Volume 1

Capítulo 02: Grimm e Laki

Grim e Laki

 

A água escorria sobre cabeça de Haru, abafando os ouvidos, junto com o som constante e pesado, misturado às memórias que insistia em esquecer. Dez anos haviam se passado. Ele sabia— não havia ninguém o esperando do lado de fora. Então, por que aceitara aquela proposta?

“Mesmo depois de tantos anos… você ainda carrega desejos infantis?”

As vozes soavam como fragmentos de antigos amigos, tornando tudo mais doloroso. Seus olhos se perdem nos ladrilhos da parede. Sentia como se algo— ou alguém— o observasse pelas costas, por isso cansou de ver a sujeira ir embora com a espuma do sabão. Já não fazia diferença.

Ao se secar com a toalha áspera, a cicatriz em sua lateral e no ombro ardeu ao toque. Já não sabia mais quantas vezes balançava a cabeça diante do espelho, que refletia o mesmo rosto imutável desde os seus 18 anos. Nem um fio novo de cabelo parecia ter nascido em sua cabeça ou no rosto. Suspirando fundo, vestiu a roupa providenciada pela Rainha Alice.

A camisa preta carregava o brasão dos Kaiser Drache nas suas costas — um escudo vermelho, com um “K” e “D” entrelaçados no centro, e um dragão de as asas abertas rugindo no topo.

Quando o carcereiro o chamou, se surpreendeu com Haru já de pé, parado próximo à porta com as mãos nos bolsos. O oficial não disse nada, mas era estranho ver quanto aquele homem não parecia representar ameaça alguma. Desde que removeram as correntes, o prisioneiro permanecera calado, imóvel e obediente. O guarda chegou a se sentir culpado em algemá-lo antes de levá-lo.

Enquanto eles passavam pelos corredores, outros prisioneiros se manifestaram— alguns murmuravam preces, outros suspiravam aliviados, e havia até quem risse. Haru mantinha seu olhar à frente.

—Nem metade deles sabiam que eu estava aqui... então não me importo. —sussurra para si mesmo, lançando olhando de soslaio alguns rostos atrás das grades.

Ser recrutado por um clã, para todos ali, é sinônimo de morte ou escravidão. Para Haru… talvez representasse o mesmo destino.

Antes mesmo de Von Dinte bater na porta do diretor Barbier, o ex prisioneiro ouvia uma conversa foi interrompida no meio, em que Alice firmemente dizia:

—Eu e meu marido temos nosso próprio jeito de cuidar dos nossos assuntos...

Aquilo era o que Haru precisava ouvir. A confirmação de que ele não era —e nunca seria— alguém especial. Manteve o rosto impassível, mas seus ombros encolheram, discretamente.

—Entre!—o diretor diz em meio uma tosse.

—Desculpa o incômodo, senhor...— responde o oficial, mas foi interrompido pelo olhar atento da rainha.

—Ora... Parece que serviu direitinho. —disse ela, levantando com um leve sorriso ao fitar seu mais novo súdito de perto.

O súbito movimento o pegou desprevenido. Haru corou, disfarçando com um pigarro.

Alice o observou com atenção, analisando cada detalhe do novo recruta. Ajeitou a blusa sobre os ombros dele e afagou os cabelos ainda desalinhados. O gesto era quase gentil—mas havia algo calculado demais em sua suavidade, como se o afeto também fosse uma arma.

Haru desviou o olhar, constrangido pela rainha, como uma criança incomodada pelo zelo de uma mãe

—É uma honra servir a você, majes…—começou ele, fazendo menção de se curvar, mas ela o interrompeu.

—Isso não será necessário.

Sem perder tempo, voltou sua atenção para a mesa. Sobre ela, repousavam alguns envelopes e uma pulseira de ferro. Ela os ignorou por ora, ajeitando a espada presa à cintura e lançando o manto sobre os ombros. As mangas largas esvoaçavam suavemente em seus movimentos.

—Vamos, Haru? Temos alguns assuntos a tratar.

A Rainha dos Dragões atravessou o recinto com elegância, enquanto se despede de todos os presentes, pedindo para que ele a seguisse. O novo recruta obedeceu, em silêncio.

Conforme ela passava pelos corredores, os guardas curvavam-se em reverência. Alice fazia questão de agradecer a cada um, com um sorriso leve e palavras corteses. Haru, por sua vez, a observava atentamente.

O escudo dourado bordado em seu sobretudo era o mesmo que agora ele carregava nas costas. Seus passos, antes firmes e calculados, agora pareciam tranquilos... despreocupados.

“Ela parece… feliz?”, pensou ele, estreitando os olhos, desconfiado.

Por um instante, Alice olhou por sobre o ombro, encontrando o olhar de Haru. E sorriu. No momento seguinte, a luz forte da manhã o cegou brevemente quando atravessaram a saída das masmorras.

O dia estava apenas começando — e, com ele, um destino incerto.

*****************************************************

Na última vez que esteve na capital os prédios não passavam de escombros cobertos de fuligem. Agora, a cidade pulsava com vida. As estradas eram pavimentadas por paralelepípedos cinzentos, e os meios-fios, em cores vivas, contrastavam com as calçadas de concreto. Prédios e casas, dos mais diversos tamanhos e estilos se alinhavam pelas ruas e vielas, por onde passavam carruagens e cavalos de raça.

—O quanto mudou? —Alice recuou alguns passos, posicionando-se ao lado de Haru, que não conseguiu esconder a surpresa no olhar.

—Não sei dizer...—respondeu ele, retomando com esforço a expressão neutra. —Faz tanto tempo que estou atrás daquelas paredes...

—Você logo vai se acostumar. —ela deu um leve empurrão de ombro com ombro, em tom brincalhão enquanto ajeitava os envelopes em seus braços. Em seguida, a rainha apontou adiante.— Nossa carruagem é aquela, vamos!

A carruagem era branca, decorada com arabescos e flores esculpidas em madeira viva, puxada por dois cavalos brancos, de raça nobre. O cocheiro abriu a porta com uma breve reverência. A Rainha dos Dragões agradeceu com a mesma cortesia que demonstrara durante todo o trajeto.

Ao sentar-se, Haru notou a mão de Alice estendida, oferecendo um embrulho em guardanapos finos

—Você deve estar faminto. —disse ela, retirando o pacote de uma cesta bem arrumada do seu lado. —Temos uma longa viagem, então coma.

—Isso não está correto...

—Perdão?

—Por que a senhora está me servindo? —Haru pegou o sanduíche com relutância. Pensara em recusar, mas o seu estômago, traidor, roncou alto.— Deveria ser o contrário.

—Nós não somos diferentes, Haru. —Alice também se serviu, acomodando-se confortavelmente, no banco da carruagem. Entre uma mordida e outra, deu instruções ao cocheiro. —Ambos somos pessoas. E vou tratá-lo como acredito que merece ser tratado.

—Eu acabei de ser recrutado, majestade...

—Primeiramente! —ela o interrompeu com um dedo erguido, o olhar firme mas bem-humorado.— Guarde os honoríficos para quando estivermos entre estranhos. Quando estivermos sozinhos, no castelo ou no distrito, apenas “Alice” basta. Isso inclui parar com essas reverências o tempo todo; são úteis só para manter as aparências!

Haru baixou o olhar, hesitante, antes de apontar para um dos envelopes de pano em seu colo — seu nome estava bordado com precisão, junto à sua data de nascimento (3 de outubro) e à data em que fora preso (13 de dezembro de 5XX).

—A senhora está com meu histórico em mãos. — disse em voz baixa—Tenho certeza de que sabe sobre o que fiz para estar lá.

—Está falando sobre isso? —perguntou ela, pegando o envelope na mão esquerda.

Em segundos, Haru viu o tecido e as folhas em seu interior pegarem fogo lentamente. A reação foi tão rápida que ele mal conseguiu disfarçar a surpresa.

— Acho que você ouviu eu dizer quando chegou na sala do diretor. Mas caso não tenha prestado atenção, vou repetir: nós temos nosso próprio jeito de fazer nossas coisas.

A chama consome os papéis e o envelope, como se apenas tivesse invocado apenas para destruir aquilo. E, mesmo diante das cinzas que esvoaçavam pela janela da carruagem, o forçou a encará-la novamente.

—Eu não me importo pelo que você foi preso. —declarou a Dragoa Real, limpando a mão suavemente no peitoril da janela . —No dia em que se sentir confortável para me dizer, estarei disposta a ouvir. Até lá, você é a minha espada. E espero que aja como tal.

—Mas...

—Temos assuntos mais importante para discutir, Haru! —interrompeu ela, elevando um pouco a voz. Não soava brava, apenas decidida. —Espero que tenha entendido como pretendo tratá-lo. Por ora, apenas coma.

—Sim, senhora. —respondeu ele, soltando um leve suspiro, antes de dar a primeira mordida no sanduíche.

Alice sorriu. Um sorriso breve, satisfeito. Depois, deixou que o silêncio tomasse conta do interior da carruagem por alguns minutos. Seus olhos voltaram-se para o céu da manhã, e a luz refletiu no verde esmeralda de sua íris enquanto comia com calma. Haru fez o mesmo, distraindo-se com a paisagem que desfilava pelas janelas. Pessoas passavam, ocupadas com suas rotinas, e por um instante ele pensou:

“Não importava quantos anos passaram, algumas coisas nunca mudam, a rotina pacífica que Golden retomou após a Queda é uma delas”

Anfell era formada por três grandes distritos — os remanescentes após a separação dos territórios. Agora, a região formava uma imensa ilha murada por construções de pedra e ferro. Logo na entrada principal, as estátuas do Primeiro Rei e da Primeira Rainha do Grande Reino saudavam os que chegavam: ele, com uma espada erguida nas mãos e a coroa sobre a cabeça; ela, segurando um livro em uma mão e uma pena na outra.

A Queda havia maculado o reino, rompendo os laços com Tyrona, Rogfield, Drastein e Minorin. Mesmo assim, Anfell seguia como o principal centro comercial do continente — e isso bastava para manter sua soberania.

Dez anos pareciam mais do que suficientes para fazer parecer que a Queda jamais havia acontecido.

—O que você sabe sobre os clãs, Haru? —perguntou a rainha, rompendo o silêncio, ainda com o olhar fixo para a paisagem além da carruagem.

—Não muito... —respondeu ele, após pensar por um instante —Sei que auxiliaram o exército revolucionário durante a Queda. Foi graças a isso quea separação dos reinos aconteceu.

—Já sabe mais que muitos. —comentou ela, levando a mão ao queixo, em um gesto comtemplativo. —A Queda hoje parece apenas assuntos de livros de história para aqueles que devemos proteger...Mas, para nós, é um marco.

Ela retirou o relógio do seu bolso e conferiu as horas, antes de prosseguir:

—Passamos muito tempo como uma parte oculta da sociedade. —disse ela, observando o seu novo recruta de soslaio. —Não éramos muito diferentes dos revolucionários. A diferença foi que ajudamos em troca de algo: sermos aceitos como parte integral da sociedade. Direitos. Deveres. Nome e rosto.

—Imagino que isso tenha reduzido bastante a dificuldade de suas ações. — comentou Haru, com genuína curiosidade.

—Não está errado em pensar dessa forma. —o tom da rainha ganhou um peso nostálgico, enquanto voltava a atenção para a janela. —Adivinho que tenha 28 anos, não é?

—Sim, senhora.

—Temos a mesma idade. —disse ela, ajeitando-se no assento, cruzando os braços. —Dias após o fim da guerra, quando completei dezoito anos, fui retirada do orfanato pelo Rei Maximoff Dagon.

—O Rei Drakkon?—Haru pronunciou o título com ênfase, quase como uma reverência.

—Você o conheceu? —Alice questiona, curiosa.

— Conheceu-o? — Alice arqueou levemente uma sobrancelha, interessada.

— Não pessoalmente. — respondeu Haru, buscando as palavras. — Mas ouvi muito sobre ele... principalmente por seus feitos no campo de batalha.

—Entendo.— murmurou ela, com a nostalgia ainda presente na voz. — Ele e sua esposa, Wanda Dagon — a Dragoa Imperatriz —, foram os principais responsáveis pela virada na guerra. Me orgulho disso... e admito sem receio.

— Imagino que sim...

—Não é à toa que carregamos seus valores. —Alice inclinou-se levemente no assento, fitando-o com um olhar firme. —“O fato de sentarmos a mesa com nossas diferenças é o que nos faz iguais.

—Os ensinamentos do primeiro Rei…— murmurou Haru, reconhecendo a frase.

O sorriso que surgiu no rosto de Alice foi leve, mas genuíno. Ver aquele jovem citar um trecho do “Eco da Aliança”, no Grimório Elysiano parecia tocá-la de modo pessoal.

— Se hoje te recrutei, Haru, é porque — por mais que você tente esconder — vejo arrependimento em seus olhos. Seja lá o que tenha feito... isso já me basta.

Haru permaneceu em silêncio. As palavras dela pareciam difíceis de acreditar, mas, de alguma forma, soavam verdadeiras. Ele não respondeu, apenas desviou o olhar de volta à janela.

— Há algo que eu gostaria de evitar... — disse Alice, após um breve intervalo —...mas as normas me impedem.

Ela tirou uma pulseira de ferro de dentro do casaco e a estendeu para ele. No centro, havia uma pequena placa com o brasão dos Dragões gravado.

— A partir de agora, você será oficialmente um recrutado do nosso clã. E, por mais que eu o trate como um igual... nem todos farão o mesmo. Aventureiros. Outros clãs. O próprio governo exige que os recém-integrados usem essa pulseira de identificação.

—Está tudo bem. —o atual recrutado pegou e vestiu-a cuidadosamente no pulso direito. —Pressuponho que não estou autorizado a tirá-la em momento algum?

—Correto. —respondeu a rainha, com um leve suspiro. —Você agora é um dos nossos. Mas, conforme o artigo de recrutamento, isso só se mantém sob a condição de que complete o treinamento e passe pela avaliação oficial... como parte de um grupo de três.

— Três membros? —Haru a encarou, intrigado. Por um segundo olhou ao redor da carruagem, como se esperasse encontrar mais alguém ali dentro.

—Estamos indo encontrá-los agora...

— Se isso exige trabalho em equipe...Por que escolher alguém de fora?

—Porque essa é a melhor oportunidade para testá-lo…—respondeu Alice, evasiva. Ela estalou os dedos, e deu um pequeno tapa na própria testa, como se tivesse lembrado de algo. —Isso me lembra que tenho que desbloquear seus canais de mana.

—Meus, o que?

—Seus canais de mana. —respondeu ela, estendendo a mão em direção ao peito dele. —Todos os humanos nascem com eles selados. É por meio dessa energia que lutamos e protegemos o reino. Agora, fique quieto.

Ela fechou os olhos e aguardou que Haru se acalmasse. Em um instante de silêncio e respiração contida, ele sentiu uma pressão no peito — seguida por uma descarga elétrica que percorreu cada músculo do seu corpo. Ofegante, ele olhou para as mãos e viu uma fumaça azulada escapar de seus dedos e de cada poro da pele.

— Respire fundo e concentre-se. — disse Alice, recuando um passo ao vê-lo reagir. — Logo seu corpo se ajustará à mana.

Haru obedeceu. Aos poucos, a fumaça se recolheu, condensando-se numa aura tênue. A sensação era semelhante a escalar uma montanha gelada e, então, descer suavemente até a base. Quando abriu os olhos, a aura havia se dissipado... e ele sentia como se seu corpo tivesse mudado completamente.

— Muito bem! — disse Alice com um sorriso genuíno. — Alguns levam horas para acomodar a mana. Você levou apenas alguns segundos.

—Olhando assim, até parece que minha mana é menor que de outros seres humanos.

— Vendo assim, até parece que tenho menos mana que o normal.

— Não funciona assim. — Alice soltou uma risadinha contida. — Todos nascemos com a mesma quantidade de mana. A diferença está no treino. Evoluir é expandir.

Antes que pudesse comentar algo, Haru sentiu a carruagem frear bruscamente.

— Chegamos? — perguntou, se ajeitando no assento.

— Sim. — Alice olhou pela janela. — E, pelo visto, seus parceiros também. Venha, vou apresentá-los.

O cocheiro abriu a porta e ajudou a rainha a descer com elegância. Haru, por sua vez, saltou com um impulso mais bruto. Assim que ajeitou a roupa, avistou duas figuras à distância: uma garota de pele clara e cabelos ruivos como fogo vivo, com pontas negras como brasas, e um rapaz de pele de ébano e cabelos escuros como carvão.

— Vendo assim, até parece que tenho menos mana que o normal.

— Não funciona assim. — Alice soltou uma risadinha contida. — Todos nascemos com a mesma quantidade de mana. A diferença está no treino. Evoluir é expandir.

Antes que pudesse comentar algo, Haru sentiu a carruagem frear bruscamente.

— Chegamos? — perguntou, se ajeitando no assento.

— Sim. — Alice olhou pela janela. — E, pelo visto, seus parceiros também. Venha, vou apresentá-los.

O cocheiro abriu a porta e ajudou a rainha a descer com elegância. Haru, por sua vez, saltou com um impulso mais bruto. Assim que ajeitou a roupa, avistou duas figuras à distância: uma garota de pele clara e cabelos ruivos como fogo vivo, com pontas negras como brasas, e um rapaz de pele de ébano e cabelos escuros como carvão.

 

— Fico feliz que tenham chegado bem! — Alice se adiantou e abraçou os dois brevemente. — Este é Haru, o novo parceiro de vocês.

Haru se aproximou, notando de imediato: ambos eram visivelmente bem treinados. Seus corpos atléticos revelavam disciplina, força e resistência. Ao lado deles, Haru se sentia esguio demais. Talvez fossem as correntes pesadas que usara por tanto tempo... ao menos seus braços ainda conservavam força.

— Ainda acho que confiar nosso destino a um desconhecido é um erro. — disse o garoto com um tom frio, avaliando Haru de cima a baixo.

“Eles são mais jovens que eu...” pensou o recrutado, sentindo os olhares julgadores pesarem sobre ele.

— Ele não parece ser tão fraco assim, Grim. — disse a garota, sorrindo com animação. Ela se adiantou, examinando Haru sem cerimônia. Esticou os braços dele e analisou cada detalhe.

— O que você está fazendo? — Haru olhou ao redor, desconfortável com a invasiva inspeção. Alguns toques pareciam... estranhos demais.

— Hã? Ah, não é nada. — ela riu brevemente. — Costume meu! Prazer, sou a Laki!

Ela estendeu a mão. Haru apertou-a de forma contida, ao que ela respondeu com um aperto enérgico e animado.

— O cara de poucos amigos ali é o Grim. — ela apontou para o rapaz.

— Muito prazer... — Haru estendeu a mão também, mas Grim apenas cruzou os braços, recusando o gesto.

— Só não me atrapalhe. — disse ele, sério, com um tom seco. Haru recolheu a mão no mesmo instante.

— Você podia ser menos arrogante, sabia? — Laki suspirou, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo com um elástico improvisado.

— Vamos logo, Laki. — disse Grim, ajeitando a camisa. — A apresentação vai começar.

— Francamente... — murmurou a jovem, dando de ombros e voltando-se para Haru. — Não liga pra ele.

— Bem... — a rainha bocejou enquanto se virava de volta para a carruagem. — Não vou mentir: espero que vocês passem. O clã tem uma reputação a manter, afinal.

Aquelas palavras, embora ditas como um desejo de boa sorte, soaram como um peso terrível aos ouvidos de Haru. Ele sentiu os ombros se contraírem, como se o mundo tivesse acabado de desabar sobre si. Mesmo assim, seguiu seus novos parceiros. Não havia o que esconder: ele era o elo fraco daquele time.

Mas, para sua surpresa... estava ansioso para descobrir como contornaria aquela desvantagem.

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