Edward The Guide Brasileira

Autor(a): Gusty


Volume 2

Capítulo 8: Rastros de um dom

— Não… não — a mãe gaguejava entre pequenos tremores em seu rosto — eu vou chamar agora… 

Edward ainda sentia o ardor se espalhar por cada milímetro da bochecha; a dor insistia em expor as complicações de seus planos. Uma outra vermelhidão tomava o rosto da mulher à sua frente, a qual revelava a mistura de lágrimas e o mais inquietante sentimento de raiva. O garoto sentia-se engolido — no entanto, desviar o olhar parecia ainda mais assustador.

O silêncio de Emily, após o choque do tapa de Flavia, foi rompido pelas respostas pessimistas e chorosas da mãe. Longe de se conter, a garotinha esgotava suas forças em prantos. Entre gritos, insistia em tornar perceptível seu desespero — desafiava sua própria natureza.

— MÃE, EU TÔ AQUI! — Curvou-se apertando com toda a força, até mesmo a que nunca teve, o próprio peito em busca do coração.

Apesar do esforço, apenas aquele que possuía o dom de enxergar espíritos fora tocado pelas palavras. A fisionomia retraída da garota, cada vez mais desmanchada em lágrimas, parecia despedaçar o coração de Edward em microscópicos fragmentos. Mesmo que estampasse as palavras mais firmes possíveis, soavam insuficientes para conter o ritmo acelerado da respiração do jovem.

“Preciso fazer por ela.” Marcado pelos anteriores questionamentos do amigo e pelas circunstâncias atuais, Edward utilizava esse pensamento como principal combustível para continuar seus enfrentamentos.

— Eu me… mes… mesmo posso chamar! — disse o ansioso garoto entre gaguejos,  se esforçando em manter a mesma firmeza em suas palavras.

Ainda concentrado na ferocidade de Flavia, Edward buscava de forma trêmula e desajeitada o celular no bolso esquerdo. O aparelho parecia escapar por entre os dedos, mas as trapalhadas eram insuficientes para interromper suas falas corajosas.

— Me expulsar agora… é o mesmo que expulsar sua filha!

— Seu… — A mulher desistia de retrucar, em troca retirava com energia seu celular do bolso de trás da calça.

— Espera, vamos todos nos acalmar!  — disse Matthew, tentando evitar o escalonamento da discussão. Com as duas mãos abertas à frente do corpo, caminhava com cautela em direção à acalorada troca de palavras.

— Me escute! Sua filha veio até aqui apenas para buscar o ursinho de pelúcia, Joy, e, de certo modo, se despedir de você! — Ed elevava a voz, abafando qualquer murmúrio do amigo. — Quer mesmo desperdiçar este momento? — Sentindo-se ainda mais ameaçado, já não conseguia medir as próprias palavras.

— Pare… — Escapava a palavra em baixo tom pela boca da mãe de Emily.

Os detalhes trazidos pela desagradável visita congelaram, por alguns instantes, os movimentos da mulher. Uma dúvida crescente e pegajosa percorreu parte de seu ser. Num estalo, viu seu mundo congelar e sua mente queimar: “Ela está aqui? Ele está mentindo? Como sabia sobre o brinquedo favorito dela?” Quanto mais se questionava, mais se sentia presa à doce possibilidade de que aquela história absurda fosse real.

O momento de reflexão fora rapidamente captado por Edward — motivo a qual devolvia, aos poucos, a confiança do rapaz.

— Flavia, eu só quero ajudar vocês duas… — Ed expressava-se com cautela, no instante que retirava com mesma sutileza o celular do bolso. — Já lhe disse, posso ligar para a polícia eu mesmo. Só peço que antes me deixe ajudar Emily. — A entonação calma contrastava com a necessidade de engolir, a cada palavra, o próprio coração.

— Pare… — sussurrou Flavia, a qual agora tornou-se alvo de tremores em seus membros — Pare… Tire o nome da minha filha de sua boca! — Mirou em retrucar com raiva, todavia em um estalar de dedos seu corpo duplicava de peso. Agarrando-se a qualquer resquício de segurança, pressionou as próprias pálpebras na tentativa, pífia, de segurar as lágrimas. 

— MÃE EU ESTOU AQUI!! — Emily se contorcia sobre o chão, gritando com uma intensidade tão brutal que parecia prestes a cuspir sangue, caso estivesse viva. — MÃEEEE!

A garganta parecia rasgar, mesmo que fosse impossível. O grito durava o suficiente para sua voz estremecer, desafinando até encontrar o silêncio mais uma vez. Antes que pudesse se preparar para gritar novamente, um som atípico roubava a atenção.

Flavia deixou o celular escapar da mão; o som seco no chão fora resultado do aumento nos tremores de seus membros. Assustada, a filha voltou a encarar a frente e, como mágica, conseguiu esboçar um sorriso frágil. Emily enxergava o rosto da mãe fitar o fundo de seus olhos.

— Fi…filha? —  disse, olhando por sobre o ombro em direção ao portão de casa.

Flavia cessava o escorrer de suas lágrimas. O choque de ter a certeza de que acabara de ouvir um baixo sussurro de sua filha a chamando, transmutava todo o mundo ao seu redor. Incapaz de encontrar a figura, da que sempre fora o seu segundo coração, ainda conseguia acreditar que o som viera dessa direção.

— Em, você está aqui? — suspirou deixando ceder por inteiro seu corpo.

Como diamantes, os olhos da mãe brilhavam. Prontamente engatinhou em busca de se virar por completo em direção ao som que ouvira. Em poucos segundos, as lágrimas voltaram e, por mais que tentasse, nenhum som escapava de sua boca.

Aliviado, Edward agradecia a aleatoriedade do universo em possibilitar que a pequena fantasma conseguisse elevar momentaneamente sua presença espiritual. Acreditava na possibilidade do grande desespero, e do forte laço que Emily possui, terem realizado essa mudança volátil.

— Ela está ajoelhada dentro de casa, bem próxima à entrada. Está vestindo o mesmo vestido rosado do dia do ocorrido... — O ritmo da respiração de Ed desacelerava, gerando, pela primeira vez, uma postura relaxada no garoto. Com a voz calma, ele prosseguia, explicando sobre o tema que tanto dominava: — Infelizmente, nem você, nem meu amigo conseguem visualizar a imagem de Emily. Mas, com muito esforço, o grito dela foi percebido por vocês. Certo, Matthew?

— Consegui ouvir, algo bem fraco. Pensei que fosse apenas um delírio — respondeu Matthew, cada vez menos confuso com a situação.

— Repito, estou aqui para ajudar sua filha a transitar para o outro lado. Os espíritos ficam presos neste mundo por desejos, porém é um problema eles ficarem aqui por muito tempo. — Estranhava como as palavras fluíam de forma natural e fácil, as rédeas da situação caiam gentilmente na palma de suas mãos. Devolvendo os punhos para dentro dos bolsos de sua calça, o garoto cercava ainda mais Flavia. — Tenho certeza que você sempre busca o melhor para sua filha… Então, poderia me auxiliar a entregar isso a ela?

As palavras soltas pelo rapaz atravessaram cada detalhe da alma da mulher. Flavia perdia por completo o tato com seu corpo — a respiração pesada e o frio cortante passavam despercebidos. Num turbilhão de memórias, reviveu todos os momentos ao lado da garota: do choro desenfreado logo após o parto ao sorriso alegre, pouco antes de atravessar a rua rumo à morte acidental.

Quando conseguia escapar das lembranças, o suspirar fantasmagórico que ouvira há pouco preenchia a vastidão de seus pensamentos. Qualquer resquício de racionalidade sucumbia. O sobrenatural já não importava, afinal, surgia a chance de provar a si mesma que ainda podia ser uma mãe melhor.

— Eu… eu… eu… não consigo… vê-la? Por favor… me explique tudo que preciso saber! — clamou virando-se em busca da figura do jovem.

Ouvir o pedido afastou, instantaneamente, qualquer resquício de aflição em Edward. Por instinto, ele estampou um sorriso acolhedor, no mesmo instante em que oferecia a mão como apoio para ajudar a mulher a se levantar. Seguro dos próximos passos, convencido de que o pior já havia sido superado, a agora bem-vinda visita passou a explicar os principais pontos sobre o sobrenatural e todos os acontecimentos recentes.

Duradouros 20 minutos marcaram a emocionante e enriquecedora conversa. Flavia tomava mais consciência acerca do funcionamento da bizarra história que ouvira. Durante o interrogatório Edward fez questão de comunicar tudo que o fantasma trazia — artifício crucial para o acréscimo do conforto e envolvimento da mãe com a conversa. 

Graças às instruções do menino, acostumado com o extraordinário, Flavia ficou todos os momentos próxima à invisível imagem da filha. Sua intuição a levou a confiar em todas as nuances do contexto em que se encontrava. 

— Então, essa é nossa melhor alternativa? — questionava a adulta estampando um semblante mais vivo, efeito do fim de seu lamento em conjunto com o ganho de cor da sua pele.

— Sim… Quero que interprete nossa conversa como uma afirmação de que as coisas ficarão boas, que Emily está bem e precisa encontrar um novo rumo em sua jornada. Sei que sua dor de mãe não sumirá facilmente, ainda assim confio que encarar a existência do pós morte torna esse processo melhor. — Prontamente Ed oferecia sua melhor resposta.

— Como você possui tanta certeza? Digo… um lado meu me diz que seria melhor tentarmos manter essa comunicação aqui em nosso mundo…

— Eu te expliquei— Antes de continuar com as explicações, Edward acabava sendo interrompido por Flavia.

— Eu sei, eu sei… Há riscos de viver aqui dessa forma, e de certo modo eu estaria prendendo-a em um mundo inalcançável… — A voz lenta acompanhava o olhar caído em direção ao espaço reservado para sua filha. Preferindo acreditar que a criança a encarava de volta, suspirava: — Nunca fui de seguir regras, tudo soa tão manipulativo.

— Eu não as criei, apenas conto o que descobri. Temos uma oportunidade de— Novamente sua fala prolixa fora interrompida pela mesma pessoa.

— Vamos até o quarto, Em? O Joy está te esperando desde ontem… — Flavia dizia em tom energético, ainda imaginando o encontro com o olhar alegre da filha.

— Ela disse sim com alegria. — Edward recitava a mensagem de Emily para os demais de forma imediata.

— Entrem, é por aqui! — Convidou a dona da casa andando rumo a seu jardim.

A tomada de decisão pegara os dois amigos de forma desprevenida mesmo que estivessem no aguardo desta etapa desde o início da conversa. 

Depois que todos atravessaram a porta de metal, a dona  de casa rapidamente trancou a entrada e iniciou sua caminhada sobre as delicadas tábuas de madeira — largas o suficiente para acomodar os dois pés de uma vez e espaçadas na medida de um passo comum — que traçavam uma trilha direta até a porta de entrada da casa. Poucas flores decoravam o quintal frontal; a maior parte era tomada por grama alta. Alguns passos à direita do início da trilha havia uma pequena vaga, coberta por uma lona, que demarcava o espaço destinado ao carro.

Os pés de todos pisaram, ao todo, em dez tábuas até o fim da curta trilha. Flavia abriu com delicadeza a porta e aguardou que todos adentrassem a escuridão de sua casa. Embora o sol ainda estivesse em um de seus horários de maior intensidade, o interior do local parecia imerso em uma noite densa. Todas as janelas estavam cobertas por grossas cortinas, o que impedia os visitantes de observarem melhor o ambiente que os cercava. No entanto, isso estava longe de ser um problema — o foco principal ainda era encontrar o quarto de Emily.

Apressadamente, a mulher guiou os dois até a escada logo à frente da entrada, enquanto Edward percebia que a criança já disparava na frente de todos. O momento derradeiro se aproximava, o que aumentava o desinteresse de Edward e Matthew pelo ambiente que exploravam.

Velozmente, alcançaram o corredor do segundo andar, logo após darem poucos passos e dobrarem à esquerda. A porta do quarto de Emily se encontrava ao centro, no fim do novo e curto corredor. Outras duas portas surgiam nas laterais. Uma pequena placa, pendurada na porta do cômodo, exibia o convidativo “Bem-vindo”, escrito com letras coloridas de poliéster.

A anfitriã demonstrava ainda mais cautela ao abrir a porta da filha. Diferente dos outros cômodos, ela fazia questão de manter a janela completamente aberta. O brilho do sol iluminava um quarto arrumado, como se, a qualquer instante, a filha fosse usá-lo novamente. Todas as quatro paredes ostentavam um branco impecável, sem vestígios de sujeira ou mofo. O piso era coberto por um aconchegante carpete rosa-claro, quase branco. À esquerda da porta, havia o local de repouso: uma cama baixa, vestida com lençóis azul-claro. O colchão parecia confortável, e a estrutura de madeira bege compunha tanto a base quanto a cabeceira. À direita da entrada, uma grande caixa de brinquedos guardava os mais variados tipos de distrações. Acima dela, uma longa prateleira exibia diversas pelúcias — de animais a princesas.

Emily aguardava sentada no centro do carpete. Determinada, a mãe dirigiu-se à caixa com a árdua missão de evitar um novo choro. Suas mãos delicadas, a princípio, percorreram as bordas de madeira do reservatório, para logo em seguida erguer suavemente a tampa. Respirou fundo e, em seguida, com precisão, resgatou o objeto dos desejos da filha.

— Aqui está o Joy — disse a mãe virando-se rumo aos dois jovens.

Joy era um pequeno urso de pelúcia marrom — grande o suficiente para que uma criança pudesse apertá-lo com força em seus abraços. Diferente dos outros brinquedos, ele exibia sinais evidentes de desgaste: o tecido manchado e a textura gasta refletiam anos de uso. Ainda assim, arrancava um sincero grito de empolgação da pequena criança.

— Estava com saudades de você também Joy! — Constatou o fantasma no ritmo de um rápido pulo e corrida rumo a seu brinquedo.

— Bom… — Ed buscava uma maneira de instruir o fim de seus objetivos.

— Pode deixar… O melhor é sermos rápidos, assim não terei tanto tempo para repensar. — Reagia a mãe só de ouvir a pequena iniciativa. Adiante de uma longa respiração, a adulta sentava no carpete e posicionava o urso em sua frente. — Oi Em, aqui está o seu fiel companheiro. Astuto, fofo e muito poderoso… Nunca se esqueça que ele sempre te protegeu em dias assustadores.

Emily se aproximou e, com esmero, agachou-se para abraçar o brinquedo. Em contraste com suas últimas experiências, agora conseguia sentir e tocar algo real. Esfregou carinhosamente a bochecha contra o tecido felpudo — embora desgastado, ainda permanecia macio.

Os olhares dos demais presentes captaram sutis movimentos na pelúcia, antes completamente estática — outra prova irrefutável da presença do espírito. Edward acertara, um objeto que prende um espírito no plano físico pode ser tocado independente da presença espiritual. Captar a cena trazia ainda mais dificuldade na mãe de segurar seu choro.

— Filha… está feliz? — Piscava de forma desenfreada.

— Ela falou que sim… e que está pronta!

— Vou ser direta minha filha. — Sabendo da incapacidade de encarar o rosto de sua amada filha, fechava os olhos. — Tente encostar sua testa na minha, pode ser? — Aguardava pequenos segundos para prosseguir com seu discurso. — Eu te amo mais do que o infinito… Da mesma forma que você estará me vigiando, quero que saiba que o Joy será aquele que sempre te ajudará. Em alguns momentos estarei um pouco triste, mas sabe os desenhos que você gosta? Mesmo que surja algum problema, no fim tudo termina com um sorriso. Agora sei bem que minha filha sempre estará comigo, e em algum dia eu irei te encontrar nesse novo mundo. Até lá, descubra muitas coisas para me contar depois… tá bom?

Todo o discurso cativava o coração de Emily. Mesmo à beira das lágrimas, a segurança e o amor que sentia ultrapassaram qualquer limite físico. A testa da garotinha falhava em tocar a de sua mãe, ainda assim, insistia em manter a posição.

— Eu te amo, mamãe! Vou ficar bem. O Joy é incrível porque foi você quem fez ele… então, estou te levando também! — declarou a garota em um tom alto e alegre, deixando clara sua crença.

Edward com cuidado repetia a fala que tornava firme o sorriso antes frouxo da mãe. 

Confiante, os dentes brancos fugiam de dentro de sua boca, a menina dava alguns passos para trás com o desejado urso em meio a seus braços. Esticou o braço esquerdo e com força fez um gesto de positivo em direção a Flavia. 

Outra vez, Edward detalhava cada informação percebida. Consequentemente, ajudava a florescer a imaginação da mãe que ainda mantinha os olhos fechados. A última descrição, recordava Emily de agradecer seus novos amigos.

— Edward e Matthew, eu amo vocês também! Obrigada por tudo…

As palavras ditas foram as últimas. Um pequeno brilho esbranquiçado atingia a visão de todos na sala. O efeito repentino espantava tanto Matthew quanto Flavia, que abria os olhos em resposta à surpresa dos presentes.

Sob o olhar do estudioso do sobrenatural, percebeu-se que o corpo da garota começava a ser coberto pela mesma luz que, um dia, havia envolvido sua mãe. Gradualmente, a energia sobrepunha cada forma, cada detalhe das peculiaridades da menina. Ao atingir sua intensidade máxima, um lampejo varreu o espírito.

O silêncio surgia como a concretização do plano arquitetado. Enfim, o dom ganhava alguma utilidade. “Eu consegui!” O estalo de êxtase envolvia Edward com um frescor revigorante. Por outro lado, a confirmação de outros traços sobrenaturais reacendia a confusão e a tristeza na mente de Flavia.

— Garotos por favor, me deixem só… — Averiguando os próprios batimentos, a mãe de luto virava-se de costas e pausadamente começava a deitar no carpete.

— Eu sinto muito… Foi o melhor a ser… — Edward tentava encontrar palavras confortáveis, no entanto seu amigo impedia o formar da última frase apenas com um leve toque em seu ombro.

— Nós sentimos muito… Vamos embora agora. Obrigado e… força! — As palavras gentis saíam da boca de Matthew com o gosto amargo de parecerem vagas demais.

 

 

A aventura tomava rumos satisfatórios, principalmente para Edward. Com o tempo livre, ele e o amigo decidiram aproveitar o restante da tarde. Muitas informações precisavam ser devidamente digeridas, e ambos sabiam que Emily jamais sairia de suas vidas. 

Deixaram de lado a ideia inicial de assistir a algum filme. Em vez disso, apenas aproveitaram o ambiente do shopping para conversar sobre tudo — desde o acontecimento recente até as atualizações de cada uma de suas vidas.

O relógio marcava 19:30. O sol, prestes a se despedir, também indicava o fim do dia de Edward. Assim como na ida, decidiu voltar para casa a pé. Atravessou o parque, o distrito comercial e seguiu pelas poucas quadras que o separavam de seu lar. Quanto mais se afastava do distrito, mais percebia o quanto o movimento de civis diminuía. A pouca movimentação poderia, facilmente e por natureza, causar receio, porém o sangue ainda quente pelos eventos do dia afastava qualquer pensamento intrusivo.

De volta ao bairro familiar, restavam pouco mais de cinco minutos de caminhada. O novo trecho, já iluminado por postes de luz, revelava uma nova surpresa. O andar apressado do garoto foi interrompido pelo surgimento de uma figura misteriosa à sua frente. Banhado pelo surreal, um espírito emergia do chão de concreto em etapas perturbadoras.

Congelado, Edward vislumbrava apenas uma cabeça a encará-lo. Vagarosamente, os braços e parte do peitoral também começavam a emergir da calçada, por onde o espírito surgia. Para agilizar o processo, o fantasma apoiou as mãos no chão e impulsionou o restante do corpo para fora com firmeza.

— Então você consegue nos ver… Até ajudou uma de nós... Interessante. Moleque, precisamos ter uma conversinha — alertou a figura enigmática, rindo ao fim da frase.

 

Nota do autor

Quero agradcer o apoio de todos que acompnham a obra e também pedir desculpas pelo atraso na postagem do capítulo. Como forma de recompensar, o capítulo de hoje acabou sendo um tanto maior. Espero verdadeiramente que estejam aproveitando!

 

~Gusty

 

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