Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 8 – Arco 6

Capítulo 144: A Ordem Divina

Dia seguinte.

O princípio da alvorada trazia a luz do sol ao continente helênico.

A luz já tinha se acentuado no topo do Monte Olimpo, onde Atena aguardava na presença de suas filhas.

As gêmeas observavam os monumentos que pareciam miniaturas no extremo da paisagem.

Íris também vinha na companhia três, postada em frente à coluna que delimitava a travessia da escadaria para o saguão.

De cabeça baixa, ainda pensava na conversa tida com Hermes na noite anterior.

De forma alguma gostaria de desconfiar de sua potestade.

Mas as palavras proferidas pelo Mensageiro dos Deuses continuavam a martelar em sua cabeça.

O desconforto no olhar foi notado pouco depois pela Deusa da Sabedoria, que se virou em direção a ela.

Os firmes olhos verdes pareciam brilhar.

— Aconteceu algo, Íris?

— Hã? — Assustada com o chamado, balançou a cabeça em negação. — Ah, n-nada não!

Com a resposta gaguejada, as suspeitas cultivadas pela sábia somente aumentaram.

Antes de poder insistir nos questionamentos, contudo, escutou a chegada de outra figura conhecida naquele recinto.

Damon terminou de subir os degraus prateados, chamando a atenção das quatro damas em simultâneo.

As vistas pareciam bem fundas, detalhadas por olheiras escurecidas. O semblante sonolento tinha domínio da feição do rapaz.

Ao encará-lo, Chloe escondeu uma risada virando o rosto.

Ele nem percebeu.

Se aproximou à posição da sábia divindade ao passar pela inquieta mensageira — que sentiu alívio com a interrupção criada pela chegada dele.

— Desta vez não se atrasou. Porém, foi por pouco.

— Eu mal dormi, Atena...

— Hm. — Ela fez pouco caso do resmungo ao dar a volta. — Vamos em frente. Estão nos esperando.

Deixando a bela vista para trás, tomou a vertente do corredor principal, único daquele andar que era o último da montanha.

— Vosso rosto está adorável, ao menos — provocou Chloe, ao ultrapassá-lo.

— Cala a boca.

Contrariado, ele seguiu as irmãs na passagem que os levava às portas alabastrinas.

Em poucos segundos Atena chegou à entrada do grande salão e olhou por cima do ombro, confirmando a presença dos apóstolos em seu encalço.

Com as respectivas chegadas, moveu as maçanetas em prol de empurrar as estruturas metálicas.

No ritmo do forte rangido, o grupo entrou no salão dos Doze Tronos, já composto por algumas presenças ilustres.

Além de alguns apóstolos, o Rei dos Deuses, sempre em seu trono acima da escadaria, e da Deusa do Casamento, ao lado dele, outras figuras importantes os aguardavam.

Todos contemplaram a aparição do quinteto. E eles rapidamente reconheceram cada um naquele ambiente.

Poseidon, o Deus dos Mares, sentava-se no primeiro trono à esquerda de Zeus.

Apolo e Ártemis, os Deuses gêmeos do Sol e da Lua, também guardavam seus lugares, ao lado direito do Pai dos Céus.

Hermes, o Mensageiro dos Deuses, dobrava as pernas com maior desleixo no respectivo assento, o último dos cinco pela esquerda.

Foi, inclusive, para onde o foco do olhar de Íris se dirigiu ao entrar. Os globos cerúleos do homem se cruzaram com os liláceos dela, a fazendo desviar-se em seguida.

Atena percebeu o pequeno detalhe, mas não havia tempo a perder; caminhou a passadas delicadas, sem reproduzir som como de praxe, passando pelos outros jovens de pé.

Conforme Damon, Chloe e Julie se postavam juntos a eles, a deidade atravessou a Piscina da Vidência e alcançou seu assento.

“Não estão todos, como expectado”, passeou com os olhos esmeraldinos pelos arredores, notando os tronos vazios.

Com todos perfilados no meão do átrio, a apreensão tomou conta.

A sábia sentou-se, morosa, na cadeira.

Íris, por fim, encurvou-se numa vênia cortês e tratou de puxar para si as alas das portas, que se fecharam em um retumbar poderoso.

O silêncio se alastrou, absoluto.

Quem o cortou foi a própria Atena, que exalou um suspiro profundo e elevou a imponência com uma proclamação:

— Tornou-se de nosso conhecimento que os infames Imperadores das Trevas partem rumo à conclusão de seu grande objetivo: derrubar a Era dos Deuses. Um grupo à parte deve ser enviado no dia de hoje para alterar o destino com as próprias mãos. Os alvos deles são as Moiras, aquelas que determinam o Destino dos seres.

Alguns ali, entre os apóstolos, arregalaram os olhos em perplexidade. Outros, como a maioria dos grandes deuses, franziram o cenho.

A mediadora prosseguiu:

— É definitivamente necessário que sejam interrompidos enquanto há tempo. Os caminhos para as Moiras são complexos, portanto, ainda podemos alcançá-los. — Fez uma rápida pausa e olhou para cada jovem. — Selene e Hélios; Melinoe e Tríton; Chloe e Julie; Silver e Gael, Helena e Damon. Isto será mais do que uma missão; se trata de uma emergência. Vocês conceberão esta Ordem Divina, que deve partir imediatamente ao Berço da Terra, o lar das Moiras, para impedir que os Imperadores das Trevas conquistem este contato.

— Agora?... — Damon arriou as sobrancelhas.

— Hmpf! Sempre jogando a responsabilidade em cima da gente, esses deuses — resmungou Melinoe, contorcendo os lábios.

“Que situação... extravagante”, Selene guardou o devaneio.

Os demais permaneceram quietos.

— Planejávamos enviar mais Apóstolos. Contudo, por conta da urgência, não poderemos contar com a disponibilidade de todos em um período escasso.

“Aquele cara deve estar lá...”, o filho de Zeus logo relembrou do revés no Deserto da Perdição.

De forma silenciosa, ele desejava uma nova chance para lhe enfrentar.

Para devolver a humilhação sofrida durante aquela circunstância...

— Mas essas tais Moiras vão aceitar tão fácil assim? — Melinoe levantou a mão, bastante insatisfeita. — Pelo que já ouvi falar delas, ninguém pode alterar suas escolhas. E se elas já escolheram que eles irão alcançá-las? Seria inútil.

— Sobre isto...

— Elas definem o que convém para suas satisfações. Nada mais do que isto. — Zeus interrompeu Atena com sua voz impetuosa, semelhante ao ressoar de um trovão. — Um conflito ocorre por conta do desejo de diversão delas, assim como foi a Grande Guerra. Quem as entreter levará sua escolha pela vitória.

— Isso é bizarro — mussitou a ctónica, semicerrando as vistas.

— Por isso... elas são um problema. E devemos tratar qualquer problema para o Olimpo da forma devida... — O Rei dos Deuses se ergueu do trono, imponente. — Como o Rei dos Deuses, eu ordeno...

Esticou braço destro, com a mão aberta, na direção dos selecionados. Todos prenderam a respiração, incapazes de antecipar o que estava por vir.

Assim que pequenos raios dourados estouraram ao redor de sua cabeça, determinou sem vacilar:

Vocês devem eliminá-las, pelo bem do Olimpo.

Silêncio absoluto no salão dos Doze Tronos.

Nenhum dos convocados conseguiu expressar qualquer reação minimamente satisfatória.

Nem mesmo as divindades superiores puderam fazer algo a respeito. O choque tomava conta geral.

Hera encarou de soslaio, um pouco boquiaberta.

Ártemis e Apolo responderam de maneiras opostas; a primeira esgazeou as vistas, enquanto o semelhante apenas as cerrou.

Poseidon bufou, ainda sisudo. Hermes separou os lábios em puro espanto, mas mais sorridente do que os demais.

Uma diversão inédita para os ouvidos dele.

— Matar as Moiras!? Você ficou insano, seu velho!? — Melinoe retrucou novamente.

— Isso é ridículo. — Dessa vez, Silver se pronunciou. — Se essas mulheres controlam o Destino de todos nós, então elas sabem que iremos até elas. Se quiserem, poderiam nos matar antes mesmo de pisarmos lá.

— Sem contar que elas já podem até estar favorecendo aos inimigos. — Selene cruzou os braços. Ao lado dela, Hélios acenou positivamente com a cabeça. — Podem nos dar alguma garantia de que isso é proveitoso para todos?

— Aparentemente, as Moiras estão interessadas neste caso. Portanto, elas não devem impedir a ida de vocês à busca delas. — A sábia abriu os braços. — Já recebemos relatos de centenas de mortais que, um dia, já tentaram buscá-las em prol de alterarem os respectivos destinos.

— E quantos deles conseguiram?

— Nenhum...

— Mas são mortais, não são? — Hermes interveio, puxando o olhar de todos. — Nenhum mortal sem preparo poderia sequer se considerar apto a passar pelos desafios do Berço da Terra!

— É como Hermes disse. — Ao dar embasamento ao mensageiro, que respondeu com um giro do braço, Atena completou: — Tanto vocês quanto os integrantes opositores logram de oportunidades críveis para alcançar as Moiras.

— Isso não me convence nem um pouco, ainda assim — Selene balançou a cabeça; as mechas roxas dançaram ao redor.

“Por que deveríamos arriscar tudo em algo tão fútil?”, guardou para si o questionamento, esforçando-se para não encarar tais divindades com algum furor.

— Nem a mim — concordou Silver.

Helena olhava para os demais com um semblante inquieto, incapaz de dizer algo.

Elas tomam as decisões que convém para própria satisfação. — Zeus afiou o olhar, assim como o tom de voz, ao repetir algo já dito. — Se fosse para matá-los ou impedi-los de enfrentar os vilões, ou a elas mesmas, sequer permitiriam a existência dessa reunião.

— Ah, é mesmo!? — Melinoe apontou na direção de Zeus. — Se você quer tanto matá-las, por que não vai pessoalmente e faz o trabalho!? Eu não vou nessa merda de missão suicida!!

— Ousa desafiar a mim, criança degenerada!?

— Por favor, mantenham a calma! — A sábia se levantou do trono. — Não é o momento para brigarmos entre nós mesmos. Necessito da compreensão de todos, a fim de encontrarmos a melhor maneira de superar esta crise.

Embora odiasse ser interrompido daquela forma, o Rei dos Deuses, rodeado de tantos aliados importantes, resolveu aceitar o pedido da filha.

Melinoe rangeu os dentes e deu de ombros, decidida a abandonar a convocação depois daquilo. Se segurava ao máximo para não dar meia-volta e sair do recinto.

Hermes exalou cochichos estranhos, conforme segurava as gargalhadas ao tampar a boca. Mas foi ignorado pela maioria.

Diante dos ânimos acalmados, Atena voltou a se sentar.

— Creio que seja melhor encerrarmos a reunião por aqui. Peço para que compareçam no porto de Atenas daqui a seis horas. Estão dispensados.

Com todos contrariados, para o bem ou para o mal, o salão mais alto do Monte Olimpo voltou a ser orquestrado por uma tensa quietude.

Pouco a pouco, as divindades que compareceram à reunião da tarefa megalomaníaca aos apóstolos tinham se ido.

Restou a Deusa da Sabedoria, que terminou suas considerações para com seu pai e pediu licença, deixando o salão dos Doze Tronos.

Chegando no átrio exterior, deparou-se com Íris, sua mensageira, que a recebeu através de uma cortesia respeitosa.

Junto dela, estavam suas filhas, além dos irmãos protetores da ilha de Rodes.

Depois de toda a discussão, imaginava que a dupla em questão iria declinar o pedido, a fim de se preservarem.

No entanto, não se surpreendeu com a presença deles ali, já ciente de que se tratava de duas divindades calejadas com situações adversas.

— Peço perdão pelo descontrole da situação há pouco. — Se dirigiu aos dois, a princípio. — Não tenho capacidade em prol de contrariar as ordens de meu pai, entretanto.

— Nem me fala. Ele gostou de ser bem radical agora. — Hélios, sentado na balaustrada, jogou uma pedra contra o ar.

Ela caiu e caiu, até desaparecer nas nuvens.

— Ficou claro que matar as Moiras é o desejo dele. — Selene encarou a superior. — Só que, isso é algo categoricamente impossível. Mesmo que sejam divindades não-especializadas em combate, elas detêm o maior de todos os recursos na palma da mão. Vitória... é algo inviável.

— Sem contar que ninguém mais iria poder controlar o Destino se elas morressem, né? — O flamejante nem olhava para as mulheres. — Concordo com minha irmã. Não tem como isso dar certo.

— Se me permite, minha mãe — falou Chloe. — Compartilho da opinião deles. Não há garantias cabíveis acerca desta incumbência. Entretanto, o mínimo que podemos garantir é a capacidade de interrompermos os Imperadores das Trevas.

Ao receber as palavras da descendente, Atena relaxou a tensão sobre os cílios.

— Aceitamos seguir ao Berço da Terra. — Selene, ainda de braços cruzados, corrupiou-se à frente da deusa. — Já conversamos com os demais e todos foram a favor.

— Bem, nem todos... — Hélios riu de escárnio.

— Não há necessidade de inquietações. — Chloe o fitou, segura de si. — A descendente de lorde Hades e os descendentes de lorde Poseidon virão.

Com a concretude nas palavras da jovem Classe Avançada, o Diurno apenas assentiu, voltando a jogar outras pedras pelas nuvens.

— Vou confiar em sua confiança.

Mesmo com a escolha louvável deles, tudo ainda se desenhava como uma intensa sinuca de bico.

Confrontar criaturas híbridas, um titã da geração atual, as mulheres amaldiçoadas capazes de petrificar a quem olhasse...

Nada se compararia àquela tarefa impossível.

Só que, apesar de tudo isso, a Deusa da Sabedoria sorriu de confiança.

Aqueles quatro, acima de tudo, foram imprescindíveis, assim como ela imaginara.

Só eles poderiam entender muito bem o verdadeiro papel que recebiam naquele contexto nada usual.

— Agradeço imensamente por vossa perseverança. — Escondeu os punhos cerrados atrás do vestido. — Conto com vocês.

Dois saguões abaixo, Helena se mostrava extremamente insegura.

— Você vai, Damon?

Num primeiro momento, o garoto manteve o silêncio.

De costas para a meia-irmã, apertou os olhos enquanto se debruçava sobre o guarda-corpo de gesso.

A fraca e fresca lufada do amanhecer fazia as pontas do bagunçado cabelo dançarem ao ar.

— A gente não tem escolha.

A resposta veio seca.

A ruiva abaixou o olhar, preocupada.

— Nós realmente não temos?...

Ele, mais uma vez, adotou a taciturnidade.

Mesmo que levasse aquele comentário com racionalidade, ainda se sentia bastante abalado e confuso.

Reconhecia a gravidade da situação, assim como a utopia de ir contra as ditas deusas que determinam o Destino de tudo e todos.

Ainda assim, desejava vencer.

Desejava ir e derrotar os adversários, como não foi capaz de fazer anteriormente.

Agora, tinha confiança em ser capaz disso. Tinha treinado e se recuperado, evoluiu acima disso.

Para seguir em frente...

— Isso foi muito instigante, não acham!?

Hermes surgiu do nada, sentado ao lado de onde o filho de Zeus mais novo se perdia em pensamentos.

Ele mesmo sequer tinha notado a chegada dele, como se fizesse parte do próprio vento.

Helena se espantou e quase deu um salto para trás.

Com um sorriso cínico, o Mensageiro dos Deuses encontrou o rosto do caçula olimpiano, virado para si.

Os olhos azuis como o céu noturno lhe cravaram com afinco.

Mas...

— Hm? Sem respostas? Assim eu fico magoado. — Não desistiu com seu tom provocativo. — Já estão tão concentrados assim na missão? Olha, eu parabenizo vocês por isso! Sinceramente, não acho que eu conseguiria. Sabem por quê? Porque a viagem que vocês farão não terá retorno!

Ele abriu os braços, como se as palavras disparadas aos dois não tivesse peso algum.

Helena engoliu em seco, a mão esquerda apertada contra o peito.

Damon sustentou o semblante sisudo, sem nem piscar contra o deus.

Aquela atitude controlada tirou um pouco do brilho irônico no sorriso de Hermes, que semicerrou as vistas com malícia.

— Ora bolas, já estão mortos por dentro, é? — Saltou para trás e pousou, de costas para o apóstolo. — Seu olhar mal-encarado é idêntico ao do papai. Mas acho incrível como você tenta suprir sua ira, diferente dele que é um poço de cólera, cá entre nós.

— Desembucha logo.

Quando a resposta afiada enfim chegou, o Mensageiro dos Deuses passeou com os lábios sobre os beiços.

Mostrou os dentes ao alargar o riso e sacou a moeda da cintura, começando a lançá-la para o alto só em prol de a apanhar em seguida.

— Matar as Moiras é impossível, vocês já devem saber. Foram elas que determinaram nossa vitória contra os Titãs na Grande Guerra. Nada pode escapar do domínio dessas mulheres. Estamos apenas brincando na palma de suas mãos.

— Então, se elas interviram pelos deuses uma vez, por que não poderiam fazer isso de novo? — Helena retornou à conversa.

— Aí é que está a pegadinha! — Hermes jogou a moeda para o alto com o polegar. — São como dois lados de uma moeda. Elas nos beneficiaram na Grande Guerra... Não quer dizer que irão fazer isso outra vez.

O pedaço redondo de metal girou consecutivamente até ser puxada de volta pela gravidade, apanhada pela palma certeira do mensageiro.

Depois disso começou a brincar com ela, levando-a com maestria até o dorso e a controlando através dos dedos.

Encarou o próprio rosto cunhado em uma das faces do disco dourado.

— Então, nosso pai... Qual o objetivo dele com isso?

— Vai saber? — Abriu os braços, dessa vez em um gesto de indiferença. — Talvez a pretensão dele seja...

A frase se perdeu no silêncio quando um rangido se proliferou da única porta presente no local.

Os três olharam para a estrutura metálica, que foi aberta lentamente pelas gentis mãos de Daisy.

— Oh! — Hermes se animou ao vê-la.

— I-irmão...

E quando a menina foi dizer algo, toda a pressão da influência do deus retumbou sobre os ombros dela.

O longo e bagunçado cabelo cor de vinho balançou seus cachos de súbito, graças à ação de uma corrente de ar inédita.

Ao subir o rosto, encontrou o do respectivo mensageiro, a ínfimos metros de onde estava.

— Ei. — Damon enfim deu a volta.

Hermes olhou de um lado para o outro, como se buscasse por algo naquela sala.

— Tem alguém aqui, não tem?

À repentina indagação do deus, mesmo Damon congelou.

Helena permaneceu dúbia, enquanto Daisy quase tropeçou ao recuar dois passos no puro instinto.

— O que está fazendo aqui, Hermes?

Para a salvação dos irmãos, Atena apareceu no saguão após descer as escadarias.

Vinham com ela Íris, suas filhas e os apóstolos de Rodes.

Todos ficaram curiosos com a posição do deus, que parecia prestes a encrencar com a menina.

Ao conferir a chegada sempre inaudível da semelhante, ele escondeu um estalo de língua.

Retomou a postura e andou para trás, forçando um sorriso.

— Só batendo um papo, amada irmã. Mas já tínhamos terminado... — Encarou a caçula de soslaio, outra vez. Ela prendeu a respiração. — Retornarei a meus aposentos. Quero tirar uma sonequinha e depois passar tudo pra minha tia Héstia! Boa sorte com a tarefa de vocês. Espero que retornem vivos. Irei recebê-los com as devidas glórias e bastante néctar!

Tomado pela feição dissimulada, passou pela deusa sem enrolar como era de seu costume.

A própria achou aquilo um tanto estranho, porém era melhor que terminasse daquele modo.

Deixou-o passar, até desaparecer da vista dos reunidos pelas escadarias.

Passado o clima tenso, Helena respirou fundo, ao que Daisy correu para abraçar seu irmão, ainda atônito.

Ao fim, o olhar soturno passou a ser todo concentrado na Deusa da Sabedoria, que devolveu na mesma intensidade.

Nem tudo ainda estava resolvido para o que viria a seguir.

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