Em Outro Universo Angolana

Autor(a): Tayuri


Volume 1

Capítulo 10: Corrida Lamacenta, Entre Trapaças e Arames Farpados

Familiar.

Foi a sensação que tomou conta de Astrid, quando abriu os olhos e reconheceu onde estava. Usando apenas um dos braços como apoio, conseguiu sentar-se. Encarou seu braço esquerdo e em seguida o apertou, com toda a força que lhe era disponível no momento.

Não está quebrado.

— Estou viva.

— Achou que morreria?

— Huh!! Achei que ela iria me matar. — Muito lentamente soltou o braço e seus olhos se voltaram para Elis. — Como ainda estou viva?

Os lábios de Swooney se esticaram em uma falha tentativa de sorriso que Astrid retribuiu com um sorriso forçado que não durou mais do que cinco segundos.

— A tua morte era de longe o objectivo. Aquele confronto com Candy tinha somente o propósito de te forçar a usar ou manifestar o teu poder, que para tua infelicidade você realmente tem um... ou dois.

— Do-dois?! — Elis assentiu, Astrid a encarou mais atentamente e involuntariamente apontou para sua cabeça. — Uma pena. Há uma pena no teu cabelo.

Elis levou a mão à cabeça e após uma pequena busca a encontrou, retirou-a e suspirou.

— Os pássaros do quadro ganharam vida — disse e em seguida jogou a pena vermelha fora.

— Quadro? Quê quadro?

— Quantos quadros você pintou desde que chegou aqui? — A resposta não veio, por um longo tempo Astrid somente ficou parada olhando para o rosto de Elis, como se não tivesse olhando, como se tivesse presa em algum lugar distante.

— O que... o que quer dizer com ganharam vida?

— O que compreendes por ganhar vida? — Astrid piscou e então revirou os olhos.

—  É só que algo assim... não pode ser possível, eu desenho desde muito tempo e meus desenhos nunca, sob nenhuma circunstância eles...

— Por acaso já havias se teletransportado antes?

— Não.

— Então se agora podes te teletransportar, porque não seria possível que agora os teus desenhos possam ganhar vida?

—…Talvez por que não seja normal.

— Não por aqui.

— Então o que? Agora eu sou oficialmente uma anormal é isso?

Doutora Swooney, se manteve em silêncio enquanto mandava os fios pretos para trás, prendendo-os de qualquer jeito em um rabo de cavalo, o qual Astrid não pode evitar acompanhar seu desastroso processo, tal como não pode deixar de notar algo estranho nas costas das mãos de Elis, algo que ela supôs ser uma mancha. Terminado seu penteado, Elis tirou as mãos da cabeça e recolheu-as para os bolsos do jaleco, cobrindo o pedacinho de pele que estava amostra.

— Eh! Infelizmente para você, agora fazes parte desse lugar. Por isso... — inclinou-se um pouco em direção a cama de Astrid. — Sugiro que comece a aprender, para poder revidar, ou então vai continuar sendo apenas um saco de pancadas.

— Não sei se notou, mas eu não sei lutar.

— Eh, eu notei, mas sabe... esse facto não irá te ajudar em nada, tudo que conseguirá é apenas continuar apanhando.

— Ou... talvez mostrar que não pertenço a esse lugar.

Elis riu, quase alto.

— Acreditas nisso? — Questionou assim que sua breve risada cessou. Astrid nada disse, então Elis prosseguiu. — Você acredita?

Astrid permaneceu em silêncio, ao passo que suas mãos estavam fechadas em um punho.

— Aprenda. Tudo... aprenda tudo que se propuserem a te ensinar. Receba tudo que te darem e depois...

Depois?!

— Use isso a seu favor — disse muito baixo. — O conhecimento uma vez adquirido para sempre será seu, claro! Isso se não o arrancarem da sua cabeça. — Sorriu minimamente.

— Como...

Elis se colocou em pé e as palavras de Astrid permaneceram consigo enquanto encarava a doutora, como se espera-se por algo.

— Se esforce. Leve os treinos mais a sério e tenha um bom desempenho. Caso não. — Sua cabeça tombou um pouco para o lado. — Voltarás para a ala dos exames, ou seja...

Os ombros de Astrid abaixaram e qualquer interesse por aquela conversa se esvaiu de seus olhos. Soltou um suspirou baixo e completou: — Um novo encontro com Candy.

— Exatamente. — Retirou um pequeno tablet do bolso do jaleco. — Está quase na hora da primeira abertura das celas, se fores agora talvez consigas entrar. — Tornou a guardá-lo e prosseguiu dizendo: — Estas dispensada...ah! e a partir de agora já não estás exclusivamente em minhas mãos, outros médicos estarão de olho em você. Tente não queimar a paciência deles, tudo bem?

— O que isso significa? Ter mais médicos cuidando de mim?

Elis pareceu pensar.

— Você vale o tempo — falou por fim. — Possivelmente não és uma bomba relógio, ou seja, os humanos já podem se aproximar.

— Espera!! O-o que quer dizer com bomba relógio?! Você achou... que..que eu iria explodir ou algo assim? — Sua voz saiu incerta. — Eu... não vou, certo?

— Sinceramente… cheguei a pensar que você era completamente normal. Achei que era apenas um civil que a diretora julgava ter poderes, no entanto acabou que você tem mesmo. — Sorriu sem graça e continuou baixo: — Infelizmente.

— Então... se...se por acaso não os tivesse, eu poderia realmente ir embora?!

— Digamos que sim, mas tal facto já não importa, pois ontem você provou que pertence a esse lugar, ao lado das pessoas anormais. — Um calafrio serpenteou pela espinha de Astrid. — Entretanto sinta-se grata, por ao menos de momento não ser considerada uma bomba relógio.

De momento...

— É melhor você ir. Será ruim se a diretora descobrir que ainda estás aqui, quando já foste dispensada.

Sem mais uma palavra ou gesto de despedida, Swooney lhe deu as costas, no entanto antes que pudesse se afastar Astrid, agarrou-a pelo pulso.

— Espere, me ex...

— Solte!

Astrid soltou. Muito lentamente, afastou suas mãos de perto do pulso de Elis, que a encarava com um olhar que parecia não a permitir desviar os olhos, mesmo que ele fosse assustador.

— Não volte a me tocar.

— Sim — disse Astrid, antes de Elis se afastar. — O que... — Seus olhos caíram para suas mãos, para ver se havia algo de errado, alguma coisa que faria alguém repelir seu toque como se ele queima-se. Minunciosamente observou seus dedos, porém não encontrou nada.

.

.

Parada de frente a porta da cela das meninas, Astrid se manteve aguardando a hora da primeira abertura das celas. Com os olhos presos na tela afixada um pouco acima da porta, assistiu as horas passarem, como se não tivesse nada melhor para olhar, o que em sua defesa realmente não havia. Alguns segundos mais tarde, uma voz a qual ela não sabia se vinha da tela, da porta ou de algum aparelho de som escondido pela sala, anunciou uma contagem decrescente e ao chegar a zero as portas se abriram.

Enquanto começava uma nova contagem, Astrid adentrou a cela. Bem não havia grades e muito menos beliches, era apenas um espaço com cinco camas de cada lado, com túneis entre os espaços que separavam as camas, entretanto ela não conseguia encontrar um nome melhor do que cela para dar aquele lugar, afinal elas estavam mesmo presas aí.

Astrid olhou para a cama de cada uma de suas companheiras e não pôde evitar se demorar na cama de Aiyslnn, a qual era compartilhada por ela e Chloe. Dormiam de mãos dadas, compartilhando uma única almofada.

Ela não é minha amiga. Pensou Astrid, suas companheiras despertaram e ela marchou em direção a sua cama.

— Bom dia!! — Lucky cumprimentou entre bocejos. Alguns segundos mais tarde seus olhos se voltaram para Astrid. — Se saiu bem na prova?

— Não. — Astrid respondeu. Caminhou até o túnel ao lado de sua cama e agarrou a mochila que repousava sobre uma superfície de metálica.

— O teu poder... ele apareceu durante os testes?

Astrid escolheu o silêncio. Repousou a mochila na cama e sem saber o que fazer, abriu a mochila e apenas ficou mexendo nela.

Lucky acompanhou seus movimentos e sem ter uma resposta para sua pergunta, decidiu prosseguir dizendo: — Lutaste contra Candy?

Dentro da mochila as mãos de Astrid param, como se tivessem congelado.

— Para com o interrogatório. — Chloe interviu. — Vamos nos arrumar. — Escorregou para fora da cama, porém não soltou a mão de Aiyslnn.

— Estás bem? — perguntou Aiyslnn e a resposta veio de Astrid, que de uma só vez retirou as mãos da mochila.

— Bem? Ela quase quebrou o meu braço, como raios poderia estar bem?!! — Soltou exasperada.

Aiyslnn olhou para as suas companheiras que a encararam de volta; dando um encolher de ombros e um revirar de olhos.

— Ah!! — Encarou Astrid, que ainda estava de costas para elas. — Certo, claro! — Foi tudo que pronunciou antes de olhar para Chloe que lhe ofereceu um aceno de cabeça e um pequeno sorriso.

.

.

— Não falhe.

Astrid se desequilibrou de seu exercício de aquecimento e Chloe passou a sua frente, atrás do resto do grupo quinze que iam para as suas posições.

— Não vou!! — falou Astrid, em um tom alto. Chloe parou por alguns segundos, porém não olhou para trás e apenas avançou. — Eu vou tentar — sussurrou.

Diferente da última vez, Edward havia a colocado na primeira posição, o que aos olhos de Astrid poderia ser uma provável vantagem ou uma terrível desvantagem.

O início da partida foi anunciado e junto de seus nove concorrentes, ela se posicionou na linha de partida.

Eu consigo. Só preciso passar pelos obstáculos e bater na mão de Chloe...Eh... eu consigo.

Astrid olhou para frente, fechou as mãos em um punho, obrigando-as a reduzir a tremedeira. Com o coração acelerado, orou silenciosamente. Olhou para os seus concorrentes; alguns determinados, outros visivelmente cansados e outros sonolentos.

Uma voz robótica soou nos ouvidos de Astrid, seus adversários começaram a correr e ela seguiu logo atrás. 

Dez minutos de corrida e Astrid já se encontrava terrivelmente sem fôlego, suas pernas doíam e a vontade de parar aumentava a cada minuto, entretanto ela se manteve correndo, isso até chegar ao primeiro obstáculo.

A frigideira humana.

A poucos centímetros da plataforma, Astrid contemplou mais uma vez, um dos piores obstáculos que já teve o desprazer de atravessar: uma chapa de mais ou menos vinte metros de comprimento, que se estendia pela pista, emanando uma grande quantidade de calor, o que certamente o fazia parecer uma frigideira humana. Em cada lado havia uma fileira de quatro colunas de ferro e acima delas havia outras que se interligavam umas às outras e assim sustentavam vários anéis de metal, os quais possibilitavam a travessia para o outro lado.

— Saiam da frente!!

Instintivamente, Astrid moveu o corpo para o lado. Agachou-se ao passo que uma menina passou ao seu lado voando. Ela voou por cima da pista e atravessou o percurso pousando na pequena plataforma que se encontrava no final do percurso, ela saiu correndo enquanto alguns soldados ainda se balançavam nos anéis de metal.

Certo... poderes. Colocou-se em pé. Eu também os tenho. Também posso fazer algo assim... quer dizer não posso voar, mas... essa não é a questão. Atravessar, preciso chegar ao outro lado sem precisar sofrer. Olhou para os anéis de metal e depois para frente. Fechou os olhos azuis e então... nada.

Merda, ainda estou aqui. Trincou os dentes. Porcaria de poderes. Sem se dar ao luxo de uma segunda tentativa, correu para uma mesa de metal que se encontrava perto do obstáculo. Vestiu um par de luvas e subiu na pequena plataforma. Consegui da última vez, vou conseguir novamente. Suando, olhou para as poucas pessoas que ainda se balançavam nos anéis. Eu consigo.

Hesitante, Astrid se agarrou aos primeiros anéis. Em um ritmo lento, continuou se balançando de anel em anel, prontamente seus braços começaram a doer, sua pele pareceu estar a arder, no entanto Astrid não os soltou, pois não importa como olha-se definitivamente largar não era uma opção.

Isso parece ainda mais quente do que da última vez. Com os dentes trincados e os olhos semicerrados, Astrid prosseguiu em um ritmo lento e com várias paragens. Por fim agarrou o último anel, ganhou um pequeno impulso e se jogou para frente pousando na plataforma. Seus pés tocaram na superfície e Astrid saiu correndo para longe do percurso infernal, mas parou no meio da pista, caiu de joelhos, livrou-se das luvas e respirou profundamente. Com as luvas passou a abanar o rosto enquanto limpava o suor, o qual parecia não ter fim.

Uma mão surgiu diante de seus olhos seguido da palavra: — Ajudaa!!?

— Hummm?!! Ah!! Obriga... — A mão de Astrid congelou, bem perto de tocar na de seu suposto benfeitor.

Essa voz...

Muito lentamente recolheu sua mão. A mão continuou estendida para ela e Astrid permaneceu na mesma posição até que a mão se moveu bruscamente em sua direção e em resposta Astrid moveu o tronco para trás, a mão passou diante de seus olhos e seu corpo sumiu, aparecendo alguns metros à frente de onde estava. Seus olhos se encontraram com os vermelhos familiares.

— Apenas queria ajudar. — Seus lábios se esticaram em um sorriso visivelmente matreiro.

— Não se aproxime!! — Vociferou assim que ele teimou em dar um passo.

— Prometo que não será mais uma malagueta.

— Não venha. Fique!! Fique aí. — Sem esperar se ele realmente obedeceria, Astrid saiu correndo.

Seus pés pararam, quando se encontrou diante do seu segundo obstáculo; Um pilar grosso de madeira estava no centro e vários grossos e longos braços saíam por todos os lados, alguns girando em sentido horário e outros anti-horário. Alguns poucos soldados tentavam atravessá-lo de várias formas diferentes, entretanto quando perceberam o que vinha atrás de Astrid todos pareceram entrar em alerta e seus movimentos antes calmos se tornaram agitados.

Se concentre. Espere e... Sem hesitar, agarrou-se a um dos braços, encolhendo-se o mais que pode a fim de não ser derrubada por outros braços. Seu corpo viajou até o outro lado, e com uma contagem mental jogou-se para o chão.

Má ideia. Má ideia. Com uma careta no rosto, rolou pelo chão enquanto tentava achar uma posição em que seu corpo senti-se menos dor. Massageou as costas e colocou-se de joelhos, porém antes que pudesse se levantar, água e areia passaram cada um de cada lado, rastejando pelo chão e se erguendo em uma silhueta que não tardou a ter a aparência de duas garotas sendo a feita de área alguém que Astrid conheceu durante o treino de luta, ela havia deixado um hematoma no seu olho direito, no entanto Astrid não pode evitar ouvi-la quando ela pronunciou um: corra.

Astrid tentou. Ela realmente tentou, mas já era tarde, quando uma mão tocou em suas costas e o dono dos olhos cor de sangue passou por ela gargalhando enquanto ela via o mundo se tornar, mais e mais grande, seu corpo se tornar vermelho e uma pêra, um ananás e uma laranja correm ao seu lado.

— Eu vou matá-lo. — Vociferou o pequeno ananás.

— Porque uma laranja? Eu odeio laranjas.

— Sai da frente.  — A pêra empurrou a laranja para o lado, porém não foi muito longe, suas pequenas pernas escorregaram na lama e seu corpo inteiro mergulhou nela.

Maldição. Diminuindo a corrida, Astrid tentou dar um passo de cada vez, a fim de não afundar e muito lentamente seu corpo começou a mudar, saindo de um morango para um corpo humano.

— Voltei. Meu corpo... — Seu tornozelo foi puxado. Seu corpo foi ao chão e sua cara encontrou a lama. Rapidamente Astrid cuspiu, limpou os olhos e viu seus três adversários escalando uma parede de corda.

Quem puxou meu tornozelo? ...Esqueça.

Tentou levantar, seu braço escorregou. Tentou novamente e saiu correndo logo de seguida. Porque faltei tanto às aulas?! Frustrada agarrou-se às cordas e começou a escalar e no meio do percurso se teletransportou até ao topo onde rapidamente agarrou-se ao ferro e ao seu lado sua concorrente acabou se soltando do ferro, ela estendeu a mão para alcançar o braço direito de Astrid, no entanto ela o levou para longe de seu alcance e assim a menina que anteriormente foram um ananás caiu de volta na lama.

— Se não foi você que puxou meu tornozelo, sinto muito — gritou Astrid e sem esperar uma resposta passou para o outro lado, escorregou pela parede de corda e aterrou na lama. Prontamente começou a correr, escorregou duas, três vezes e ao chegar perto do próximo obstáculo, começou a rastejar, entrando facilmente para debaixo dos arames farpados.

Tão logo entrou, Astrid sentiu o primeiro corte, seguido de mais e mais e, quanto mais avançava o espaço ia ficando menor, fazendo sua pele ser um alvo fácil para os arames que pareciam tão afiados quanto uma faca.

Lágrimas escaparam dos olhos de Astrid, se misturando com o sangue que escorria por seu rosto, entrando em suas feridas, provocando uma pequena ardência que naquele momento não era nada, perante cada um dos cortes que seu corpo sofria.

No meio do percurso o corpo de Astrid travou, lentamente tentou mover a perna esquerda até que um grito escapou de sua garganta. Baixou a cabeça e tentou não pensar em seu pé que estava preso, porém a dor não permitiu ir tão longe ao ponto de esquecê-la.

Não se mexa, eu irei tirá-lo. A cabeça de Astrid levantou-se, no entanto não viu ninguém, olhou aos seus arredores e então para frente, onde viu a menina anteriormente transformada em uma pêra sair debaixo dos arames farpados.

O quê... Foi rápido, porém Astrid sentiu uma dor quase eletrizante em seu tornozelo e então o dono da voz que ecoava em sua mente surgiu diante de seus olhos.

Já o removi, pode continuar. Disse a pequeno salamandra em sua mente antes de seguir em frente.

O que foi isso, eu falei...Não... esqueça... isso não foi nada. Sim, não é nada.

Rastejando, Astrid prosseguiu seu caminho. Saiu debaixo dos arames farpados e se colocou a correr, sangrando ela correu. Aumentou as passadas. Seus olhos encontraram os de Chloe que estava parada ao lado de um menino atrás de uma linha azul.

Quase. Só mais um pouco.

Chloe esticou a mão, tal como Edward havia feito. Mas dessa vez Astrid a alcançou, Chloe saiu correndo e sua adversária passou em alta velocidade e bateu na mão de seu companheiro que saiu correndo logo atrás de Chloe.

Astrid e sua adversária se encaram por alguns instantes e então ambas foram ao chão.

O mundo pareceu desacelerar diante dos olhos de Astrid e como se a adrenalina tivesse deixado seu corpo, Astrid sentiu sua respiração se tornar descompassada, o corpo reclamar de dor. Seus olhos foram de um lado ao outro até que se fixaram em um pequeno grupo, que se encontrava do outro lado do vidro, o qual separava o corredor e a sala de corrida.

— Maldito!! — Sua voz era apenas um sussurro, ninguém deveria ser capaz de ouvir tal resmungo, no entanto, um par de olhos a encaram de volta e eles era negros, como um imenso vázio.

Com os dentes trincados, se colocou em pé, deu um, dois, três passos e caiu no chão inconsciente.



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