo. — Eles devem ser os “inimigos” que o jogo colocou para nós.

Enquanto conversava comigo mesmo ao melhor estilo louco de pedra, senti algo vibrando e pulsando em algum lugar de mim. Era uma sensação desconfortável e familiar ao mesmo tempo, enquanto tentava descobrir de onde vinha essas vibrações.

— Wiwiwiwii! Wiiii!

— Que foi, bolinha? Que foi? Encontrou alguma coisa?

E então descobri o que era: o //FRAGMENTO DE ALMA// no meu inventário. Ele estava reagindo a algo.

— Que está acontecendo aqui?

— Wiwiwi. Wiwiii...

— Quem está ai? — Uma voz feminina gritou de longe, vindo da direção da estrada.

Uma voz feminina e bem... familiar. E ao mesmo tempo que isso, uma mensagem do sistema alarmou na minha cabeça. Acho que não devia ser algo bom quando acontecia isso...

 

 


MENSAGEM DO SISTEMA

 

– NOVA MISSÃO PRINCIPAL DO [PRIMEIRO ATO], DESBLOQUEADA! –

7X – NOVA MISSÃO SECUNDÁRIA, DESBLOQUEADA! –

 

........

[MAIS DETALHES]


 

 

Outra missão? E eu mal tinha chegado em outra cidade ainda para isso. Ali era praticamente no meio do nada — no meio do meio de um ||PLANÍCIE DO PANDEMONIUM||, que parecia ser uma área fora de qualquer interação com a história do jogo.

— Levante as mãos e se vire devagar. E não tente nenhuma gracinha pra cima da gente ouviu, garoto?

Garoto?!

Obedeci suas ordens, me levantando de onde eu estava. Aquela voz fina e suave... aquela forma de falar e de ameaçar. Quando me virei, foi só para ter certeza de com quem eu estava de fato falando.

Quem estava ali era mais uma de meus amigos, Letícia.

 

 

 

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Enquanto isso, a vários quilômetros dali, nos arredores da ||CIDADE DE LIDOOBERRY||.

PLAYER: [Justine]

 

 

— N-n-não... não pode ser... — Eu mal conseguia falar. O sangue se tornava gelo em minhas veias.

Pensei que iria cair do cavalo — e eu poderia ter caído mesmo se Ludwig não tivesse me segurado. Lucy soltou um grito abafado pelas duas mãos tapando sua boca enquanto suas feições se contorciam em horror. As orelhas de coelho de Reks murcharam e seus pelos se enriçaram. Stuz e Laimonas se esforçaram para manter a respiração controlada.

Estávamos quase chegando à ||CIDADE DE LIDOOBERRY|| depois de uma longa e exaustiva viagem pelo continente, colhendo quaisquer pistas e informações que nos levassem à Comp Fantasma e o Culto Manju.

Só para descobrirmos que não existia mais uma cidade para nós voltarmos.

A ||CIDADE DE LIDOOBERRY|| como eu conhecia, sumiu da face da terra! Sumiu completamente, sem deixar nenhuma vestígio, nenhum traço de terra ou arvore.

E no lugar da minha querida cidade natal havia apenas um horizonte negro e ameaçador, como um poço sem fundo, tomado por vários e gigantescos números 0 e 1 irradiando em um verde espectral brilhante através da fenda. Um colossal buraco negro que rasgava a realidade, consumindo tudo que tocava. Alguns raios negros estalavam das bordas daquela coisa, distorcendo a paisagem remanescente em volta, transformando tudo em... eu não sabia nem que nome dar para aquilo.

Eram monstros..., mas nenhuma que eu já tivesse visto ou ouvido falar; seres desfigurados, sem forma ou cor ou raça definida. Era como pegar um pouco de cada elemento da natureza — humano, planta e arvore — e misturar e amassar tudo em uma coisa só como uma massinha de modelar.

E aquelas coisas escapavam da massa negra, quando nem mesmo a luz parecia ser capaz de fazer o mesmo. Eles emergiam do horizonte em uma cor preta chapada e opressiva, como seres abissais se preparando para a carnificina.

— Quer merda é essa?! O que aconteceu com a cidade... com a paisagem...?! — A voz de Laimonas saiu como um arquejo fraco.

— E aquelas coisas saindo do buraco negro? — Ludwig apontou para uma delas descontrolada pelo meio da estrada.

— E-E-Estamos condenados...! YUP! — Stuz soluçou.

— Vamos logo embora daqui! Rápido! Essa coisa parece que está aumentando de tamanho! — gritou Lucy.

— Vamos! Temos que ir para outro lugar agora.

— Para onde, senhorita? — Ludwig perguntou. A única pergunta que importava agora.

— Para o Leste. — Foi meu primeiro pensamento. Agora que confirmei os vazamentos e os esquemas ilegais com os Fauneses e Demis desaparecidos e sua conexão com o Culto Manju, o Norte e o Oeste não eram mais seguros para mim.

Principalmente sabendo que todos naquele antro de víboras me conheciam e conheciam meu pai. Em uma guerra, qualquer elemento extra para a barganha era bem-vindo, não importava o que fosse.

E falando nele... onde ele poderia estar agora se a cidade não existia mais? Em ||GARDENMOON V||? Em ||BASIN-C||? Ou será que em ||ANDRAS||?

E será que o Juniorai já tinha voltado da Capital doAço a essa altura? Quer dizer... já haviam se passado mais de um mês desde que partiu da ||CIDADE DOS COMERCIANTES|| e não tem mais mandado nenhuma notícia. N-n-não que eu me importe...

Os cavalos empinaram e saímos correndo dali mais rápido do que flechas ao vento, indo em direção ao Leste. Talvez ||LACUNA||, o qual tínhamos uma relação bem amigável, pudesse nos receber. Poderíamos ficar por lá até saber o que fazer, ou até mesmo ||AMINAROSSA|| seria uma ideia viável.

Mas uma coisa era certa... Eu tinha que encontrar o Juniorai e rápido!

 

 

 

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Nesse meio tempo, na ||ROTA DA SEDA||, Na porção sudoeste de ||REN DO SUL||...

PLAYER: [Arthur]

 

Acordei depois de... um dia? Uma semana? Um ano? Não sabia dizer...

Me sentia preso dentro de um cristal, um lugar nem tão frio e nem tão quente. Meu corpo estava estranho — como se estivesse dentro de um lago, submerso, envolto em águas pesadas e opressoras.

E o que eu conseguia enxergar era apenas um vislumbre do mundo lá fora. Eu estava sozinho e confuso e preso em um lugar desconhecido.

Junior não estava mais lá. Minha última lembrança embaçada remetia à ||FORTALEZA DE FERRO|| na cidade dos anões. Eu... estava lutando com o Junior contra o rei e depois, alguém apareceu e... e...

Tudo parecia tão estranho e desconexo a partir daí que eu não sabia mais distinguir se aquilo de fato aconteceu ou foi um sonho. Um daqueles sonhos terríveis e bem reais.

Através de uma “abertura” em uma janela naquele espaço eu conseguia ver alguma coisa. Eram como tropas marchando e eu estava suspenso sobre elas, aquela visão tremendo como se estivesse em um movimento sincronizado com os homens andando.

— Então acordou, menino? ♥ — Uma pergunta seguida de uma risada de arrepiar os cabelos.

— Que?!

Uma voz completamente distorcida e malévola surgiu preenchendo o lugar como se ela estivesse em todos os lugares ao mesmo tempo. Era a voz daquela mulher encapuzada! Eu lembrava dela claramente agora!

— Droga! O que você fez comigo?! Onde está o Junior?!

— Tsc, tsc, tsc. Nananinanão! Não é você quem faz as perguntas aqui. — Ela fez uma pausa, mostrando para mim uma grande nação murada ao longe, com grandes pilares de fumaça saindo de um canto e outro. Uma nação... uma bem desenvolvida por sinal. — Consegue ver, portador do dragão?

Como... como ela sabia de Salamandra? Da minha Relíquia Hospedeira?

— Vocês... o que... o que vão fazer comigo? — consegui perguntar, lutando para manter a voz firme.

— Kukukuku... ♥ Quanto a isso, não se preocupe. Você vai ser um ótimo objeto para meus estudos. ♥

Engoli em seco, evitando de pensar no que aquela maluca de pedra poderia estar planejando. Então ela continuou: — Mas se eu fosse você, me preocuparia com a pessoa que vai falar com você antes de mim.

— Melhor me deixar aqui então, porque se você me soltar eu juro que vou matá-la e depois você!

Ela soltou uma risada desafinada de escárnio, como se tivesse ouvido uma piada.

— Tenho certeza de que ele é alguém com quem você não tem a mínima capacidade de lidar, foguinho! ♥ — zombou ela.

— E quem seria esse cretino, afinal?

Ela fez uma pausa com outra risada, como se debochasse, apontando um dedo fantasma pra minha cara. Isso era irritante, tão irritante quanto o fato de eu não conseguir fazer nada.

— Você terá uma pequena conversinha com Gabriel, o rei de Andras!



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