Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: BcZeulli


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 184: Avançando para o Mar da Baleia(2)

Os “reis” do Ventre das Fadas usavam o sangue de maneira equivocada. Para atravessar a Sobreposição de Anima(Terceiro Reino) para o quarto. Primeiro o Semblante Espiritual deveria estar repleto de Sangue Espiritual.

O primeiro estágio do Terceiro Reino é então, refinar o sangue e encher o Semblante Espiritual.

Nesse processo, até 7 Ossos Espirituais de Terceiro Plano seriam criados.

O segundo estágio por sua vez é refinar os ossos. Os ossos são refinados sendo lavados diversas vezes pelo Sangue Espiritual, e eles também vão engolindo o Sangue Espiritual.

Os ossos vão se mesclando e se fundindo. Quanto mais ossos, maior a coroa. Quanto maior a coroa, mais joias podem ser colocadas nela.

A coroa também tinha seus níveis de qualidade. São seis: Coroa Hereditária, Semi-Digna, Digna, Grande Realeza, Verdadeira Majestade e Invocadora Celestial.

Uma Coroa Invocadora Celestial podia pedir ajuda aos céus em momento de dificuldade.

Mas nas grandes lendas, existia uma que podia ir além. O sétimo nível de coroa, é chamado de Coroa Cósmica. Essa coroa é acompanhada de uma eterna frase:

Negadora de Majestade, Única Realeza Presente!

O detentor desta coroa nega que qualquer outro príncipe ou rei invoque sua coroa para lutar.

Quão poderoso é isso? Após o quarto reino, as gemas e minérios naturais e sagrados do céu e da terra eram muito importantes nas lutas dos Príncipes e Princesas, Reis e Rainhas.

Alguém que nega a majestade, te joga a plebeidade. Aqueles que estavam ao redor não eram realeza, apenas o detentor da Coroa Cósmica.

Um ser com a Coroa Cósmica era o Príncipe dos Príncipes, Rei dos Reis!

Aqueles que possuíam a Coroa Cósmica, e um Castelo Espiritual Dourado eram chamados de Paragões da Terra. Paragão do Primeiro Terço.

**

Observando dentro de si, Mythro via sua Placenta Anímica transformando em um bebê. Ele se recorda da visão de seu nascimento em meio aos cosmos.

Ele relaxa suas preocupações, e abre os olhos, voltando ao material. Ignorando tudo e todos ao seu redor, ele encara o bebê em seus braços.

O corpo composto de pura energia parece guardar o universo dentro de si. Seu Semblante Espiritual segura seu dedo, e seus olhos espirituais dourados olham os dele.

A Portadora Cósmica dele gerou um presente único. Assim como através de métodos e artes um poderia ter um Semblante Espiritual mais forte, ou com um olho há mais.

Existia algo chamado “Presente dos Céus” para aqueles que tinham uma cultivação exemplar. Cheia de cosmicidade e uma certeza que não podia ser apagada.

Os Céus presentearam ao Semblante Espiritual de Mythro os “Olhos que tudo veem”. Apenas com um olhar ele poderia examinar a cultivação de um ser, e ver seus defeitos ou pontos fortes. Saber seus atributos e joias. Claro, desde que fosse um pouco mais forte, ou mais fraco.

Depois que os “Olhos que tudo veem” são percebidos, existe uma qualidade há mais no próprio Semblante.

Um segundo presente. Já era incrivelmente raro ter um Presente dos Céus, mas Mythro tinha dois!

O Semblante Espiritual do jovem Hipernova muda sua mão para a de uma lâmina. Seus pés mudam para as de um bode, e depois voltam ao normal.

No terceiro reino, as lutas ocorriam tanto fisicamente como também embates contra os Semblantes Espirituais.

Os Semblantes se separavam e lutavam contra si. Magias de maior nível também podiam ser conjuradas diretamente pelo Semblante, usando o Sangue Espiritual.

Elas atingiam um nível de poder que no segundo reino era simplesmente impossível se comparar.

— Cultivação viva... Você é eu, mas também é algo há mais. Você só pode existir enquanto eu existir, mas não é obrigado a me pertencer. Os mortais daqui raramente tem cultivações vivas. Uma cultivação viva defeituosa sussurra na sua mente, coisas negativas que podem até mesmo se tornarem demônios internos. Aqueles que não tem defeitos na cultivação, passam por maiores tribulações, invocadas pela própria cultivação.

“A cultivação viva é pura, mas ela tem uma vontade permanente. Uma natureza inerente de crescer e de se provar forte.”

— Logo, logo provaremos nossa força total. Este é mais um passo para o destino inevitável. — Brilhando os olhos em vermelho com a Aura Primal Mortal, Mythro e seu Semblante Espiritual dizem juntos — O sangue dos Mor, e todo o norte vai morrer e alimentar a terra com seus sangues!

Sem nem mesmo recolher o Semblante Espiritual, ele puxa algo que comprou no leilão da Vila Déka.

A alma-tronco! Com suas mãos cósmicas ele invade a proteção do pergaminho espacial e tira de lá o bebê.

Felizmente, ele nem oferece resistência. Desde que ele atacou aqueles quatro reis no leilão, parte do diagrama foi perdido. Mesmo que tivesse sido uma linha, isso deixou energia vazar e acelerou seu enfraquecimento. 1 ano depois do ocorrido, os planos de Mythro teriam que mudar.

— Era para isso nos levar até o pico do terceiro reino. Mas infelizmente, magia espacial está longe da minha alçada durante o primeiro terço. Pelo menos nos deixará no pico da Condensação de Anima.

Núbia, Grásio e Suife entram novamente na formação “Uma Árvore Fazendo Florestas”. A Alma-Tronco é colocada no centro. Todos começam a absorver a pura e abundante energia cósmica que se instaurava e solidificava como se já pertencessem a eles.

Este era um dos únicos itens que podia lidar com defeitos na cultivação. Embora o espaço entre reinos não pudesse ser muito grande, nem reinos-base.

Por exemplo, o Terceiro Reino era basicamente o que decidia o quão forte seria alguém no Quarto Reino.

Não existia remenda ou cura para defeitos nesse reino. Eles são permanentes, e invioláveis uma vez que um ascenda para o próximo reino.

Existiam formas malignas de alterar a qualidade mesmo depois de ter avançado. Mas uma marca maligna seria carregada para todo sempre no castelo de alguém que as usasse.

Essas pessoas nem conseguiriam andar livremente, pois em lugares com maior santidade, elas receberiam punições celestiais.

O Semblante Espiritual de cada um deles começa a crescer, como se anos tivessem se passando em algumas dezenas de minutos.

O Semblante de Mythro começa engatinhando. Seus olhos dourados observam a tudo na região, com fascínio e ganância.

Estes eram pequenos testes que um teria que passar. Enquanto o Semblante crescesse, ele seria sete vezes tentado.

Essas sete tentações eram os extremos dos sete pecados. Alguns cultivadores apagavam completamente essas tentações, mas isso também apagava a vontade do Semblante, e isso impedia um de ascender para o próximo reino.

Como todos eram interligados, e com a sabedoria do Gornn literalmente dentro de sua cabeça. Mythro começa a falar frases dármicas que colocam o extremo do pecado em cheque, mas não o apaga.

Apagar a ganância é impedir que um cultivador sequer lute por mais. Quem quer viver de restos? Porém, um ser, mortal ou imortal, também não pode sair querendo que tudo seja só seu. 

— Se você devasta um campo de flores, flores não nascem mais no campo. Se você colhe algumas, garante o futuro e o presente.

Essas palavras foram acompanhadas com uma verdade que tinha suporte do Dao e de runas ancestrais. De uma simples frase, mais de três mil verdades eram derivadas.

Com isso, a ganância nos olhos de todos os Semblantes expiram. Mas logo, a gula se instaura.

Os Semblantes começam a absorver mais e mais rápido, sem dar tempo de solidificar, mesmo que a energia fosse a mais gentil e doce possível.

Gornn diz uma grande frase na cabeça de Mythro. Mas o pedindo licença, ele invoca outra coisa.

Como todos estavam ligados, ele mostra a primeira vez que o Lago Obscuro se abriu para ele. Os Semblantes veem tudo, e percebem que gula em demasia levariam eles a se afogarem. Eles param momentaneamente de absorver e deixam a energia se solidificar, para então resumir seus crescimentos.

A Luxúria ataca, e ela principalmente afeta ao Semblante Espiritual de Mythro.

Cultivações vivas eram sim, auto conscientes. Depois de obter o “Presente dos Céus” a cultivação do jovem Hipernova percebeu que simplesmente era a mais forte dali.

Um sentimento cresce no peito de Mythro. Um pensamento se escreve na sua mente.

“Por que compartilhar com eles? Eu sozinho conquistarei a perfeição dos reinos sozinho, e me tornarei eterno. Venerado por todos!”

As mãos cósmicas de Mythro transpõem rapidamente em suas mãos. Érebo é invocado na forma de luvas, e com raiva de fazer os distantes jovens místicos tremerem, ele pega na cabeça de seu Semblante Espiritual e diz olhando intensamente em seus olhos.

— Até mesmo Numroharr foi mordido por formigas até a morte, e você acha que um caminho solitário é a verdade? Esqueceu que já quase fomos consumidos pelo luto, e Nahmr nos ajudou? Do que vale ser rei se todos aos seus pés só temem a sua força, e não respeitam a sua pessoa? — vendo que o Semblante se acuando, Mythro diz uma última coisa, que serviria para todos — Uma coroa é ornada para reinar sobre um reino, e o reino de um homem é delimitado no quão grande é sua alma, não quantos descem ao seus pés.

Quantas verdades isso rodeava? Numroharr, um progenitor, um dominador do universo e suas causas, foi destruído por residentes de seus domínios. Quem esteve lá para ajudá-lo?

Ninguém!

Ele teve que se tornar uma Joia para ser ornado por terceiros para sobreviver.

Quanto a frase, significava que o melhor reino era o reino de si mesmo. Não importa quantos estão aos seus pés, não lhe fazia um melhor indivíduo.

Incrivelmente, com estes eventos, não só a Luxúria, mas também a Vaidade e a Inveja foram expurgadas.

Os Semblantes explodem seu crescimento, e parecem pré-adolescentes. Com isso, cinco já foram, só faltavam mais duas. 

A raiva e a preguiça.



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