Volume 1
A chegada
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Antes de sairmos pelas portas, lembro-me da nossa mãe gritar: “Tentem voltar antes da meia noite! E cuidado com os Nômades!”.
Nômades. Usuários de magia livre[1], são proibidos e caçados por criarem confusão ao longo dos anos, por isso a Corte se juntou para criar uma força de elite capaz de lidar com esse tipo de ameaça descontrolada. As Reapers. Soldadas formadas para deter Nômades fora de controle que ameaçam o Reino.
Criados pela Corporação de Controle e Supressão de Magia, tal grupo é formado por 4 membros, essas pessoas da elite são equipadas e treinadas para travar perigosas batalhas na linha de frente contra possíveis ameaças de alto nível crítico. Batalhas nas quais os próprios guardas do Rei não conseguiriam dar conta.
Quanto ao horário para voltar, eu não via problema em voltar até antes da meia noite, Lina não aguentaria por muito tempo aquilo tudo e se esgotaria até pedir colo.
Por ser da realeza eu tenho quase tudo a minha disposição, todavia como todo festival deve pagar para se ter o que quer, ao menos eu possuía um desconto. Lina se mostra feliz correndo para todo lado em busca de doces e brindes.
Ela estava animada demais e isto me deixava feliz, eu via as crianças com os pais pegarem doces nas bancadas e brindes como apitos, revistas, bonequinhos.
A rua enfeitada de todos os tipos de cores e faixas, postes laçados com bandeiras coloridas se remexem com o uivo sutil do vento; a rua de pedra por onde andávamos estava cheio de embalagem de doces e pequenas fitas coloridas. Confetes chacoalhavam no ar se misturando com os fogos entre as nuvens, as músicas de fundo em gaitas de fole atraíam gente para o suculento cheiro das guloseimas caramelizadas.
A sessão do Unicórnio Colorido ficava à Oeste, estava cheio de crianças pela rua querendo vê-lo também, puxando seus pais pela calça em direção ao Unicórnio.
A sessão que a Lina queria ir é um pouco longe e minhas pernas já estavam doendo de tanto correr atrás desta menina.
— Lina, por que você não vai para àquela sessão? Ela parece ser divertida.
— A sessão do Leão Sorridente é para bebês— ela diz, a voz tristonha ressalta seus olhos pequenos e fofos.
Lina sempre fora insistente nas coisas que ela queria. É só uma criança. Não posso culpá-la.
— Mas parece ser legal! Né? Musiquinha, dancinha. Que nem a sessão do Unicórnio Colorido – eu disse sorrindo para ela.
— A sessão do Unicórnio Colorido é mais legal e ele não é o Unicórnio Colorido.
— Eu sei, mas-
— Eu quero ir ao Unicórnio Colorido!
— Lina…
— Unicórnio Colorido! Unicórnio colorido! Unicórnio Colorido!
É claro que ela continuaria com a birra.
Não tinha jeito.
— Está bem, está bem — eu suspiro. — Vamos lá ver o Unicórnio Colorido.
Pego-a no colo e atravesso a multidão às pressas até a sessão que ela quer com os guardas tentando nos acompanhar. Durante a minha passagem topei com um rapaz que tinha a mesma silhueta da figura que me observava do dia anterior, percebi num estalar de dedos; peguei-o rapidamente pela manga do seu moletom, mas ele sumiu e o moletom permaneceu em minhas mãos, talvez poderia ter sido a mesma pessoa que estaria me observando naquela madrugada ou que sumiu ontem na minha volta para casa — este também tem a o brasão da cidade rasgado na lateral. Segui meu rumo, pensante. Não podia ser mera coincidência, podia?
Chegamos na sessão do Unicórnio Colorido. Chego bufando de cansaço por carregar a Lina sentindo ardor nos músculos, larguei-a no chão quando meus olhos fitaram no cartaz da tenda dizendo que a sessão do Unicórnio Colorido havia sido cancelada.
“Ugh. E agora?”, pensei, respirando forte com cara de decepção.
Lina se agacha chateada e ficava lagrimando por não ter chegado a tempo de ver o show, pronta para chorar. Aquilo apertava meu coração fortemente. Os guardas sentiram o apertar em seus corações e cruzaram os olhares.
— Ei, ei — eu me agacho para ela limpando suas lágrimas. — Não fica assim, está bem? Vem, vamos comparar um cachorro-quente para nós duas e nos empanturrar com um monte de doces.
Nos sentamos para comer as guloseimas num banco próximo. Ver a cidade enfeitada é incomum, mas em momentos de festividade as roupas nos varais são trocadas por decorações de papéis recicláveis multicores; naquele momento eu havia esquecido de coisas como a Praga e o meu stalker, mantenho o olhar de apreciamento na rua com minha irmã.
Pelas costas, sento uma presença nos meus ombros de supetão. Uma presença familiar.
— Olha só quem eu encontro aqui! — diz a voz pelas minhas costas.
Lilith, minha melhor amiga, surge sorridente e com um pequeno palito de bolinhos doces na boca — Lilith, uma garota simpática da raça Axolinos, cuja feições são parecidas a um axolote: pele rosada, pupilas gigantes e brânquias externas posicionadas na lateral do rosto. Ela é a melhor pessoa que conheço, meio ciumenta, bastante curiosa e com bochechas muito fofas para apertar. Ela é uma amiga fiel, confiante e otimista, me apoia em situações complicadas e eu faço o mesmo por ela, provavelmente isso faz nossa amizade mais verdadeira.
— O que você está fazendo aqui? — Lilith perguntou animada, seu sorriso estampado no seu rosto redondo me contagiou.
— Eu vim acompanhar a Lina aqui… E você? — respondo de pé.
Lilith estica os braços finos com sacolas de compras e diz: — Fazendo compras
Dentro das sacolas havia vários tipos de doces; roupas e botas; livros e guloseimas para depois.
Nós duas ficamos ali conversando sentadas no banco, debatendo nosso cotidiano enquanto Lina degustava seus doces e brindes.
Enquanto conversávamos ocorre uma repentina anomalia sonora, e com ela os objetos voltaram a flutuar como na noite anterior. Está acontecendo mais uma vez. Dessa vez é diferente afetando a cidade de uma forma pior, até surgir uma estrela nova no céu, distinta e brilhando, pulsando perante o céu escuro e nuvens acinzentadas. Ela aumenta seu brilho, atraindo fortes olhares do mar de pessoas tumultuadas. De fato, estranhamente bonita.
O céu se estilhaça como um vidro cuspindo uma escaldante bola de fogo, com seu trajeto rasgando o céu acima de nós para a entrada da floresta do parque ao Leste. O espanto assombrou a todos e assustou os pequeninos fantasiados marcando aquele momento para sempre nas nossas vidas.
Os objetos e pertences voltaram ao normal caindo no chão ou nas mesas. Tudo aparentava ter se normalizado.
O apito da brigada policial soou pelas ruas, sem demora. As forças do rei, e a polícia, imediatamente se direcionam ao local do meteoro em seus cavalos, carruagens ou a pé. Passam por nós cavalgando e pude ver o rei passar por mim erguendo sua espada enquanto convocava todos os guardas locais para o seguirem — inclusive os que estavam conosco.
Eles foram para a floresta ao Leste, e lá, antes de chegar, o meteoro estava se rachando. Eles chegam e formam uma redoma humana em volta da cratera. O meteoro se abre e percebem que alguma coisa saia de dentro, alguma coisa viva.
O rei Sweyn, mandou o chefe da brigada policial verificar o meteoro.
Chegando manso, ajeitou seu protuberante chapéu; empunhou a lança e o escudo o impôs na sua frente. Ele, igual a todos, temia do que sairia dali, suava como um porco com braços trêmulos e olhos amedrontados.
O meteoro revelou alguém que saiu desorientado, com roupas e trajes diferentes dos nossos na atualidade. Tinha rosto meio largo de cabelos secos, ondulados, da cor de um pinheiro. Seus olhos simples e curiosos atraiam atenção com um olho na cor ciano e outro na cor cereja. Ele tinha heterocromia assim como eu.
— Tenho que lembrar de tampar os ouvidos na próxima… — O rapaz misterioso fala consigo zombando da aterrissagem.
Ele ergue seus olhos, a frota toda posicionada contra ele, prontos. Ele vê o policial do seu lado que se assusta e recua.
O chefe da guarda engole seco e se direciona para o rapaz:
— Quem é você e porque invadiu nossa cidade?
Os soldados viraram as lanças para o viajante que diz, calmamente, apenas que queria ser informado onde estava. O rei sempre é cauteloso em momentos de invasão, não é a primeira vez que ocorre um, logo ele prefere atuar em meios políticos antes de agir por meios hostis.
— Eu não quero problemas – diz o misterioso viajante. — Eu só quero saber onde estou.
— Você está em Homeworld. Meu reino. Minha cidade.
Finalmente o rei tomou a frente.
— Homeworld… — ele cisma, baixo.
Alguém como ele, cujas intenções são incertas, deveria se explicar para alguém importante como o rei não? ainda assim o rapaz misterioso não se explicou — mesmo não querendo problemas — e disse que não queria machucar ninguém.
— Quem é você, Viajante? —disse, o rei.
— Ninguém, só estou de passagem…
— Então, por que está aqui? Por que invadiu a minha cidade numa gigantesca bola de fogo? Para nós isto é um sinal de hostilidade. Você é do Norte?
— Bom… — ele gaguejava. — Eu não tive intenção alguma de—!
— Você virá conosco para acertar as coisas.
Os guardas apertavam o círculo, aproximando-se com suas lanças afiadas, pouco a pouco com passos e firmes.
— Desculpa, mas eu já tenho compromissos.
— Peguem-no!
Eles avançaram para cima do Viajante misterioso que saltou para cima se esticando como borracha, pula sob as cabeças dos guardas e corre para floresta.
É claro que o rei viu os poderes e proclamou:
— Ele é um nômade! Peguem-no!
— Vão, vão, vão! — gritou, o chefe.
O rapaz correu pela mata batendo em meio aos galhos finos e os arbustos. Ele tentou apunhalar alguma coisa na costa dele, uma arma talvez, mas não tinha nada ali e voltou a correr inconscientemente até a cidade, frustrado.
O rei cavalgou junto com alguns homens atrás dele, o viajante se camuflou na arvore vendo os guardas passarem por ele. Uma vez seguro, ele saiu do esconderijo e, tropeçando em uma raiz de árvore ao andar, rolou pela ladeira abaixo até passar por um arbusto adentrando na cidade.
O Viajante não sabia aonde ir, a escolta estava na sua cola A única opção é se misturar entre os fantasiados. Sua roupa estava pouco desgastada com traços de distorção em múltiplas cores pela sua camisa, andando um pouco mais ele percebe pessoas indicando seu paradeiro, isso o desesperou, procurou algo para esconder sua face, mas o que encontrou foi apenas um cachecol roxo em trapos no chão perto de um sem-teto. O cheio não era agradável, mas pouco importava agora, enquanto ele ajeitava para esconder metade do rosto acabou topando com Lilith e pediu desculpas por quase ter derrubado seu cachorro-quente.
— Que idiota — ela comenta.
Evitando ainda mais o risco de ser pego, o Viajante entra num beco. Lá, há uma velha carroça largada, remendada com madeira velha e cordas. Uma voz ecoa lá de dentro, uma estranha e serrilhada voz o atraia.
— Você é alguém muito diferente do que estou acostumado, rapaz — ele fala calmamente, de maneira misteriosa.
— Só estou de passagem, entrei por engano e sou novo na cidade.
— Ora, heheh, já que está aqui, por que não compra algo que o ajude na cidade? Nossos produtos são… únicos… — ele sacudiu a carroça abrindo a lateral, quinquilharias e diversos tônicos ficam à mostra para o cliente.
O Mercador[2], assim conhecido, é misterioso e orgulhoso de si, um bom negociador que às vezes tirava vantagem de seus produtos ilícitos e únicos. Seu jeito malicioso de falar dá a entender que ele sempre está em busca de algum valor monetário. Sempre viajando por todo continente e se referindo no plural.
—Únicos quanto?
— Um mapa mágico! — diz, estonteante. — Lhe dá o vislumbre de qualquer área do local que você esteja usando magia. Lhe damos de graça por te achar um rapaz interessante. Cortesia.
Ele pegou o mapa, e logo o Mercador disse que ele poderia ver algo a mais, todavia dessa vez terá que pagar por algo.
— Não, apenas o mapa mesmo.
O Mercador agradeceu à compara e o rapaz se afastou observando o mapa, praticamente era um papel velho e dobrável bem desgastado nas pontas.
…
Eu estava com a Lilith do outro lado da Festa, conversando e rindo como mais outro dia comum.
Até uma certa pessoa aparecer.
— Olha só quem está aqui — uma pessoa diz, com a voz querendo ser sedutora, mas obviamente forçada.
— Malcon… — diz, Lilith bufando. Malcon, o típico homem “machão” narcisista e mulherengo.
O galã cuja aparência se resume a roupas casuais caras e um corte de cabelo com um topete ridículo curvado chamativo demais, tendo mais músculos do que cérebro. Havia, sim, mulheres que eram caídas cegamente por ele, mas algumas que não caem nesse “charme”. Eu e Lilith somos uma dessas.
Malcom, como toda vez que topamos, tenta me seduzir para querer um lugar na minha família real e ganhar o título de príncipe, mesmo que isso acontecesse — sendo isto impossível — ele certamente trairia xavecando e se pegando com mulheres em motéis de luxo mesmo sendo de classe média; se alguma das criadas do castelo aparecesse grávida eu já saberia quem foi.
Terei pena da mulher que for se casar com ele (claro, se isso for acontecer algum dia).
Por sorte ele não me reconheceu devido a minha nova aparência.
— O que as duas lindas moças estão fazendo aqui sem companhia? Eu posso fazer uma boa companhia para vocês duas.
— Sai fora!
— Ora. As damas não querem beber alguma coisa? Tenho uma bebida deliciosa guardada para vocês, se é que me entendem — ele terminou a piada suja com uma piscadela cafona.
Suas palavras me irritam sempre que este abre a boca para falar alguma merda narcisista sobre ele e tentar agradar, como um mosquito que sempre volta à noite para atormentar o sono. Seu falatório enchia de raiva as minhas veias indo direto para meus punhos cerrados até o socar com gosto no rosto. Malcon fica nocauteado, devo ter batido com muita força, pois seu nariz arqueado, e quebrado, sangrava como se tivesse levado um corte feio. Ele caíra no chão desmaiado de costas para cima, babando.
— Desde quando você ficou tão forte? — a Lilith me perguntou surpreendida.
— Eu não sei… — abro minha mão, surpreendida.
…
O rapaz misterioso permanecia na sua caminhada sem fim pelas avenidas, logo, parou para respirar encostando em uma tenda que vendia caramelo com amendoim no palito.
— Com licença, em que ano estamos? — ele pergunta ao atendente.
— Que dia? — o atendente repete, sem vontade. Claramente ele não ouviu a real pergunta. — 30 de junho, amigo.
— Aconteceu muita coisa por aqui?
— Por quê? — o atendente cheio de acne se apoia na mão.
— Eu… estive fora por um tempo.
— Ora, pode ver pela Rede— ele arrastava a voz monóloga. —, hoje em dia ela expõe muita coisa em seus jornais. Qual seu nome?
— Ninguém…
— Vai querer um palito de caramelo com amendoim, sr. Ninguém? — O atendente puxa um palito gelado de caramelo com maçã.
Sem notar, o Viajante já havia sumido e deixado o atendente ali esperando terminar o suposto pedido.
…
Nós duas estávamos aliviadas de Malcon ter desmaiado, pois ele é persistente. Porém o que não percebemos era que Lina havia sumido. Sorrateiramente escapou das nossas vistas como um rato foge de ser pego pelo gato.
Lilith a eu fomos atrás da minha irmã. Eu me estremeci de medo e preocupação, ficamos procurando-a por um tempo, chamamos até as autoridades presentes ali e depois de tanto procurar me sentei num banco e não sabia o que fazer, eu não achava a Lina.
— Alguma coisa? — Lilith diz com a voz serena aterrissando sua mão amiga no meu ombro tenso.
— Não… Minhas pernas doem, e por algum motivo meus olhos ardem. Eu só… só espero que ela esteja bem, eu deveria ter prestado mais atenção! Eu sou uma idiota mesmo.
— Não se preocupa, Ayla. A gente vai dar um jeito.
Eu, sendo uma pessoa pessimista, já pensava que não daria em nada. Mas Lilith ainda acreditava que a acharíamose me impediu de ficar tristonha.
Enquanto isso, o Viajante absorvia as notícias do mundo enquanto foge dos guardas. Ele parecia confiante em alguma coisa, talvez na sua rota atual ou um sentimento de que estava indo na direção certa de alguma forma.
— Onde eles estão?…
Perto dali está Lina andando e perdida, até bater em um trabalhador, um tanto quanto mal-humorado, da Festa da Criação. Ela se desculpava no momento que um rato-pulo[3] acabou pegando seu brinde e saltou para uma casa semiaberta, desgastada e velha. Uma casa cujas cercas de ferro enferrujadas estão cobertas por musgos e cidreiras; na varanda há buraco nas madeiras e folhas secas espalhadas e misturadas com mofo dando ar de mal-assombrado.
Lilith acabou vendo Lina entrar na casa.
— Olha ela ali! — ela me alerta, apontando para a casa ao longe.
Corremos atrás dela. Lina passou pela abertura minúscula devido seu tamanho. Quanto a Lilith e a mim, não podemos dizer o mesmo.
— Eu vou até lá. —
— Eu também.
— Não. Lili, eu tomei a responsabilidade de ficar de olho nela. Prometi aos meus pais, tenho que me responsabilizar pelos meus atos.
Lilith me encara, cética. Ela ri debochadamente do meu discurso, então ela diz:
— Mas não mesmo. Se você acha que vou seguir suas ordens só por ser princesa, se enganou dona Realeza. Estamos juntas nessa, e não vai ser você quem vai me impedir.
O jeito animado de falar da Lilith é sempre contagiante, ela termina com um sorriso para mim enquanto mantém seus braços cruzados. Encaramos a grade enferrujada. Era tão enferrujada que apenas ao triscar o portão caiu facilmente dando-me a impressão de que eu tinha despertado um tipo de força descomunal. O jardim da frente, morto e seco, semeia o suspense ao redor da casa de madeira de dois andares esquecida pelo tempo. O vento uivava pela casa como se de pessoas mortas perambulassem ali. Abrimos a porta que range alto, o barulho se alastra entre o silêncio.
Assim entramos juntas naquela casa atrás da Lina.
[1] Magia proibida por instabilidade.
[2] Bastante conhecido no mercado clandestino por alguns dos seus itens únicos.
[3] Um rato bem menor com pernas idênticas a de um coelho, seu caminhar e correr são idênticos.
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