Volume 6

Capítulo 117: A superior e a missão

Caindo no sono devido a fadiga depois da importante limpeza, os três foram até Bennet no dia seguinte.

Foi decidido que ou Izumi ou Millia iriam limpar aquela casa que não tinha sido corretamente arrumada. Com base na reunião deles com Bennet, um deles teria que voltar.

O ambiente urbano de |Beretta| onde os três caminharam estava alinhado com prédios de tijolos construídos às pressas. Mas eles não poderiam ver nenhum prédio que passava de dois andares.

O mesmo era válido para estalagens.

[Izumi]: ("Isto é um enigma. Eu tenho que arrumar um lugar para dormir logo")

Ela sabia que ficar com Rudel por tempo demais iria certamente causar problemas para ele. Izumi refletiu sobre quem ela deveria consultar.

Foi então que uma construção que poderia ser classificada como esplêndida para a cidade entrou em sua visão. Com a cena de jovens soldados tendo uma conversa amigável, Izumi sentiu vontade de segurar sua cabeça.

(Soldado A): “Oh, bom dia. Você dormiu bem na última noite?”

(Izumi): “Yeah, mais importante, onde está a Major Bennet?”

Com a resposta de Izumi, os jovens soldados olharam para Rudel, Millia e ela mesma, discutindo algo entre eles. Embora ela pudesse adivinhar o conteúdo da discussão deles, ela não tinha tempo para se preocupar com isso agora.

(Soldado A): “Ela está cuidando da papelada em sua mesa nos fundos”

Depois de agradecer um jovem soldado com o rosto vermelho, os três seguiram até Bennet.

Na estação, havia uma mesa colocada de lado para os Dragoons usarem em rotação. Normalmente, isso nunca iria acontecer, em uma colônia sem nada, garantir aos Dragoons uma mesa exclusiva era considerável.

"Os Cavaleiros de serviço na capital nunca seriam capazes de aguentar este tipo de tratamento", pensou Izumi.

Izumi olhou para a superior de Rudel diante de seus olhos e entregou seus formulários. Porém, mais do que isso, olhando para a ⌈Cavaleira diante dela, ela pensou...

[Izumi]: ("Ela é... meio fofa")

Recebendo a papelada, Bennet enfiou tudo em seu arquivo antes de confirmar o curso futuro deles.

(Bennet): “Então, vocês duas são as Inspetoras deste homem? Eu não me importo se vocês manterem vigilância, mas haverá momento em que nós estaremos voando em missões. E vocês devem pensar que trabalhar é normal por aqui”

(Millia): “Esse trabalho vai estar além da nossa missão?”

Enquanto Millia olhava para baixo e perguntava, Bennet murmurou uma observação.

(Bennet): “Uma nova recruta que só ficou sentada e fez seus deveres na capital não precisa se intrometer na forma em que trabalhamos nas fronteiras. Embora eu não tenha a autoridade para dar ordens a vocês, se vocês não fizerem nada além de vigiar esse cara, só isso irá criar uma reputação ruim nesse lugar”

Millia viu quão ocupada |Beretta| estava, e talvez ela tenha percebido apenas por observar que isso definitivamente a tornaria impopular enquanto ela fechava sua boca.

Quando Izumi propôs que eles participassem do trabalho em rotação, Bennet disse, "Pode ser", antes de entregar a Rudel um abrangente cronograma.

[Izumi]: ("Ela é surpreendentemente atenta e boa em cuidar dos outros. E ela é fofa")

Izumi notou que ela estava consciente delas.

(Bennet): “Bom, só deem o seu melhor aqui. Vocês devem usar esta oportunidade para aprenderem que a mesma forma de agir não funciona em todos os lugares... Rudel, eu vou te fazer quebrar rochas com Sakuya. Eu estou saindo de minha agenda para pessoalmente supervisionar um novato como você. Me dê resultados”

(Rudel): “Sim senhora”

Vendo Rudel levando seu trabalho com seriedade, Izumi se sentiu aliviada. Parecia que Rudel não iria repentinamente partir para uma farra de carícias. Não, enquanto a própria Izumi ficou aliviada por ela ter selado as carícias de Rudel, ela se sentia desconfortável sempre que ela pensava que ele poderia revelar uma nova técnica.

Começando com carícias, partindo para massagens, abraços e loção... mesmo quando ela selou todos eles, Rudel trouxe seus Olhos Mágicos de lugar nenhum. Assim, embora ela estivesse atenta, não podia se dizer que ela estava indo longe demais.

Mais importante que isso…

Izumi olhou para a cauda de Bennet quando ela falava com Rudel. Agindo de forma contrária a expressão dela, a cauda estava alegremente girando ao redor. Essa diferença também parecia fofa.

[Izumi]: ("A forma como parece que ela está se forçando a agir assim também é fofa")

Com certeza Millia estava com a mesma impressão, ela olhou para o lado, apenas para receber uma impressão levemente irritada. Millia estava encarando intensamente Rudel e Bennet.

Todas as vezes que Rudel dava uma resposta honesta, a cauda de Bennet iria balançar. Mesmo que dissessem que os títulos de superior e subordinado foram trocados, certamente, ninguém iria ter nenhuma dúvida.

[Izumi]: ("Entretanto, ela é mesmo fofa")

Por mais algum tempo, Izumi observou a garota fazendo o seu melhor para fazer o papel de uma superior.


Fora da cidade, na falésia¹ oposta ao ancoradouro, Rudel estava esmagando rochas com Sakuya.

Elas iriam ser usadas como materiais para o porto, mas depois de serem esmagadas, as pedras teriam que ser processadas. Para isso, era necessário quebra-las em um tamanho adequado.

Enquanto Rudel dava ordens a Sakuya, ela socava as rochas com seus enormes braços e as destruía.

(Bennet): “Idiota! Faça desse jeito e elas vão acabar pequenas demais. Ter elas grandes demais não é bom, mas se elas forem muito pequenas, então vamos precisar de uma quantidade desnecessária de Mana para remendar elas!”

Sob as ordens de Bennet, Rudel estava aprendendo seu trabalho em |Beretta|. Carregar materiais, patrulhar a área ao redor da cidade portuária e ajudar com a construção, havia muito a se fazer. Contanto que você ignorasse o consumo deles, os convenientes ⌊Dragões eram formas de vida indispensáveis para construção.

(Rudel): “Isto é difícil. O trabalho é detalhado demais para Sakuya”

Levando o enorme tamanho de Sakuya em consideração, isso era definitivamente um trabalho difícil. Mas Bennet murmurou uma observação.

(Bennet): “Oh, então você vai escolher seu próprio trabalho? É natural para nós sermos capazes de realizar qualquer missão que precise ser feita. Do jeito que você está, você não é nem mesmo meio Dragoon

(Rudel): “Isso é…”

Quando ele tentou dizer alguma coisa, Rudel engoliu suas palavras. Com toda certeza, ser exigente sobre suas missões era algo que ele normalmente nunca iria fazer.

Bennet chamou seu próprio Dragão e fez ela esmagar rochas do tamanho certo para servir de exemplo. Depois da destruição, diferente de Sakuya, os fragmentos restantes não se espalharam muito.

(Bennet): “Se o desenvolvimento for constante, então este lugar também se tornará uma parte da cidade. Se vocês causarem muita destruição e espalharem os detritos por aí, isso irá tornar nosso trabalho ainda mais complicado nos tempos por vir. Eu acredito que os planos de desenvolvimento estavam incluídos nos documentos que eu te entreguei”

(Rudel): “Minhas profundas desculpas”

Não pensando tão longe, Rudel se desculpou com Bennet. Certamente, o plano incluía a construção do porto e uma descrição da expansão da cidade.

(Bennet): “… bem, que seja. No momento, Elrond está fora comprando suprimentos, então eu vou te ensinar por um tempo. Saiba que treinamento também é parte de seus deveres e não perca o foco”

(Rudel): “Sim senhora!”


Enquanto Rudel continuava seu trabalho, ao lado, Izumi observava sua conversa com sua oficial superior fofa.

Como uma Inspetora Especial, a obrigação de Izumi era ter certeza que seus olhos nunca deixassem Rudel, se possível. Enquanto os dois estava seriamente fazendo seus trabalhos, da perspectiva de um observador, não havia como impedir essa cena de parecer agradável.

A cauda de Bennet estava alegremente balançando para a esquerda e para a direita e, acima disso, Sakuya estava aprendendo a como cortar pedras com o Dragão da Água. Um Dragão abrindo suas palmas para cortar pedra em blocos era uma visão de fato peculiar.

[Izumi]: ("Eles parecem estar se divertindo")

Enquanto os dois tinham seus ⌊Dragões esmagando pedras, eles começaram a treinar. Quando Bennet disse a Rudel para ir até ela, Rudel saltou para frente com toda sua força.

Izumi pensou que isso parecia ruim, mas Bennet respondeu com tranquilidade, jogando Rudel no chão. Apesar de seu corpo pequeno, a forma como ela lidava com isso só poderia fazer alguém dizer, "Como esperado de uma Dragoon".

Mas depois que ela venceu, quando Rudel enviou olhares de admiração, "Se levante logo idiota!", a garota em questão disse isso, com sua cauda balançando violentamente.

Seguido disso, Sakuya, que era incapaz de esmagar pedras de forma hábil, tentou quebrar elas com seu sopro apenas para ser atingida na cabeça pelo Dragão de Bennet.

[Izumi]: ("Eu sinto muito dizer isso, mas...")

(Bennet): “Seus ataques estão seguindo um padrão. Você não será capaz nem de me arranhar desse jeito”

(Rudel): “Kuh!”

Acelerando com ‖Magia do Vento, Rudel desesperadamente disparou para capturar Bennet, mas desviando por uma margem mínima…

[Sakuya]: ("Quer dizer, eu não posso fazer isso! Hey, isso machuca!")

Seus cortes ainda não estavam indo bem, desta vez, Sakuya tentou golpear com sua cauda…

[Izumi]: ("Me pergunto o que é isto. Parece que eles estão se divertindo")


Repelido para uma área próxima à fronteira, Chlust fez uma careta assim que recebeu um relatório de seu subordinado.

(Subordinado): “Capitão, nós estamos em apuros?”

O que o homem barbudo reportou a Chlust era uma reunião entre oficiais superiores dos países de |Courtois| e |Gaia|. Mesmo se fosse diplomacia sob o véu do sigilo, |Courtois| era uma sociedade nobre e era comum que os oficiais superiores fossem da nobreza. Eles não gostavam de tratamento grosseiro e era difícil imaginar que eles percorreriam todo o caminho até as fronteiras apenas para fingirem estar fazendo algo.

O homem que era subordinado de Chlust relatou o que ele escutou de seus homens de confiança.

… essa era uma informação que Chlust queria pensar como impossível.

(Chlust): “Quando eu pensei que eles tinham se acalmado, não pode ser que…”

Os incidentes com o 〈Ogro Negro não estavam mais acontecendo. Mas enquanto ele ficava na fronteira, ele podia dizer que os inimigos estavam ficando cada vez mais ativos quer ele gostasse ou não.

A atmosfera era uma coisa, e ela esteve tão calma que era opostamente assustadora.

E sobre o conteúdo da discussão dos oficiais superiores, o homem barbudo estava com uma cara pálida. Chlust pensou que sua própria cor também estava o abandonando, mas como ele estava diante de seu subordinado, ele mudou a forma de pensar.

(Chlust): “… você pode dizer como era o rosto do oficial? Ou suas características?”

(Subordinado): “Nada. Todos estavam vestindo mantos e escondendo seus rostos. Se a forma como eles falavam e seus documentos não provassem suas posições, nós teríamos nos movido para toma-los como indivíduos suspeitos”

Mas seu subordinado parecia aliviado por eles não terem feito isso do fundo de seu coração. Este era um terreno familiar, e havia muitos que estavam acostumados a esconder seus corpos, poderia se dizer que foi um golpe de sorte que seus inimigos não conhecessem a área.

Isso mostrava o quão poderosos seus guardas eram.

Se ele soubesse os nomes deles, então Chlust era o segundo filho de um Arquiduque. Ele pensou que seria capaz de descobrir a facção deles, mas parecia que as coisas não seriam tão fáceis.

(Chlust): “Seja qual for o caso, nós não temos conexões com o centro agora”

(Subordinado): “O que vamos fazer Capitão? Não vai tudo pelos ares do jeito que as coisas estão indo?”

A razão para seu subordinado (normalmente muito animado) entrar em pânico a tal ponto era simples. Um oficial superior de |Courtois| trocou documentos com um oficial superior do |Império Gaia|. Além disso, eles pareciam estar acostumados com isso.

As poucas palavras que eles trocaram eram claramente bizarras.

"A Princesa está a bordo"

"Contanto que vocês aceitem nossas condições, nós vamos entrar nessa farsa"

"Hmm, fazer de um plebeu um Herói, a ideia me faz querer vomitar. Eu prefiro que ele se torne um Herói depois de morrer"

"… eu rezo para que você chegue a uma decisão antes que nossas preparações estejam completas. Peça a eles que entendam, será tarde demais assim que tudo começar"

Princesa, Herói, plebeu e tarde demais assim que começar... com essas palavras, Chlust não poderia fazer nada além de se lembrar daqueles dois.

O fato de eles estar em um lugar como esse, no mínimo, ele pensava que aqueles dois estavam envolvidos. No bom sentido, é claro.

Chlust estava consciente de que se ele tivesse continuado a odiar Rudel, seu eu atual não existiria. Ele podia se lembrar bem dos rostos dos dois que criaram a oportunidade.

[Chlust]: ("Isso é certo... mas nesse ritmo...")

Mesmo que ele tenha notado, ele entendia que era inútil relatar o fato para os superiores. Para melhor ou pior, eles viviam em uma sociedade nobre, e tendo sido oprimido antes, Chlust podia entender. Se isso fosse verdade, isso seria abafado, se fosse mentira, eles iram puni-lo com ousadia.

Não, era mais provável que eles apagassem ele no momento em que ele relatasse isso.

Sua estada na fronteira foi bem longa e ele foi atormentado por sua informação sobre as facções no palácio estar desatualizada.

Para piorar as coisas, as fronteiras eram otimistas. Não importava como o |Império| invadia, eles estavam certos de que com seus ⌊Dragões, |Courtois| nunca iria perder.

(Chlust): “… não diga a ninguém sobre este assunto. Ordene a seus homens que não vazem nenhuma informação”

(Subordinado): “Então o que vamos fazer!?”

(Chlust): “Eu vou cuidar disso. Se eu reportar para o homem errado, não seria estranho se a unidade toda desaparecesse”

O homem ficou em silêncio. Ele percebeu que se intrometeu em um assunto problemático, mas Chlust sentiu um senso de crise ainda maior do que o de seu subordinado.

[Chlust]: (“Em quem eu devo confiar? Minha casa está... eu não posso nem mesmo entrar em contato com Erselica, então isso não vai dar certo")

Assim que seu subordinado deixou a sala, Chlust coçou sua cabeça e pensou.

[Chlust]: ("Eu sempre relatei os movimentos suspeitos do lado do |Império|. Eu não posso pensar que os superiores não sabem. Então eles sabem e planejaram nos abandonar desde o início"?)

Com o reforço no potencial de guerra ao redor da fronteira, Chlust se sentiu aliviado, mas agora ele tinha um mau pressentimento.

[Chlust]: ("Nossas forças estão sendo reforçadas. Porém…")

O mapa da área fixado em uma das paredes da sala tinha memorandos presos por toda parte. Era um mapa que apontava todos os incidentes na fronteira nos últimos anos.

Ele confirmou o potencial de guerra do lado de |Courtois|.

[Chlust]: ("Não haverá um problema se isso for um conflito? Não, o |Império| foi atormentado por nossos ⌊Dragões por muitos anos. É inconcebível que eles não estejam levando os ⌊Dragões em consideração tão tarde no jogo. Nosso lado está menosprezando demais nosso inimigo”)

Reunindo os relatórios do 〈Ogro Negro, ele encontrou um documento que suspeitava que eles poderiam ser um experimento do |Império|. Mas seu superior riu disso.

Mesmo que isso fosse verdade, |Courtois| tinha ⌊Dragões, então eles sabiam que isso não seria um problema.

[Chlust]: ("Eu só posso reunir informação para agora. E eu tenho que informar alguém deste fato…")

Enquanto o rosto de seu irmão aparecia em sua mente, se lembrando da presente situação de Rudel, ele sacudiu sua cabeça. Como o ⌈Cavaleiro Branco, Rudel se destacava demais. E ele não estava em uma posição de poder.

(Chlust): “Primeiro, eu tenho que estabelecer um contato casual com Erselica. Eu preciso do máximo possível de informação do palácio”

Olhando para o mapa, Chlust verificou o nome de uma cidade portuária. Em uma nota ao lado, a força de combate da cidade estava listada.

Embora houvesse três poderosos Dragoons destacados ali, não havia mais nenhum reforço decente. Com esse tratamento incompatível, Chlust temeu pela segurança de seu irmão que provavelmente foi mandado para as fronteiras.

(Chlust): “Eu espero que apenas esteja pensando demais”

Sentindo a calmaria antes da tempestade, Chlust sentiu algo arquitetado em seu irmão sendo enviado para as fronteiras em tal período.


Nota

[1] Falésia é um acidente geográfico constituído por uma encosta íngreme ou vertical. Geralmente este termo refere-se a formações litorâneas, mas também podem ser consideradas aquelas encontradas em montanhas, falhas e margens de rios. Quando uma falésia tem grandes dimensões é chamada de penhasco.



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