Volume 1: Caçadores – Arco 2: Súdito Fiel
Capítulo 9: Vida Selvagem
Soltrone
Primeira regra, conheça sua presa. Segunda regra, explore sua fraqueza. Terceira regra, faça da sua caçada, proveitosa. Quarta regra, não seja pego. Quinta regra, quando o sino clamar; você atenderá ao chamado.
Nunca. Eu nunca poderia esquecer; eu nunca poderia falhar, para sempre deveria obedecer. Assim aprendi, assim sobrevivi.
O mundo não dava tempo a ninguém, não importasse quem fosse, sempre haveria apenas duas opções a seguir, caçar ou ser caçado.
Aquela regra era clara, todos que não a seguissem estariam impotentes. Como a vida falava, você precisava caçar, mas nada dizia que você também não poderia ser caçado.
— Este homem! Cometeu crimes horrendos! Crimes banais e completamente selvagens! — escutei um homem gritar. — O homem diante de vocês senhorios, não somente tirou a vida de uma família inteira a sangue frio! Mas como também os devorou! — gritou outra vez acompanhado de uma multidão.
Eram muitas vozes em todos os lugares, cem? Não, talvez duzentas pessoas?
Todas reunidas desejando meu pescoço.
O homem falava e a multidão o respondia de volta aos gritos.
Ao calar das pessoas, o silêncio retornava o barulho da corda que segurava a lâmina acima de minha cabeça.
— Não temam! Pois a justiça existe, e ela chega para todos! Não importa quem seja!
Tudo aquilo estava prestes a acabar; a minha caçada finalmente, iria terminar.
Como os outros sempre diziam? Ah, claro. Quando estivéssemos prestes a morrer, nossa vida passaria pelos nossos olhos. Então o fim; trouxe lembranças antigas.
Éramos uma família minúscula de lenhadores e caçadores, ou talvez seríamos uma dupla? Eu nunca tive irmãos, e meu querido pai, nos deixou no dia do meu nascimento.
Em uma pequena cabana entre a costa e a floresta, vivíamos somente eu e minha mãe. Duas pessoas qualquer, sobrevivendo em uma floresta qualquer, e em um reino qualquer.
Naquele momento, eu lembrava muito bem. Conseguia enxergar cada detalhe; um vestido verde escuro de baixo de um grande avental preto, seu pé descalço e seu cabelo seco escuro bagunçado com galhos e folhas da floresta.
Mesmo parecendo um animal abandonado, quando empunhava uma faca na mão, ela brilhava mais que o sol.
Caçava suas presas de forma perfeita, nenhuma escapava. Fosse na faca ou no arco, ela sempre os pegava. Era como se ela fosse... a dona da floresta.
Cada dia junto a ela... cada um daqueles dias... tinha um detalhe, um bem pequeno que não conseguia me lembrar... o rosto de minha mãe.
... Como ele era mesmo?...
Ele ainda estava lá. Abafado, distante, mas ainda estava lá. Eu ainda escutava o sino... quando o sino clamar, antenderei ao chamado.
Quando o sino tocou, a outra pessoa, uma sentença de morte falou. Era assim que funcionava, era assim que deveria ser, e assim que sempre iria ser.
— Isso não é um homem! É uma abominação!
O sino tocou, a caçada começou. Minha presa precisava conhecer, suas fraquezas explorar, e assim, uma proveitosa caçada realizar.
O abrigo e o dinheiro viríam depois, o que sempre importava no fim, era sempre uma caçada proveitosa fazer.
Vencer a presa não importando o obstáculo era a obrigação de um caçador. Alí não poderia existir falhas, a caça tinha que ser perfeita.
Eu sabia daquilo, sempre soube, e mesmo assim; eu ainda falhei.
— Agradeçam aos Deuses! Isso poderia ter acontecido com qualquer um de vocês!
A tantos dias sem comer, minha fome já não podia mais controlar, pois então, minha mente desligou, e minha caçada começou. Assim como gado era gado, presa era presa.
Não tinha como voltar atrás; eu já estava os devorando.
Em poucos minutos, totalmente cercado. Todos armados e me encarando, encarando como se o maior pecado de todos fosse simplesmente, saciar sua fome.
Eu fui encurralado e preso. Preso naquela guilhotina de merda!... É, eu já sabia. Não tinha como fugir, ou você era a caça, ou o caçador. Daquela vez... eu fui a caça.
— Quero que encarem essa monstruosidade nos olhos! Vejam e aproveitem a agonia em sua morte!
Algo estava se mexendo em meu rosto. Lentamente, uma luz surgia em frente aos meus olhos, em minha visão, um enorme clarão.
Em meio ao branco, existia um homem, um homem encapuzado com um rosto tampado por algo completamente escuro.
Parado a minha frente, ele estendeu sua mão em direção a madeira da guilhotina, quando escutei.
— Ei, quem é você?!
Após o grito do homem, de repente... a corda foi cortada.
No branco mais nada via, o homem sumiu e o lugar o escuro recebeu. Sem nada e sozinho, o que me restou foram meus sentimentos; raiva, ódio, desespero, agonia. Os piores que eu conhecia.
Embora sozinho, comigo, haviam vozes. Três? Ou melhor, duas. Sim, duas pessoas conversando. Eu não as entendia, elas falavam rápido de mais.
Com um piscar de olhos o escuro se tornou branco outra vez, mas, eu não estava mais sozinho.
Duas sombras estavam comigo, junto a elas existia um forte brilho verde vindo de baixo de meu nariz.
Quanto mais o tempo passava, mais as sombras ganhavam vida. Na verdade a minha frente, haviam duas pessoas.
Uma delas era um homem fraco e em pânico, o homem tinha um cabelo castanho claro em tranças jogado para trás.
Sua pele clara estava suja com muitos respingos de sangue, e seus olhos verdes brilhavam como uma iluminaria.
Do seu lado havia uma mulher, uma mulher de cabelos vermelhos. Os únicos cabelos vermelhos que já vi em toda minha vida, a mulher era Karla. Ofegante e irritada, ela estava ensanguentada do queixo pra baixo.
— Eiii!! Querubim?!!... Ele abriu os olhos!... Isso é bom né?... NÉ?!
— Ham?! Ah, sim, sim, claro, é bom sim.
— Ótimo, Querubim você tá me ouvindo?
Karla falava e falava comigo, mas nada eu conseguia responder, as palavras não saíam pela minha boca.
— Ele não ta respondendo cacete! Faz alguma coisa verdinho!
— Calma! Tá tudo bem, ele vai ficar bem logo, então se acalma.
Todos os meus sentidos falhavam, estavam voltando aos poucos.
O primeiro a retornar foi a audição, eu comecei a escutar a sala. Eram muitos passos, conversas e cochichos para todos os lados.
Por que todo aquele caos?... O por quê?... o porquê.
Sim, Wally, foi o FILHO DA PUTA DO WAL...
Não! Aquilo estava errado. Por um segundo, um rápido instante. Antes dele jogar os restos do Yuki no chão, eu percebi algo.
Aquilo era como... o nada. Aquilo era... o fim da caçada. Eu tinha entendido. Sabia que nada que eu fizesse faria ser diferente, mesmo se eu fugisse a toda velocidade... ainda não escaparia.
Mas que merda! De certa forma no momento que ataquei, outra vez, eu já havia aceitado. Aceitado ser a caça.
— Querubim, tem quantos dedos aqui? — Karla perguntou batendo em meu rosto e levantando sua mão.
Eu me levantei e sentei de vagar sem olhar pra Karla. Sentado conseguia enxergar tudo. Caçadores preocupados em cada canto, andavam e andavam sem parar.
Prestes a sair da bancada, senti um forte tapa na cabeça.
— Sou eu que ignoro, não o contrário!
— Isso, doeu.
— Como você se sente? — o homem de olhos verdes perguntou.
— Vou me sentir ótimo, quando eu chutar aquele merda.
— Então, poisé né, nem vai dar, eu já fiz — Karla contou com um sorriso orgulhoso.
— Hum... onde está Dominus?
— Dominus e o garoto de cabelo prateado estão na administração.
Olhando para baixo após ouvir o dos olhos verdes, entendi onde eu estava, era o balcão da entrada, aquele onde a Marge... Marger... Margete... onde a Nullu ficava.
Saindo do balcão, minhas pernas balançaram e minha boca ardeu. Com minha mão em meu rosto, senti nos dois cantos dos meus lábios uma rachadura da boca até meu maxilar.
Por que Dominus o protege?!... Aquele merdinha nunca precisou de proteção.
Não conseguia caminhar, tropecei assim que tentei andar. No chão, eu o enxerguei, Dominus. Ele veio caminhando em nossa direção, e parando entre nós, disse:
— Davie, agora suas missões serão com eles.
— Eu?! Mas eu não sou bom em comba...
— Não lute, apenas auxilie.
— Mas Domin... claro, sim senhor.
— O que vocês dois viram, não pode se repetir e muito menos se espalhar! Portanto, vocês não podem nunca, em hipótese alguma, deixar o Wally sem o amuleto. Não importa o motivo precisam manter o garoto fora de perigo.
— Dominus... pelo o que ele é capaz de fazer, talvez nós que precisemos de proteção — dos olhos verdes falou enquanto me levantava.
— O verdinho ta certo.
— Meu nome é Davie, moça.
— Davie, cure o Soltrone o máximo que conseguir, Akiris está cuidando do garoto no momento. Vocês devem se encontrar no porto da ilha em trinta minutos, se apressem — Dominus ordenou colocando minha foice no balcão.
— Me contatem se precisarem de ajuda, Akiris explicará a missão — Dominus ao terminar se virou e começou a caminhar até sua sala destruída.
— Ouviu o chefe, deita ai Querubim — Karla mandou ao passar pelo Davie e depois me empurrar.
— Trinta minutos? Olha o estado de vocês, como vamos ficar prontos em trinta minutos?! — Davie reclamou enquanto lançava Essência em meu maxilar.
Enquanto Karla mexia em sua armadura destruída com pedaços quase caindo cima de mim, o dos olhos verdes descontava sua raiva reclamando, mas aos poucos eu não conseguia mais os entender, não queria pensar; dormir seria bem melhor. Os olhos fechados mostravam memórias.
Um fugitivo estranho em uma floresta perigosa. Lobos e coiotes para todos os lados, cães esses que os olhos mostravam um significado diferente, brilhavam quando atacavam.
Amavam perseguir e gostavam de atacar, pra eles sempre era momento de caçar.
O mais forte na floresta comandava, eles não obedeceriam a mais ninguém, totalmente selvagens e livres, como todos deveriam ser.
Caçar sempre foi a lei da vida, não deveria ser impedido por ninguém, quando se caçava, você se sentia poderoso. Quando se devorava sua presa, você se sentia vivo!
Sua liberdade e forma de viver me deixaram encantado, ainda assim, a floresta ainda tinha algo mais pra me mostrar.
Mais a fundo, no topo da montanha protegida por arcanismo, algo me chamava.
Era uma noite qualquer com um céu em um completo breu. A lua, ela retirava a floresta da escuridão. Ela, tão brilhante, iluminou meu caminho.
O sangue nas minhas mãos deixavam um rastro, rastro seguido pelos meus colegas caninos.
O topo da montanha ventava como se ordenasse seus visitantes a se retirarem. Mal havia como se manter de pé, se minhas asas abrissem eu seria jogado pelos céus.
No topo da maior montanha de todos os nove reinos, uma vista inimaginável.
Alí qualquer um enxergaria tudo, tudo onde a vista alcançasse. Mas em seu final, um segredo escondia.
A caverna era escura e enorme, seu eco aumentava a cada passo que eu realizava.
Aquele lugar, claramente não era uma caverna. Mas para o meu azar, os lobos e coiotes perceberam muito antes de mim.
Quanto mais perto eu chegava, mais eu queria fugir. Mas a sensação quente me mandava ficar, mandava me aproximar, implorava, para não atacar.
Com as nuvens libertando a lua outra vez, ela trouxe junto consigo o conhecimento ao desconhecido.
Uma criatura, a mais bela de todas as criaturas. Seu pelo era marrom com detalhes brancos e cinzas como uma raposa, sua cauda gigante parecia a de um Dhole, sua cabeça e orelhas pontudas lembravam as de um lobo, suas patas gigantes acompanhadas de suas pernas compridas, faziam eu parecer uma mosca.
Eu queria chegar perto, queria muito. Mas meu corpo não se movia, ele se recusava a dar mais um passo.
Perto da entrada havia uma placa presa na toca, alguma coisa estava escrita nela, diversas letras agrupadas: l, u, p, e, i, a. Não sabia o que era ou o que queria dizer.
Procurando com os olhos pela caverna, o detalhe mais importante finalmente clareou em minha cabeça; os lobos, eles estavam todos deitados em direção a criatura.
Eles não ligavam mais pra mim ou o sangue, apenas pra ela.
Virando de novo, começaram a uivar. O som ia e voltava pela caverna, enquanto a lua parecia brilhar ainda mais diante a criatura.
Ela levantou suas orelhas, mexeu suas patas, e finalmente, abriu os olhos.
Encarar aqueles olhos completamente brancos me fez perceber... ela... que era a rainha da floresta.
Eu era uma formiga na toca de um predador enorme. Minhas asas e pernas reagiram mais rápido que minha mente, eu me virei o mais rápido que consegui, mas no momento que o fiz, algo encostando em meu pescoço senti.
Levantei bruscamente.
Em minha frente, Davie, ele tentou desviar, mas foi acertado pela minha testa.
— Aii! O que deu em você?! — gritou com a mão no local.
— ... Pesadelos.
— Ah, sei... aii.
Atrás de Davie, estava Karla sentada no balcão com minha foice no colo, e em sua frente Akiris, usando... magia... MAGIA?!... Mas que merda era tava acontecendo? Um Nullu usando Essência?
A armadura da Karla começava a se concertar acompanhando o brilho na mão do Nullu.
— Já tava na hora de fazer alguma coisa né — Karla reclamou olhando Akiris. — Você lá de papinho, enquanto eu! Euzinha! Fazia todo o trabalho.
— Estão prontos? Já passaram de trinta minutos.
— Provavelmente — Davie disse.
— Antes tarde do que nunca né — Karla implicou se levantando. — Vem cá Querubim, eu te ajudo — disse estendendo sua mão direita.
Ainda sem reação pelo que acabei de presenciar, com a ajuda de Karla eu me levantei.
As pernas pareciam normais, devia conseguir andar, mas para meu azar eu ainda estava tonto e fraco demais pra flutuar.
De pé com Karla a minha frente, escutei alguém se levantando atrás de mim.
O cheiro... aquele cheiro... como eu não percebi antes? Aquele merdinh... não, espera ai.
Chegando mais perto do rosto dele e encarando seus olhos; as pupilas estavam diferentes de antes, eram pretas.
Ao desviar o seu olhar ele deu a certeza que eu precisava, era o medroso de antes.
— Vamos seguir para o porto — Akiris ordenou indo para saída.
— Rabugento — Karla soltou o seguindo.
Deixando o moleque de lado, fui até a Karla e segurei seu braço com minha mão esquerda.
— Que foi Querubim?
Encarando somente seus olhos, flutuei por um segundo e agarrei minha foice.
— Nãooo!... Você Querubim?! Logo você! Me roubando?
— A foice é minha.
— Mas e os nossos momentos juntos? Não significaram nada pra você?
— A foice é minha.
— Aaah, só um pouquinho vai — Karla pediu estendendo sua mão.
Por reflexo bati nela usando minha asa.
— Credo, não sabe o que significa compartilhar?
Com Karla se virando, comecei a seguir pra fora com minha foice de volta ao encaixe nas costas.
Alguns caçadores já haviam acordado e estavam vindo para a catedral. Por algum motivo seus olhares estranhos estavam focados no moleque, na Karla e em mim.
O sol estava forte, queimando como nunca. Em um tempo ensolarado, caçar era um alívio para a alma. E a minha mais nova presa; era um garoto novo da pele queimada.
Andando, consegui perceber que Davie parecia estar conversando com a pres... garoto. Eles estavam um pouco afastados, meus sentidos ainda estavam ruins então mal conseguia os ouvir direito, mas meu olfato estava melhor. O cheiro entregava suas localizações.
— E o garoto Akiris?, dá pra confiar?
— Usei purificação nele para acalmar seu pânico, mas é melhor ficar de olho nele.
— Sei, sei, sei, mas então, posso bater nele?
— Não Karla, você não pode bater nele.
— Por quê?
— Quer mesmo enfrentar o Aska no meio do mar?
— Não se apegue aos pequenos detalhes Akiris.
— Se o garoto correr grande risco, ficar a beira da morte ou mesmo se sentir muito ameaçado, o Aska talvez tome o controle mesmo com o amuleto.
— Quem é Aska?
Os dois pararam ao mesmo tempo.
— Ta de sacanagem né Querubim?
— Aska é o Primordial de Energia, ele é quem está habitando aquele garoto.
— Por isso ele tem dois cheiros?
— Cheiro? Que isso, agora você é o que? Um cachorro? — Karla perguntou ao começar a rir
— Apenas tenham em mente que agora, aquele garoto... vale mais do que as nossas vidas.
Mais nada falaram, a conversa parou alí.
Davie e Wally chegaram mais perto quando nos aproximamos da beirada da ilha.
Conseguia ouvir gaivotas voando pela nossa cabeça, a maré forte batendo na areia, e o sol fazendo minha pele arder.
No porto tinham dois barcos, aquele nos trouxe e um novo.
Um homem de roupas marrom escura com um chapéu pequeno e estranho veio até nós.
— Não vou acompanhar vocês nessa volta, conseguem não afundar o barco? — perguntou rindo.
— Algum de vocês sabe velejar?
— Sim, eu sei o básico, consigo nos levar até Bahamut ao menos — Davie respondeu.
— Certo, vamos entrar.
O barco estava virado para o mar, não iria demorar para partirmos. Todos subiram no barco de uma vez.
O Nullu ficou perto da cabine, Wally com Davie velejando e Karla olhando pela beirada. Eu escolhi uma boa vista, flutuei até o teto da cabine.
Pouco tempo depois de sentar no teto da cabine, o barco começou a partir. A vela se movia com o vento e as gaivotas nos acompanhavam... ou era o que parecia.
Elas passaram pelo barco em direção a Bahamut em alta velocidade e fazendo muito barulho.
Dominus disse uma vez que Bahamut para a ilha eram cerca de uma hora e meia em alta velocidade.
Pela ilha era possível ver tanto Bahamut quanto do outro lado Gladius, pelo menos os castelos gigantes sempre eram fácil de enxergar, o porto era mais difícil.
Observando as gaivotas se distanciarem ainda mais; eu senti uma pontada.
Algo estava errado.
Quando procurei pelo barco, nada encontrei. Um erro meu? Acho que sim... um erro meu.
Talvez aquela sensação fosse por causa do sonho... uma lembrança?
Eu já tinha entrado em outras florestas, mas aquela criatura, a sensação era diferente; eu queria abraçar ela, chamar ela, ficar ao lado dela.
Também tinha aquela placa, quais eram as letras?... l, u, p, e, i... e?... não, era a, sim.
Juntando e falando em voz alta, fica;
— Lufeia?... Lusteia?... Luspeia?... Acho que não era assim.
De qualquer forma, a sensação naquele momento era diferente da criatura loba, e ainda assim, não tinha nada perto do barco.
Se nada estava de errado com o barco ou com a água... Olhando para o céu, a resposta eu encontrei.
A sensação era outra coisa. No céu azul, sem nuvem alguma, eu via uma tempestade se aproximando, chegando cada vez mais perto em nossa direção.
Com uma tempestade quase o céu inteiro deveria ficar escuro. Mesmo daquela distância, o céu estava limpo, tudo em volta da tempestade era apenas ensolarado.
Ela andava junto com nuvens escuras enquanto o céu em volta continuava azul. Não importava se o barco navegasse mais rápido, ela continuava acompanhando.
Uma tempestade no mar sempre era uma coisa ruim... mas e uma tempestade com um predador preso no barco... quão ruim aquilo poderia ser?
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