Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Heaven


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 205: O Casamento de Mythro e Mits(1)

Núbia fica espantada. Ela se vira, e fazendo alguns sons, ela pergunta algo a Mythro.

— O Guará-Vermelho, embora não faça parte do quadrante hindu, é uma arma poderosíssima de habilidade lendária. Seu dom divino é manipular metais nas formas que quiser, portanto que um pouco desse metal esteja em sua boca. Essa habilidade é realmente algo. Existem minérios que muitos tipos de fogo não derretem. Ter uma arma dessas é o sonho de qualquer artesão. — Mythro explica, observando mais da luta de sua companheira.

“Mm. O Samadhi dela está completo, ela tinha aberto o Vitakka, mas agora, Vicara, Piti, Upekkha e Sukha estão liberados(OBS: Esses são pontos do primeiro Dhyana). Em sua área Shen eles brilham, dando a ela poder sobre sentimentos e pensamentos.”

— Tem certeza? Ela não tá ali toda brava? Gornn eu estou começando a ter lembranças ruins. Será que ela vai quebrar meu braço?

“Em força física, talvez você se compare a ela usando a Imagem Encarnada. Mas ai ela poderá usar seu Corpus Fons e se tornar uma mulher-elefante e...”

— Mulher-elefante?

“Sim. Os homens-elefantes, os Ganesha, não nascem já com faces elefantes ou quatro braços. Após liberar o Rupa Jhana, que são os quatro primeiros Dhyanas, eles obtêm controle sobre suas mentes, emoções e outros estados controlados pelas faculdades mentais elevados a níveis surpreendentes. Mas isso é somente para quando eles retornarem a seus Corpus Fons. Embora possa ser ativado em seus corpos normais, eles só fazem isso em lutas realmente sérias.”

— Então Mits não está levando Luma em consideração?

“Sim, isso mesmo. Não só isso, usar o Rupa Jhana em combate é muito taxativo. Por isso geralmente é usado junto com a liberação do Corpus Fons. É um tipo de último recurso, ou uma carta trunfo para terminar uma batalha mais rapidamente. Mas o Samadhi ao todo é composto por 8 Dhyanas. Os quatro últimos Dhyanas se chamam Arupa Jhanas. Eles são os que englobam o crescimento da alma, corpo e cultivação. Eles são chamados de Dimensão do Espaço Infinito, Dimensão da Consciência Infinita, Dimensão do Nada e Dimensão da Nem Percepção ou Não-Percepção. Espaço Infinito é uma Lei de Corpo auxiliar, que aumenta sua força física, defensiva, mágica e quantidade de magia que pode ser guardada...”

“... Mas isso é tudo que ela pode cultivar até agora, a Dimensão da Consciência Infinita e as posteriores precisam do dantian Shen aberto, ou seja, coisa para Reis. Por mais que os Jhanas se materializem como runas dentro da área Shen, elas simplesmente estão lá para proteção da consciência e auxiliar em força mental.”

(Nota do autor: Jhana e Dhyana são a mesma coisa. Mas quando busco por elas, geralmente Jhana fala dos Dhyanas em plural. Quando os textos falam de um Jhana no singular, geralmente aparece como Dhyana. Mas as vezes isso inverte, ou Dhyana mal aparece. De qualquer forma, usei aqui como Jhana como plural de Dhyana, mas saibam que isso não é assertivo. Da mesma forma que não vou explorar muito a dentro isso, já que o Samadhi, os conceitos mais complexos e profundos de Jhana são interligados em muitas coisas. Como por exemplo o Nobre Caminho Óctuplo, isso não tem nem como virar cultivação, só serve de “estilo de vida. Por isso, minha adaptação dessa “meditação” vai ser bem, bem longe da verdadeira no futuro.”

— Mm.

As conversas entre Mythro e Gornn ocorriam na forma de pensamentos, enquanto isso, ambos observavam as poderosas investidas de Mits em Luma, que não conseguia ganhar uma posição melhor na luta a não ser a de se defender.

Mas tudo chega ao fim, Hemera finalmente acaba com a última fagulha de energia de Maro e seu corpo incendeia.

— Não, Maro!

— Hmph!

Mits energiza seu machado, e girando ele com as duas mãos, a forma da lâmina começa a mudar.

Tornando-se momentaneamente uma bola líquida colorida, a lâmina começa a tomar uma outra forma.

Esta forma é mais alongada e fina. Brilha, letal e poderosa, invocando medo a seus inimigos.

— Foice Escarlate. — Mits junta seu Qi multicolorido na lâmina e faz um corte, que empurra Luma ao chão.

Mythro observa que a forma de arma do Guará era a de um bastão/cabo vermelho e que a única coisa que apontava suas origens era sua habilidade, e os detalhes na parte superior do cabo, onde ficava sua cabeça. Principalmente o bico, é no bico que o metal é infundido. Por isso, tanto o machado quanto a foice tinham aspectos bem circulares em suas partes superiores.

O Cabo ao todo tinha 200cm, e seu bico tinha incríveis 120cm. Mits, que tinha por volta de 162cm, parecia estar em uma perfeita harmonia com a arma.

Garuda se desmembra de seu corpo e mostra novamente a jovem Paschi. A armadura volta ao seu corpo físico e voa ao lado da jovem Ravoniana.

Usando uma calça de couro e camisa de algodão com as pontas inferiores dentro da calça. Mits pega sua foice e a retorna a forma anterior.

— Mits, não esqueça que parte de sua vila ainda está sob minha custódia. Se você quer o melhor para eles, irá cessar agora essa insolência!

— Pode ficar tranquila. Enquanto vocês vinham perder tempo aqui, eu já retirei todos de suas muralhas. Se acha difícil acreditar, só olhar ali. — Mits aponta seu dedo para uma direção na floresta.

No fundo, diversas pessoas podem ser vistas correndo juntas. Elas param apenas para se juntar a alguns lobos e outros animais e encaram as muralhas — esperando.

Mythro levanta voo e procede até o lado de Mits. Mer se desfaz de seu corpo, e volta a ser tatuagens.

Núbia, Suife, Grásio e Yrvik rodeiam os dois, esperando seu sinal para partirem.

— Mits. Finalmente... — Dotado de grande emoção, o jovem Hipernova se aproxima de sua noiva, que por tanto tempo ele ficou distante.

— Você demorou pra caralho. Aquele bosta do Lars não parava de me encher o saco, querendo que eu casasse com ele.

Mits se vira, e dá um soco no ombro de Mythro. Seu rosto se espanta de dor, que soco poderoso!

— Vejo que sua vó não poupou esforços. Agradeço muito a ela.

— Ela falou que você não a surpreendeu muito, e vai ficar para trás se não se esforçar mais. — Olhando para um lado distante, Mits começa a falar coisas que surpreendem o pequeno grupo.

— Quê? — Mythro se assusta, “como assim não me esforcei o suficiente?”.

— O quê, o que? Você sabe que ela não gosta muito de você. Vamos logo, meu pai está ansioso para te ver depois de tantos anos.

Garuda se transforma em tinta no meio do ar e invade as roupas de Mits, e se torna uma tatuagem de um ser com humanoide cruzado com águia.

A jovem Ravoniana segue até Suife e chama Mythro para se sentar com ela. Grásio encara Mits e começa a soltar pequenos sibilos para o jovem Hipernova.

 — Você está tendo recuo de ter aumentado sua cultivação?

— Hmph, então você se lembra? Estou sim, você vai ter que me ajudar a lidar com isso depois que casarmos. — Os olhos de Mits evitam o de Mythro, e ela cora.

— Muito bem. Grásio consegue te ajudar a manter isso sob controle agora, deixe-o ajudá-la.

Mits estende o braço para Grásio, que a morde. Uma expressão relaxada aparece em seu rosto, parecia que o recuo estava a colocando sob muito estresse.

(OBS: Isso foi tocado no Cap 24 – Visita de Hu Ping)

— Melhor agora... — Com uma voz mais calma, ela reclina seu corpo no de Mythro, que segurando nos cabelos de Suife, departe dali.

Luma assiste tudo boquiaberta. Eles esqueceram dela completamente. Mas ela também não fez questão de lembrar-lhes que ela estava aqui. Ela sabe que se todos se voltassem contra ela sozinha, ela não teria chance.

E os outros Anciões e Alto Anciões só fariam mais corpos se somarem na quantidade de abates de Mythro e sua pequena tropa.

Ela se vira e olha para todos os corpos no chão, buscando seus minérios de quatro estrelas. Mas percebe que todos eles estão sem.

— Oh, não!

Sua guarda baixa em sua surpresa, e um raio de energia a ataca, jogando-a contra os muros de seu clã e a ferindo levemente.

Luma, pela primeira vez em muito tempo, se sente completamente impotente. Ela sabe que não tem como ela ir atrás deles, pois sabe que não poderia derrotá-los.

Se ela os seguisse, poderia manter suas localizações conhecidas. Ela também sabe que com metade da Vila da Caça pesando seus caminhos, eles não poderiam ir longe tão rápido. Mas isso faria o próprio Oeste os atacarem. Lembrando também que neste momento o poder do Leste tinha caído bruscamente...

— Maro fodeu com tudo...

— Mãe!

Lars emerge dos muros. Quando a luta começou, ele saiu correndo. Vendo tantos Anciões e Alto Anciões mortos, ele procura seu pai.

— Cadê o meu pai?

— Morto! Mythro o matou.

Lars arregala os olhos de surpresa, e depois recua alguns passos em medo. Suas mãos tremem, e ele acaba se mijando.

— Vai para dentro garoto, e deixe de me humilhar ainda mais.

Uma grande revolta interna se iniciaria, e Luma temia que no final dela, ela já não responderia como Matriarca do clã.



Comentários