Dominação Ancestral Brasileira

Autor(a): Mateus Lopes Jardim

Revisão: Heaven


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 206: O Casamento de Mythro e Mits(2)

Suife cavalga devagar pela floresta. Mythro e Mits, assim, tem tempo para poder falar sobre o tempo em que eles passaram distantes um do outro.

Mits conta sobre como foi chegar ao Leste. Sobre como foi assustador o encontro com um bando de komodos de 3 metros de comprimento, e que tinham até mesmo um líder no segundo reino.

Felizmente, um grupo de cultivadores da Donzela de Ferro estavam voltando de um encontro no Oeste e os salvaram. Luma estava no meio, e vendo tamanha carnificina, e até mesmo uma criança carregando seu irmão partido ao meio, ela não conseguiu ficar sem ajudá-los.

(OBS: 34º capítulo// Pela última vez que Mythro os vê, antes de se teleportar usando a adaga de Tutancâmon, ele avista Mitri(Pai da Mits) sem um dos braços a carregando e Trinto partido ao meio sendo levado por Fernan(um dos anciões da Vila da Caça)).

Luma os levou para a Donzela de Ferro e pôs seus cidadãos de menor nível hierárquico para cuidar deles. Assim como faz com pessoas de outras vilas que são atacadas por membros do norte ou sul.

Alguns meses depois, em uma rotina pelas barracas de refugiados, ela percebeu que a cultivação de Mits havia subido bastante.

Mesmo de luto, o corpo, cosmicidade e mistérios no corpo de Mits a fariam cultivar em velocidade surpreendente.

Sendo assim, Mits foi a primeira a conseguir através de uma pequena competição um visto de cidadão. Mais alguns meses depois, outros jovens.

Logo a vila da caça começou a ser reconhecida pelos menores níveis hierárquicos. Eles sofreram a mesma quantidade de preconceito por serem do abismo, mas pelo menos, quando se tratava de serem espiões, isso nunca foi levantado.

Muitos se lembravam de como eles chegaram aos muros, com seus entes mortos em seus braços, alguns sem membros, mulheres chorando por seus esposos e homens chorando por suas esposas.

O luto que todos se afundaram, não podia ser fingido. Isso os garantiu, pelo menos, a empatia e pena daqueles do Leste.

Principalmente, Mits. Ela arrastou Trinto pelos braços após chegar no Leste. Com seu corpo perdido do umbigo para baixo.

Nestes anos, o Leste sofreu uma vez um ataque do Norte do qual Mits teve a coincidência de estar na região para auxiliar.

Sua cultivação ainda estava no segundo reino, mas sendo acompanhada naquele dia por um ancião, eles partiram em reforço.

Daquele dia em diante que os admiradores de Mits nasceram. Sua raiva e maneira cruel de matar os nortenhos ficou gravada na mente do povo do leste.

Principalmente sua força. Naquele dia, mesmo estando no segundo reino, quando o ancião do Norte estava prestes a matar o do Leste, com uma das técnicas supremas por ela aprendida, passada por Mutima. Mits rasgou o ancião do Norte ao meio.

Isso a colocou nos olhos dos mais fortes do Leste. Uma exímia cultivadora da nova geração havia nascido, e seria a melhor forma de ferramenta política.

Obviamente, aquela que salvou a vila da caça, ao saber disso, saiu voando rapidamente ao encontro dos abismais que tantos sentiam nojo.

Sendo tomada como aprendiz de Luma Ferrer, os dias da vila da caça finalmente começaram a melhorar.

Então Mits começou a treinar o Dao da Alquimia, e seu status subiu novamente. Após alguns anos, ela já não era mais a Mits do Abismo, e sim a Criança Dao do Leste. Claro, se houvesse esse tipo de nomenclatura no Leste.

Se Mits realmente fosse alguém pertencente ao atual Octógono, ela com certeza teria sido a próxima Matriarca do clã Donzela de Ferro.

Mas como seu destino e sina são maiores... A Donzela de Ferro se tornou nada além de um lugar de breve passeio.

As histórias de Mythro começaram a alcançar seus ouvidos depois que ele destruiu os planos de um secto maligno.

Que como consequência, também gerou a morte de um grande Rei dos sectos nefastos. Isso fez seu nome estrondar fortemente por todos os cantos cardeais.

Além disso, Mutima de vez em quando contava sobre coisas que Mythro tinha feito que não foram levadas a público.

— Você finalmente veio me buscar. Então agora serei a esposa do Patriarca...

— Não nos separaremos tão cedo...

— Como assim “tão cedo”?

Mits faz bico e aperta o braço de Mythro, olhando para ele com implicância.

— Muitos virão atrás de nossas vidas. Quem sabe se um dia seremos separados momentaneamente? Mas saiba que eu sempre irei atrás de você, assim como espero que você não desista de mim. — Apertando a jovem Paschi mais forte, sua voz se enche de emoção.

— Jamais...

Com um caloroso beijo separado por anos, os dois finalmente encontram o sossego de suas lutas diárias no abraço um do outro.

**

Após alguns minutos cavalgando, o grupo do casal chega ao ponto de encontro com a Vila da Caça.

Mitri, com seu apenas um braço sobrando, abraça Mythro que deixa a sela de Suife.

— Há quanto tempo, jovem. Fiquei sabendo de suas conquistas. O destino deve ter unido minha menina e você. Não poderia deixá-la sobre melhores cuidados.

— Honrarei sua confiança em mim, Senhor Mitri. Quero que conheça minha irmã, Núbia.

Mythro aponta para Núbia, que em passos lentos, faz sua entrada. Mitri fica surpreso por alguns segundos, mas logo cumprimenta Núbia apertando sua pata.

— Meus acompanhantes — estendendo a mão na direção dos Jade Negra Celeste, apresenta seus mais próximos — Suife, Grásio e Yrvik Jade Negra Celeste.

— Oi, vocês três. Espero que possam se dar bem com os acompanhantes de Mits.

Do grupo de pessoas, dois indivíduos aparecem, fazendo caminho entre os outros. A primeira é uma raposa. Claro, não qualquer uma.

— Uma Raposa Guardiã Escama Arco-Íris de Uma Cauda...

Este ser deslumbrante e majestoso possuía seis pernas, uma fina penugem cobria seu corpo, mas sua real “pele” eram escamas arco-íris que a cobriam e reluziam no como pequenas gemas no sol.

Este ser era típico de Ravos, e tinha essas escamas por ser parente próximo de dragões. Elas viviam em nuvens multicoloridas e se alimentavam de arco-íris recém formados e auroras boreais que eram comuns em seu planeta.

A cada terço que a mesma superasse, uma cauda nascia. No máximo uma delas teria 3 caudas. Sendo todas as três multicoloridas, mas com a ponta com uma cor específica. A primeira com ponta azul, a segunda com ponta rosa e a terceira com ponta dourada.

Sua figura era esguia, porém firme e poderosa. Suas curvas não tinham saliências muito musculosas, mas debaixo das escamas como escudos se escondia um poder para destruir até os mais fortes dos metais.

Seus olhos eram negros e profundos. Em sua testa descansava um belo boreal que brilhava intercaladamente — vivo.

Ela possuía uma altura de 156cm, comprimento de 220 cm. Em seu peito havia um V de pelos prateados que subia até os ombros de suas pernas dianteiras e se seguiam até metade do dorso.

Escondido na região de seu pescoço havia brânquias verde-claras, bem claras e também rosadas.

Suas garras eram longas e afinadas. Possuindo 5 delas, e bem separadas, mas ainda assim uma fina pele podia ser vista interconectando cada uma.

Esta raposa era macho, sendo isso reconhecido pelos pelos no peito.

(OBS: pêlos//nova ortografia “pêlo”não tem mais acento c.c)

O outro indivíduo era um cavalo. Mas o mesmo não tinha quatro poderosas pernas. As duas da frente não tinha cascos, mas sim nadadeiras.

Seu dorso deslumbrante se curvava a uma cauda, longa, deslizando pelo ar, sem tocar no chão.

 

Sua crina formidável, que se dividia em belos filamentos tão parecidos com suas nadadeiras, que ajudavam em seus reflexos, tanto em terra como na água.

Suas pernas possuíam um pelo firme e resistente que parecia um coral que subia até seu peito, parecendo uma armadura natural. Este coral era rosa, e parecia extremamente cativante junto da crina e nadadeiras verdes exuberantes.

Sua cauda era azul, com algumas manchas brancas e laranjas e com uma nadadeira na ponta que ia ficando preta, até ficar completamente preta no final.

As escamas eram mais detalhadas na parte caudal, a parte do corpo mais parecida com a de cavalo tinham escamas mais escondidas e lisas, que se misturavam dando uma visão mais acourada. Os Hipocampos Ravonianos eram hermafroditas, e também podiam se auto fecundar.

Mas sem um parceiro, sua reprodução e tempo de gestação eram mais longos e perigosos.

“Um Hipocampo Real de Ravos!”

O Hipocampo Real encara Suife, seus olhos atônitos. Ele sente sua própria existência diminuir ao seu lado.

A raposa sentia menos a influência na questão de espécie, mas, claro, mesmo sendo seres de linhagem única, ainda assim eles não podiam se equiparar aos acompanhantes de Weh.

Até mesmo Núbia, que recebeu o sangue de Mythro antes dele ter tomado o Diamante Escuro do Céu, dava a sensação sufocante de ser imensamente superior.

Isso não seria tão latente, se não fosse pela recém adquirida habilidade de Apocalipse. Eles não eram simplesmente seres primordiais, eles eram hoje, uma das encarnações das leis primordiais.

— Falta mais uma... Onde está Bianchella? A raposa é Lucio e o Hipocampo é Claid.

— Bianchella? Qual sua raça? — Mythro pergunta, muito surpreso com os seres majestosos.

— Ela é humana, a encontrei sendo transportada com escravos do sul para venda no norte. Ela é um ser humano com um raro corpo divino. — Mits responde.

— Oh?

Mitri, acaricia o Hipocampo com seu único braço e com um sorriso, diz:

— Eu pedi para ela escoltar o caminho a frente, já que ela é a mais rápida de nosso grupo, com exceção de você. Vamos indo a frente que a encontraremos.



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