Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 81: Mythro é sentenciado

— Senhor Kou, não vou mais ignorar que esta criança tentou matar meu filho! Uma punição devida deve ser administrada.

— Você disse que quer travas de cultivação no pequeno sábio? — O ancião que ajudou Mythro levanta a voz, o que Caluf pede é insano.

“Trava de cultivação? Que deselegante.”

— Ancião do clã Sol Sobre a Espada, fique fora de assuntos longe do poder de seu clã. — Caluf empurra o ancião com seu olhar.

— O que é isso? — Mythro lança um pensamento para Gornn

“Um tipo de camisa de força que faz com que a energia cósmica não possa alcançar seu dantian de fora para dentro, assim você não pode evoluir seu cultivo.”

— Caluf Uin quer parar minha ascenção? — Mythro murmura.

— Até disso você sabe! — Monica olha para o pequeno NOVA e fica surpresa que Mythro saiba sobre as travas de cultivação.

O potro e a serpente encaram Caluf com raiva. É como se eles pudessem entender que algo que seu senhor não gostou de ouvir veio do homem.

Caluf levanta a mão para explodir os animais, mas Kou desaparece e reaparece na frente dele.

— Eu trouxe esses presentes com a concessão do senhor do meu clã, o que te dá o direito de virar sua mão para eles, patriarca Uin?

— Gornn, eu não posso perder mais tempo, como farei para resolver isso? — Mythro lança outro pensamento para o leão rubro.

“Vamos depender de Kou por enquanto, você fez o certo em criar uma ponte direta com o clã da lua.”

— Senhor Kou. Eu acho que seria o mais ideal. — Monica fala e concorda com a ideia de Caluf!

— Como!? — Kou Yulang começa a ficar irritado, sua aura começa a pesar na vila Schut.

— Mythro é querido por mim, não somente por seu talento, mas também porque ele salvou três meninas do meu clã de mãos malignas.

Zou ao lado de seu pai escuta isso e fica ainda mais nervoso. Caluf vê seu filho ficando acuado e fica cada vez mais irritado. Se Zou tornar Mythro um demônio interno, sua cultivação vai desacelerar, ele talvez nem alcance maiores reinos!

— Quem garante mesmo, que esse garoto matou inimigos de clãs malignos?

Monica tira um conjunto de roupas de um saco preto, que confirma sua conjectura.

— Templo de sangue? — Caluf reconhece os padrões de caveira e sangue.

— Felizmente eram apenas crianças em uma missão para recolher uma mina de minérios. Elas foram presas e envenenadas com extrato de Charifá, e por isso ficaram incapazes de lutar. Mythro e seu tigre sem pelo conseguiram derrotar os cinco garotos do clã maligno, salvando minha própria filha e mais duas importantes flores.

— E mesmo assim, você o quer parar de cultivar, quais são seus planos madame Haokon? — Kou pergunta, olhando afiado para Monica.

— Ele é perigoso para o oeste. Aos oito anos de idade ele já está no segundo estágio nível intermediário. Mas é possível observar que seu poder de combate vai além disso, algo muito raro de se ver tanto em pessoas do oeste de fora, como também do lugar da qual ele é originado.

— Isso mesmo, uma criança do abismo não pode minar os recursos do oeste, ele devia até mesmo ser morto! — Caluf joga lenha na fogueira.

— O jovem sábio é a criança do abismo que veio para o oeste? — O ancião olha para Mythro com certo receio agora, o norte já tomou muito do oeste!

— Não, não acho que matar ele é necessário, mas travar sua cultivação para que ofereçamos maior segurança a geração dele é a melhor opção!

Kou fecha os olhos por um momento.

Ele sabe que o que Monica diz é para o bem de Mythro, mesmo que ele mesmo ainda não entenda. Se não for as Ondas Barbáricas, serão outros clãs! Ninguém vai deixar que um talento tão grande cresça desimpedido, pois ele tomará o holofote da jovem geração de seus respectivos clãs. Nenhum clã vai deixar um sábio das lendas perdido em uma vila, primeiro viriam brigas para poder abriga-lo e então, quem o tivesse aumentaria o poder de sua jovem geração, para que prevalecesse sobre a jovem geração de outros clãs, uma reviravolta militar e política que o oeste não precisava.

“Eles querem proteger você com essa estratégia...” — Gornn comenta para Mythro.

— Me impedindo de cultivar? Eu vou ficar para trás, tenho que salvar Namhr!

“Mythro Zumb’la, você não irá salvar Namhr nessa década, nem na próxima! Você irá enfrentar os príncipes do norte para tomar ela de suas garras e não se vira príncipe em 2 ou 3 anos!”

Kou se aproxima do pequeno NOVA.

— Garotinho. Quando eu coloquei meus olhos em você, eu soube que você era especial. Você até mesmo salvou pessoas do meu oeste, correndo perigo de vida. Mas isso saiu do meu controle, como representante do clã máximo do oeste, preciso executar a lei e tenho certeza que você entende o porquê das coisas chegarem a esse nível.

— Senhor Kou, eu quero que ele fique preso por três décadas!

O público se levanta.

— Não podem prender o jovem sábio por 30 anos! — O ancião do Sol Sobre a Espada novamente se pronuncia.

— Fique calado, Mapok!

— Nem que seja para morrer sob seu jugo, Caluf Uin. Eu não aceito! A existência de uma criança que odeia o norte tanto, ou até mais que nossas crianças é ruim para vocês? Esqueceram do que foi reportado pelo ancião da Montanha raivosa? Um massacre feito pelo próprio ancião do norte sob pessoas de uma vila abismal, pois eles estavam tentando fugir do maldito lugar. Vocês estão culpando ele de nascer no abismo?

— Sim! — Caluf levanta sua aura, ele quer calar Mapok.

Monica e Kou levantam suas auras novamente e impedem que Mapok seja rasgado em pedaços pela aura do patriarca Uin.

— Trinta anos é demais... O que eu ia propor eram quatro anos! — Monica se exaspera por um momento e ela encara Kou, soltando a frase.

— Quatro anos? — Kou para por um momento, ele entende o que Monica quer dizer.

— Sua suja, você acha que não sei as razões de suas palavras? Ele não vai participar daquilo!

— DO QUÊ VOCÊ ME CHAMOU? — Monica não se segura, cipós emergem do chão e atacam Caluf, o jogando quilômetros para cima.

— Monica! — Kou alça voo e segue Monica que foi atrás de Caluf.

— Imunda! — Caluf Uin perde a razão, ele levanta a mão e cria acima de si um mar que cobre os céus. Balançando suas mãos com forte intenção, ele faz toda a água desmoronar sobre Monica.

— Anciões! — Schut grita, e todos os anciões presentes se juntam acima do salão arena, eles criam um domo para impedir que todos morram pelos vestígios de energia dos reis.

— Parem os dois! — Kou ilumina seu cajado, e um feitiço emerge de sua ponta. Uma rede de 3 mil metros aparece e engloba o patriarca e a matriarca.

— Ele foi longe demais! — Monica invoca sua coroa, sua flor aparece atrás de si e começa a expandir dezenas de metros por segundo. — Raio solar!

As pétalas da Tantrum Praesidii de Monica se recolhem, como uma pessoa se preparando para cuspir então, do seu centro, um raio de energia amarelo que cobre o horizonte ataca na direção de Caluf Uin.

— Prisão aquática! — O patriarca cria uma esfera de água ao se redor, que o protege do raio. Mas o recuo em seu corpo é grande. Não era segredo para ele que Monica é superior!

Kou é rei a muito mais tempo que o patriarca e a matriarca, mas ele jamais conseguiria segurar os dois lutando seriamente.

— Merda! — Ele reclama, a rede era mais uma medida de defesa para os outros abaixo, pois o domo dos anciões não resistiria mais do que um ataque.

E é nesse momento de desespero, que coisas além da compreensão acontecem. O som de um trovão viaja de forma fraca, mas contínua pelos três reis, fazendo-os parar.

— O que foi isso? — Monica é a mais assustada, ela podia sentir que este trovão não foi natural.

— Ymir... — Kou Yulang fica com a aura instável, ele sabe de quem veio o trovão.

— Ymir?

— Ymir?

Monica e Caluf tremem sob este nome. Eles sabem quem é Ymir! Não, todos os reis sabiam quem era Ymir! Ymir era o nome que pesava sob seus corações como uma montanha que não podia ser escalada.

— O retiro dele acabou. Vocês sabem o que isso quer dizer. Cessem isso e vamos terminar com esta competição. — Kou desce novamente, ele desfaz a sua rede.

Como se tudo que tivesse acontecido fosse apenas negligível, Monica e Caluf descem junto com Kou até a arena.

Kou Yulang olha para Mythro e tira uma bola com um diagrama e desenho de efeito no centro, de seu saco preto.

— Garoto. Me pesa fazer isso, mas são regras tradicionais do povo do oeste. Pessoas de maior status podem pedir a subjugação de uma pessoa de menor status, seja por trava ou morte, dependendo do crime cometido. Você, por ser um alguém querido pelo clã da lua, será isento de qualquer pedido de morte. Mas será permitida a trava! Por quatro anos você ficará recolhido.

Colocando a bola no peito do pequeno NOVA, ela abre pelos lados e correntes começam a cercar seu corpo, elas cobrem seu dantian Jing completamente. As correntes então viram tatuagens, e desaparecem. A bola afina e também vira uma tatuagem, em cima de onde seria o coração de Mythro.



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