Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 9 – Arco 6

Capítulo 159: Mar de Ilusões

A grande explosão de energia branca espalhou tensão por diversas partes daquela ilha.

Quando a balbúrdia alcançou as florestas, Damon escalou a árvore mais alta e se equilibrou em um dos galhos do topo.

Ao sugar o máximo de oxigênio possível, observou a iluminação se pronunciar no espaço, a quilômetros dali.

Ainda assim, parecia ser mais perto do que imaginava.

— O que foi, Damon!!? — Helena, encostada com a mão no tronco, perguntou.

Silver vinha ao lado dela, usando um pano úmido a fim de livrar sua lâmina de resquícios de sujeira.

Àquela altura, os três haviam passado pelos desafios da depressão após a primeira trilha.

Fazia alguns minutos que descansavam após confirmarem sua segurança, além de avaliarem quais deveriam ser os próximos passos.

O filho de Zeus desceu num salto rápido.

— Parece a Autoridade de uma das gêmeas.

— Elas estão lutando!? — Arriou as sobrancelhas, preocupada. — Se o impacto chegou até aqui, então podemos estar perto.

— Não ‘tamo tão longe...

Analisou os arredores antes de voltar a andar pelo curso paralelo a outro rio estreito.

Com sua audição aguçada, o filho de Poseidon usou a detecção da última explosão — ainda que quase inaudível — para tentar entender o cenário.

Contudo, em confirmação ao que o olimpiano tinha observado...

— Não vamos demorar se continuarmos nesse ritmo — declarou.

Após o parecer definitivo, os outros dois assentiram com a cabeça e retomaram o passo apertado na vertente das irmãs.

Também acima de um arvoredo, vindo de outra direção, um jovem coberto pelo encardido manto negro dos Imperadores das Trevas contemplava a subida da luz.

Um sorriso vil brotou em seu rosto dominado por cicatrizes profundas.

— Então os desgraçados descobriram e vieram atrás de nós, hein!? — cochichou entredentes. — Aquela bastarda maldita..., mas isso acaba ficando um pouco mais divertido.

Apertou os punhos com firmeza, à medida que o casulo alvo perdia intensidade.

O farfalhar das folhas atrás de si lhe devolveu a atenção à chegada de dois outros indivíduos trajados em suas capas.

— Não encontramos a garota das montanhas — disse o da esquerda, bem cordial.

— Não tem problema. — O primeiro apontou adiante, para o olhar de ambos subirem. — Ela ficou lá. Não tem mais volta. Devemos continuar.

— Só que agora a gente tem companhia, né? — O outro, resmungão, se ergueu. — ‘Cês disseram que era um plano secreto, não sei o que, sei o que lá. No fim, algum idiota deixou vazar e olha no que deu!

Abriu os braços, externando sua absoluta indignação.

Ainda havia um terceiro, sentado sobre um dos galhos em outra árvore adjacente, no completo silêncio.

— ‘Tá chorando por quê?

— Hã!?

— Por acaso não dá conta de derrotar alguns pirralhos dos deuses? — Encarou-o por cima do ombro.

O olho esquerdo escapou da cobertura do capuz, de tonalidade laranja-escuro, afiado em direção ao protestante.

Esse acabou recuando em sua impetuosidade, no fim se restringindo a dar de ombros com um resmungo interno.

Com o domínio estabilizado, o líder de mechas verde-escuras pronunciou:

— Iremos nos separar. — Mirou os três em sua retaguarda. — Sigam até um caminho que possam dividir os rumos. Eu irei na frente.

Ninguém do trio requisitado disse algo a respeito.

Não como se fazer isso fosse adiantar de algo...

— Faça o que quiser. — O irritadiço não poupou a língua. —Vamo’ aproveitar e ver... quem chega primeiro naquelas mulheres.

— Combinado.

Instigado pela disputa interna idealizada pelo aliado, Keith ergueu o queixo, recheado de hostilidade.

Julie e Chloe voltaram a se unir após o disparo poderoso varrer toda a névoa acumulada pelas ruínas.

Conforme a cortina luminosa começou a se dissipar, o restante dos ciclopes e outras estruturas condenadas pelos arredores também vieram abaixo.

“Pedido: Perdoe-me, minha irmã”, a telepata respirou fundo ao relaxar a postura. “Acabei me excedendo um pouco além do planejado.”

— É raro te ver se excedendo, Julie... — Chloe arriou as sobrancelhas. — Está tudo bem.

Agraciada com a colher de chá da semelhante, Julie fez uma meia cortesia com o torso.

Depois, o foco das duas se dirigiu a alguns metros à frente.

Lá estava Irene, que voltou a ser observada por ambas, tossindo bastante.

Nenhuma delas se surpreendeu com o fato de a jovem encurralada estar viva. Porém, havia resistido ilesa novamente.

De alguma forma, aquilo era um incômodo à inexpressiva.

Mantinha o semblante imutável, apesar disso.

Agora, a menina pálida trazia consigo um cajado bem próximo do tronco.

O manto escuro havia sido completamente destruído, restando nada além do vestido claro com babados e sem alças sobre os ombros.

“Este bordão...”, Chloe percebeu de imediato ao fitar as raízes responsáveis por dar forma detalhada ao artefato estranho.

Unir aquela informação visual a tudo que a garota tinha demonstrado até então, por meio de falas e postura, tornava o cenário ainda mais excêntrico.

As pernas dela estavam tão trêmulas que dava a impressão de que desabariam a qualquer momento.

Mesmo assim, manteve-se erguida na pura vontade.

A lanceira respirou fundo.

No fim, seria preciso focar nos respectivos deveres, deixar de lado a indecisão.

De agora em diante, teriam o cenário livre da turbidez causada pela Autoridade da Névoa.

Julie puxou outra flecha, preparada para, dessa vez, não falhar em definir o confronto contra a adversária peculiar.

Quando toda a obstrução visual foi embora, as duas puderam ver melhor a aparência da jovem.

De fato, ela tinha uma feição tão pura quanto as atitudes faziam parecer.

Ela, ao abrir os olhos índigos, olhou para as gêmeas com medo.

— Aguarde um instante, Julie... — Chloe estendeu o braço à frente da parceira.

Os olhos violetas entrefecharam.

Depois, fincou uma das lâminas da lança no chão, ao seu lado, só para usar as mãos na formação de um quadrado com os dedos.

Posicionou a abertura criada na altura da vista esquerda e fechou a direita, como se desejasse fotografar aquele momento.

Então, o indicador esticado na mão debaixo ficou na altura das pequenas tranças da menina.

— Perfeito — pensou em voz alta, abrindo um sorriso deleitoso. — É belo... São perfeitas!

Voltou a relaxar os braços ao delegar uma encarada de regozijo à jovem pálida.

Ela não entendia muito bem o significado daquela mudança, mas Julie, ao seu lado, reconhecia a questão.

No entanto, aquele ínfimo intervalo de felicidade logo foi sobreposto pela seriedade necessária para a tarefa.

Mesmo diante de um rosto fofo, simetricamente perfeito da feição às tranças que caíam diante das orelhas, a filha de Atena sabia que não poderia se deixar desfocar.

Pegou de novo a lança, a puxando do chão.

Nada mais as atrapalharia. Nada, até então...

“Irene não quer lutar...”, os devaneios melancólicos da imperadora alcançaram a telepata, que arriou sobrancelhas. “Tudo menos isso...”

Lembre-se, Irene...

Quando palavras ouvidas há muito tempo permearam seu coração, ela desfez o semblante temeroso.

A luta, às vezes, pode parecer a única opção.

O rosto se ergueu diante das irmãs. Os olhos marejados criaram um tom pesado em sua faceta.

Mas, ela nunca é inevitável...

Perante a repentina mudança, a arqueira hesitou.

Chloe, ao perceber isso, encarou-a de soslaio.

— Irene... não tem inimigos... — As palavras escaparam, afônicas. — Irene vai fugir... até elas...

Em recordação a uma paisagem responsável por conduzi-la até aquele ponto, ela abaixou os braços, em punho de seu cajado.

“O que ela...?”, quando a lanceira tentou antecipá-la, o clima mudou.

Como se, de súbito, a influência fria proliferada pela garota se tornasse tórrida, de forma gradativa.

Um arrepio indescritível escalou a espinha das gêmeas.

Nesse instante, Irene posicionou o artefato à frente do próprio corpo, virado para baixo.

A energia se condensou ao redor do releixo, até que

Neblina...

A camada de névoa púrpura se alastrou por todos os lados, fazendo retornar o cenário de há pouco.

Só que, dessa vez, a bruma criada pela Autoridade Artificial mostrava-se tão densa e pesada — além de quente — como a anterior.

As irmãs se recompuseram do baque súbito e permaneceram muito próximas uma da outra, em autodefesa ao novo cenário problemático.

Dessa vez, não só a figura da garota como toda e qualquer estrutura adjacente a elas havia sido coberta.

Não era novidade o fato de precisarem lutar sem ter plena visão. Ainda assim, esse estava longe de ser o único fator de dificuldade nas presentes circunstâncias.

“Meu corpo arde...”, a lanceira fechou os olhos, evitando que os órgãos oculares sofressem do mesmo efeito.

Julie já fazia o mesmo, além de elevar a Telepatia ao ápice outra vez.

Já não bastasse o desgaste duplicado pelos fatores da ilha, a lanceira ponderou ao quase ranger os dentes...

Irene, como esperado, deu a volta na tentativa de fugir para a saída das ruínas.

“Alerta: Minha irmã...”, a informação alcançou a mente da purpúrea em tempo recorde.

“Ótimo”, e a resposta foi imediata.

Tinha que ser.

Quando cogitou disparar em direção à inimiga, identificou através da sensibilidade a formação de novos ciclopes e, dessa vez, espectros ao redor.

Agora não suportou evitar o estalo da língua, evento raro.

Pegas de surpresa outra vez, precisaram dar a volta e gastar energia e tempo preciosos enquanto a adversária tentava escapar.

“Não são reais”, a ateniense já sabia. Mesmo assim... “São um estorvo!”

Após subir em um dos pilares remanescentes do último impacto, ela abriu de leve as vistas.

Pôde ver as silhuetas que a perseguiam, a exemplo da de Julie, que tinha tomado a mesma medida em outra coluna próxima.

Sincronizadas sem nem mesmo se enxergarem, as duas assentiram para o vazio e posicionaram suas armas.

Camadas fracas de Autoridade de Luz banharam as lâminas da lança e as pontas de seta de três flechas posicionadas na corda do arco.

Seriam suficientes, entretanto.

Quando os ataques das “ilusões” ocorreram, essas terminaram desfeitas pelo ar ao simples contato com o brilho alvo.

Diferente das ações tomadas contra os primeiros monstros de névoa, as duas não pestanejariam em poupar os esforços físicos.

Dessa forma, suportaram as dificuldades naturais e o tempo pôde ser recuperado.

No instante que se livraram da maioria dos “inimigos”, elas voltaram a saltar em direção à oponente, guiadas pela Telepatia da arqueira.

Sentindo o retorno das irmãs, Irene virou o rosto por cima do ombro, angustiada.

Fechou os olhos no intuito de concentrar mais energia para elevar o poder de sua Neblina.

Só desconhecia o fato de que fazer isso apenas ajudaria na perseguição das melhores sensitivas de toda a Corporação dos Deuses.

Conforme purificavam partes da bruma vital com o domínio luminoso, Chloe e Julie contornaram a situação para, em poucos segundos, retomarem o alcance da garota.

Mais perto do que nunca da saída, a pálida foi pega desprevenida pelo surgimento da atiradora de elite, que tinha três flechas retesadas no arco.

Arte da Sabedoria, Matriz Divisória”, as setas paralelas cintilaram, cortando a turbidez. Os olhos da menina, na mira, se arregalaram. “Tripla Propagação.

Disparou-as ao mesmo tempo, até se tornarem raios de luz completos deixando rastros retilíneos no caminho.

Tudo ocorreu muito rápido; quando estavam próximas de atingirem a garota, as camadas luminosas se propagaram em conexões gigantescas que cresceram em quantidade.

Os circuitos de “lasers” derrubaram qualquer possibilidade de Irene se desvencilhar.

Portanto, ela só foi capaz de se proteger com o cajado recheado de Névoa.

A colisão entre as ondas retilíneas multiplicadas e a bruma púrpura causou uma forte explosão vital pela região.

“Um belo disparo dispersante”, Chloe pensou, depois de ter contado a exatidão de conexões divididas entre os três tiros.

Saber que sua cara metade também prezava pela simetria a regozijava intensamente.

Parte da névoa condensada ao redor perdeu ímpeto, o que as permitiu contemplar áreas mais adjacentes da região.

No entanto, o ponto de interesse tinha desaparecido mais uma vez, no exato ponto onde ocorrera o encontro entre as Autoridades.

Um pouco mais debilitada em comparação aos ataques sofridos anteriormente, Irene saltitou por outras colunas e desistiu de tomar o caminho direto à saída.

Mesmo assim, permaneceu intensa em sua escapada.

“Reclamação: Ela é resistente. E insistente”, Julie novamente deixou sua irmã surpresa ao enfatizar o descontentamento.

— Deveras... — Com um deslocamento rápido, girou sobre os tornozelos e avançou cinco passos longos. — Começou a irritar-me!!

Mudou a forma de apanhar a lança e, sem hesitar, a empurrou com ímpeto adiante.

A lâmina de luz, que lacerou a neblina, atingiu uma coluna remanescente. E por pouco acertou a pálida, que freou na hora h, além de ter se abaixado.

“Vossas ações prosseguem naturais!”, por precaução, pulou de volta e subiu em outro sustentáculo à esquerda daquele. “Sequer são impactadas pela elevação!!”

A lanceira puxou de volta a arma longa e fez o mesmo, precisando sugar bastante ar em uma arfada já fatigada.

As duas puderam se ver, frente a frente, nos mais altos pontos daquelas ruínas.

Julie as acompanhou em seguida, agora ficando as três equiparadas no topo de cada estrutura.

De imediato, a purpúrea notou um corte superficial desenhado no braço esquerdo da menina.

Dali verteu um filete de sangue...

— Icor...?

Perplexa com a percepção, Chloe criou outras correntes de dubiedade na cabeça.

Irene tentou esconder ao tampar com a palma livre.

Então, um sorriso gentil surgiu de seus lábios, tão delicados que pareciam prestes a desmanchar a qualquer instante.

Era diferente.

A filha de Atena via-se incapaz de ignorar toda aquela reunião de fatores.

O encontro com a menina nas ruínas do Berço da Terra ia em total oposição às experiências do Deserto da Perdição e do Templo das Musas.

— Aguarde, Julie. — O aviso veio enquanto a arqueira já colocava outra flecha na corda.

Por acreditar mais do que tudo no julgamento da irmã, Julie aceitou o pedido e relaxou a postura.

No entanto, assim que o fez...

Arte da Nebula, Quarta Camada...

A neblina no cajado de Irene voltou a se espalhar com vigor.

Quando tentaram responder à repentina proliferação, a jovem se esgueirou por trás das estruturas de gesso na velocidade do pensamento.

Investida Fantasma...

Pela primeira vez, executou uma ação rompante ao bater na dupla de pilares e os destruir na base, trazendo-as de volta ao chão de ossos.

“Que força...!!”

— Desculpem a Irene... — sussurrou quase ao pé do ouvido da lanceira, que esgazeou as vistas.

Ela desejou se corrupiar, mas sentiu um toque plácido a envolver nas costas.

A mão de Irene a impediu de executar o movimento instintivo.

Não somente isso, como ao virar de leve o rosto, pôde ver o par de íris índigo cintilar, quase com os cílios conectados.

“Bênção!?”, paralisada naquele ponto, a filha de Atena experimentou uma onda calorosa de energia a invadir.

Enquanto era permeada por tamanha influência, Julie surgiu da fumaça dos escombros com sua flecha apontada e pronta ao disparo.

Só que Irene, novamente, foi coberta pela bruma de energia criada de sua arma.

A atiradora buscou guiar-se pela Telepatia, porém...

“Que sensação é esta?”, o questionamento atordoado da semelhante a fez perder o ímpeto.

— Perdão... — A voz afônica da jovem soou próxima da face da alva, que boquiabriu de leve. — Irene não quer mesmo lutar.

A mesma palma tocou o peito dela, demonstrando genuína incredulidade pela primeira vez em muito tempo.

Meros cinco segundos se passaram, até a ateniense recuperar os movimentos e recuar no reflexo.

Arrancada da zona de inexpressividade, ela tensionou as sobrancelhas e insistiu em, dessa vez, disparar a seta contra a menina.

Mas ao fazer isso, sentiu o corpo travar por inteiro.

“Como...?”, encarou o braço dominante, flexionado por retesar a corda de aço.

Sentiu um tremor intenso por todos os membros, tamanha a força depositada na ação de tensionar para o disparo.

Contudo, os dedos que seguravam a fibra não se soltaram.

Irene voltou a aparecer entre as duas. O brilho dos olhos rivalizava com os da própria Julie, conforme se encaravam de frente.

Ao recompor-se, Chloe deu a volta, menos atônita sobre as sensações transmitidas pela menina ao ser tateada...

— Não há dúvidas. Você logra de sangue divino.

A referida continuou a esconder o corte no braço, próximo do bíceps. Era difícil abandonar a insegurança àquela altura.

— Portanto... — A lanceira prosseguiu: — Tua Bênção induz o indivíduo contatado a não executar qualquer tipo de ameaça à integridade respectiva.

Julie desistiu de tentar atirar ao escutar a análise veloz da irmã.

— Bênção...? — Dúbia, a pálida inclinou o rosto para o lado.

— Compreendo. Lhe carece de conhecimento acerca de tais termos...

Também relaxou a postura com a lança, desinteressada em forçar o imutável.

Já tinha entendido, mais ou menos, a razão do desconhecimento geral dela. Por isso tomou uma decisão importante...

— A mãezinha disse que esse é um poder especial da Irene. — Fitou a própria palma, também um pouco estremecida. — Disse que esse é meu toque pacificador...

“E isto igualmente explica os ciclopes “reais””, as peças finais se encaixaram no grande quebra-cabeça mental.

— E quem seria tua mãe? — indagou, curiosa.

— Irene não sabe! — Ela voltou a sorrir, agora um pouco mais descontraída. — Irene só sabe que foi cuidada por ela desde criança. Mas ela desapareceu de repente...

“Questionamento: O que almeja com este diálogo, minha irmã?”, Julie atravessou a conversa, agora retraída apenas à mente da parceira.

Levando em consideração todos os acontecimentos desde a chegada nas ruínas, Chloe vislumbrou uma nova possibilidade.

Até então tratou como algo impossível de sequer ser concebido. No entanto, o pensamento mudou.

“Julie...”, forçou a voz da mente a ser captada pela Telepatia. “Não detecto sinal qualquer de dissimulação. Poderia confirmar minha análise?”

Após um breve átimo de silêncio, capaz de criar curiosidade em Irene, a telepata deixou a tensão nos cílios desaparecer.

“Resposta: Vossa análise está correta, minha irmã.”

Ao ter o apoio que precisava, a lanceira assentiu e avançou dois passos curtos.

— Você...

Interrompendo o início da fala, uma brisa pesada correu entre as três garotas.

E a mudança das correntes trouxeram consigo uma inédita influência a pairar sobre as ruínas.

As irmãs reconheceram de imediato a natureza daquela presença. Em contrapartida, para a pacifista, foi um susto tremendo quando escutou o estalo de raios por todas as partes.

De súbito, a neblina foi aberta em um grande buraco no centro, clareando o ambiente dominado por sua Autoridade num piscar.

Conforme o cabelo das garotas dançavam, as partículas elétricas cresciam, todas reunidas em direção a um ponto em comum que fez os olhos cravarem o lugar do impacto.

Estava entre as irmãs e a misteriosa oponente.

Ossos foram varridos para os arredores, capaz de revelar o solo de terra endurecida afundado em uma pequena cratera.

Os bagunçados cachos vinho-escuro oscilavam.

A parte inferior da manta, que cobria seu torso pela metade e boa parte da saia até os joelhos, também meneava.

— E aí... — O olhar cerúleo subiu, na mira da jovem desconhecida. — Tem alguém precisando de uma mãozinha?

De queixo erguido, Damon apoiou a espada sobre as costas, deixando a energia acumulada fluir naturalmente em volta de seu corpo.

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