Volume 8

Capítulo 160: Eu meio que não entendi

— Seu maldito idiota!

Eunius colocou a mão na cabeça de Rudel e bagunçou seu cabelo. Sua voz estava cheia de verdadeiro deleite, enquanto havia lágrimas visíveis em seus olhos.

— Você realmente nos pregou uma peça. Você também, Aleist.

Luecke levantou o polegar de sua mão enluvada, dirigindo um sorriso em direção a Aleist.

No entanto, enquanto era abraçado por Rudel, e recebendo sorrisos dos meninos...

— Ei, espera. Sério, me dê um minuto! Rudel, acho que há outra pessoa que você deveria estar abraçando agora!

Enquanto Aleist tentava afastar Rudel, Izumi olhou com uma expressão conflituosa.

— Não me diga que esses dois são... — e Millia até mandou para eles um olhar duvidoso. Rudel se separou, arrumando seu cabelo enquanto encolhia os ombros.

— Não seja estúpido. É natural que eu agradeça o salvador da minha vida. Hmm? Ó Izumi, vejo que você também está aqui.

Um sorriso amargo apareceu em Izumi ao ser tratada como uma extra.

— Estou muito feliz. Embora uma parte de mim não possa se alegrar...

Foi por apenas um instante. Um instante muito breve, Izumi dirigiu um olhar de hostilidade para Aleist. Um arrepio percorreu a espinha do rapaz.

A fim de superar essa situação, ele apressadamente tentou auxiliar Rudel a entender a situação.

— Ma-mais importante, sobre onde estamos agora...

Rudel se afastou lentamente da maca que estava deitado e esticou as costas. Ele estava confirmando o estado de seu corpo ao receber as armas que os membros do harém de Aleist haviam assegurado.

— Ó, é verdade.

Um olhar para o campo de batalha e, mesmo agora, Sakuya estava lutando contra o gora para mantê-lo no lugar.

As unidades do exército imperial reformadas, com as forças em ambos os flancos, seguiram para o caminho do grupo.

Rudel olhou para o exército imperial e fez uma proposta:

— Muito bem… vamos nessa.

Ele ia lutar no minuto em que reviveu. Aleist apressadamente interveio para detê-lo:

— Não, eu me pergunto sobre isso!? Que tal descansar um pouco? Parece que mais forças estão se reunindo enquanto falamos.

Quem se aproximou deles foi Chlust.

— Irmão!

— Chlust... e quanto aos evacuados?

Chlust suspirou de alívio ao confirmar a segurança de Rudel. Ele explicou a situação

— Eles estão bem. Já os entreguei a um local seguro. Juntando-me aos reforços da Casa Arses, trouxe uma força de cinco mil homens. Eles precisam de um comandante. Esses números são impossíveis para mim.

A razão pela qual Chlust considerou impossível foi porque ele não tinha experiência em liderar tantas tropas. Além disso, ele nunca recebeu treinamento de comandante na academia.

— Vocês todos foram educados naquele campo. Além disso, você tem experiência real de combate. Irmão, se você só assumir o comando...

Rudel estendeu a mão direita na direção de Chlust, abrindo a palma em um gesto de “espere”. E depois de olhar para o céu, ele devolveu seu olhar para Chlust.

— Eu sinto muito, mas embora tenha passado pelo curso, estou carente de experiência. Devo passar o bastão para a Major Bennet.

Com as conversas repentinamente mudadas para ela, o cabelo e as orelhas de Bennet se arrepiaram enquanto ela balançava a cabeça.

— Não peçam pelo impossível. Nunca assumi o comando de uma força terrestre dessa escala. Ou melhor, se alguém aqui for tomar o direito de comandar...

O olhar de Bennet mudou para Rudel, Aleist, Luecke e então Eunius.

... todos desviaram os olhares.

— Major, eu sou um dragoon. Me falta a experiência para comandar tropas terrestres. Não tenho ideia por onde começar!

Ei, também sou um dragoon! E espere, você com certeza recebeu a educação na academia!

A razão pela qual Aleist olhou para longe foi porque ele apenas não tinha confiança. Tendo perdido sua trapaça, neste ponto, nem mesmo ele sabia se tinha ou não o poder para lutar.

Eunius olhou para Luecke, seu olhar dizia: — Apenas faça isso!

Mas Luecke respondeu:

— Parece que há uma unidade problemática com um círculo mágico preparado. Minha nossa, duvido que alguém além de mim seja capaz de lidar com isso. Devo partir. Deixo o resto com vocês. Agora, vamos à caça, Vargas!

— E-ei, você está falando sério!?

— Como se me importasse. O problema não é meu, não vou lidar com isso.

... ele se mexeu para ser o primeiro a partir.

Pego de surpresa, Eunius pegou sua arma e começou a falar:

Ó-ó, agora que olhei mais de perto, aquela é a bandeira do general Rhoshwas. A minha casa tem uma conta para acertar com aquele sujeito. Hã-hã. Tenho que ir cuidar disso.

“Até mais!” Disse Eunius, levando seus homens para longe.

Todos os olhos se concentraram em Rudel e Aleist.

— Ir-irmão?

Chlust olhou para Rudel.

“Bem, Rudel é muito mais digno do que eu.”

Então, Rudel assobiou. Reagindo ao som, Sakuya se ergueu no ar e desceu ao lado dele.

Rudel limpou sua garganta:

— É que, sabem. Contanto que aquele preto esteja lá, não fará sentido, não importa seus números. Então acho que alguém tem que lidar com o dragão no alto e o gigante no chão.

Uma vez que todos concordaram que era um ponto válido, Sakuya pairou sobre Rudel, e esticou sua pata.

Saltando sobre sua palma, Rudel abordou o restante do grupo:

— Sou um dragoon, portanto, Chlust, estou deixando as tropas terrestres com você. Aleist!

— Eu?

Rudel apontou para o Gora.

— Vou enfrentar o dragão negro lá em cima. Você cuida daquela coisa preta.

Aleist recusou isso de forma apressada:

— Não, não tenho nenhum poder para...

Rudel sorriu.

— Não se preocupe. Sakuya me disse na entrada para o outro mundo. Você ficará bem. Agora, avante, Aleist!

Com um grande bater de asas de Sakuya, Rudel foi lançado para os céus. Quando Izumi pulou para perseguir o rapaz, Sakuya a pegou com cuidado e a colocou em suas costas.

— … ?

Ouvindo que ele ficaria bem, Aleist olhou para o gora, apenas para descobrir que o monstro estava seguindo direto para eles. Agora que o Sakuya se foi, parecia que Aleist era o primeiro em sua lista.

— Espere um segundo!!

No desânimo de Aleist, seu fiel pesadelo, Heath, se aproximou.

— Vo-você... onde você esteve?

Soltando um suspiro, Millia entregou o monstro a Aleist.

— Aleist, se acalme. Se você não fizer algo a respeito, todos estaremos em perigo! Ei, eu vou ajudar, então só se apresse.

Aleist concordou com a cabeça. Bennet encolheu seus ombros.

— Você tem minha cooperação. Tenho certeza de que será difícil para o cavaleiro negro sozinho. Mesmo assim, precisaremos de um pouco mais de mão de obra.

Para as palavras de Bennet, Aleist:

— Se tivéssemos apenas... mais um dragoon.

Um novo dragoon entrou em cena acima deles.

— Você chamou?

Lá, o homem que se vangloriava de ter a técnica aérea número um na brigada de dragoons, Keith, olhou para Aleist com um brilho nos olhos.

— Keith-san!

— É um pedido do meu querido Aleist-kun. Hã-hã, que tal eu dar uma mão?

O rosto de Bennet se contorceu.

— Keith... onde você esteve esse tempo todo?


Alto no céu.

Ao redor estavam os dragões lutando contra os wyverns negros.

Elevando-se pelo amplo céu cheio de tempestuosas batalhas aéreas, Sakuya ficou encantada por Rudel cavalgar em suas costas.

“Pensei que nunca mais iria te ver!”

Rudel suavemente acariciou a parte de trás do dragão encantado que chorava.

— Eu sinto muito. Mas está tudo bem agora.

Tendo morrido uma vez e voltado, Rudel exibiu um rosto libertado. Izumi deu uma olhada nele e fez uma pergunta por curiosidade:

— Aconteceu alguma coisa?

Rudel fechou os olhos, ele lembrou o que tinha acontecido em sua morte.

— Deixei Sakuya brava.

“Eu?”

Para a confusão do dragão Sakuya, — Um Sakuya diferente.—, disse Rudel, abrindo os olhos para olhar para o céu. Diante de seus olhos, a forma de um wyvern vindo em direção a Sakuya apareceu, sua enorme boca entreaberta.

Esticando sua mão direita para a frente, Rudel produziu uma espada de luz, deu um giro nela e disparou contra o wyvern.

Recebendo a lâmina, a cabeça do monstro foi arrancada, enquanto ele virava fumaça preta e desaparecia.

— Um dragoon é completo com o humano e o dragão. Por que eu te mandei embora? Ela perguntou isso.

Izumi sorriu com um pouco de tristeza.

— Entendo. Então ela te ajudou.

Rudel deu ordens a Sakuya:

— Sakuya, o verdadeiro domínio de um dragoon é o céu. Vamos mostrar àqueles imperiais o poder de um verdadeiro dragoon.

“Sim!”

Quando Sakuya rugiu, os wyverns no céu direcionaram sua hostilidade para Rudel.

O que mais dirigiu o sentimento foi a serpente vil.

Aproximando-se de Sakuya, o monstro abriu sua boca grande e soltou seu sopro.

“Você é mesmo obstinado! Vou mandá-lo para o outro lado, quantas vezes forem necessárias!”

Rindo das palavras do dragão negro:

— Sabe, isso seria perturbador. Não quero que Sakuya me repreenda tantas vezes. E eu sou um dragoon. Agora que minha parceira está aqui, você logo vai aprender que estou um pouco diferente.

Emitindo ordens para Sakuya, ele combateu sopro com sopro.

Quando Sakuya usou suas quatro asas para de repente se virar, a serpente vil perseguiu.

“Você não pode fugir!”

Quando o dragão abriu sua grande boca em direção às costas que Sakuya mostrou, Rudel riu.

— Fugir? Longe disso.

Esticando sua mão direita direto para o dragão, Rudel produziu uma série de espadas muito grandes em torno deles. Fazendo-as girar, ele as martelou antes que o monstro pudesse disparar um sopro

Guuh!!”

A cabeça da serpente estava envolta em fumaça. No entanto, não parecia haver nenhum dano maior.

“Isso é tudo que você tem!? Peguem eles!”

Quando os wyverns ao redor começaram a avançar sobre Sakuya, as espadas que Rudel produziu foram disparadas em direção a eles.

Elas perfuraram, explodiram e desintegraram wyverns em fumaça negra.

— Isso é tudo que você tem?

Com a provocação de Rudel, a serpente vil arregalou seus olhos vermelhos.

“Seus malditos irregulares!! …!”

A serpente abriu sua enorme boca e esticou suas asas para exclamar. Mas foi então que os dragões ao redor todos se voltaram para disparar sobre ela de uma vez.

E enquanto o monstro suportava, um dragão azul se aproximou logo acima dele.

Era Mystith.

“Você está todo desprotegido!”

Abaixando um punho por cima de sua cabeça, ela jogou a serpente de cabeça no chão. Embora esse fosse um ataque com todas as suas forças, as feridas por enfrentar os wyverns se destacavam no corpo do dragão.

“Maravilha!”

— Maravilha!

Mystith terminou com uma pose. E… o mesmo fez Lena em suas costas.

Vendo a garota, Rudel ficou perplexo.

— O que você está fazendo, Lena!?

Izumi também estava surpresa. Mas Lena acenou para Rudel, enquanto levantava um braço em saudação.

— Eu, Lena Arses, a partir de hoje, me tornei parceira de Mystith! Meus cumprimentos, maninho!

“É assim que as coisas são.”

A aceitação de Mystith pouco fez para aliviar a confusão de Rudel. Mas este não era o lugar certo para ficar papeando.

— É-é mesmo. Há muita coisa que gostaria de ouvir, mas aquela coisa vem primeiro.

Olhando para baixo, havia a forma da serpente se erguendo do chão. Ela parecia estar sentindo dor na cabeça enquanto gerava um grande número de novos wyverns de seu corpo.

Mystith soou irritada:

Tsk, se multiplicou de novo. Não vou perder para fracotes como esses, mas há muitos. Só chegar perto do negro é uma chateação.”

Rudel olhou para o chão.

— Mystith-sama... você poderia deixá-lo para mim e Sakuya? Nós conseguimos desenvolver bastante daquilo.

Ao ouvir isso, Mystith prontamente assentiu com a cabeça:

“Bem, por que não? Mas aquele filhotinho nos chamou de lagartos. Você tem que esmurrá-lo até não sobrar nada.”

Izumi se lembrou.

— Rudel, não me diga, o que você usou em Celestia...

A serpente sinistra que subiu em direção a Rudel. Como se para convidá-la para perto, Sakuya subiu cada vez mais alto no céu.

— Venha, vou cuidar de você.

“Dê o fora, personagem secundário insignificante!”

A serpente disparou seu sopro para o céu, mas Sakuya evitou seguindo as ordens de Rudel. Distanciando-se do campo de batalha de dragões e wyverns, eles se voltaram para enfrentar seu desafiante.

Atravessando as nuvens no céu sem fim no alto.

Os dois dragões se encararam.

“Você nunca para de entrar em nosso caminho. Se você vai voltar de sua morte, desta vez, não vamos deixar nem cinzas para trás!”

Com o rugido vigoroso da serpente, Sakuya lentamente tomou sua postura no ar.

— Deixa-me te ensinar algo legal.

“… o quê?”

— Não subestime um dragoon. Apenas um cavaleiro e um dragão, porém... os coloque juntos, e vou ensiná-lo o quão problemático podemos ser.

“Sakuya e Rudel são os mais fortes!”

Com o rugido de Sakuya, a serpente se lançou contra os dois, Sakuya abriu suas quatro asas e Rudel liberou o poder do cavaleiro branco.

— Eu não poderia mostrar isso na terra, mas aqui não será um problema. Sakuya, vamos com tudo.

“Sim!”

Enquanto a luz transbordando de Rudel envolvia Sakuya, símbolos começaram a surgir sobre seu corpo.

Além de suas quatro asas, outro par feito de luz surgiu...

Formando uma armadura de luz para protegê-la, ela liberou uma luz divina. Mais atrás das asas, um círculo dourado se formou.

Izumi olhou para essa forma, segurando o cabelo balançando com a brisa enquanto ela murmurava:

— … deslumbrante.

O dragão branco usava uma armadura dourada e prendeu a serpente vindo para eles com as duas mãos.

“O qu-quê!?”

A serpente ficou surpresa. O monstro notou que Sakuya estava diferente do que tinha sido há pouco.

Sakuya rugiu enquanto lançava um gancho de direita. Cambaleando para trás, a serpente desapareceu nas nuvens, disparando um sopro de dentro delas.

Vários escudos dourados manifestaram-se ao redor de Sakuya para obstruí-lo.

A serpente estourou as nuvens, elevando sua velocidade para circular ao redor do alvo em uma tentativa de pegar Sakuya desprevenida.

Mas o dragão reagiu no mesmo instante e seguiu o exemplo. Com Sakuya logo atrás dela, mantendo uma distância exata e a perseguindo, a serpente foi colocada em xeque.

“Mal-maldição. Maldita seja!!”

Ela parou, virou-se e disparou um sopro, mas elegantemente evitando-o, o especial de Sakuya...

“Um, dois, finalizar!”

Esquerda, direita, cauda, três ataques consecutivos atingiram o dragão. O impacto deslocou as nuvens e mudou suas formas. Rachaduras apareceram pela pele da serpente que não tinha sido furada até agora, enquanto o sangue do monstro era derramado.

“Zom-zombando de mim…”

A serpente disparou contra Rudel e Sakuya. Parecia que era imperdoável para um dragão sofrer uma derrota humilhante.

Izumi parecia entender um pouco esses sentimentos.

— Bem, sem dúvidas é um pouco injusto.

Rudel olhou para a serpente vil, cruzando os braços.

— A brincadeira termina agora.

Foi então que a serpente explodiu em risos:

“Entendo. A pedra de troca. Aleist usou os poderes residentes em seu corpo como compensação para trazê-lo de volta!”

O dragão rindo olhou para Rudel, apontando um dedo. Embora não se soubesse como o monstro descobriu isso, ele parecia saber os meios através dos quais Rudel foi trazido de volta.

— Correto.

Rudel foi curto, se preparando para o seu próximo ataque.

“Então foi um erro me afastar. Você deveria ter permanecido. Neste momento, o gora deve estar acabando com todos eles. Enquanto eu te segurar aqui, a vitória será nossa...”

— ... infelizmente, isso não está acontecendo.

Interrompendo as palavras da serpente, Rudel a informou.

— Os três que permaneceram no solo, Aleist, Luecke e Eunius são meus queridos amigos. Lutamos na academia várias vezes, e passei por grandes dores em cada vez.

Rudel puxou sua espada devagar, dirigindo sua ponta para a serpente.

— Não se atreva a subestimá-los. Mesmo que Aleist perca sua mana inesgotável e talento, e muito mais... o que ele construiu não desaparecerá. Aquele cara é forte. Ele é o homem que eu reconheci.

A serpente rugiu e disparou contra Sakuya.

Sakuya espalhou suas seis grandes asas, para receber a investida.



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